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1 F _ C _ _ N _ GOD! FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA Autores: Filipe Godinho Maria Inês Alexandre Sílvia Balhana David Berhanu Sebenta de Neuroanatomia Volume 2 2013/2014 http://www.google.pt/imgres?q=FMUl&hl=en&biw=1280&bih=631&tbm=isch&tbnid=Z5QrpNFW-vxmmM:&imgrefurl=http://aves.edu.pt/tas/?attachment_id=164&docid=R9-fB622RrYy2M&imgurl=http://aves.edu.pt/tas/wp-content/uploads/2012/01/6-FMUL.gif&w=333&h=329&ei=IvuXUPyIHImWhQfcwoBw&zoom=1&iact=hc&vpx=494&vpy=137&dur=1800&hovh=223&hovw=226&tx=104&ty=87&sig=105497039517009502802&page=1&tbnh=142&tbnw=141&start=0&ndsp=19&ved=1t:429,r:3,s:0,i:74 2 ÍNDICE INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (Sílvia) ................................................................................... 3 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO ..................................................................... 4 ESTRUTURA DO CÓRTEX CEREBRAL (Filipe)......................................................................................................... 5 CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO TELENCÉFALO (Filipe) .................................................................................... 10 CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO DIENCÉFALO (Filipe)........................................................................................ 36 AGRUPAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DOS NÚCLEOS CINZENTOS CENTRAIS DO ENCÉFALO (Filipe) ..... 41 CONFIGURAÇÃO INTERNA DO DIENCÉFALO (Filipe) ......................................................................................... 43 CONFIGURAÇÃO INTERNA DO TELENCÉFALO (Filipe)...................................................................................... 62 TRONCO CEREBRAL (configuração externa) (Filipe) ................................................................................................ 78 TRONCO CEREBRAL (configuração interna) (Filipe) ................................................................................................. 84 CEREBELO (Filipe) ....................................................................................................................................................... 93 ÂNGULO PONTO-CEREBELOSO (Maria Inês) ........................................................................................................ 102 MENINGES E CISTERNAS (Filipe) ........................................................................................................................... 105 VENTRÍCULOS (Maria Inês) ...................................................................................................................................... 118 LÍQUIDO CEFALO-RAQUIDIANO (Maria Inês) ...................................................................................................... 126 SISTEMA LÍMBICO (Filipe) ....................................................................................................................................... 130 FORMAÇÃO RETICULAR (Filipe) ............................................................................................................................ 144 MEDULA ESPINHAL (David e Filipe) ....................................................................................................................... 150 VIAS ASCENDENTES OU DA SENSIBILIDADE (Filipe)....................................................................................... 165 VIAS DESCENDENTES (Filipe) ................................................................................................................................ 182 ARCO REFLEXO, REFLEXOS MEDULARES E REFLEXOS PATOLÓGICOS (Filipe) ....................................... 199 VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA ESPINHAL (David e Filipe) .......................................................................... 211 LESÕES E SÍNDROMES MEDULARES (David e Filipe) ......................................................................................... 