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FÍSICO-QUÍMICA ESTUDO DOS SISTEMAS GASOSOS Professor: Alexandre Vargas Grillo 1 Sumário 1) Introdução 2) Definição 3) Importância dos Gases – Air Bags 4) Propriedades dos Gases 5) Conceitos fundamentais 6) Medindo a Pressão 7) Modelo Cinético dos Gases 8) Leis Empíricas dos Gases Ideais 9) Equação dos Gases Perfeitos 10) Lei Combinada dos Gases 11) Mistura Gasosa – Pressão 12) Mistura Gasoso – Volume 13) Densidade dos Gases 14) Gases Reais – Fator de Compressibilidade 15) Gases Reais – Equação de Van der Waals 16) Gás Ideal x Gás Real 17) Referência Bibliográfica 18) Currículo Vitae – Professor Alexandre Vargas Grillo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 2 1. Introdução Físico-química é um dos ramos da química que estuda o comportamento da matéria (sólido, líquido, gasoso e plasma) em seu estado de maior subdivisão conhecido, e havendo uma crescente progressão de forma gradual de elétrons para átomos, para moléculas, para estados de agregação e representado por fim em reações químicas. A Físico-química foca duas situações primordiais. Primeiro foco: o equilíbrio químico, que se trata um dos maiores objetivos do estudo da termodinâmica e Segundo foco: o estudo da velocidade das reações químicas, que se trata do campo da cinética química em reações homogêneas e heterogêneas. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 3 2. Definição - Gases O sistema gasoso é um conjunto de moléculas (ou átomos) em movimento permanente e aleatório, com velocidade que aumentam quando há um aumento de temperatura. Gás apresenta suas moléculas muito separadas uma das outras, exceto durante as colisões, movendo-se em trajetórias por forças intermoleculares. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 4 3. Importância dos Gases – Air Bags Dispositivos de segurança de automóveis que protegem o motorista em caso de colisão. Consistem em uma espécie de balão contendo 130 g de azida de sódio (NaN3) em seu interior. A azida, submetida a aquecimento, decompõe-se imediata e completamente, inflando o balão em apenas 30 milissegundos. Decomposição da azida de sódio: 2 NaN3(s) → 2 Na(s) + 3 N2(g). N2 Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 5 4. Propriedades dos Gases Trata-se do estado mais simples da matéria, apresentando o maior grau de liberdade; Ocupa qualquer volume de um determinado recipiente; As moléculas apresentam movimento permanente e aleatório; A dilatação ou contração de um gás com a temperatura é muito maior em relação aos outros estados; Os gases podem ser facilmente comprimidos em seu volume sob uma pressão externa; Os gases fluem com grande facilidade através de uma passagem ou orifício definido como Efusão; Os gases difundem-se/misturam-se rapidamente definido como Difusão. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 6 4. Propriedades dos Gases – Efusão e Difusão He Efusão - Capacidade que um gás possui em fluir através de um orifício (ou de uma parede porosa). Difusão – Mistura de moléculas de diferentes gases. Hélio Oxigênio Nitrogênio Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 7 5. Conceitos Fundamentais - PRESSÃO Definição Força exercida por um gás sobre uma superfície devido a incessante sequência de colisões das partículas sobre a superfície. A unidade da pressão no sistema internacional (SI) é Pascal (Pa = N x m-2). ALGUNS FATORES DE CONVERSÃO IMPORTANTES COM BASE NO SI - PRESSÃO 1 atmosfera = 760 mmHg 1 atmosfera = 760 torr 1 atmosfera = 101325 Pa (Pascal) = 1,01325 bar 1 atm = 14,70 psia (libras por polegada quadrada) 1 torr = 1 mmHg MUITAS COLISÕES → FORÇA CONSTANTE → PRESSÃO CONSTANTE A F P Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 8 6. Medindo a Pressão Barômetro: Instrumento utilizado para medir a pressão atmosférica. É um tubo com a presença de uma solução de mercúrio (Hg), selado numa extremidade, mergulhado com a outra extremidade aberta numa cuba cheia de Hg. (Evangelista Torricelli, discípulo de Galileu). (Equilíbrio Mecânico) Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 9 6. Medindo a Pressão Manômetros: instrumento utilizado para medir a pressão de uma amostra de gás no interior de um recipiente (vaso). Manômetro de tubo aberto Manômetro de tubo fechado Manômetro de tubo na forma de U Manômetro de Bourdon Exemplo: O manômetro marca 87psi e a pressão barométrica local é de 28 inHg. Qual é a pressão absoluta. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 10 7. Modelo Cinético dos Gases De forma bastante sucinta, o modelo Cinético dos Gases está baseado em três hipóteses. Primeira Hipótese: o gás consiste me moléculas de massa m com movimento aleatória e incessante. Segunda Hipótese: o tamanho das moléculas é desprezível no sentido que seus diâmetros são muito menores em comparação a distância média percorrida entre as colisões. Terceira Hipótese: as moléculas interagem brevemente, e raramente, através de colisões elásticas. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 11 8. Leis Empíricas dos Gases Ideais Lei de Boyle – Mariotte: Lei de Charles e Gay-Lussac: Lei de Avogadro: “Dois gases distintos, que apresentam a mesma pressão, mesmo volume e igual temperatura, terão o mesmo número de moléculas”. