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11/06 Carlla Alessandra MED103 Patologias do esôfago Esofagite de refluxo (Doença do refluxo gastroesofágico e esôfago de Barrett) Adenocarcinoma de esôfago Carcinoma de células escamosas do esôfago Relembrando: Anatomia: órgão tubular com cerca de 25cm; possui movimentos peristálticos; é dividido em 3 porções cervical (mm estriado), torácico e abdominal (mm liso) Histologia: possui 4 camadas Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Submucosa com pequenas glândulas secretoras Muscular com circular interna e longitudinal externa Serosa somente no terço distal, o restante do órgão é revestido por tecido conjuntivo (adventícia) Esofagite Pode ser infecciosa ou não Causas: Refluxo: lesiona a mucosa pela acidez Infecções Agentes físicos: substancias que agridem a mucosa Causas diversas: cândida, herpes, ... Doença do refluxo gastroesofágico (esofagite de refluxo) É uma infecção crônica devido ao refluxo parcial do conteúdo gástrico ou gastroduodenal (bile, suco entérico e suco pancreático) acarretando sintomas, associados ou não a presença de lesões teciduais. Sintomas: queimação persistente epigástrica e retroesternal, aliviada por antiácidos, dor epigástrica, eructação, regurgitação, coceira, tosse crônica Incidência aumenta com a idade >40 anos Em indivíduos sadios pode ocorrer até uma vez por hora, porém sem sinais ou sintomas de lesão RELAXAMENTO TRANSITÓRIO DO EEI APÓS REFEIÇÕES Em pacientes com DRGE o refluxo pode ocorrer até várias vezes por hora. Predisponentes: Álcool, tabagismo; Obesidade, gravidez; Distensão gástrica; Uso de AINE Hérnia de hiato EEI deslocado da posição normal intra-abdominal para o interior do tórax, perdendo a proteção do diafragma Patogênese: alteração nas barreiras anatômicas e funcionais existentes na transição esôfago- gástrica. Mecanismos de proteção esofágica: Epitélio escamoso estratificado; Secreção de bicarbonato e mucina pelas glândulas submucosas; Peristalse Mecanismos de contenção do refluxo: Tônus do EEI e ação da musculatura diafragmática. Diagnóstico: Phmetria de 24h exame padrão-ouro, mede a quantidade de ácido que reflui do estômago para o esôfago em 24h. Endoscopia digestiva alta (EDA) pacientes com DRGE apresenta mucosa hiperemiada, com ulcerações, erosões (em casos mais avançados) Biopsia -hiperplasia da camada basal epitelial -Alongamento das papilas (papilomatose) -Neutrófilos e eosinófilos permeando o epitélio: células inflamatórias . Complicações: Ulceração Estenose Hematêmese e melena Esôfago de Barrett Adenocarcinoma Esfôfago de Barrett Complicação da DRGE caracterizada pela presença de metaplasia intestinal na mucosa esofágica •Acomete terço distal do esôfago •Sexo masculino •40 - 50 anos •Risco 40 vezes maior de desenvolver adenocarcinoma gástrico. Substituição do epitélio estratificado escamoso normal do terço distal do esôfago por epitélio colunar metaplásico do tipo intestinal. O epitélio/ as células se modificam para que o epitélio se torne o mais resistente para aquele local adverso. Diagnóstico: EDA (suspeita): mucosa na junção esôfago-gástrica de aspecto aveludado e cor salmão Biópsia: metaplasia intestinal (presença de células caliciformes) Pode ter ou não displasia epitelial (baixo / alto grau) Pode se encontrar transformação para malignidade: carcinoma intramucoso. 11/06 Carlla Alessandra MED103 1- Refluxo, anti-inflamatório, refeições que favofrecem o refluxo, bebida alcoolica, tabagismo... favorecem o refluxo 2- esofagite de refluxo 3- esôfago de barrett, com mudança do epitélio para que se torne mais resistente ao conteúdo ácido 4- se os fatores resistirem, esse epitélio metaplásico pode se transformar em displásico, encontrando-se alterações com atipia no tipo celular 5- a displasia se desenvolve para adenocarcinoma Carcinomas Neoplasias malignas do esôfago são mais comuns do que as benignas Permanecem assintomáticas por longo período de tempo DIAGNÓSTICO