216 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO (Filipe) .................................................................................... 227 VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO (Filipe) ....................................................................................... 246 REFLEXOS VISUAIS (Filipe) ..................................................................................................................................... 258 OUVIDO (Filipe) .......................................................................................................................................................... 264 FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO (Filipe) ......................................................................................................................... 285 RESUMO DA MATÉRIA EM TABELAS (Sílvia) ..................................................................................................... 299 PERGUNTAS-TIPO DE NEUROANATOMIA (Sílvia) ............................................................................................. 304 3 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O encéfalo e a medula espinhal são os centros de integração da informação. Estão suspensos em líquido cérebroespinal e são envolvidos por meninges (da mais profunda para a mais superficial: pia-máter, aracnóide-máter e a dura-máter), protegidas externamente por estruturas ósseas. A medula espinhal encontra-se no canal vertebral, desde o seu limite superior (forâmen magnum), até à região lombar, aproximadamente ao nível da vértebra L1, onde termina pelo cone medular. Abaixo deste nível encontramos a cauda equina, um conjunto de raízes nervosas envolvidas por meninges e abaixo desta, o filum terminale, um prolongamento de pia-máter, que se estende à região coccígea. O encéfalo encontra-se na cavidade craniana e comunica com a medula espinhal através do forâmen magnum. É habitualmente dividido em três grandes estruturas: o ROMBOENCÉFALO: corresponde às estruturas mais posteriores e inferiores do encéfalo. Engloba o bulbo raquidiano, que se continua em baixo pela medula espinhal; a ponte/protuberância, imediatamente acima do bulbo; e o cerebelo, posterior à ponte. o MESENCÉFALO: conecta o romboencéfalo ao prosencéfalo sendo constituído por muitos núcleos e tratos ascendentes e descendentes. o PROSENCÉFALO: corresponde à região mais superior do encéfalo englobando o diencéfalo, mediano e do qual fazem parte estruturas como o tálamo e o hipotálamo; e o telencéfalo/ cérebro, que forma a maior porção do encéfalo e que é dividido em dois grandes hemisférios cerebrais. 4 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO O desenvolvimento do SN depende de factores genéticos e ambientais. Durante a formação dum embrião surgem 3 camadas celulares primitivas: a endoderme, que dá origem ao trato gastrointestinal, pulmões e fígado; a mesoderme, que permite a formação de tecido conjuntivo, músculo e do sistema vascular; e a ectoderme, responsável pela origem de tecidos epiteliais e nervosos. Por volta da 3ª semana de desenvolvimento a ectoderme começa a formar uma placa neural que sofre alterações progressivas até culminar na formação do tubo neural. A fusão deste inicia-se numa região mediana do embrião e estende-se tanto em direcção cranial quanto caudal, deixando em aberto as extremidades do tubo (neuroporos anterior e posterior). Aproximadamente aos 28 dias de gestação o encerramento do tubo estará completo (antes de muitas mulheres saberem que estão grávidas). Simultaneamente à formação do tubo neural desenvolve-se outra estrutura, a crista neural que dará origem a gânglios sensitivos e autónomos, a células da medula supra-renal, a melanócitos e aos tecidos mesenquimatosos da cabeça e pescoço. A região do neuroporo anterior prolifera acabando por formar 3 vesículas primitivas: o romboencéfalo, o mesencéfalo e o prosencéfalo. O resto do tubo neural alonga-se para formar a medulaespinhal. Apesar dos tecidos do SN dependerem essencialmente da ectoderme, a mesoderme têm influência no seu desenvolvimento: um exemplo está no BMP, factor de crescimento que inibe a formação do tubo neural. A mesoderme é capaz de secretar outros factores que inibem o BMP, permitindo a ocorrência da neurulação, fenómeno chamado de “indução neural”. Os defeitos na formação do tubo neural são das anomalias congénitas mais comuns, sublinhando a importância da administração de ácido fólico à grávida (essencial ao processo). Os anti- convulsivantes podem inibir a síntese de folatos levando a defeitos no fecho do tubo neural. 