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ARTE-NAS-IMAGENS-DO-COTIDIANO

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE ARTE ................................................. 3 
3 DIFERENÇA ENTRE ARTE E CULTURA .................................................. 7 
4 ARQUITETURA ASSOCIADA À ARTE E À CULTURA BRASILEIRA ...... 13 
5 A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO .......................................... 15 
6 COMPREENSÃO DAS ARTES CÊNICAS, PLÁSTICAS, VISUAIS, 
MUSICAIS E DA DANÇA .......................................................................................... 18 
7 COMPREENDENDO AS ARTES CÊNICAS MUSICAIS E DA DANÇA NA 
CONTEMPORANEIDADE ......................................................................................... 31 
8 COMPREENDENDO AS ARTES PLÁSTICAS, VISUAIS E LITERÁRIAS NA 
CONTEMPORANEIDADE ......................................................................................... 34 
9 ARTE CONTEMPORÂNEA ...................................................................... 37 
10 PRINCIPAIS VERTENTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA ................. 39 
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 42 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
3 
 
2 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE ARTE 
Ao longo da história, o homem sempre produziu inúmeros artefatos para o seu 
dia a dia, concebidos de forma harmoniosa, a partir da combinação de cores e 
texturas. Mas, além de produzir objetos cotidianos, ele criou obras para expressar os 
seus sentimentos diante da vida e a sua visão da realidade, nas mais diversas 
linguagens. A arte nasceu com o homem e deu a ele a consciência de sua capacidade 
de criar, de sua possibilidade de interpretar, imaginar e se comunicar. Assim, a 
necessidade de manifestar-se artisticamente acompanha a evolução humana desde 
a Pré-História. Desse período datam as primeiras manifestações estéticas, ainda 
relacionadas aos rituais de conquistas. 
A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma 
transformação simbólica do mundo. Quer dizer: o artista cria um mundo outro — mais 
bonito ou mais intenso ou mais significativo, ou mais ordenado — por cima da 
realidade imediata [...]. Naturalmente, esse mundo do outro que o artista cria ou 
inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das ideias que ele tem na 
cabeça, enfim, de sua visão de mundo [...] (GULLAR apud FERREIRA, 2011, p. 61). 
 
A arte como um reflexo da cultura e da sociedade 
 
A obra de arte se situa entre o particular e o universal da experiência humana. 
Cada obra é tanto um produto cultural de determinada época quanto uma criação 
singular da imaginação humana, cujo valor é universal. A obra de arte revela para o 
artista e ao mesmo tempo para o espectador uma possibilidade de existência e 
comunicação, além dos fatos e relações habitualmente conhecidos. 
Dessa maneira, a criação artística pode se distinguir das demais modalidades 
de conhecimento por promover a comunicação entre os seres humanos, com a 
utilização particular das suas formas de linguagem. 
Para Arthur Schopenhauer (2003), filósofo alemão do século XIX, caberia à arte 
expor ideias e assim explorar o verdadeiro conteúdo do mundo. A arte, para ele, se 
definiria como a “exposição de ideias” ou o modo de consideração das coisas 
independentemente do princípio da razão. Ela seria o conhecimento cristalino dos 
graus de objetivação da vontade. Pela arte, o gênio, faculdade comum a todos em 
 
 
4 
 
menor ou maior grau, intuiria “[...] o essencial propriamente dito do mundo, o conteúdo 
verdadeiro de seus fenômenos [...]” (SCHOPENHAUER, 2003, p. 15). Ou seja, para o 
filósofo, a arte seria a maneira mais efetiva de explorar o conteúdo do mundo. Além 
disso, a arte pode ser entendida como um modo privilegiado de conhecimento e 
aproximação entre indivíduos de diferentes culturas. Afinal, ela favorece o 
reconhecimento das diferenças e semelhanças, expressas nos produtos artísticos e 
concepções estéticas, num plano mais profundo que o do discurso verbal. 
 
Fonte: www.todamateria.com.br/o-que-e-arte 
 Por meio da análise de objetos e imagens produzidas pelo homem no decorrer 
dos tempos, você pode, além de obter um retrato das transformações, ver os registros 
das descobertas proporcionadas pela ciência, sistematizadas pela geografia, 
registradas pela história, desenvolvidas pela matemática. Por meio da história da arte, 
é possível compreender a relação do homem com o seu tema e o seu espaço. 
As manifestações artísticas são exemplos da diversidade cultural dos diferentes 
povos, expressando a riqueza criadora dos artistas de todos os tempos e lugares. Os 
trabalhos de arte muitas vezes expressam as questões humanas, tais como 
problemas sociais e políticos, sonhos, medos, perguntas e inquietações das mais 
diversas. Também documentam fatos históricos e manifestações culturais 
particulares. Como afirma Ferreira (2011, p. 67). 
 
 
5 
 
O artista, através de sua obra de arte autêntica, pode protestar contra as 
barbáries do mundo, transformando a submissão em ato de luta, buscando resgatar a 
dignidade humana, o ser humano pleno, rumo a uma sociedade melhor, mais justa e 
mais democrática, onde todos possam ter acesso aos bens culturais de consumo e 
ao lazer. Nesse sentido, a arte não se restringe a produzir o belo ou o útil, o prazer. 
Mas do que isso, a “[...] arte pode contribuir para a compreensão do mundo real e 
expressão da verdade” (FERREIRA, 2011, p. 67). 
 
Quando a arte surgiu? 
 
Como você pode notar, o ser humano, seja de que época for, sempre produziu 
e se cercou de artefatos e utensílios para o uso cotidiano e para a expressão de seus 
sentimentos diante da vida. Os primeiros registros da cultura humana datam da Pré-
História. Foram encontrados objetos, pinturas e gravações no interior de muitas 
cavernas espalhadas pelo mundo. Por meio deles, antropólogos e historiadores 
puderam reconstituir a vida dos ancestrais pré-históricos do homem. Devido à sua 
longa duração, a Pré-História foi dividida por historiadores, segundo Proença (2009), 
nos seguintes períodos: 
 Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) — do surgimento do ser humano até 
cerca de 12 mil anos atrás; 
 Neolítico (Idade da Pedra Polida) — de 12 até 6 mil anos atrás; 
 Idade dos Metais — de 6 mil anos atrás até o desenvolvimento da escrita. 
 
 Tipos de arte 
 
Para se manifestar artisticamente, o homem usa o som (música), a linguagem 
verbal oral ou escrita (literatura), a linguagem visual e a linguagem corporal (dança). 
Ele pode, ainda, expressar-se por meio da combinação de várias linguagens. É 
possível classificar a arte de diversas maneiras. Para Schopenhauer (apud 
BARBOZA, 2001, p. 94), por exemplo, haveria uma hierarquia entre as artes — a 
menos relevante seria a arquitetura, seguida pela escultura, pelapintura, pela poesia 
e, por fim, pela música, a mais interessante das expressões. Portanto, segundo ele, 
entre as artes estaria a arquitetura, capaz de lidar com formas e proporções, expondo 
 
 
6 
 
ainda o conflito entre gravidade e resistência. Para a boa e bela arquitetura, seria 
necessário traduzir a tensão da natureza com o material típico, a pedra. Na hierarquia 
do filósofo, a jardinagem ainda estaria numa posição superior à da arquitetura. 
Em patamares mais elevados que a arquitetura e a jardinagem estariam a 
escultura e a pintura histórica, capazes de representar a fisionomia e o corpo humano 
com genuína beleza estética. Nessa hierarquia, a poesia estaria em posição superior 
à das artes plásticas e seria inferior somente à música. A poesia, para Schopenhauer 
(2003), possibilita a exposição da vontade em sua objetivação mais elevada, 
permitindo uma dinâmica narrativa das ações e semblantes superior à das artes 
plásticas. A última arte na hierarquia e a mais excelsa de todas elas seria a música, 
pois se conhece aí “não a cópia, repetição de alguma ideia das coisas do mundo”, 
mas a “linguagem universal” da coisa em si. De modo geral, você pode considerar a 
classificação das artes apresentada a seguir. 
 Artes plásticas: englobam alguns tipos de artes visuais. Referem-se a 
expressões artísticas que utilizam técnicas de produção que manipulam 
materiais para construir formas e imagens. A ideia é que tais formas e imagens 
revelem uma nova concepção estética e a visão poética do artista plástico. 
Entre as artes plásticas, estão: arquitetura, pintura, desenho, escultura, gravura 
e fotografia. 
 Artes cênicas: consistem no estudo das expressões performáticas 
apresentadas em um palco e relacionadas com a dança, o teatro, a linguagem 
verbal ou a música. 
 Artes visuais: são todas as artes que apresentam realidade ou imaginação 
percebida pelo olhar como processo criativo. 
 Arquitetura: é a arte de projetar e edificar espaços — a partir da harmonia de 
proporções, da seleção de materiais e de soluções estruturais — em vista da 
plástica arquitetônica. 
 Escultura: é a técnica de representar figuras ou de organizar formas em três 
dimensões, esculpindo ou combinando elementos. 
 Pintura: é caracterizada pela técnica de aplicar tintas sobre uma superfície, 
geralmente plana, representando figuras conhecidas ou imaginárias, cuja cor é 
um elemento básico. Exemplos: quadros, painéis, murais. 
 