TARDIOpior prognóstico. Mortalidade elevada em lesões avançadas. Maioria: carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma. Estudos epidemiológicos indicam que os fatores etiológicos responsáveis pelo câncer do esôfago são diferentes daqueles responsáveis pelo aparecimento dos tumores do estômago e do cólon •Acomete mais o sexo masculino • indivíduos >50 anos Fatores predisponentes: esofagite dos terços médio ou distal baixo consumo de frutas e vegetais alimentos ricos em nitrosaminas alimentos contaminados por Aspergillus tabagismo e etilismo ingestão de alimentos quentes DRGE e epitélio de Barrett estreitamentos, acalásia e divertículo certos tipos de HPV Tipos histológicos: Carcinoma de células escamosas : Tipo mais comum (85-95%). Origina do próprio epitélio Esôfago médio Principais fatores de risco: tabagismo, etilismo Pior prognóstico (sobrevida em 5 anos de 9%) Adenocarcinoma: Origina do esôfago de Barrett Esôfago distal Sobrevida em 5 anos < 25% Quadro clínico: Disfagia e odinofagia Vômitos, hematêmese Perda de peso Pode aparecer tardiamente. Diagnóstico: EDA + biópsia EDA: lesões discretas à grandes massas tumorais Biópsia: Adenocarcinoma: *Padrões: intestinal – formação de glândulas difuso - células em anel de sinete. Mais agressivo *Produção de mucina *Coexistência de esôfago de Barrett nas adjacências Carcinoma de células escamosas: *Epitélio escamoso organizado em ninhos, invadindo a parede do órgão *Pontes intercitoplasmáticas (desmossomos) *Pérolas córneas Lesões polipoides e ulcerosas Patologias do estômago Relembrando: Anatomia cárdia, fundo, corpo, antro, piloro. Histologia 4 camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa A superfície interna exibe rugas irregulares (“pregas”) A mucosa é pontilhada por milhões de fovéolas (fossetas) gástricas, que levam às glândulas mucosas A mucosa gástrica normal tem 2 compartimentos: o foveolar superficial (em forma de folha): consiste em células epiteliais superficiais que delimitam toda a superfície mucosa, assim como as fossetas gástricas o glandular profundo Gastrite crônica • Forma mais comum de gastrite. • Reação inflamatória da mucosa com infiltrado de leucócitos mono e polimorfonucleares, em proporções e intensidade variáveis, que ao fim levam à atrofia mucosa e à metaplasia intestinal, geralmente na ausência de erosões • O exsudato pode ser difuso ou focal, acometendo uma região inteira ou diferentes regiões da mucosa gástrica • Para se chegar ao diagnóstico é necessário que as biópsias sejam representativas das diversas regiões do estômago (pelo menos antro e corpo gástricos) • As alterações epiteliais podem se tornar displásicas e constituir uma base para o desenvolvimento de carcinoma Sintomas: mais brandos, porém persistentes Desconforto abdominal; náusea, vômitos Complicações: Doença ulcerosa péptica Atrofia mucosa e metaplasia intestinal Displasia epitelial Carcinoma Causas: 1-Bacteriana (Helicobacter pylori) • A infecção pelo H. pylori é a mais prevalente na espécie humana • É adquirida na infância, relaciona-se com baixo nível sócioeconômico e os indivíduos permanecem infectados por toda a vida transmissao: oral-oral, fecal-oral e ambiental • Maiscomum em antro gástrico 90% das gastrites crônicas antrais são positivas para H. pylori • Indivíduos infectados apresentam maior risco de desenvolver úlcera péptica e, possivelmente, câncer gástrico • Após a exposição inicial ao H. pylori, a gastrite ocorre em 2 padrões: -Uma gastrite do tipo predominantemente antral, com alta produção de ácido e alto risco de fazer úlcera duodenal -Uma pangastrite que é acompanhada de atrofia multifocal (gastrite atrófica multifocal) com baixa secreção de ácido gástrico e maior risco de desenvolvimento de adenocarcinoma Patogenia: Aumenta a acidez gástrica, independente da secreção de gastrina (urease: uréia → amônia). • Os pacientes com gastrite crônica e H. pylori geralmente melhoram quando são tratados com