5 ESTRUTURA DO CÓRTEX CEREBRAL O córtex cerebral atapeta toda a superfície do hemisfério cerebral, sendo formado por substância cinzenta O córtex contém aproximadamente 10 biliões de neurónios A área de superfície do córtex é aumentada devido aos sulcos e circunvoluções existentes A espessura do córtex varia entre 1,5 a 4,5 mm de espessura Consiste numa mistura de células nervosas, fibras nervosas, neuróglia e vasos sanguíneos CÉLULAS NERVOSAS DO CÓRTEX CEREBRAL 5 tipos de células identificadas: o Células Piramidais o Células Fusiformes o Células Horizontais de Cajal o Células de Martinotti o Células Estreladas ou Granulares Células Piramidais O seu nome deve-se à forma dos seus corpos celulares Os corpos celulares medem entre 10 a 50 µm de comprimento. Existem células piramidais “gigantes”, chamadas de células de Betz, cujos corpos celulares medem até 120 µm. Estas células são encontradas na circunvolução frontal ascendente Do ápex (superior) de cada célula, uma dendrite estende-se para cima em direcção à pia-máter, dando ao longo do seu trajecto vários ramos colaterais. Dos vértices basais também partem dendrites. Cada dendrite possui numerosas espinhas dendríticas, que sinapsam com axónios de outros neurónios. O axónio tem origem na base (inferior) do corpo celular e termina ou nas camadas corticais mais profundas, ou penetra na substância branca como fibra comissural, de associação ou de projecção. Células Estreladas ou Granulares Células pequenas, poligonais, cujo corpo celular mede cerca de 8 µm de diâmetro Apresentam múltiplas ramificações dendríticas e axónios curtos, que terminam nos neurónios vizinhos Células Fusiformes O seu maior eixo é orientado na vertical Concentradas principalmente nas camadas corticais mais profundas Dendrites emergem dos 2 polos (superior e inferior) do corpo celular: as dendrites inferiores ramificam-se dentro da mesma camada cortical; as dendrites superiores/superficiais ascendem até à superfície do córtex e ramificam-se nas camadas superficiais O axónio tem origem no polo inferior do neurónio e penetra na substância branca como fibra comissural, de projecção ou de associação 6 Células Horizontais de Cajal Células orientadas horizontalmente, pequenas e fusiformes Encontradas nas camadas do córtex mais superficiais Uma dendrite emerge de cada extremidade do corpo celular Um axónio corre paralelo à superfície do córtex, sinapsando com dendrites das células piramidais Células de Martinotti Células nervosas pequenas e multipolares Presentes em todas as camadas do córtex cerebral Apresentam dendrites curtas O axónio dirige-se para a superfície do córtex, onde termina nas camadas mais superficiais. Ao longo do seu trajecto, emite pequenos ramos colaterais. CAMADAS DO CÓRTEX CEREBRAL O córtex cerebral quase sempre está organizado em 6 camadas, ordenadas de superficial para profundo: o Camada Molecular o Camada Granular Externa o Camada Piramidal Externa o Camada Granular Interna o Camada Ganglionar ou Piramidal Interna o Camada Multiforme de Células Polimórficas Camada Molecular Camada mais superficial Consiste numa rede densa de fibras tangenciais, derivadas das dendrites apicais das células piramidais e fusiformes, dos axónios das células estreladas, e das células de Martinotti. Fibras aferentes provenientes do tálamo e fibras de associação também estão presentes nesta camada Espalhadas entre as fibras nervosas encontram-se células horizontais de Cajal Local onde ocorre um grande número de sinapses entre diferentes neurónios. Camada Granular Externa Contém um grande número de células piramidais