 
7 
 
 Música: é a combinação harmoniosa e expressiva de sons e ritmos, cuja 
compreensão se dá na esfera do sensível e do intuitivo, por meio da audição. 
É a arte de se exprimir por meio de sons, cuja forma e conteúdo variam de 
acordo com cada cultura e contexto social. Essa prática cultural foi 
desenvolvida em diferentes sociedades desde a Pré-História. 
 Teatro: é o ofício ou arte de atuar, que percorreu a história da humanidade, 
unindo por vezes dança e música. O teatro surge com a evolução dos rituais 
relacionados à caça e à colheita (agricultura). Posteriormente, os ritos teatrais 
remetem a cerimônias dramáticas, com expressões de cunho espiritual. 
 Poesia (literatura): utiliza recursos linguísticos e estéticos para a expressão dos 
sentimentos, questões humanas e/ou situações cotidianas. Tem como objetivo 
retratar o real ou o imaginário, de forma lírica, veiculando informações ao 
receptor. 
 Cinema: denominado “sétima arte”, surge com os irmãos Lumière, na França, 
em 1895, a partir do cinematógrafo, inspirado na ideia de domínio fotográfico e 
de síntese do movimento com a proposição sonora. Aos poucos, a arte foi 
retratando grandes eventos sociais. Hoje, cada vez mais filmes e 
documentários transmitem e veiculam imagens e mensagem para informar e 
provocar seus espectadores. 
O artista pode se expressar de diversas maneiras, seja pela linguagem visual, 
pela linguagem cênica ou pela linguagem plástica, ou ainda pela mistura de várias 
linguagens. Assim, as diferentes manifestações de arte estão profundamente ligadas 
à cultura de um povo, pois ora retratam elementos do meio natural (como nas pinturas 
pré-históricas), ora retratam temas religiosos, situações sociais, etc. As manifestações 
artísticas revelam a visão do homem sobre o espaço, assim como a sua relação com 
o seu meio e o seu tempo. Ou seja, as obras de arte são reflexos da cultura e da 
história. 
3 DIFERENÇA ENTRE ARTE E CULTURA 
A cultura, segundo o Dicionário Informal (2019, documento on-line), pode ser 
compreendida como um “[...] conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas 
e comportamentais de um povo ou civilização [...]”. Assim, fazem parte da cultura de 
 
 
8 
 
um povo as atividades de teatro, música, danças, a arquitetura, as formas de 
organização das sociedades, os pensamentos, as criações, a língua falada e escrita 
bem como os rituais religiosos. Assim, pode-se afirmar que a cultura de um povo 
refere-se a expressão coletiva do homem em seu contexto social. 
 
Fonte: www.cultura.pe.gov.br/audiovisual 
 
Diante disso, observa-se que as manifestações de cultura na verdade são tipos 
de arte, pois a arte pode ser compreendida, segundo o Dicionário Informal (2019, 
documento on-line) como a “[...] aptidão ou habilidade para fazer alguma coisa [...]”, 
estando relacionada a culinária, às obras artísticas de uma época ou país, ao 
artesanato, entre outras áreas. 
A arte possui um caráter estético e está intimamente relacionada com as 
sensações e emoções dos indivíduos. [...] Vale salientar que a arte tem uma 
importante função social na medida que expõe características históricas e culturais de 
determinada sociedade, tornando-se um reflexo da essência humana (AIDAR, 2019, 
documento on-line). 
Enquanto a cultura vai sendo consolidada ao longo do tempo, levando em 
consideração diversos fatores, a arte faz parte da cultura e vai sendo produzida pelo 
 
 
9 
 
homem conscientemente. Nesse sentido, a arte é uma forma de o ser humano 
expressar suas emoções através de diferentes maneiras. Portanto, as manifestações 
artísticas são o reflexo da história e da cultura de um povo e dessa forma fazem parte 
da cultura. Segundo Coli (1995, p. 8), “[...] somos capazes de identificar algumas 
produções da cultura em que vivemos como sendo ‘arte’ [...]” É possível dizer que “[...] 
arte, são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso 
sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura possui uma noção que denomina 
solidamente algumas de suas atividades e as privilegia [...]” (COLI, 1995, p. 8). 
A arte está presente na humanidade desde a pré-história e advém da 
necessidade do homem em representar os seus anseios, registrar momentos, 
expandir sua criatividade e demonstrar suas visões de mundo. Sendo uma das formas 
de representação da cultura, a arte tem a capacidade de evoluir de acordo com 
contextos e estilos, causando diferentes efeitos. 
Ela pode ser dividida em plástica, cênicas e visuais. As artes plásticas estão 
relacionadas a arquitetura, escultura, artesanato e artes gráficas. As artes visuais 
podem ser determinadas pelas representações artísticas as quais usa-se muito a 
imaginação, como por exemplo, a pintura. Já as artes cênicas envolvem o teatro, a 
música e a dança. 
Conforme Aidar (2019), Aristóteles afirmava que a arte poderia ser entendida 
como uma imitação da realidade. “Esse conceito, mais tarde, foi duramente refutado 
por diversas correntes artísticas que compreendiam que a arte não era somente 
baseada na imitação da realidade, e sim, na criação [...]” (AIDAR, 2019, documento 
on-line). Na Idade Média as artes foram divididas em artes manuais, conhecidas 
também como artes mecânicas, e artes liberais, nomeadas também como artes 
intelectuais. Nesse momento valorizava-se mais as artes intelectuais, justamente por 
seu caráter voltado ao intelecto. A arte, assim como a arquitetura, pode ser dividida 
através dediferentes períodos, que produziram formas de arte diversas e voltadas ao 
contexto histórico. 
A arte vai além de ser uma forma de representação e expressão de cada 
indivíduo, ela serve também para comunicar significados, retratar a história, 
manifestar códigos, podendo envolver a todos e permanecendo viva diante do passar 
do tempo. Assim, as formas de arte são elementos que aproximam as pessoas, e 
colaboram para o reconhecimento de semelhanças e diferenças de cada visão, 
 
 
10 
 
perspectiva e senso estético. Segundo Coli (1995), é muito difícil dizer o que é arte e 
o que não é. Atualmente existem diversos pesquisadores e estudiosos que podem 
atestar se uma produção criativa pode ser considerada como arte. 
Ainda, mesmo que uma manifestação criativa não seja efetivamente rotulada 
como “arte”, ela consegue, da mesma forma, expressar as identidades de quem a 
criou, do povo, da origem, da história e das visões de mundo de uma pessoa e seu 
local. É também por meio das expressões artísticas que as pessoas conhecem outras 
realidades, expandem sua consciência e conseguem se inserir em outros contextos, 
compreendendo diferentes culturas e valorizando-as. 
 Por isso que a arte faz parte de qualquer cultura, possuindo uma função muito 
importante dentro de cada região, comunidade ou povo, pois consegue construir e 
apresentar, através de diferentes formas de expressão e visões de mundo, conteúdos 
e história. 
 Diante disso é evidente o quanto a arte e a cultura estão conectadas, pois a 
arte é um dos meios os quais pode-se apreciar, identificar e adquirir conhecimento de 
diferentes locais. Além disso, são os diversos tipos de arte que, juntamente com outros 
elementos, concebem e fazem parte de uma cultura, tornando-se únicas em cada 
local. 
Apesar de a relação entre arte e cultura ser bastante clara, é importante 
perceber que a cultura não é representada somente pelos diversos tipos de arte, mas 
é muito mais complexa que isso, abrangendo também os contextos históricos, os 
hábitos de um povo, as técnicas passadas de geração em geração, as crenças e 
tradições, bem como os valores e símbolos de cada povo. 
 
Arte e cultura nas diferentes expressões arquitetônicas 
 
A arquitetura é considerada uma arte plástica e uma importante manifestação 
de cultura pois é uma cultura tangível, que pode ser facilmente identificada, vivenciada 
e experienciada. A arquitetura, assim como os diversos tipos de arte foi evoluindo ao 
passar dos anos e sendo legado de diferentes momentos, contextos, estilos, 
inspirações e povos. 
 Pode-se dizer que a primeira manifestação arquitetônica relacionada a cultura 
são os monumentos de pedras e as cavernas da pré-história. Esse tipo de arquitetura 
 
 
11 
 
teve poucas contribuições do homem, em virtude da falta de ferramentas e 
conhecimento, mas ainda assim nesses locais de abrigo é possível identificar traços 
da cultura através das pinturas rupestres nas próprias pedras do local, do 
posicionamento de outras pedras que serviam como assento e dos próprios materiais 
que compunham esse espaço, que demonstram a cultura do período através deste 
tipo de pintura, da fabricação de ferramentas e dos hábitos desse povo. 
Com a evolução das sociedades e povos um outro tipo de expressão 
arquitetônica que se destacou nas comunidades de diferentes épocas e ainda se 
destaca é a arquitetura sacra, voltada para construções religiosas, como por exemplo 
templos, igrejas e conventos. Esse tipo de arquitetura, segundo Aidar (2019), foi 
bastante explorada na Idade Antiga, Clássica e Medieval, sendo considerada uma das 
principais formas de expressão durante muitos séculos. Através deste tipo de 
edificação é possível identificar traços da cultura que se relacionam com a arquitetura, 
como por exemplo, a preocupação com a estética e simetria, como no caso dos 
templos gregos. É importante ressaltar que nesse momento evidenciou-se cada vez 
mais o uso de outros elementos de arte, como as pinturas e as esculturas para 
enaltecer e complementar os espaços internos dessa arquitetura, sendo uma forma 
de produzir conhecimento e cultura e passar a enraizar cada vez mais esses tipos de 
manifestações artísticas a fim de ser uma maneira de identificação dos povos. 
 A arquitetura barroca é um dos fortes exemplos de arquitetura sacra e 
manifestação artística voltada a cultura do momento. O surgimento deste estilo 
arquitetônico se deu em virtude do contexto da época, que era de mudanças, 
incertezas e uma aversão ao catolicismo. Diante dessa realidade surgiu o movimento 
barroco. Este estilo iniciou na Europa em um cenário de Reformas Religiosas, que 
ocorreu mais precisamente no final do século XVI, onde a Igreja Católica estava em 
decadência, pois havia perdido seu prestigio e poder. Apesar desta crise, o movimento 
católico ainda tinha bastante influência no cenário econômico, político e religioso da 
Europa. Foi assim que a arte barroca, se distanciou, em partes, da Arte Sacra, criando 
uma arte mais erótica, profana, cotidiana e, portanto, não tanto idealizada. 
Com o passar dos anos e o surgimento da Revolução Industrial, 
aproximadamente a partir do século XVIII, surgiu uma arquitetura mais moderna, que, 
segundo Aidar (2019), em alguns momentos chegava até a ser uma movimento “anti-
arte”. Nesse momento a cultura estava sofrendo fortes mudanças, tanto nos aspectos 
 
 
12 
 
sociais, mas principalmente na economia. As industriais estavam se estabelecendo 
nos centros urbanos, as pessoas do campo estavam vindo morar nas cidades e era 
preciso adequar a arquitetura a uma produção mais industrial, padronizada, com 
menos detalhes, mais pratica e funcional para atender àquele momento de 
transformações. 
 