antibióticos • Recaídas estão associadas com o reaparecimento do microorganismo. •Não são encontrados nas áreas com metaplasia intestinal •Localiza-se junto ao muco gástrico ou aderida a superfície do epitélio de revestimento, não penetrando na mucosa. •identifica-se as bactérias através de colorações especiais e processo inflamatório crônico (neutrófilos, linfócitos e plasmócitos). Além disso, também se encontra na microscopia a atrofia glandular e metaplasia intestinal. Complicações: displasia; gastrite crônica, ulceras pépticas; adenocarcinoma gástrico, linfoma MALT. 2-Auto-imune: • Mulheres • Associa-se a anemia perniciosa • Atrofia da mucosa oxíntica com relativa rapidez, levando ao desaparecimento virtual das células parietais e principais e, consequente, à acloridria • O epitélio glandular da mucosa do corpo e do fundo é atrófico • Aumenta na incidência de carcinoma gástrico e de tumor carcinóide gástrico (que se origina, na maioria dos casos, das células enterochromafin- like ECL normalmente presentes na mucosa oxíntica) • Gastrite auto-imune desaparecimento das células parietais alcalinidade (devido a acloridria) permanente na luz do estômago induz hipergastrinemia hipergastrinemia resulta em hiperplasia das células ECL A hiperplasia é inicialmente linear e posteriormente na forma de micronódulos LESÃO PRECURSORA DO TUMOR CARCINÓIDE. 3-Química (uso prolongado de AINE e associada a refluxo gastrointestinal em estômagos operados) 4-Tóxica (alcoolismo e tabagismo) 5-Outras (irradiação, doenças granulomatosas, amiloidose, atonia gástrica Neoplasias malignas do estômago • 90-95% são adenocarcinomas. Surge do epitélio glandular (epitélio do estômago) • 5% são linfomas, carcinóide, leiomiossarcoma, células escamosas • O estômago é o sítio mais frequente de linfomas do TGI • Homens> mulheres; raça negra; 50-70anos Fatores predisponentes: Dieta rica em sal, nitratos e benzopireno Alimentos defumados Alimentos ricos em conservantes Etilismo Tabagismo Dieta pobre em vitaminas e proteínas Classe socioeconômica baixa Exposição ao minério, asbesto Grupo sanguíneo tipo A Anemia perniciosa Helicobacter pylori Imunodeficientes Condições pré-cancerosas Condições genéticas OBS: atenção deve ser dada aos adenomas, ulcera gástrica, gastrite atrófica, metaplasia intestinal e síndrome da polipose hereditária (SD. De Gardner). • É o terceiro tumor maligno mais frequente no mundo • Alguns países com alta mortalidade (Coréia, Japão, China) • Detecção precoce melhora o prognóstico • Sintomas inespecíficosdispepsia, disfagia, náusea, perda de peso, hemorragia, anorexia • raramente tem massa palpável (apenas 30% dos casos). •Localização: antro (pequena curvatura)- 40% uma das possibilidades Classificações: 1) Classificação de Bormann: de acordo com o aspecto macroscópico Aspecto macroscópico: Tipo I: cresce para a luz Tipo II: perde o epitélio e cresce para a parede Tipo III: também perde o epitélio e cresce para a parede, além de emitir células tumorais para a periferia da lesão Tipo IV: é plana e se espalha completamente pela parede. 2) Classificação de Lauren: divide em intestinal e difuso (infiltrativo) 3) Classificação segundo a penetração na parede: *precoce confinado a mucosa e submucosa e *avançado invade muscular, serosa e órgãos vizinhos Lesão ulcero-vegetativa Lesão discreta, com alteração do pregueamento Tumor com lesão ulcerada e presença de necrose. Padrão difuso/infiltrativo: • Igual incidência entre os sexos • 50 anos • Sem lesão precursora (população de baixo risco) origina-se provavelmente no epitélio gástrico normal • Mutação no gene que codifica E-caderina (proteína de ligação intercelular) → crescimento infiltrativo Morfologia: Crescimento infiltrativo linite plástica achatamento das pregas gástricas e enrijecimento da parede. Aspecto em bolsa de couro. Microscopia: *Não formam glândulas *Células isoladas ou em grupos infiltrando a parede do órgão (células em anel de sinete) *Produção