pequenas e células estreladas As dendrites destas células terminam na camada molecular e os axónios penetram nas camadas mais profundas, terminando aí ou avançando pela substância branca. Camada Piramidal Externa Composta por células piramidais, cujos comprimentos dos corpos celulares aumentam com a profundidade na camada. As dendrites apicais ascendem à camada molecular e os axónios penetram nas camadas mais profundas, entrando na substância branca como fibras comissurais, de projecção ou de associação Camada Granular Interna Composta por células estreladas Concentração elevada de fibras tangenciais, colectivamente conhecidas como banda de Baillarger Externa 7 Camada Ganglionar/Piramidal Interna Contém células piramidais de tamanho médio a grande, e células estreladas e de Martinotti Concentração elevada de fibras tangenciais, que formam a banda de Baillarger Interna No córtex motor (circunvolução frontal ascendente), as células piramidais, devido ao seu grande tamanho, são denominadas células de Betz. Estas células contribuem apenas para 3% das fibras de projecção do tracto corticoespinhal/piramidal Camada Multiforme de Células Polimórficas Composta por células fusiforme e piramidais modificadas, cujo corpo celular é triangular a ovóide Presença de células de Martinotti Local de passagem de muitas fibras nervosas, que entram ou saem da substância branca FIBRAS NERVOSAS DO CÓRTEX CEREBRAL Relativamente à mieloarquitectura, podemos identificar dois tipos de disposição das fibras no córtex cerebral: o Fibras Radiais – perpendiculares à superfície do córtex o Fibras Tangenciais ou Estrias – bandas de fibras que se dispõem dentro de uma camada do córtex Fibras Radiais Dirigem-se em ângulos rectos em relação à superfície cortical Incluem: o Fibras aferentes comissurais, de projecção ou de associação, que terminam no córtex; o Os axónios das células piramidais e fusiformes que deixam o córtex como fibras comissurais, de projecção ou de associação, em direcção à substância branca do hemisfério cerebral. Fibras Tangenciais Dirigem-se paralelamente à superfície cortical Incluem: o Ramos colaterais e terminais de fibras aferentes (maior parte) o Axónios de células horizontais de Cajal e células estreladas o Ramos colaterais das células piramidais e fusiformes Podemos identificar no córtex cerebral 3 estrias: o Banda de Kaes-Bechterew – na camada molecular o Banda de Baillarger Externa – situada na camada granular interna (camada 4) o Banda de Baillarger Interna – situada na camada piramidal interna (camada 5) As bandas de Baillarger são particularmente desenvolvidas em áreas sensoriais/sensitivas devido à grande concentração das partes terminais das fibras talamocorticais No córtex visual, a banda de Baillarger externa é tão espessa que pode ser vista a olho nu, sendo conhecida como a Estria de Gennari. Devido a esta banda/estria, o córtex visual próximo do sulco calcarino é referenciado como o córtex estriado. 8 VARIAÇÕES NA ESTRUTURA CORTICAL Nem todas as áreas corticais possuem as 6 camadas corticais descritas anteriormente. Assim, podemos dividir o córtex cerebral em 3 áreas, de acordo com a citoarquitectura e mieloarquitectura: o Alocórtex (Paleocórtex + Arquicórtex) o Isocórtex ou Neocórtex o MesocórtexAlocórtex Caracteriza-se pela sua estrutura primitiva e elementária. Constituída pelo arquicórtex e pelo paleocórtex Composta por: o Uma camada granular receptora e uma camada piramidal efectora - arquicórtex o Confusão das camadas celulares – paleocórtex O termo alocórtex foi utilizado durante muito tempo como sinónimo de córtex olfactivo. De facto, o cérebro dos vertebrados inferiores macrosmáticos (diz-se dos animais com o olfacto muito desenvolvido) é dedicado quase exclusivamente ao olfacto e aos reflexos que este sentido desencadeia – trata-se portanto do rinencéfalo. Pensava-se também que o alocórtex dos vertebrados superiores era também olfactivo, mas actualmente sabe-se que no alocórtex se distinguem duas zonas: o Formações paleocorticais (paleocórtex) – dedicadas ao sentido do olfacto o Formações arquicorticais (arquicórtex) – sem