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 12 9. Equação dos Gases Perfeitos Para que esta expressão tenha um valor próximo de zero, é necessário que a pressão tenha um valor muito próximo de zero e/ou a temperatura apresente um valor muito alto – GÁS IDEAL. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 13 9. Equação dos Gases Perfeitos - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 14 9. Equação dos Gases Perfeitos - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 15 10. Lei Combinada dos Gases Geralmente encontramos transformações para um mesmo gás, em duas situações: estado inicial (P0, V0, N0, T0) e para um estado final (P1, V1, N1, T1). Utilizaremos a Equação de Clapeyron (Gases Perfeitos): p x v = n x R x T Como se trata do mesmo sistema gasoso, ou seja, do mesmo gás, a parcela número de moles e a constante dos gases (n x R) torna-se constante, logo: (PI x VI) / TI = n x R (Equação I) (PII x VII) / TII = n x R (Equação II) Igualando a equação I e II, chega-se a seguinte expressão: Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 16 Processo Isotérmico Trata-se de um processo em que a temperatura é constante: T1 = T0 = constante. Assim sendo, os termos da respectiva temperatura são canceladas. A equação se resume da seguinte maneira: Processo Isocórico ou Isovolumétrico Trata-se de um processo em que o volume é constante: V1=V0= constante. Assim sendo, os termos são cancelados. A equação se resume da seguinte maneira: Processo Isobárico Trata-se de um processo em que a pressão é constante: P1=P0= constante. Assim sendo, os termos são cancelados. A equação se resume da seguinte maneira: 10. Lei Combinada dos Gases Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 17 10. Lei Combinada dos Gases - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 18 10. Lei Combinada dos Gases - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 19 10. Lei Combinada dos Gases - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 20 11. Mistura Gasosa - Pressão Quando dois ou mais gases que não reagem quimicamente são colocados num mesmo reservatório, a pressão exercida por cada gás na mistura é a mesma que ele teria se estivesse sozinho no reservatório. A Pressão exercida por cada gás numa mistura é chamada de Pressão Parcial – LEI DE DALTON. John Dalton - 1766-1844 Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 21 Lei de Dalton A pressão total exercidapor uma mistura é a soma das pressões parciais. Considere três gases designados pelas letras A, B e C. Ptotal x V = (nA + nB + nC) x R x T Ptotal = (nA x R x T) / V + (nB x R x T)/V + (nC x R x T) / V Ptotal = PA + PB + PC 11. Mistura Gasosa - Pressão Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 22 11. Mistura Gasosa – Pressão - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 23 11. Mistura Gasosa – Pressão - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 24 11. Mistura Gasosa – Pressão - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 25 11. Mistura Gasosa – Pressão - Exemplos Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 26 12. Mistura Gasosa - Volume Quando dois ou mais gases que não reagem quimicamente são colocados num mesmo reservatório, o volume exercido por cada gás na mistura é a mesma que ele teria se estivesse sozinho no reservatório. O volume exercido por cada gás em uma mistura é chamada de Volume Parcial – LEI DE AMAGAT. Considere três gases designados pelas letras A, B e C. Logo, pela lei de Amagat: Ptotal x V = (nA + nB + nC) x R x T Para cada uma das espécies A, B, C podemos dizer que: p x Vtotal = (nA + nB + nC) x R x T Vtotal = {(nA.R.T) / p} + {(nB.R.T) / p} + {(nC.R.T) / p} Vtotal = VA + VB + VC Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 27 13. Densidade do Gás Alta densidade Baixa densidade Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 28 13. Densidade do Gás - Exemplo Exemplo I - Como fica a equação dos gases ideais que relaciona a densidade com o grau de dissociação? Resolução: Considerando a reação gasosa de decomposição hipotética do tipo: A(g) → B(g) + C(g). Base de cálculo: n (mol) inicial do reagente gasoso A. Utilizando a tabela de equilíbrio químico, temos: Cálculo do número de mol total da mistura gasosa: ntotal = nA + nB + nC ntotal = n - nα + nα + nα ntotal = n x (1 + α) A(g) → B(g) C(g) Início n 0 0 Reage nα nα nα Equilíbrio n - nα nα nα Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 29 13. Densidade do Gás - Exemplo Continuação - Exemplo I – Tabela de equilíbrio químico: A(g) → B(g) C(g) Início n 0 0 Reage nα nα nα Equilíbrio n - nα nα nα Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 30 13. Densidade do Gás - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 31 14. Gás Real – Fator de Compressibilidade Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 32 14. Gás Real – Fator de Compressibilidade Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 33 14. Gás Real – Fator de Compressibilidade Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 34 14. Gás Real – Fator de Compressibilidade - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 35 14. Gás Real – Fator de Compressibilidade - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 36 14. Gás Real – Fator de Compressibilidade - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 37 15. Gás Real – Equação de Van der Waals O modelo dos gases ideais considera que não existem interações entre as partículas. No entanto, as partículas de um gás real interagem entre si através das forças de Van der Waals. Outra falha observada no modelo dos gases ideais é desconsiderar o volume das partículas gasosas. As partículas de um gás real apresentam volume, mesmo quando a temperatura tende a zero ou quando a pressão tende ao infinito. Diante dessas situações, Van der Waals adicionou duas constantes, uma em relação das partículas ocuparem um volume finito (b) e outra devido às interações entre as partículas constituintes do gás (a). Assim, a equação de van der Waals pode ser representada da seguinte maneira, conforme apresentadas logo a seguir. Esta imagem representa a primeira paginada da tese original de van der Waals (University of Leiden, Holland, 1873) (Valderrama, J.O.; The legacy of Johannes Diderik van der waals, a hundred years after his Nobel Prize for physics, 2010). Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 38 15. Gás Real – Equação de Van der Waals Esta imagem representa a primeira paginada da tese original de van der Waals (University of Leiden, Holland, 1873) (Valderrama, J.O.; The legacy of Johannes Diderik van der waals, a hundred years after his Nobel Prize for physics, 2010). Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 39 15. Gás Real – Equação de Van der Waals - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 40 15. Gás Real – Equação de Van der Waals - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 41 15. Gás Real – Equação de Van der Waals - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 42 15. Gás Real – Equação de Van der Waals - Exemplo Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 43 16. Gás Ideal x Gás Real Para que esta expressão tenha um valor próximo de zero, é necessário que a pressão tenha um valor muito próximo de zero e/ou a temperatura apresente um valor muito alto – GÁS IDEAL. Para que esta expressão tenha um valor próximo a um (1), é necessário que a pressão tenha um valor muito muito alto e/ou a temperatura apresente um valor muito baixo – GÁS REAL. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 44 17. Referência bibliográfica I. Físico-Química: Uma aplicação aos materiais. Rupen Adamian, Ericksson Rocha e Almendra. Rio de Janeiro: COPPE – UFRJ, 2002. II. Curso de Termodinâmica Aplicada às Máquinas. Abrahão Izecksohn; Imprensa Nacional Rio de Janeiro – 1943. III. Introduction to the Thermodynamics of Materials Fourth Edition. David R. Gaskell. Taylor & Francis, New York – London, 2003. IV. Curso de Física Básica 2 – Fluidos. H. Moysés Nussenzveig. São Paulo: Edgard Blucher, 1981. V. Principles of Physical Chemistry Four Edition. Samuel H. Maron; Carl F. Prutton. Editora Collier Macmillian Student Editions, New York, 1965. VI. Química Geral – Volume 2. Linus Pauling. AO LIVRO TÉCNICO SA – Indústria e Comércio. Rio de Janeiro, 1982. VII. Química Geral – Volume 2. Brady, J. E.; Humiston, G. E. tradução de Cristina Maria Pereira dos Santos e Roberto Barros Faria. Segunda edição. Rio de Janeiro. Livros técnicos e científicos Editora, 1986. VIII. Físico-Química – Volume 1, Levine, I. N. Tradução e revisão técnica Edilson Clemente da Silva, Oswaldo Esteves Barcia – Rio de Janeiro: LTC 2012. IX. Termodinâmica e Física da Estrutura da Matéria – Segunda Edição. Rui Manuel A. Dilão. Escolar Editora, 2014. X. Atkins, P, & Jones, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o meio ambiente – Quinta Edição. Editora bookman, 2012. XI. Atkins, P. W.; Paula de, J. Físico-Química”, 8ªedição, volume um. Livros Técnicos e Científicos - LTC, Rio de Janeiro, 2008. XII. Atkins, P. W.; Paula de, J. Físico-Química”, 10ªedição, volume um. Livros Técnicos e Científicos - LTC, Rio de Janeiro, 2018. XIII. Crockford, H. D. e Samuel B. Knight; tradução e revisão de Horácio Macedo, Livre docente da UFRJ – Instituto de Química. Fundamentos de Físico-Química. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1977. XIV. Moore, W. J. Físico-Química - tradução da quarta edição americana: Tibor Rabockai [e outros]. Supervisão Ivo Jordan. Editora da Universidade de São Paulo, 1976. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 45 18. CV – Alexandre Vargas Grillo Alexandre Vargas Grillo é Doutor em Engenharia de Materiais e Processos Químicos e Metalúrgicos pela PUC-Rio, Mestrado na mesma área pela própria PUC-Rio e graduado em Engenharia Química também pela PUC-Rio. Atualmente atua como Professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ – Campus Nilópolis, Na pesquisa atua em Engenharia de Processos Químicos e Metalúrgicos em Síntese de Nanopartículas, além deatuar na Química, mais especificamente na Físico-Química em Nanotecnologia. Atua como professor e coordenador das Olimpíadas de Química do Rio de Janeiro – OQRJ e também no próprio campus que leciona – IFRJ – Nilópolis. Professor Alexandre Grillo - Estudo dos Sistemas Gasosos 46
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