Fonte: www.megatimes.com.br 
Já a arquitetura da atualidade se diferencia de todas a outras manifestações 
artísticas realizadas até então. O momento arquitetônico atual relaciona-se com a 
cultura e com a arte na medida em que faz transparecer nas edificações o contexto 
as novidades e possibilita a criação dos mais diversos tipos e formas de construções. 
Nossa cultura nos dias atuais é marcada pela diversificação, pela incorporação e 
fusão de culturas, pela transformação e pela aculturação. Esses fenômenos são 
demonstrados pela arquitetura através do uso de materiais diferenciados, as mais 
diversas tecnologias, recursos para otimizar o tempo das obras, elementos para 
facilitar o controle de energia e segurança, dentre outras novidades. Além disso, a 
arquitetura de atualmente é muito adequada a personalidade de cada morador, ou 
seja, o que cada um precisa para atender suas necessidades e facilitar sua rotina. 
A arte contemporânea ou arte pós-moderna surgiu no século XX, embora 
muitos estudiosos preferem indicar sua origem no final do século XIX. A arte 
contemporânea abrange um conceito de arte mais aberto, sendo pautado, portanto, 
 
 
13 
 
na originalidade, experimentações artísticas e técnicas inovadoras. Assim, ela admite 
diversas modalidades e linguagens artísticas bem como a mistura entre elas. Hoje, 
fala-se em arte performática, arte multimídia, arte étnica, dentre outros (AIDAR, 2019, 
documento on-line). 
Diante destas relações entre cultura, arte e arquitetura é possível perceber 
como as edificações estão voltadas para o momento cultural de cada época, sendo 
um reflexo da rotina, dos anseios e das necessidades de cada povo. 
4 ARQUITETURA ASSOCIADA À ARTE E À CULTURA BRASILEIRA 
A arquitetura, considerada uma forma de arte, consegue representar de forma 
clara a cultura e costumes de um povo, e, através de seus elementos, pode causar 
sensações e transmitir significados. O Brasil, assim como os outros países do mundo, 
tem a sua arquitetura associada a cultura. Atualmente, a arquitetura é bastante 
misturada, com elementos de diversas culturas, mas a arquitetura vernacular 
brasileira é um bom exemplo que demonstra a essênciada cultura do nosso país. 
A cultura vernacular brasileira trata-se, principalmente, das construções 
realizadas pelo povo indígena, antes da colonização do Brasil. Hoje, essas edificações 
ainda existem em algumas áreas do país, e fazem parte das culturas regionais e 
locais. Essa arquitetura, conforme destaca Lopes (2012), é rica e cheia de valor, sendo 
parte fundamental do patrimônio do nosso povo, abrangendo diversos aspectos e 
simbologias. A arquitetura vernacular tem esse nome porque trata-se de um estilo 
próprio de cada local ou região, e por isso representa uma identidade cultural tão 
importante. Essa arquitetura é criada pelo povo nativo, sem o uso de tecnologias ou 
qualquer estudo. 
 Pereira (2012), destaca que as edificações indígenas são consideradas um 
dos principais exemplos da arquitetura vernacular do Brasil porque foram uma das 
primeiras expressões arquitetônicas deste território, existentes muito antes da 
chegada dos portugueses. A arquitetura vernacular brasileira é capaz de demonstrar 
materiais, técnicas construtivas e relacionar a construção a outros objetos de arte. 
Primeiramente, esse tipo de arquitetura foi baseada levando em consideração 
o local e que seria inserida, e após isso, construída com os materiais disponíveis nas 
proximidades desse local. No caso das edificações indígenas, elas se conformam 
 
 
14 
 
basicamente de bambu, taquaras, algum outro tipo de madeira ou troncos, cipó para 
amarrações e folhas de palmeira ou palha para cobrimento. 
 
Fonte: professoralucianekawa.blogspot.com 
Os materiais presentes na arquitetura vernacular se relacionam com a arte e a 
cultura pois eram utilizados também na criação de objetos, ferramentas, redes, 
balaios, entre outros. Esses itens representam a cultura brasileira e ainda são 
presentes no artesanato do país. 
 O uso do barro na arquitetura brasileira também é um exemplo de material que 
foi utilizado nas primeiras residências após a colonização dos portugueses e que 
também foi utilizado para a produção de objetos artesanais, como por exemplo os 
vasos e utensílios cerâmicos. 
Além da arquitetura vernacular, existem outros tipos de arquitetura brasileira 
que conseguem evidenciar a cultura do país ou até mesmo de regiões especificas. 
Um destes exemplos são as Igrejas do Estado de Minas Gerais. Em um período 
chamado “século de ouro” a arquitetura se desenvolveu bastante na região e as 
edificações religiosas além de demonstrarem a cultura da religião católica no loca, 
foram construídas baseadas no estilo barroco, ou seja, cheias de entalhes, detalhes 
em dourado, além de esculturas e pinturas no seu interior. 
 
 
15 
 
Assim, essas arquiteturas conseguiram, não só demonstrar através da própria 
edificação a cultura, mas alia-la aos outros tipos de arte, evidenciando cada vez mais 
essa relação. Como produtores desses outros tipos de arte incorporados a edificação 
destacaram-se Aleijadinho e Mestre Ataíde, onde suas obras, consideradas as mais 
belas do país despontaram com maior encanto a partir de 1766. O período barroco 
brasileiro tem, então, em seus santos e suas igrejas a mais significativa manifestação 
de fé e de arte: não só uma fé intimista com que cada pessoa se relacionava com seu 
santo, mas também, como uma expressão ímpar de ver, sentir e vivenciar a arte. 
Através destes exemplos fica evidente o quanto as diversas formas de arte e a 
arquitetura fazem parte e são importantes para as culturas. Além disso, é possível 
perceber a relação e a contribuição entre a arquitetura e a escultura, pintura e 
artesanato. Assim é fundamental compreender que todos os tipos de arte conseguem 
contribuir para as culturas e merecem destaque na sociedade, seja na valorização, no 
mantimento desses elementos sempre vivos, ou apenas na divulgação dos mesmos 
para que mais pessoas possam conhecer e entender mais sobre a cultura brasileira. 
5 A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO 
As expressões artísticas podem melhorar o raciocínio, a memória e a auto 
estima do aluno, além de fortalecer laços entre ele e os demais estudantes. Outro fator 
de relevância da arte é a sua característica de abordar as subjetividades, permitindo 
que os sentimentos, as sensações e as expressões também sejam explorados e 
trabalhados. (Apud VALERIANI 2021) 
Nesse contexto, a arte deve ser entendida como uma prática capaz de 
estimular a criatividade e a capacidade de interpretação dos alunos, visto que 
diferentes abordagens e linguagens podem ser trabalhadas, como o teatro, a 
fotografia, a dança, o cinema, além das artes plásticas. (Apud VALERIANI 2021) 
 
Qual é o papel da arte na educação 
 
O estudo artístico auxilia o aluno a desenvolver e a trabalhar várias 
características, como o foco e a concentração, a disciplina, a imaginação, o senso 
 
 
16 
 
crítico, a criatividade, a resiliência, além de aumentar o repertório cultural e histórico 
do estudante. (Apud VALERIANI 2021) 
Assim, a arte pode ser utilizada nos processos de ensino e aprendizado com o 
intuito de incentivar o aluno a expressar o que ele sente e também o que ele conhece 
sobre determinado assunto. E isso pode ser feito a partir de várias linguagens, como 
a literatura, a pintura, a escultura, a música, a fotografia ou o teatro. (Apud VALERIANI 
2021) 
 
Cinco vantagens de aprender arte na escola: 
 
1. Estímulo da criatividade 
O ser humano tem a capacidade de ser criativo, só que essa característica deve 
ser estimulada e aprimorada. Atualmente, é comum ouvirmos a expressão “pensar 
fora da caixa”, que significa resolver um problema de um modo novo, que não seja 
óbvio. E isso só é possível se a pessoa tiver a imaginação de criar soluções 
alternativas para o que precisa ser resolvido. (Apud VALERIANI 2021) 
Assim, a arte mostra-se relevante nos espaços de ensino, pois por meio dela o 
estudante aprende não apenas os processos criativos, mas a raciocinar de modo 
lúdico e inovador. 
 