relação com o olfacto Assim, o termo rinencéfalo nestes vertebrados não se aplica a todo o alocórtex, apenas designando o paleocórtex O arquicórtex constitui parte fundamental do cérebro nos vertebrados (superiores e inferiores), governando os comportamentos e a vida instintiva. Portanto, a vida destes animais obedece a impulsos, que por sua vez suscitam acções automáticas/involuntárias. Nos humanos, o alocórtex integra o Sistema Límbico e está disposto da seguinte maneira: o Paleocórtex - constitui o aparelho olfactivo (bulbo olfactivo, pedúnculos, estrias, etc.) o Arquicórtex - constitui o aparelho motor do comportamento genérico (hipocampo), dotado de uma certa memória. Neocórtex ou Isocórtex Neste córtex estão bem individualizadas a 6 camadas corticais Podemos distinguir 2 tipos de neocórtex: o Córtex Homotípico – as 6 camadas mantêm as mesmas proporções entre si (não há uma maior que as outras). Este isocórtex reveste as áreas corticais de associação (ver configuração externa do telencéfalo) o Córtex Heterotípico – corresponde a zonas corticais de projecção. Aqui, podemos ainda subdividir o córtex consoante as camadas do córtex predominantes: Tipo Granular – as camadas granulares (2 e 4) bem desenvolvidas, em detrimento das camadas piramidais (3 e 5). Assim, as camadas 2 a 5 fundem-se numa só camada composta predominantemente de células granulares/estreladas (são estas células que recebem as fibras talamocorticais). Este tipo é encontrado na circunvolução parietal ascendente, na circunvolução temporal superior e em partes da circunvolução hipocâmpica Tipo Agranular – as camadas granulares (2 e 4) estão pouco desenvolvidas ou até ausentes. As camadas piramidais (3 a 5) estão muito desenvolvidas. Este tipo é encontrado na circunvolução frontal ascendente e noutras áreas do córtex frontal. Estas áreas dão origem a um grande número de fibras eferentes relacionadas com as funções motoras. O neocórtex relaciona-se com a actividade consciente, voluntária, pessoal e propriamente psíquica. Comparado com os animais, o Homem apresenta este tipo de córtex muito mais desenvolvido. 9 Mesocórtex É um córtex do tipo misto Observamos ilhas de alocórtex rodeadas por mesocórtex Este tipo de córtex está presente na circunvolução do corpo caloso MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO CÓRTEX CEREBRAL Em termos funcionais, o córtex cerebral está organizado em unidades verticais ou colunas o Por exemplo, no córtex sensitivo cada coluna está associada a uma função sensitiva específica - uma unidade vertical para cada segmento do corpo. o Estas colunas estendem-se ao longo das 6 camadas corticais até à substância branca o Cada unidade possui fibras aferentes, interneurónios e fibras eferentes o Cada unidade pode ser activada isoladamente, ou uma excitação de uma unidade funcional pode-se propagar para outras unidades através dos axónios das células estreladas o As células horizontais de Cajal permitem a activação de unidades verticais localizadas a uma distância significativa da fibra aferente “excitadora”. Relativamente às camadas do córtex, podemos distinguí-las funcionalmente da seguinte maneira: o Camada 2 e 4 (granulares externa e interna) – são os pisos de recepção. A camada granular externa recebe informações de outras regiões do córtex cerebral. A camada granular interna recebe informações mais longíquas, principalmente do tálamo (radiações talâmicas) o Camadas 3 e 5 (piramidais externa e interna) – constituem os pisos de emissão. A camada piramidal externa transmite mensagens intercorticais, enquanto a camada piramidal interna envia os seus impulsos para zonas subcorticais, do tronco cerebral e da medula espinhal. o Camada 1 (molecular) – assegura as conexões com as superfícies vizinhas o Camada 6 (multiforme) – estabelece as relações interhemisféricas através das fibras comissurais 10 CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO TELENCÉFALO O Telencéfalo (ou Cérebro) é a porção mais volumosa do encéfalo Repousa, através da sua face inferior nos andares médio e anterior/superior da base do crânio Cobre