e acúmulo de muco intracelular Sinais do adenocarcinoma gástrico: • Todos os carcinomas gástricos, ao final, penetram na parede, envolvem a serosa e se espalham para linfonodos regionais e outros mais distantes • Carcinomas gástricos frequentemente dão metástases para o linfonodo sentinela supraclavicular como a primeira manifestação clínica de uma neoplasia LINFONODO DE VIRCHOW ou sinais de Troisier • O tumor também pode dar metástase para a região periumbilical, formando um nódulo subcutâneo NÓDULO DA IRMÃ MARY JOSEPH Prateleira de blummer: Depósitos metastáticos na pelve palpados no toque vaginal ou retal • Invasão local do carcinoma gástrico para o duodeno, pâncreas e retroperitôneo também é característica • Adenocarcinoma gástrico metastático para os ovários TUMOR DE KRUKENBERG GIST (tumor estromal gastrointestinal): • Pode ocorrer em todo TGI estômago é a sede mais comum • Origem nas células de Cajal (presentes na camada muscular da mucosa, muscular própria ou em estruturas da submucosa) • Massa sólida bem circunscrita abaixo da mucosa • Pode se projetar para camada serosa Linfoma MALT: • Origem no tecido linfóide associado à mucosa (MALT) • Linfoma de células B • Infecção pelo H. pylori • Erradicação da bactéria induz remissão (uso de antibióticos) Patologia intestinal Doença inflamatória intestinal Doença diverticular do colon Doença isquêmica do intestino Doença inflamatória intestinal Condição em que há acometimento inflamatório crônico do TGI •Mulheres são mais acometidas que homens •Pico de incidência em pacientes jovens (± 20 anos) e depois em torno de 50 anos. São representadas por doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU). Causa idiopática: Fatores genéticos Resposta imunológica exacerbada (contra a flora normal) Defeitos na barreira epitelial acarretando lesão epitelial Alterações na microbiota normal Atualmente, acredita-se que a DII resulte de respostas imunes localizadas, exageradas e desreguladas aos micróbios comensais do intestino em indivíduos geneticamente susceptíveis. Surtos e remissões: períodos de melhora e perioros de piora. Gatilhos: estresse físico e emocional dieta tabagismo (Crohn x RCU) Diagnóstico: baseado em dados clínicos, laboratoriais e anatomopatológicos. Algumas vezes não é possível distinguir certamente a DC da RCU! Principais elementos comuns às duas entidades: 1)Pacientes com DC muitas vezes têm parentes com colite ulcerativa e vice-versa 2)Na DC pode haver comprometimento do cólon, sendo as lesões e as manifestações clínicas semelhantes a da RCU 3)Embora pouco frequentemente, o ID pode ser atingido na RCU 4)Alguns possíveis fatores etiológicos são comuns as duas condições 5)Em ambas as afecções, há risco aumentado de aparecimento de câncer intestinal (>20- 30%) 6)Com certa frequencia, existem manifestaçõesextra-intestinais comuns às duas doenças. Manifestações extra-intestinais: Uveíte: é uma doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coroide) Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo óptico e a retina Poliartrite migratória Sacroileíte: inflamação do sacro Espondilite anquilosante: processo inflamatório das articulações da coluna vertebral, causando uma rigidez Eritema nodoso: nodulações na gordura do subcutâneo, sensíveis a dor Colangite esclerosante primária: processo inflamatório da via biliar Pericolangite: processo inflamatório da via biliar Doença de Crohn •Antigamente era chamada de ileíte terminal, colite granulomatosa •Acomete qualquer região do TGI (da boca ao ânus), porém é mais comum no íleo terminal; válvula íleo-cecal; ceco •Ambos os sexos; 40 anos (porém pode ocorrer em qualquer idade) •Fator de risco mais importante: história familiar positiva •Topografia: delgado (40%) delgado + cólon (30%) cólon (30%) Sintomas: Períodos sintomáticos intercalados com períodos assintomáticos Variados- duração, localização, extensão, complicações Diarréia leve, febre, dor abdominal (comprometimento