 2. Percepção do mundo 
A arte é uma forma de conhecimento, justamente por isso é que ela auxilia na 
construção de uma percepção de mundo. Uma das principais características da arte 
é a sua subjetividade, no entanto, ela pode ser relacionada com outros campos da 
ciência, como geometria e história, com o intuito de alcançar resultados práticos e 
objetivos. (Apud VALERIANI 2021) 
Isso acontece quando, por exemplo, uma criança cria uma história em 
quadrinhos. Nesse caso, ela concilia técnicas de geometria, de desenho, com outras, 
de narração, de roteirização. Ao fazer isso, o estudante aguça a própria capacidade 
de observar e de se expressar, além de aprender a representar o mundo ao seu redor, 
transpondo características dele para o próprio desenho ou narração. (Apud 
VALERIANI 2021) 
 
 
 
17 
 
3. Inteligência emocional 
A criança aprende a expressar o mundo em que vive na mesma medida que 
ela consegue compreendê-lo. E o mesmo acontece com as emoções. Conforme ela 
experimenta e conhece as emoções humanas, a criança desenvolve modos 
elaborados de expressá-las. Por exemplo, quando bebês, a tristeza, a raiva ou a 
frustração podem ser expressados por meio do choro; quando ficamos mais velhos, 
tais sentimentos podem ser manifestados de modos mais elaborados. (Apud 
VALERIANI 2021) 
Desse modo, a arte oferece ferramentas e mecanismos para que a criança 
aprenda, com o tempo, a expressar o que e como está se sentindo. Além disso, a 
linguagem artística possui características próprias que permitem que a criança se 
manifeste de um modo que ela talvez não conseguisse apenas com o uso da 
linguagem falada. (Apud VALERIANI 2021) 
 
4. Desenvolvimento do senso crítico 
As brincadeiras de criança são mais do que diversão, elas são estratégias para 
que algo seja aprendido. Pode ser rabiscar, fazer desenho livre, montar quebra-
cabeça ou criar esculturas, no final, todas elas são atividades relacionadas com o 
desenvolvimento do senso críticodo aluno. (Apud VALERIANI 2021) 
Isso porque tais ações permitem à criança observar e materializar o mundo ao 
redor com as próprias mãos. Nesse contexto, é possível avaliar o esforço que foi 
realizado, o processo artístico que foi aplicado e o resultado obtido. Nesse processo, 
o estudante aprende a assumir um papel ativo e a criar o que for necessário, 
elaborando os próprios conceitos. (Apud VALERIANI 2021) 
 
5. Contextos e associações 
De modo geral, o ser humano aprende por meio de associações, ou seja, 
conectamos temas e acontecimentos para que possamos entendê-los melhor. Por 
isso a arte auxilia o aprendizado nos espaços formais de ensino, pois ela ajuda a 
criança a estabelecer conexões, a vivenciar conceitos e a criar a partir de novos 
aprendizados. (Apud VALERIANI 2021) 
 
 
18 
 
6 COMPREENSÃO DAS ARTES CÊNICAS, PLÁSTICAS, VISUAIS, MUSICAIS E 
DA DANÇA 
A história da arte está relacionada à cultura dos mais variados povos existentes. 
Ela atravessa os tempos, criando e contando o passado e recriando o presente. A arte 
está presente à nossa volta, e, com ela, construímos a história de uma sociedade. 
Cada objeto artístico apresenta uma finalidade. Desde a pré-história, o homem 
sempre criou elementos que o ajudassem a superar suas necessidades e a vencer 
desafios. 
 
Fonte: sites.google.com 
 Existem objetos do homem que representam seus sentimentos, algo que a 
utilidade pública muitas vezes não consegue questionar, somente considerando a sua 
beleza. Esses objetos são conhecidos como obras de arte. Elas fazem parte da cultura 
do povo e são capazes de ilustrar situações sociais ou não. 
A arte pode ser definida como fruto da criação do homem e de seus valores 
junto à sociedade. Dentro dela existem vários procedimentos e técnicas utilizadas 
para compor uma obra. Ela é uma necessidade que faz o homem se comunicar e 
refletir sobre as questões sociais e culturais dentro da sociedade. 
 
 
19 
 
 O campo artístico nos revela os valores, costumes, crenças e modos de agir 
de um povo. Ao detectar um conjunto de evidências perceptíveis na obra, o intérprete 
da arte se esforça na tarefa de relacionar esses vestígios com algum traço do período 
em que foi concebida. A partir dessa ação, a arte passa a ser interpretada com um 
olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que o artista disse com a obra. 
Conhecendo a história da arte, você irá perceber que uma manifestação de 
clara evidência “artística” pode não ser encarada como tal pelo seu autor ou sociedade 
em que surge. Além disso, ao estabelecermos um olhar atento à manifestação 
artística de um único artista, podemos reconhecer que os seus trabalhos não só 
refletem o tempo em que viveu, mas também demonstram a sua relação particular, o 
diálogo singular que estabeleceu com seu tempo. 
De acordo com o crítico de cinema Ricciotto Canudo, existem sete tipos de arte, 
que, no século XX, em 1923, foram regulamentados pelo Manifesto das Sete Artes 
(WIKIPÉDIA, 2017a). O objetivo do crítico era estabelecer uma ordem estética e 
comunicativa paras as principais artes existentes. Elas ficaram relacionadas da 
seguinte forma: 
 1ª Arte – Música (som) 
 2ª Arte – Dança/Coreografia (movimento) 
 3ª Arte – Pintura (cor) 
 4ª Arte – Escultura (volume) 
 5ª Arte – Teatro (representação) 
 6ª Arte – Literatura (palavra) 
 7ª Arte – Cinema 
Anos mais tarde, foram adicionados mais quatro tipos de arte à lista: 
 8ª Arte – Fotografia (imagem) 
 9ª Arte – História em quadrinhos 
 10ª Arte – Jogos de computador e de videogame 
 11ª Arte – Arte digital 
 
Cada uma das artes citadas e formalizadas no manifesto apresentam sua 
história, compreensão e particularidades, portanto é de suma importância que 
tenhamos uma visão de cada uma: 
 
 
 
20 
 
Música 
 
A música existe e sempre existiu como um produto cultural, pois de acordo com 
as pesquisas científicas, desde que os humanos começaram a se organizar em tribos 
primitivas por toda a África, a música tornou-se parte indispensável do cotidiano 
dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido 50.000 anos atrás, quando 
as primeiras demonstrações originaram-se no continente africano se espalhando com 
a raça humana pelo mundo. Conforme os humanos se estenderam pela Terra, a 
música continuou a se expandir ao redor do mundo. A produção ou reprodução da 
música é afetada diretamente pela organização social, cultural e econômica local, e 
também conta com características climáticas e tecnologia envolvendo a linguagem 
musical. 
De acordo com ESCOSTEGUY e CORRÊA (2017) a música possui a 
capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um 
povo ou nação e é uma linguagem local e global. Na pré-história, o ser humano já 
produzia uma forma de música que lhe era essencial, pois sua produção cultural 
constituía de utensílios para serem utilizados no dia a dia. Já na cultura egípcia, por 
volta de 4.000 anos a.C., alcançou-se um nível elevado de expressão musical, pois 
era um território que preservava a agricultura, e esse costume levava às cerimônias 
religiosas, durante as quais as pessoas batiam espécies de discos e paus uns contra 
os outros, utilizavam harpas, percussão, diferentes formas de flautas e também 
cantavam. 
 A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na 
Antiguidade Clássica, e a música renascentista ficou marcada pelo período 
do século XIV, durante o qual os artistas pretendiam compor uma música 
mais universal, buscando se distanciarem das práticas da Igreja. Havia um 
encantamento pela sonoridade polifônica, pela possibilidade de variação 
melódica (ESCOSTEGUY e CORRÊA 2017) 
 Em seguida, surge a Música Clássica, e imediatamente muitas novidades, 
como a orquestra, que toma forma e valorização. As composições para instrumentos, 
pela primeira vez na história da música, passam a ser mais valiosas do que as 
compostas para canto, surgindo a “música para piano”. 
 
 
 
 
 
21 
 
Dança 
 
Sem música, não há dança. Sem movimento corporal, também não. A dança, 
portanto, apenas ocorre quando o corpo executa movimentos a partir de um 
determinado ritmo, e isso acontece desde a Era Paleolítica. 
Nessas eras, a dança estava diretamente relacionada à sobrevivência, pois os 
homens, vivendo em tribos isoladas e alimentando-se de caça, pesca, vegetais e 
frutos colhidos da natureza, criavam rituais em forma de dança que impediriam 
eventos naturais de prejudicar essas atividades. 
 As danças na Índia, por sua vez, têm origem na invocação do Shiva (deus da 
dança). Com suas danças e músicas, os hindus procuravam uma união com a 
natureza. Assim a dança de Shiva tinha por tema a atividade cósmica. Ela exprimia 
os eventos divinos. O ritmo da dança estava associado à criação contínua do mundo, 
à destruição de algumas formas para o nascimento de outras. Os vários estilos de 
dança, sempre relacionados a deuses, tinham o mesmo princípio, o de que “o corpo 
inteiro deve dançar”. É por isso que as danças indianas apresentam movimentos muito 
elaborados de pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés. 
A Idade Média, chamada de “idade das trevas” pelos humanistas do 
Renascimento, foi um período contraditório para a dança. Nessa época, a Igreja se 
tornou autoridade constituída. Manifestações corporais foram proibidas, uma vez que 
a dança foi vinculada ao pecado. Os teatros foram fechados e eram usados apenas 
para manifestações e festas religiosas. A Igreja, porém, não conseguiu interferir nas 
danças populares dos camponeses, que continuaram a fazer suas festas nas épocas 
de semeadura e colheita e no início da primavera. Para não afrontar a Igreja, essas 
danças eram camufladas com a introdução de personagens como anjos e santos. 
Posteriormente, essas manifestações foram incorporadas às festas cristãs, com a 
introdução da dança dentro das igrejas. A partir do Renascimento, houve mudançasmarcantes, como a renovação em muitos âmbitos da vida social e cultural, pois as 
cortes reais também se transformaram. Pela necessidade de ostentar suas riquezas, 
passaram a comemorar, com grandes festas, datas como, nascimento, casamento, 
aniversário etc. A dança se desenvolve particularmente em Florença, na Itália, no 
palácio da família Médici, onde, nas festas, eram apresentados espetáculos 
chamados de trionfi (triunfos), que simbolizavam riqueza e poder. Cabe ressaltar que, 
 
 
22 
 
em 1500, no carnaval de Veneza, foi encenado um dos triunfos mais suntuosos, no 
qual os dançarinos usavam máscaras bordadas com fios de ouro e pedras preciosas, 
leques de plumas e mantos de seda adamascada. Em 1581, o primeiro “balé da corte”, 
intitulado Le Ballet Comique de La Reine (O Balé Cômico da Rainha – neste caso, o 
termo “cômico” deve ser entendido no sentido de “dramaturgia de uma comédia”), foi 
um grande espetáculo que durou seis horas, com participação de carros alegóricos e 
efeitos cênicos. 
 