superiormente o cerebelo, do qual está separado pela tenda do cerebelo A sua face súpero-externa, convexa, corresponde em toda a sua extensão à abóbada craniana Forma ovóide com uma extremidade posterior larga Diâmetros: o Ântero-Posterior: 16 cm o Transversal: 14 cm o Vertical: 12 cm Peso médio: 1Kg (mulheres) a 1,1 Kg (homens) Dividido em 2 partes simétricas – os hemisférios – pela fenda interhemisférica Os hemisférios estão unidos entre si pelas grandes comissuras interhemisféricas – corpo caloso e o fórnix – e pelo diencéfalo, situado por baixo das comissuras interhemisféricas Cada hemisfério é escavado por uma cavidade derivada do canal central: os ventrículos laterais Cada hemisfério apresenta, ao nível da união com o diencéfalo, uma massa de substância cinzenta volumosa denominada corpo estriado Cada hemisfério apresenta 3 faces: súpero- externa, inferior e interna Face Súpero-Externa Convexa Limites: o Em cima pelo bordo superior do hemisfério cerebral, bordeado pelo seio sagital superior o Em baixo por um bordo marcadamente chanfrado na união do seu ¼ anterior com os ¾ posteriores Corresponde em toda a sua extensão à abóbada craniana Face Interna Plana e Vertical Constituída por 2 partes: o Superior: livre, desde o bordo superior do hemisfério cerebral até ao corpo caloso. Separada do hemisfério oposto pela fissura longitudinal do cérebro/ fenda interhemisférica, na qual se introduz uma prega de dura-máter (foice do cérebro) o Inferior ou umbral do hemisfério cerebral: aderente, constituída por todos os órgãos (corpo caloso, septo pelúcido, fórnix e diencéfalo) que unem os hemisférios cerebrais entre si 11 Face Inferior Limites: o Externo: bordo inferior da face súpero-externa o Interno: extremidades anterior e posterior da fenda interhemisférica e, entre estas extremidades, pelo diencéfalo e pedúnculos cerebrais Dividida em 2 partes pelo rego de Sylvius/ sulco lateral: o Parte Anterior ou Orbitária: apoiada sobre a parede superior da órbita. Constituída pelo bulbo e tracto olfactivos, pedúnculos olfactivos e substância/espaço perfurado anterior o Parte Posterior ou Temporoccipital: deprimida na sua parte média e interna, de tal maneira que se orienta para baixo/dentro. Repousa sobre o andar médio do crânio e sobre a tenda do cerebelo. FENDAS, REGOS E SULCOS A superfície dos hemisférios cerebrais é percorrida por numerosos sulcos e regos que delimitam os lobos cerebrais e as circunvoluções cerebrais Os lobos estão separados entre si por sulcos principais ou regos Cada lobo apresenta um certo número de circunvoluções delimitadas por sulcos (secundários) Os limites traçados pelos sulcos podem ser imprecisos. Circunvoluções adjacentes que pertencema um mesmo lobo ou a 2 lobos contíguos podem estar unidas entre si por pregas anastomóticas/de comunicação. Existem também sulcos terciários (inconstantes) com origem nos diversos sulcos secundários. Nomenclatura utilizada: o Fenda – separa hemisférios. Só há uma: fenda interhemisférica o Regos (nomenclatura francesa) – separam lobos entre si, dentro do mesmo hemisfério o Sulcos (nomenclatura francesa) – separam circunvoluções, dentro de cada lobo o Sulcos (nomenclatura inglesa) – correspondem aos sulcos e regos da nomenclatura francesa Fenda de Bichat ou Fissura Transversa do Cérebro A fenda de Bichat, apesar de designada de “fenda”, não separa hemisférios cerebrais. Depressão profunda escavada posteriormente e nos lados, entre, por um lado, os hemisférios cerebrais e as grandes comissuras interhemisféricas, e por outro, o diencéfalo e o mesencéfalo Forma de ferradura de cavalo com concavidade orientada para a frente A porção média está compreendida entre, por um lado, o esplénio do corpo caloso e o fórnix, em cima, e pelo outro, os colículos/tubérculos quadrigémios e o tecto do 3º ventrículo, em baixo. As porções laterais, prolongamentos da porção média, são constituídas por uma depressão que, de cada lado, separa a circunvolução parahipocâmpica/temporal superior do pedúnculo cerebral e do diencéfalo Nesta fenda penetra a pia-máter, para formar a tela coroideia do 3º ventrículo e