seroso lesa terminações nervosa= aumento da dor / espasmo / fibrose / estenose) Lesões perianais Sangue nas fezes Abdomen agudo Quando totalmente desenvolvida, caracteriza-se patologicamente por: (1) Envolvimento transmural (toda as túnicas/camadas da parede envolvida) típico e bem delimitado do intestino, por um processo inflamatório que lesa a mucosa (2) Presença de granulomas não-caseosos (3) Aparecimento de fissuras que dão origem a fístulas Morfologia: •Acometimento transmural e salteado = lesões descontínuas •Úlceras (úlceras aftosas)lesão inicial: podem se fundir, criando aparência serpentiforme •Aspecto em “pedra de calçamento” Área avermelhada com formação de ulcerações: •Espessamento da parede intestinal: devido ao edema, processo inflamatório, fibrose da camada submucosa e hipertrofia da muscular •Estenose (secundária a fibrose muscular na mucosa e submucosa) •Fissuras e fístulas (bexiga, vagina, pele) •Perfuração (abscessos peritoniais) Nessa imagem a gordura não está bem distribuída, ela se adere fortemente a parede, característica da doença de Crohn. Aspecto de “gordura trepadeira”. Um achado clássico da DC é o limite nítido entre os segmentos doentes e os segmentos afetados. Na microscopia: Infiltrado inflamatório crônico Infiltrado neutrofílico em direção a camada epitelial (atividade), na macroscopia é formado a ulceração. Abscessos de cripta que evolui para destruição da cripta, não se vê o epitélio, pois foi destruído Alteração arquitetural: ramificação e tortuosidade de criptas Atrofia da mucosa Granulomas não caseosos, malformados (35%) Metaplasias epiteliais: pseudopilórica (glândulas antrais); células de Paneth (células duodenais) Retocolite ulcerativa •Doença úlcero-inflamatória recidivante, limitada ao cólon, que afeta somente a mucosa e a submucosa, exceto nos casos mais graves •Ao contrário da DC, a RCU se estende de forma contínua em sentido proximal (retrogradamente), a partir do reto. •Não existem granulomas bem formados Cerca de 30% dos pacientes necessita de colectomia total dentro de 3 anos Semelhança com a DC: Etiologia desconhecida; afeta ambos os sexos. Sintomas: diarréia sanguinolenta e com muco que pode alternar com períodos de constipação cólicas abdominais aliviadas com a defecação desidratação, perda de eletrólitos, desnutrição •Acometimento ascendente e contínuo: proctite; proctossigmoidite; pancolite. •Transição abrupta entre área de mucosa doente e sadia •Hiperemia e granulação da mucosa •Atrofia mucosa •Úlceras extensas isoladas •Ilhotas isoladas de mucosa em regeneração fazem protusão entre as áreas lesadas, criando pseudopólipos Microscopia: •Infiltrado inflamatório crônico em mucosa e submucosa superficial •Infiltrado neutrofílico em direção a camada epitelial (atividade) •Abscessos de cripta •Metaplasias epiteliais (pseudopilórica / células de Paneth) •Pseudopólipos: ilhas de mucosa regenerada pontes mucosas Abscessos rompem-se e/ou estendem-se a submucosa, o processo inflamatório se espalha, lesiona a mucosa em volta, a qual se levanta parcialmente (áreas de regeneração) ficando presa por pedúnculos, elas formam ilhas que ficam presas por pontes. Não somem, são comparadas a cricatriz. É um sinal altamente típico de RCU que persiste mesmo em fases de remissão ou cura. Fase ativa: congestão de vasos da mucosa e submucosa, hemorragia, infiltrado de neutrófilos, necrose das células epiteliais da mucosa originam áreas erosadas e depleção de células caliciformes Células caliciformes: podem desaparecer completamente mesmo quando o epitélio está íntegro. Fase de remissão: reaparecimento das células caliciformes Complicações: Megacólon tóxico: •Alta mortalidade •Ocorre em fase hiperaguda onde há dano tóxico a camada muscular e ao plexo mioentérico, levando à falência neuromuscular do intestino grosso •O cólon dilata-se, ficando fino e rasga-se como papel molhado, não resistindo à manipulação mais cuidadosa •Há risco de perfuração da