Fonte: www.paixaopeladanca.com.br 
No século XVII, o balé é a modalidade que surgiu e marcou época, pois foi 
nesse século que Luís XIV criou uma companhia de dança, com vinte bailarinos, para 
a famosa Ópera de Paris. Os vestidos, compridos e pesados, impediam o virtuosismo 
de movimentos verticais. O sonho de voar de Ícaro, Leonardo da Vinci e Santos 
Dumont também são o sonho dos bailarinos dessa época. Os temas para o balé 
começam a exigir a ilusão do voo e, para isso, os cenógrafos utilizaram alavancas e 
roldanas para erguer os bailarinos. 
No século XIX, o balé criava um mundo de ilusão, esboçando o ideal das 
concepções românticas. A fada, a feiticeira, o vampiro e outros seres imaginários eram 
seus personagens. No século XX, anuncia-se como o tempo do progresso, das 
descobertas científicas, da rapidez, de expansão de fronteiras, da modernidade. 
 
 
23 
 
Grandes transformações nas tradições e valores adotados até então marcam esse 
momento de início da era industrial. Nasce uma nova sociedade com outros anseios 
e necessidades. 
Na fase modernista da história da dança, o que vai separar o clássico do 
moderno não é simplesmente a técnica, mas, também, o pensamento que norteou 
sua elaboração. Nos Estados Unidos e na Europa, apareceram novos modos de 
dançar bastante diferentes da tradição clássica em relação aos espaços utilizados, à 
concepção de dança e aos movimentos do corpo. 
 No momento de transição para a era contemporânea, nas décadas de 1940 e 
1950, alguns coreógrafos passam a questionar os modos de se construir a dança, 
criando uma verdadeira revolução na modernidade. Na fronteira entre a dança 
moderna e a contemporânea, está o coreógrafo e bailarino Merce Cunningham. Os 
pioneiros da dança moderna se dedicaram à construção das fundações de uma nova 
dança. Cunningham, chamado pelos críticos de precursor da dança contemporânea, 
posiciona-se contra a permanência de modelos acadêmicos na dança moderna. 
Cunningham buscou novas fórmulas e, com seus parceiros – o compositor John 
Cage, uma das mais interessantes figuras do mundo da música contemporânea, e o 
artista plástico Robert Rauchenberg, um dos expoentes da pop art –, constrói uma 
nova estética para a dança, lançando os princípios da dança contemporânea. A dança 
contemporânea não impõe modelos rígidos; os corpos dos artistas não têm um padrão 
preestabelecido, bem com os tipos físicos. São gordos, magros, altos, baixos e de 
diferentes etnias. A maioria desses trabalhos incorpora novos movimentos e não mais 
os movimentos convencionais do balé ou das técnicas de dança moderna. 
 
Pintura 
 
A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história. Ainda que durante 
o período grego clássico ela não tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, a 
pintura foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, do 
Renascimento até o século XX. 
A pintura surgiu na pré-história quando os homens das cavernas faziam as 
pinturas rupestres. Arte rupestre, pintura rupestre ou, ainda, gravura rupestre são os 
nomes dados às mais antigas representações pictóricas conhecidas – com as mais 
 
 
24 
 
antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) –, gravadas em abrigos 
ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos ou também em superfícies rochosas 
ao ar livre, mas em lugares protegidos. 
No entanto, é a partir do século XIX, com o crescimento da técnica de 
reprodução de imagens, graças à Revolução Industrial, que a pintura de cavalete 
perde o espaço que tinha no mercado. Até então, a gravura era a única forma de 
reprodução de imagens, trabalho muitas vezes realizado por pintores. Com o 
surgimento da fotografia, porém, a função principal da pintura de cavalete, a 
representação de imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa maneira, 
a crise da imagem única e o apogeu de reprodução em massa. 
 Durante o século XX, a pintura de cavalete se mantém pela difusão das 
galerias de arte, mas a técnica da pintura continua a ser valorizada por vários tipos de 
designers, especialmente na publicidade. 
 Devido ao fato de grandes obras de arte – tais como a Mona Lisa e A Última 
Ceia – do renascentista Leonardo Da Vinci serem pinturas a óleo, a técnica é 
historicamente considerada uma das mais tradicionais das artes plásticas. 
 
Escultura 
 
Na pré-história, a escultura foi associada à magia e à religião. No período 
paleolítico, o objetivo era moldar animais e figuras humanas, geralmente femininas. A 
escultura, como é conhecida atualmente, surgiu no Oriente Médio, e foi uma das 
últimas artes a serem desenvolvidas durante a Idade Média – talvez pelo apelo 
sensual. 
A Grécia Clássica é o berço ocidental da arte de esculpir, desde os seus 
primeiros artefatos em mármore ou bronze a partir do século 10 a.C. até o apogeu da 
era de Péricles, com as esculturas da Acrópole de Atenas. Posteriormente, os 
romanos aderiram à cultura clássica e continuaram a produzir esculturas até o fim do 
império, difundindo o trabalho em mármore por todo o império. As esculturas gregas 
se inspiraram na arte egípcia até criar exclusivamente a sua própria arte, a qual foi 
bastante copiada – especialmente pelos romanos. A escultura romana herdou da 
escultura grega a sua perfeição, mas assumiu um caráter mais realista – em vez de 
 
 
25 
 
idealista – das formas, além de ter contribuído com obras originais – consideradas as 
mais belas da Antiguidade. 
Foi no Renascimento que a escultura se destacou, com a famosa estátua de 
Davi, de Michelangelo. Donatello e Verocchio foram outros mestres importantes do 
período. Entre os séculos XIX e XX, destacam-se os artistas Constantin Brancuse e 
August Rodin, dois mestres da escultura que influenciaram vários outros artistas. 
 No Brasil, o primeiro escultor brasileiro de que se tem notícia, porém, é Frei 
Agostinho de Jesus, o qual se acredita ser o autor da imagem de Nossa Senhora da 
Aparecida que foi encontrada por pescadores e fez surgir a devoção à então padroeira 
do Brasil. 
A partir do início do século XX, a escultura passou a se ajustar às propostas 
das vanguardas artísticas que emergiram na Europa, como o cubismo, o dadaísmo, o 
abstracionismo e o construtivismo. Além de Picasso, outros escultores, como 
Constantin Brancusi e Henry Moore, tornaram-se célebres dentro das vanguardas 
modernistas, que, até hoje, seguem influenciando a produção contemporânea de 
esculturas. 
 
Teatro 
 
O teatro teve sua origem no século VI a.C., na Grécia, surgindo das festas 
dionisíacas realizadas em homenagem ao deus Dionísio, deus do vinho, do teatro e 
da fertilidade. Essas festas – que eram rituais sagrados, procissões e recitais que 
duravam dias seguidos – aconteciam uma vez por ano na primavera, períodos em que 
se fazia a colheita do vinho naquela região. 
 O teatro grego que hoje conhecemos surgiu, segundo historiadores, de umacontecimento surpresa: quando um participante desse ritual sagrado resolveu vestir 
uma máscara humana, ornada com cachos de uvas, subiu em seu tablado em praça 
pública e disse: “Eu sou Dionísio!”. Todos ficam espantados com a coragem desse ser 
humano de se colocar no lugar de um deus, ou melhor, fingir ser um deus. Esse 
acontecimento é o marco inicial da ação dramática. 
 Com o passar do tempo, as celebrações ao deus Dionísio ficaram cada vez 
mais elaboradas. Dessa forma, durante tais celebrações os gregos começaram a 
representar cenas da vida da própria divindade. Nessa época, todos os papéis eram 
 
 
26 
 
interpretados por homens, já que não era permitida a participação de mulheres nas 
representações. 
Paralelos a esse acontecimento sociocultural, vão surgindo os prédios teatrais 
gregos – bem como as arquibancadas, que eram feitas de pedra –, e sua utilização 
pelos cidadãos gregos era democrática; todos podiam assistir com a mesma 
qualidade de visão as tragédias, comédias e sátiras. 
 
Fonte: falauniversidades.com.br 
 Poucas manifestações teatrais parecem ter resistido nessa época. Apenas 
alguns artistas percorriam as cortes de reis e nobres, como malabaristas, trovadores 
(poetas que cantavam poemas ao som de instrumentos musicais), imitadores e jograis 
(intérpretes de poemas ou canções românticas, dramáticas ou sobre feitos heroicos). 
Na China antiga, o budismo usava o teatro como forma de expressão religiosa. 
No Egito, um grande espetáculo popular contava a história da ressurreição de Osíris 
e da morte de Hórus. Na Índia, acredita-se que o teatro tenha surgido com Brama. 
No Brasil, o teatro foi obra dos jesuítas, empenhados em catequizar os índios 
para o catolicismo e coibir os hábitos condenáveis dos colonizadores portugueses. O 
padre José de Anchieta (1534–1597), em quase uma dezena de autos inspirados na 
dramaturgia religiosa medieval e, sobretudo, em Gil Vicente, notabilizou-se nessa 
tarefa, de preocupação mais religiosa do que artística. 
 
