Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mariana Marques – T29 Exame Quantitativo e Sinais Vitais INTRODUÇÃO • O exame físico chamado quantitativo é aquele que avalia dados precisos, como altura, peso, circunferência abdominal e quadril, pressão arterial, pulso arterial, frequência respiratória e temperatura. PRESSÃO ARTERIAL Conceito: • Refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias devido às contrações cardíaca. • Para a aferição desse sinal vital, é usado um aparelho chamado esfigmomanômetro, com o auxílio de um estetoscópio e de palpação. Antes de medir é necessário certificar-se que: • O paciente não está com a bexiga cheia • O paciente não tenha praticado exercício físico 60min antes da aferição • O paciente não tenha feito a ingestão de bebida alcoólica, cafeína ou outros alimentos • O paciente não tenha fumado 30 min antes da aferição • Além disso, é necessário medir o comprimento da estrutura óssea do acrômio até o olecrano e tirar a média e medir a circunferência do braço do paciente para fazer a escolha do tamanho correto do esfigmomanômetro. Durante a medida certificar-se que: • Braços, coluna e pés estejam apoiados e alinhados • Braço do paciente esteja exposto (sem qualquer roupa) • Pernas estejam descruzadas • Braço no qual será realizado a aferição esteja apoiado e o manguito esteja alinhado com a altura do coração Fatore que interferem: • Elasticidade dos vasos (com o avanço da idade, tabagismo, processos inflamatórios) • Volemia (volume de sangue circulante – 8%) • Viscosidade (aumentada: tabagistas, diabéticos, pacientes com colesterol elevado) • Resistência periférica • Integridade valvas (principalmente da aorta) Técnica: • Deve-se posicionar o esfigmomanômetro sobre a artéria braquial do paciente e ao mesmo tempo encontrar o pulso radial utilizando duas polpas digitais. • Deve-se insuflar o esfigmo enquanto acompanha-se os valores indicados no manômetro e ao mesmo tempo sentir o pulso radial até que ele desapareça. • Em seguida, deve-se posicionar o estetoscópio na artéria braquial do paciente de forma que ele não fique posicionado abaixo do esfigmo e insuflar cerca de 30 mm/Hg a mais do que foi encontrado anteriormente. • Após a insuflação, devemos liberar a válvula de maneira lenta, enquanto auscultamos o pulso da artéria braquial onde devemos nos atentar a dois sons importantes, enquanto acompanhamos os valores apresentados no ponteiro do manômetro, o primeiro som audível consiste na pressão sistólica do paciente, enquanto o último som audível é característico da pressão diastólica do paciente. Principais sons de Korotkoff: • São sons resultantes da turbulência do sangue dentro de uma artéria parcialmente ocluída, são divididos em 5 fases, mas a primeira e a quinta são as mais importantes para a aferição da pressão arterial ▪ I. Primeiro som (pressão sistólica) ▪ V. último som (pressão diastólica) Mariana Marques – T29 Hiato auscultatório: • Consiste no desaparecimento dos sons durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff, resultando em valores falsamente baixos para a sistólica ou falsamente altos para a diastólica. É mais comum que esse hiato apareça em idosos, obesos e gestantes. VALORES DE REFERÊNCIA PARA PRESSÃO ARTERIAL Tipo Pressão Sistólica Pressão Diastólica Normal < 120 < 80 Pré-hipertensão 121 - 139 81 – 89 Hipertensão arterial sistêmica de grau I 140 – 159 90 - 99 Hipertensão arterial sistêmica de grau II 160 - 179 100 - 109 Hipertensão arterial sistêmica de grau III > 180 > 110 Medidas sucessivas da pressão arterial: • Medidas de consultório: medida comum descrita anteriormente • Medidas residenciais da PA (MRPA): técnica na qual o paciente deverá realizar medidas da pressão arterial em casa e levar os resultados ao médico. • Monitorização ambulatorial da PA (MAPA): método de análise do comportamento da pressão arterial, através da utilização de esfigmomanômetros automatizados, realizando medidas fora do ambiente de consultório médico, a intervalos programados. PULSOS Conceito: • Os pulsos arteriais consistem no batimentos de uma artéria superficial os quais podem ser percebidos pela palpação. • São separados em duas categorias: ▪ Pulsos periféricos: temporal, radial, poplíteo, tibial posterior, braquial e pedioso. ▪ Pulsos centrais: carotídeo, axilar e femoral. Técnica de aferição: • Utilizando as polpas digitais do 2° e 3° dedos da mão dominante, deve-se palpar o pulso mais indicado por 1 minuto, contando o número de batimentos e avaliando a amplitude e simetria do pulso do paciente. • O pulso mais usado e mais simples de fazer a medição é o pulso radial, localizado entre a apófise do processo estiloide e os tendões flexores. • Mas, o pulso com maior precisão é o carotídeo, localizado no pescoço na região ântero-medial ao músculo esternocleidomastoideo. Variáveis avaliadas: • Forma: ▪ Cheio: pulso bom (indica normalidade) ▪ Fraco: pulso fraco (indica algum grau de comprometimento sistólico) • Simetria: ▪ Simétrico: quando o pulso é sentido de forma bilateral (exemplo: pulso radial do braço direito e esquerdo) ▪ Assimétrico: quando o pulso não é sentido de forma bilateral