parede •Pode ser considerado uma gangrena •Conduta: colectomia imediata, para evitar a perfuração e abdome agudo Carcinoma: •É a mais temida complicação a longo prazo da RCU •Na RCU há frequentemente lesões displásicas •A incidência de CA de cólon é 20-30 vezes > que na população geral •Os tumores tendem a ser achatados e infiltrativos, do tipo mucinoso e são altamente malignos Microscopia: Ausência de granulomas Alteração arquitetural; atrofia mucosa e Fibrose da submucosa permanecem na doença curada (cicatriz) Doença diverticular do cólon •Herniação da parede intestinal •Engloba anormalidades musculares na parede do cólon •Diverticulose: presença de numerosos divertículos no intestino •Diverticulite: síndrome clínica de divertículos inflamados (risco de abscesso ou perfuração) •Pode ter complicações crônicas ou agudas associadas Localização dos divertículos: Os divertículos se formam nos pontos onde artérias atravessam a camada muscular para nutrir a submucosa e a mucosa Esses pontos se encontram ao longo das tênias antimesentéricas (os vasos vêm pelo mesentério) e formam duas fileiras longitudinais e equidistantes Nos locais onde o vaso perfura a musculatura, esta pode enfraquecer e ceder, permitindo a formação de uma pequena bolsa, que é o divertículo Sintomas: Maioria assintomática Queixas inespecíficas de desconforto abdominal, mais do lado esquerdo, constipação e alterações do hábito intestinal Causas: Envelhecimento consequente perda de elasticidade da musculatura intestinal Dieta alimentar pobre em fibras constipação O aumento da pressão no interior do cólon constipação A predisposição genética Divertículos verdadeiros: contêm todas as camadas da parede: Falso (pseudodivertículo): somente mucosa Complicação: Na luz dos divertículos pode haver fezes, que se consolidam formando fecalitos. Isquemia Intestinal •Isquemia intestinal tem grande importância sobretudo por sua gravidade: alta letalidade •Indivíduos idosos e naqueles com algum transtorno circulatório prévio (cardiopatias, diabetes etc.) •Pode ser provocada por obstrução arterial, venosa ou da microcirculação •De acordo com a intensidade e duração do distúrbio circulatório, podem surgir necrose isquêmica (infarto) ou lesões crônicas •Na isquemia aguda de pequena intensidade, a necrose atinge apenas a mucosa (infarto damucosa), enquanto na isquemia grave ocorre necrose de toda a parede intestinal (infarto transmural) •O infarto ocorre principalmente no jejuno e no íleo, cujo suprimento sanguíneo é feito basicamente pela artéria mesentérica superior •O intestino grosso, além do sangue trazido pelas artérias mesentéricas, recebe nutrição também pelos vasos da parede abdominal posterior. Menor risco de isquemia •Provocado por obstrução arterial (trombos e/ou embolia), trombose de veias mesentéricas ou obstrução parcial desses vasos associada à baixa perfusão tecidual •A necrose isquêmica acomete toda a espessura da parede •Obstrução arterial é responsável por cerca de 60% dos infartos intestinais •Trombose das veias mesentéricas é responsável por cerca de 10%-20% dos infartos intestinais •Outras causas: hérnias estranguladas, vólvulo (pedaço que torceu), invaginação intestinal e outras doenças vasculares (poliarterite nodosa, lúpus eritematoso sistêmico, etc...) •O infarto é sempre vermelho e acomete sobretudo a parte distal do jejuno e o íleo •No intestino grosso, a sede preferencial é a flexura esplênica do cólon •A área infartada torna-se vermelho-escura e edemaciada •Em consequência de hemorragia na parede, há sangue na luz Intestinal e, às vezes, também na cavidade abdominal •O mesentério fica espesso e avermelhado •Nas oclusões arteriais, a demarcação do infarto é mais evidente •Nas obstruções venosas, os limites da área isquêmica com a parede normal são pouco definidos •As alterações morfológicas do infarto aparecem cerca de 15- 18 horas após o início da isquemia
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