 
27 
 
 Já os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e 
artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-
se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento, o “naturalismo” cênico 
dominava as convenções teatrais, e, em seguida, no início do século XX, novos 
movimentos e experimentações artísticas começaram a surgir em oposição às regras 
dominantes. 
 Na era pós-moderna, uma dramaturgia que se assume fora do textocentrismo 
nasce com as experiências de criação coletiva privilegiada por inúmeras equipes 
artísticas. Macunaíma, espetáculo de Antunes Filho de 1978, pode ser considerado o 
marco instaurador da pós-modernidade no Brasil. Associando códigos da 
intertextualidade, da paródia, da ironia, do humor, ele soube preencher o palco nu com 
signos impactantes e oferecer uma nova face ao homem brasileiro, assim como a 
instaurar um renovado padrão de teatralidade. 
 
Literatura 
Na origem, a literatura de todos os povos foi oral. Apesar de se originar 
etimologicamente da palavra “letra” (do latim, littera), a literatura surgiu nos primórdios 
da humanidade, quando o homem ainda desconhecia a escrita e vivia em tribos 
nômades, à mercê das forças naturais que ele tentava entender pelos primeiros cultos 
religiosos. Lendas e canções eram transmitidas de forma oral por gerações. Com o 
advento da escrita, as paredes das cavernas começaram a receber pinturas e 
desenhos simbólicos que passaram a registrar a tradição oral. Mais tarde, surgiriam 
novas formas para armazenar essas informações, como as tabuletas, óstracos, 
papiros e pergaminhos. Dessa maneira, as primeiras obras literárias conhecidas são 
registros escritos de composições oriundas de remota tradição oral. 
Certos tempos primários podem ser considerados os primeiros passos da 
literatura. Exemplos muitos antigos são o Poema de Gilgamesh, em sua versão de 
aproximadamente 2000 a.C., e o Livro dos Mortos, escrito em Papiro de Ani em 
aproximadamente 1250 a.C. 
 O Egito, que detinha a intuição mística de um mundo sobrenatural, atiçou a 
imaginação dos gregos e dos romanos. Da cultura hebraica, a principal herança 
literária para o Ocidente veio de seus primeiros manuscritos, como o Antigo 
Testamento da Bíblia. 
 
 
28 
 
 Muitos textos se expandiram por forma oral durante vários e vários séculos 
antes que fossem escritos, e esses são difíceis de datar. 
A chamada literatura clássica, que engloba toda a produção greco-romana 
entre os séculos V a.C. e V d.C., influenciou toda a literatura do Ocidente. Todos os 
gêneros importantes de literatura – épica, lírica, tragédia, comédia, sátira, história, 
biografia e prosa narrativa – foram criados pelos gregos e pelos romanos, e as 
evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias. 
As primeiras manifestações da literatura brasileira foram fortemente marcadas 
pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou eram 
portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária em Portugal. 
Com o passar do tempo, surge a literatura moderna, que foi um movimento da 
literatura brasileira que surgiu em 1920 e se estendeu até meados de 1978. Dividido 
em três fases principais, a literatura moderna reúne características inconfundíveis, 
como a liberdade de expressão, contextualização e inclusão do cotidiano, linguagem 
coloquial e novas técnicas de escrita. Nesse novo estilo moderno, todas as normas e 
parâmetros da criação artística foram rompidos. Os autores do modernismo passam 
a valorizar o retrato da vida cotidiana. A vida burguesa sai do cenário artístico. 
Quanto à escrita, os versos aparecem livres, sem as formas fixas de sonetos e 
versos. As frases curtas são mais valorizadas. A fragmentação do texto e recortes 
também ganham espaço na literatura moderna. Muitos autores utilizam várias vozes 
narrativas nos seus textos. Os sinais de pontuação desaparecem. 
 O pós-modernismo na literatura brasileira consiste num período em que os 
autores apresentam um amadurecimento, tanto na poesia quanto na prosa. O pós-
modernismo atuou como uma intensificação dos traços da modernidade. 
 
Cinema 
 
Segundo ESCOSTEGUY e CORRÊA (2017): 
 a origem do cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século 
XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens em movimento”. Um dos 
fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a 
capacidade de captação (ou captura) da “imagem em movimento”, isto é, da 
apreensão de imagens dinâmicas da realidade. Essa capacidade de captação 
foi tornada possível a partir de 1889, com a criação do cinetoscópio – por 
William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. 
 
 
29 
 
 Os modelos que sucederam esse invento na década seguinte ajudaram para 
o desenvolvimento do cinema assim como compreendemos hoje, isto é, a arte 
cinematográfica. 
O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que não projetava as imagens 
em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar, durante um tempo-limite 
de 15 minutos, as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício 
em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada 
pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Edison não chegou a patentear o 
invento, o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, 
aperfeiçoarem o modelo (ESCOSTEGUY; CORRÊA, 2017). 
Conforme ESCOSTEGUY e CORRÊA (2017) no ano de 1892, o francês Léon 
Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio, desenvolver o cinematógrafo, um modelo 
que conseguia gravar e projetar a luz das imagens em movimento em tela, em quadros 
por segundo. Porém, Bouly não possuía dinheiro para registrar a patente do invento. 
O cinematógrafo acabou sendo patenteado pelos irmãos Lumière, que passaram, a 
partir de 1895, a fazer várias produções cinematográficas de pequenacapacidade e 
a exibi-las em sessões especiais para isso. 
 A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière ocorreu em 22 
de março de 1895. O filme era intitulado “La Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (A 
Saída da Fábrica Lumière em Lyon) e registrava a saída dos funcionários do interior 
da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França. Foi ainda com os irmãos Lumière 
que começaram as primeiras “direções cênicas” para o cinema. O cinematógrafo logo 
passou a registrar não apenas cenas do cotidiano, mas também cenas dramáticas, 
elaboradas com certo nível de teatralidade ESCOSTEGUY e CORRÊA (2017). 
 Entretanto, seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema 
afirmar-se-ia como arte. Isso ocorreu sobretudo pela ação de artistas 
interessados em teatro, mágicos (e ilusionistas) e todo tipo possível de efeito 
cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, 
que dirigiu Viagem à Lua, em 1902, conseguindo, com esse filme, efeitos 
visuais verdadeiramente impressionantes para a época (ESCOSTEGUY; 
CORRÊA, 2017). 
 Os primeiros filmes gravados em terras brasileiras foram desenvolvidos no fim 
do século XIX, quando o Brasil ainda enfrentava problemas sérios em relação à 
energia elétrica, o que dificultava muito a produção dos filmes no país. Os filmes de 
ficção só começaram a surgir no Brasil no início do século XX. A partir de 1905, houve 
 
 
30 
 
o que ficou conhecido como a “Belle Epoque” (Bela Época) do cinema nacional, 
marcado pelas produções inspiradas na ópera e no que se chamou de “cinema 
cantado”. Em 1930, foi edificado o primeiro estúdio de cinema do Brasil: a Cinédia, 
que produziu sátiras dos filmes de Hollywood, chanchadas e os primeiros filmes 
carnavalescos, que dominaram a produção cinematográfica nacional até a década de 
1950. 
 
Fonte: jornalgazetadooeste.com.br 
De qualquer forma, o que se vê hoje no cinema é um movimento no sentido de 
romper com o dispositivo que imperou ditatorialmente por mais de cem anos e buscar 
inspiração para mudanças no campo das artes visuais. Por outro lado, 
contraditoriamente, percebemos, no campo das artes visuais, um movimento inverso, 
no sentido de buscar formas e conteúdos do cinema, como a narração e o 
documentário, a projeção em sala escura, e assim por diante. Se o cinema e a arte 
contemporânea puderem se encontrar em algum lugar no meio do caminho para trocar 
experiências, talvez esse encontro seja produtivo para os dois no sentido de superar 
os atuais impasses. 
 
 
31 
 
7 COMPREENDENDO AS ARTES CÊNICAS MUSICAIS E DA DANÇA NA 
CONTEMPORANEIDADE 
Barbosa (1978) defende que os novos métodos de ensino de Arte não são 
resultantes simplesmente da junção da Arte e da educação, muito menos da oposição 
entre elas, mas da sua interpenetração. 
 O professor é o instrumento principal para as transformações no ensino de arte 
– ele é o diferencial, o colaborador para a eficácia do bom aproveitamento dos 
conteúdos. Segundo Barbosa (1978, p. 50), “[...] sua tarefa é oferecer a comida que 
alimenta o aprendiz e também organizar pistas, trilhas instigantes para descobertas 
de conhecimentos, pelos alunos e visitantes, alimentando-se também [...]”. Como tal, 
é necessário que ele entenda a importância do seu posicionamento e compromisso 
diante da questão, buscando, em parceria com as instituições de educação, possíveis 
soluções para a melhoria da qualidade do ensino. 
São necessários conteúdos que favoreçam a compreensão da arte como 
cultura, do artista como ser social e dos alunos como produtores e apreciadores. 
Pensando nisso, o foco atual são conteúdos que valorizem as manifestações artísticas 
de povos e culturas de diferentes épocas e locais, incluindo a contemporaneidade e a 
arte brasileira e conteúdos que possam ser realizados com grau crescente de 
elaboração e aprofundamento. 
Podemos compreender as artes cênicas, musicais e da dança como 
relacionadas entre si, pois, na dramaturgia, é possível ver a dança e a música, em um 
espetáculo só, articuladas para uma aparição artística de muita qualidade e riqueza. 
Sendo o corpo o eixo de toda e qualquer produção criativa na dança, a 
materialidade dos processos se organiza de modo subjetivo a partir das 
características próprias de cada indivíduo. Isso produz abordagens muito 
diferenciadas de acordo com cada visão de mundo que se instaura 
dramaturgicamente. Nesse sentido, destacam-se as palavras de Hércules (2010, p. 
199), quando ela aborda que: 
Em primeira instância, dramaturgia será entendida como composição de 
ações. Considerando-se que o ambiente onde estas ações se configuram é 
o da dança, torna-se imperativo o reconhecimento dos distintos modos como 
as instruções que constituem o movimento são, singularmente, 
implementadas por cada corpo. Assim sendo, a denominação dramaturgia da 
 