Mariana Marques – T29 • Ritmo: ▪ Pulso rítmico: quando as pulsações se repetem em velocidade constante. ▪ Pulso arrítmico: quando as pulsações não se repetem em velocidade constante. • Frequência: quantidade de pulsações que são realizadas durante um minuto (valor de referência: 60 - 100bpm → batimentos por minuto). ▪ Taquicardia: quando a frequência é maior que o valor referência ▪ Bradicardia: quando a frequência é menor que o valor referência • Amplitude: ▪ Ausente: pulso não palpável ▪ Diminuída: pulso pouco palpável ▪ Normal: pulso facilmente palpável ▪ Aumentada: pulso facilmente palpável, mas muito elevado Tipos de Pulso: • Cheio, simétrico, rítmico e com amplitude normal: pulso normal • Parvus et Tardus: recebe esse nome quando ocorre prolongamento da aceleração sistólica (tardus) com uma amplitude reduzida e oval do pico sistólico (parvus). Esse pulso é característico da estenose aórtica valvar. • Martelo D’Água: se caracteriza por uma ascensão rápida da onda de percussão sistólica, seguida de um colapso súbito. Esse pulso é característico da insuficiência aórtica. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Conceito: • Consiste na contagem do número de movimentos respiratórios que o paciente realiza em 1 minuto. • Para que essa medida seja fidedigna é necessário que o paciente não perceba que o examinador esteja fazendo a contagem para que não ocorra alteração inconsciente do ritmo respiratório, por isso deve-se distrair o paciente, seja durante uma conversa ou outra parte do exame físico. Valores de referência: • A frequência respiratória normal encontra-se entre 12 e 20ipm (incursões por minuto) e é chamada de eupneia. • A frequência respiratória aumentada: taquipneia • A frequência respiratória diminuída: bradipneia TEMPERATURA Conceito: • Consiste na medição da temperatura corporal através de um termômetro clínico graduado em graus Celsius. • No Brasil o padrão ouro para aferição de temperatura é abaixo das axilas. Mas, essa aferição também pode ser feita através da boca e do reto. Faixa de normalidade da temperatura: • Varia de acordo com o tipo de medida • Temperatura axilar normal: 35,5-37ºC • Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C • Afebril: 36,1°C a 37,4°C • Febril: 37,5°C a 37,8°C • Febre: 37,9°C a 38,9°C (nunca é fisiológico) • Pirexia: 39°C a 40°C • Hiperpirexia: acima de 40°C Conceitos importantes: • Hipertermia: aumentoda temperatura corporal por aumento da produção de calor ou diminuição da perda. • Hipotermia: diminuição da temperatura abaixo de 35°C. Mariana Marques – T29 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) Conceito: • É um cálculo que serve para avaliar se a pessoa está dentro do seu peso ideal em relação à altura. • Para a realização desse cálculo é necessário que antes seja realizada a medição da altura e do peso do paciente • O cálculo do IMC deve ser feito usando a seguinte fórmula: peso ÷ (altura x altura). Altura: • Para medir a altura o paciente deve estar com os pés descalços e subir na balança de costas para o visor, com postura ereta e em inspiração profunda, realizando a medição com o bastão de metragem. Peso: • Para medir o peso, primeiramente deve-se conferir se a balança está calibrada e em seguida pede-se que o paciente fique com o menor número de vestimentas possível e suba na balança de forma que não toque nem segure em nada. Em seguida, deve-se deslize todos os pesos para a esquerda e, comece a trazê-los para a direita começando pelo peso das dezenas e depois o das unidades de forma a equilibrar o máximo possível. CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL Conceito: • É a medida da circunferência do abdome do paciente, feita em um ponto médio que se localiza entre a última costela palpável e a crista ilíaca, aproximadamente na região do umbigo. • A medida deve ser feita após a expiração, quando o abdome esteja relaxado, utilizando uma fita métrica que não pode apertar demais o abdome do paciente. • É uma medida importante para a avaliação da obesidade, onde o ideal é que as mulheres tenham uma circunferência abdominal abaixo de 80 cm (sendo considerado alto risco acima de 88 cm) e os homens abaixo de 94 cm (sendo considerado alto risco acima de 102 cm). DIÂMETRO DO QUADRIL Conceito: • O diâmetro do quadril é medido com uma fita métrica na altura do trocanter femoral> Essa medida é usada no cálculo da relação cintura-quadril (RCQ). • No sexo masculino: relação cintura-quadril < 0,90 • No sexo feminino: relação cintura-quadril < 0,85 CIRCUNFERÊNCIA CERVICAL Conceito: • É a medida da circunferência cervical, realizada medido com uma fita métrica na altura da cartilagem. • No sexo masculino: 37 cm. • No sexo feminino: 34 cm. Mariana Marques – T29 ESCALA DE DOR Conceito: • Para se medir a intensidade da dor que o paciente sente, há escalas específicas. • As mais utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN). Através delas, o paciente pode apontar para o profissional de saúde o quão intensa é a sua dor: em um extremo, está a condição sem dor, ou dor "nota zero". No extremo oposto, está a dor pior que a pessoa já sentiu, ou "dor nota dez".
Compartilhar