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Direito Títulos de crédito A natureza jurídica da obrigação do devedor no título de crédito com foco na teoria da criação Os títulos de crédito têm como obrigação de uma das partes, subscritor do título, cumprir uma prestação em favor de um sujeito. Há varias teorias que falam sobre a natureza dessa obrigação. A teoria da declaração unilateral da vontade diz que para surgir a obrigação cambiária é necessária apenas a vontade do emitente, especialmente em razão da autonomia e da abstração que regem os títulos de crédito. Assim, resta analisar o momento do surgimento da obrigação, nascendo mais 3 teorias: a teoria da criação, a teoria da emissão e a teoria dos três momentos. A teoria da criação afirma que a obrigação cambiária se aperfeiçoa com a criação do título, assim, com a simples assinatura de seu devedor já existe a obrigação. A forma como o título saiu das mãos do criador não interessa para essa teoria. Dessa forma, se o título assinado pelo emissor for furtado e chegar às mãos de um credor de boa-fé, este teria o direito de receber o título de crédito. A teoria da emissão surgiu da teoria da criação, reconhecendo a vontade unilateral de vontade como fonte da obrigação cambiária. No entanto, nessa teoria a obrigação cambiária só se concretiza no momento da emissão, entendida como a entrega voluntária do título. Assim, a simples assinatura do título não representaria a vontade de se obrigar. Essa teoria busca proteger aquele que foi injustamente desapossado do título. Pontes de Miranda reconhece a teoria da declaração unilateral mas não aceita integralmente as teorias da criação e da emissão, afirmando que há uma forma própria de tratar a obrigação originada em um título de crédito, dividindo-a em três momentos: o primeiro deve-se analisar os planos de existência e de validade para os títulos de crédito; o segundo momento diz respeito ao plano da eficácia, que depende da sua posse por um credor de boa-fé; No terceiro momento, o credor de boa-fé, com o título em mãos o apresenta para o devedor para pagamento. Neste ato, surge a relação obrigacional, fazendo com que a obrigação tenha que ser cumprida. No Brasil é adotada a teoria da criação. O credor de boa-fé é protegido diante os devedores, ficando claro o afastamento da teoria da emissão. (Art. 16 e 17). Assim, ainda que haja um vício na emissão o credor está protegido. Resguarda-se, assim, a circulação cambial.
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