 
32 
 
dança torna-se imprecisa, necessitando ser substituída por dramaturgia do 
corpo que dança. 
Portanto, no interior das escolas, faz-se necessário outra compreensão em 
relação a esses segmentos artísticos, podendo, em muitos momentos, serem 
trabalhados de forma conjunta. 
 É preciso que, no ensino de dança como atuação pedagógica, tirem-se as 
sapatilhas para poder ver melhor os pés dos alunos, e que se flexibilizem os espaços 
para a atuação da dança. O primordial é reconhecer a expressão corporal de cada 
um, e o papel do educador é revelar a dança que se encontra em cada aluno como 
resultado de uma didática inovadora (MILLER, 2007). 
A história da dança na contemporaneidade parece aflorar e apontar percursos 
artísticos e didáticos transgressores que fissuraram uma época – como Judith Dunn, 
que estimulava a produção de “espaços do nada”, em que o vazio pudesse ocorrer, 
proporcionando liberdade e empoderamento aos indivíduos. Ainda se faz urgente que 
esses tipos de pensamento/prática sejam inseridos de modo mais contundente nos 
processos formativos em dança na contemporaneidade. 
O teatro, por sua vez, é uma forma de manifestação artística no qual uma 
história real ou não é interpretada por meio de cenários, figurinos e representações 
de atores em um palco para uma plateia. 
 Reportando-nos ao cenário escolar, indagamos: como o teatro é concebido na 
escola atualmente? O que é possível visualizar? Dramatizações almejam ilustrar 
conteúdos? Uma brincadeira para tornar a aula mais agradável? Concomitantemente, 
são essas ideias que povoam o imaginário popular. Em outras palavras, é esse o 
estereótipo de teatro na escola que a sociedade tem em mente e vem divulgando. 
Sobretudo, o teatro “[..] na educação ainda é um espaço a ser conquistado [...]”, 
conforme ressalta Cunha (2009, p. 293). Reforçando essa opinião, ele relata: 
Apesar de existirem educadores que acreditam na força que a arte de 
encenar tem para promover a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, 
ainda há um grande número de escolas que não aceitam e não valorizam a 
atividade teatral no processo educativo. Isso pode se dar devido à enorme 
carga transdisciplinar que permeia o teatro, o qual gera algo novo, causando, 
assim, o risco da descoberta (CUNHA, 2009, p. 293). 
Assim, a necessidade de o teatro existir dentro da escola, abrindo um espaço 
que permita reconhecermos o seu ensino como um fim em si mesmo, e não de por 
ser instrumento para fins de outra natureza, é bastante necessário. Os olhos dos 
 
 
33 
 
profissionais vinculados à escola devem estar focados nesse entendimento de 
práticas teatrais que estimulam e desenvolvem o caráter de produção coletiva dessa 
atividade artística na escola, que podem estimular o treinamento técnico e 
individualista das pessoas que a praticam. Para tanto, faz-se necessário que os 
professores ministrantes das aulas de teatro tenham amplo conhecimento e domínio 
das teorias e metodologias teatrais e sejam comprometidos com seu trabalho. Em 
outras palavras, o professor de teatro na escola, além de possuirconhecimento 
teatral, deve estar em permanente contato com as principais abordagens sobre o 
ensino do teatro para que essa prática pedagógica tenha objetivos claros e 
consistentes de aprendizagem. 
Em relação às artes musicais, a educação musical tem sido colocada como 
algo facultativo na escola. Há uma total desconsideração com o poder que a música 
exerce sobre as pessoas, bem como a influência que exerce sobre o desenvolvimento 
cultural e cognitivo das crianças e das pessoas em geral. Não há estudos que 
vinculem a situação de subdesenvolvimento de algumas áreas do país à baixa 
valoração dada à música brasileira, apontada como um dos fatores que mais contribui 
para a baixa estima que o Brasil possui em relação a si mesmo. 
Um princípio bastante enfatizado no cenário da educação atual e, 
consequentemente, no campo da educação musical contemporânea é a ideia de 
valorizar o contexto cultural do estudante, compreendendo, reconhecendo e utilizando 
o seu discurso musical como base para o processo de ensino e aprendizagem da 
música. 
 A mudança de mentalidade é um fator fundamental para que se avance em 
termos da música na escola, principalmente levando-se em consideração a qualidade 
desse ensino de música que se espera na educação básica para todos os estudantes. 
Essa mudança de mentalidade depende de argumentações e de orientações claras 
sobre como fazer essa inclusão da música, como respeitar o ensino da arte como um 
todo na escola, como elaborar editais que garantam a especificidade de cada 
linguagem artística, e assim por diante. O Conselho Nacional de Educação está 
atuando diretamente nessas questões referentes à implementação da Lei nº 
11769/2008, realizando audiências públicas nas diferentes regiões brasileiras com o 
objetivo de ouvir administradores, professores, profissionais da educação em geral e 
 
 
34 
 
estudantes de licenciatura sobre os desafios e as ações necessárias para que a 
música passe a fazer parte do currículo. 
O importante é que existe a intenção de conhecer melhor a situação da música 
na escola e encontrar soluções para os desafios vinculados a essa inclusão da música 
no currículo escolar. As mudanças desejadas acontecerão a partir das ações que 
envolvem as universidades formadoras; os profissionais da educação atuantes nas 
escolas brasileiras; os administradores escolares responsáveis pela reorganização 
curricular e pela contratação de profissionais para a escola; e a sociedade como um 
todo, que precisa também conhecer e opinar sobre as possíveis decisões curriculares. 
8 COMPREENDENDO AS ARTES PLÁSTICAS, VISUAIS E LITERÁRIAS NA 
CONTEMPORANEIDADE 
A relevância de se abordar a arte contemporânea na escola está na diversidade 
de experiências que ela apresenta, na relação com outras áreas, na proximidade da 
arte com a vida e sua constante mutabilidade, o que a torna um importante veículo 
para a produção de sentidos, dentre outros aspectos. Portanto, é possível trabalhar 
em consonância as artes plásticas, visuais e literárias por apresentarem tantas 
diferenças, mas, ao mesmo tempo, muitas afinidades. Afirma-se que as três trabalham 
com o visual, o concreto e a criatividade. 
 Quando se pensa em artes visuais, logo vem à mente desenhos, pinturas, 
esculturas, tinta, entre outros milhares de recursos capazes de representar o mundo 
real ou o imaginário. No entanto, elas estão além do papel. O campo de atuação nas 
artes visuais é amplo. O teatro, o cinema, a música, a fotografia, a moda ou a 
arquitetura, por exemplo, também as representam. 
A arte é o registro mais fiel da história da humanidade. É o retrato da 
contemporaneidade de cada época. Os conteúdos, por exemplo, estão conectados à 
literatura, geografia, física, química, música, teatro, etc. Fazendo essas conexões, 
essas “teias”, tornam-se evidentes outros olhares e percepções estéticas 
diferenciadas. 
 A visualidade também tem impacto sobre a aprendizagem. A capacidade das 
crianças de sentir uma imagem está se tornando cada dia mais presente e influente. 
Não se pode mais dizer que a escola é o único lugar onde os alunos apreendem. 
 
 
35 
 
Portanto, o educador deve ensinar os conhecimentos artísticos culturais do passado 
associado aos dias atuais. 
 
Fonte: todamateria.com.br 
Atualmente se vive em um aparente estado de submersão no universo virtual, 
definido por um espaço multiplicado exponencialmente pela imagem, e que redefine, 
reiteradamente, a nossa relação com o mundo. Ao se estar submerso no virtual, sofre-
se uma espécie de escaneamento constante, como uma invasão desejada/não 
desejada, interna/externa, sendo que o mapa resultante desse esquadrinhamento 
interfere em todos os lugares, atuando diretamente nas escolhas que se faz e, 
consequentemente, nas ações de todos. 
 As artes plásticas, por sua vez, referem-se a expressões artísticas que utilizam 
técnicas de produção que manipulam materiais para construir formas e imagens que 
revelem uma nova concepção estética e a visão poética do artista plástico. 
No interior das escolas, esse tipo de arte adota várias linguagens artísticas 
contemporâneas para expressar emoções e valores estéticos. A multiplicidade como 
expressão do modo de conhecimento do homem contemporâneo condiz com as 
proposições artísticas atuais, com a educação em arte e com as tecnologias do século 
XXI. 
 
 
36 
 
Portanto, questionar, desacomodar, problematizar, instigar, estender caminhos 
à reflexão... O ensino de Arte na contemporaneidade deve estar norteado nessas 
ações. A Arte também proporciona conhecimento e também nos leva à transformação, 
seja ela arte visual ou plástica. 
A literatura, como a arte visual e a plástica, prescinde de significação; não pode 
ser contida, pois alcança o inatingível, o imensurável. A literatura é a arte da palavra 
e faz da palavra o seu principal objeto, concedendo-lhe outras possibilidades, 
retirando-a do seu lugar habitual e transpondo-a para um universo onde apenas 
homens e mulheres dotados de subjetividade podem percebê-la. 
A arte, em geral, e a literatura, em particular, são atividades cujas grandezas 
residem nessa sublime “inutilidade”. A literatura é fruição, é mergulhar no prazer que 
a leitura pode oferecer. O prazer estético que a literatura proporciona nos torna mais 
atentos àquilo que é impalpável, torna-nos sensíveis às dores do mundo. 
“A literatura existe porque a vida não basta” – foi assim que o mestre Fernando 
Pessoa definiu a literatura. O que seria da vida se não houvesse os momentos de fuga 
que nos permitem abstrair e, assim, amenizar o dia a dia e suas inúmeras obrigações 
que preenchem de vazio nossos dias. Se, para Pessoa, escrever é esquecer, para o 
leitor, ler é esquecer, é permitir-se entrar em sintonia com a palavra, com o estado de 
fruição que só a arte nos permite experimentar. A vida não basta; para isso, existe a 
literatura, para preencher os vazios que a realidade não consegue perceber. 
Ler, assim sendo, não é uma atitude passiva; não se reduz a uma simples 
decodificação de sinais gráficos, mas pressupõe uma atividade de reconstrução de 
sentidos. Ela não é um ato solitário porque envolve o diálogo com o interlocutor, que 
pode ser com diversos escritores. No momento em que fazemos o cruzamento de um 
texto com outro, que introduzimos questões, os interlocutores se ampliam. Nesse 
sentido, a leitura é sempre escritura; são processos geminados. O texto literário 
apresenta sempre dupla escritura–leitura; ele é uma rede de conexões atravessada 
por várias formações discursivas. Leitura e escrita são processos que se completam 
e complementam. 
 É por meio da literatura que os alunos desenvolvem a imaginação, o hábito de 
leitura, o pensamento crítico e suas emoções. E, mesmo sabendo que o ensino de 
literatura não está tão presente nas escolas como deveria, deve ser tomando cuidado 
para não tornar monótona essa disciplina tão importante.37 
 
A arte literária é de fundamental importância para o desenvolvimento das 
pessoas – para nossa formação social –, contemplando os mais variados aspectos 
que vão desde a linguagem, passando pela sensibilidade, emoção até a criticidade e 
exercício de reflexão que são fundamentais para as diferentes aprendizagens. Pelas 
leituras, nos apropriamos de um vasto conhecimento sobre diferentes lugares e 
descobrimos um novo mundo de culturas e saberes, muitas vezes sem fisicamente 
sairmos do lugar. 
 Ler é um processo contínuo, pois envolve uma compreensão que não se 
esgota na decodificação da palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga na 
inteligência do mundo. Para Orlandi (2003), a produção do sentido está no modo como 
a leitura se relaciona entre o dito e o compreendido. O ato de ler implica, segundo 
Freire (1989), na percepção crítica, na interpretação, na reescrita e na reelaboração 
do que lemos. 
9 ARTE CONTEMPORÂNEA 
A arte contemporânea se caracteriza por uma pluralidade de estilos que vêm 
sendo produzidos desde o final da Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje. 
Rompendo com os conceitos preestabelecidos de arte, ela reinventa e inova as formas 
de expressão. Assim, dá liberdade total aos artistas, que exploram as potencialidades 
de discussão e reflexão da realidade por meio da arte. 
 
Formação da arte contemporânea 
 
A arte contemporânea contempla a produção artística produzida no mundo a 
partir da segunda metade do século XX até os dias de hoje. Caracterizada por uma 
grande diversidade de linguagens, a arte contemporânea amplia o conceito de arte, 
proporcionando ao artista liberdade total para criar e se expressar de toda forma e 
com todo tipo de material. 
 A Segunda Guerra Mundial trouxe grandes transformações para o mundo. A 
partir dela, ocorreram a expansão do capitalismo, o desenvolvimento da globalização, 
o surgimento de uma sociedade de consumo, o desenvolvimento tecnológico e a 
disseminação dos meios de comunicação de massa (rádio, televisão, cinema, etc.). 
 
 
38 
 
Esse período também consolidou a hegemonia econômica e cultural dos Estados 
Unidos, transferindo o eixo das artes de Paris para Nova Iorque, com o 
expressionismo abstrato do artista Jackson Pollock (ARGAN, 1992). 
A arte contemporânea reúne um grande número de estilos vinculados a formas 
inovadoras de expressão. A arte se aproxima da realidade e provoca discussões e 
reflexões sobre a sociedade e sobre si mesma. Além disso, hoje se propõe o 
rompimento com as ideias tradicionais de arte (pintura e escultura). Isso resulta numa 
expressão em que o que importa é a ideia e o processo artístico, não o objeto ou a 
imagem final. A relação do espectador com a obra também se altera. O mero 
observador se torna participante ativo da obra. É o que ocorre, por exemplo, em 
instalações e performances, que passam a fazer parte da linguagem da arte 
contemporânea (BARROSO, 2018). 
 Você pode considerar as seguintes vertentes da arte contemporânea: 
expressionismo abstrato, pop arte, minimalismo, action painting, arte cinética, arte 
conceitual, arte povera, body ar hiper-realismo, land art, neoconcretismo, op art, street 
art, entre outros. 
 O expressionismo abstrato de Jackson Pollock introduziu uma nova técnica na 
pintura, a drip painting (pintura de gotejamento). O artista derrama e respinga a tinta 
sobre a tela, que fica na horizontal. Pollock ainda foi pioneiro em criar com a action 
painting (ou pintura de ação), em que o gestual da técnica da pintura passa a fazer 
parte da própria obra. 
Uma grande influência da arte contemporânea são os movimentos de 
vanguarda da Europa da primeira metade do século XX. Eles romperam com a 
estética clássica das artes. Nesse contexto, se destaca principalmente o movimento 
dadaísta, que iniciou a discussão sobre o conceito e a função da arte. Marcel 
Duchamp revolucionou o conceito de arte ao utilizar objetos ready-made, como o 
mictório de sua obra A fonte, de 1917. 
Em meio às discussões sobre o papel da arte, a pop art surge como um dos 
primeiros movimentos que rompem com os conceitos estabelecidos. Artistas como 
Andy Warhol utilizam objetos e linguagens típicos das propagandas de massa de 
produtos de consumo e os transformam em arte. 
A arte contemporânea explora as mais variadas formas de expressão. Ela 
expandiu o campo da arte para além da pintura e da escultura. Assim, surgiram, por 
 
 
39 
 
exemplo: instalações, videoarte, videoinstalação, assemblage (colagens com objetos 
em três dimensões), performance, body art (arte no corpo), arte digital, entre outros. 
 
Fonte: postal.pt 
10 PRINCIPAIS VERTENTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA 
A arte contemporânea tem como característica a pluralidade de estilos e formas 
de expressão. A seguir, você vai ver algumas das principais vertentes da arte 
contemporânea e as suas características centrais. 
 
Minimalismo 
 
O minimalismo surgiu na década de 1960, em Nova Iorque, em contraposição 
ao expressionismo abstrato de Pollock. Ele se caracteriza pelo uso da instalação como 
forma de expressão. Ou seja, o espaço e o entorno passam a fazer parte do conceito 
da obra. Além disso, o minimalismo organiza formas geométricas simples e puras em 
sequências que compõem e transformam o espaço. Entre os principais artistas 
minimalistas, você pode considerar: Donald Judd, Carl Andre, Sol LeWitt, Robert 
Morris e Dan Flavin. 
 
 
 
40 
 
Op art 
 
A denominação op art deriva do termo em inglês optical art, que significa arte 
óptica. Esse estilo ganhou força na metade dos anos 1950. Ele se caracteriza por 
explorar as características e falhas da visão humana por meio da ilusão de óptica. 
Geralmente, se expressa por meio de figuras geométricas abstratas na pintura. A 
principal intenção da op art é representar o movimento. Entre os principais artistas, 
estão: Ad Reinhardt, Kenneth Noland e Bridget Riley. 
 
Arte cinética 
 
 A arte cinética surgiu em Paris, na década de 1950. Ela se caracteriza por 
explorar o movimento, principalmente nas esculturas. Está ligada à op art por explorar 
também a ilusão de óptica na busca pelo movimento. Pode utilizar diversos materiais 
para o movimento da estrutura, como motores, eletromagnetismo, vento, água e 
interação com o público. Entre os principais artistas da arte cinética, você pode incluir: 
Victor Vasarely, Pol Bury, Yaacov Agam, Jean Tinguely e Jesus Rafael Soto. 
 
Arte conceitual 
 
A arte conceitual surgiu em meados de 1960, na Europa e nos Estados Unidos. 
Ela se caracteriza por valorizar mais o conceito e as ideias do que o objeto em si. A 
arte deixa de ser visual e passa a ser uma ideia, uma expressão, um questionamento. 
Os artistas utilizam as mais variadas formas de expressão e os mais variados 
materiais, como fotografia, filmes, fotocópias, etc. Entre os artistas que se destacam 
na arte conceitual, estão: Barbara Kruger, Jasper Johns, Joseph Beuys, Joseph 
Kosuth e Daniel Buren. 
 
 Arte povera 
 
A arte povera (arte pobre) surgiu na Itália, na década de 1960. Ela se 
caracteriza pelo empobrecimento da arte por meio do uso de materiais simples e 
naturais, como madeiras, folhas, areia e até sucata. A arte povera faz uma crítica à 
 
 
41 
 
sociedade de consumo e destaca a efemeridade da arte contemporânea, bem como 
a sua desvinculação com o mercado das artes. Os principais artistas da arte povera 
incluem: Giovanni Anselmo, Jannis Kounellis, Richard Long e Giuseppe Penone. 
 
Body art 
 
 A body art (arte do corpo) surge no final dos anos 1960 em contraposição ao 
minimalismo e à arte conceitual. Ela se caracteriza pela utilização do corpo como 
forma de expressão ou como suporte para a expressão da arte. Utiliza frequentemente 
a performance como forma de expressão. Ou seja, a execução da obra se torna parte 
dela, e esse processo pode ser desenvolvido para um público que assiste ou que 
interage com a criação

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