os plexos coroideus dos ventrículos laterais 12 Rego de Sylvius (Sulco Lateral) Começa sobre a face inferior do hemisfério, no ângulo externo da substância perfurada anterior. Desde esse ponto, dirige-se para fora, descrevendo uma curva côncava para trás, cruza o bordo inferior da face súpero-externa e percorre esta face obliquamente para cima/trás, até à união dos 1/3 médio e 1/3 posterior dos hemisfério cerebral. Ao nível da face súpero-externa este sulco origina 3 prolongamentos: o Ramo anterior/horizontal – dirige-se para a frente, no lobo frontal, ao longo do bordo inferior da face súpero- externa o Ramo ascendente/posterior/vertical – nasce um pouco atrás do ramo anterior, dirige-se para cima/frente o Ramo posterior – ramo terminal do Rego de Sylvius que se dirige para o lóbulo marginal. É um sulco muito profundo, cujo fundo é ocupado por uma parte extensa da superfície do hemisfério cerebral – ínsula ou lobo da ínsula. Rego de Rolando (Sulco Central) Começa um pouco atrás da parte média da fenda interhemisférica Desce para baixo/frente sobre a face súpero-externa do hemisfério cerebral Termina um pouco superior ao rego de Sylvius Descreve no seu trajecto 3 curvas sucessivas: o Curva Superior – convexa para a frente o Curva Média – convexa para trás o Curva Inferior – convexa para a frente A extremidade superior deste sulco escava ligeiramente o bordo superior dos hemisfério cerebral e a porção adjacente da sua face interna Rego Parieto-Occipital Parte do bordo superior do hemisfério cerebral, a 5 cm da extremidade posterior do hemisfério Desde este ponto, percorre tanto a face interna como a face súpero-externa: o Rego perpendicular interno (face interna) – dirige-se para a frente até à extremidade posterior da circunvolução do corpo caloso, onde termina. Ao longo do seu trajecto, cruza-se com o sulco calcarino o Rego perpendicular externo ou sulco occipital transverso (face súpero-externa) – apresenta o mesmo trajecto que o rego perpendicular interno. É pouco visível pois é obliterado por diversas pregas anastomóticas que unem as circunvoluções parietais, temporais e occipitais. Apenas são visíveis as suas extremidades, presentes nos bordos superior e inferior do hemisfério cerebral (a extremidade no bordo inferior chama-se incisura pré-occipital). 13 Rego Caloso-Marginal ou Sulco do Cíngulo Situado sobre a face interna do hemisfério cerebral Começa à frente e por baixo do joelho do corpo caloso Tem um trajecto paralelo ao bordo superior do corpo caloso, posicionando-se a igual distância entre este e o bordo superior do hemisfério. Um pouco à frente da extremidade posterior (esplénio) do corpo caloso, o sulco flecte-se para cima e termina sobre o bordo superior do hemisfério cerebral Rego Subparietal Sulco simples e pouco marcado Tem origem no ponto em que o rego caloso-marginal se flecte para cima, um pouco à frente do esplénio do corpo caloso Percorre um trajecto paralelo ao corpo caloso Termina no rego parieto-occipital (rego perpendicular interno) LOBOS E CIRCUNVOLUÇÕES Distinguem-se em cada hemisfério 6 lobos com diferentes projecções nas 3 faces: o Lobo Frontal – súpero-externa, interna e inferior o Lobo Parietal – súpero-externa e interna o Lobo Temporal – súpero-externa, interna e inferior o Lobo Occipital – súpero-externa, interna e inferior o Lobo da Ínsula – súpero-externa (no fundo do rego de Sylvius, coberta pelo lobo temporal) o Lobo do Corpo Caloso – interna Lobo Frontal Forma de pirâmide triangular: o Face súpero-externa – limitada atrás pelo Rego de Rolando e pela porção o Face Interna – à frente do Rego de Rolando e por cima do Rego Caloso-marginal o Face Inferior/Orbitária – limitada atrás pelo segmento transversal do Rego de Sylvius o Vértice – anterior, arredondado, corresponde ao pólo frontal Limites: o Rego de Sylvius o Rego de Rolando o Rego Caloso-Marginal 14 Circunvoluções (4) Frontal Ascendente ou Pré-Central/Pré-Rolândica o Face interna e súpero-externa o Limitada atrás pelo Rego de Rolando e à frente pelo sulco Pré-Rolândico/Pré-Central (sulco descontínuo) o Continua-se com o lóbulo paracentral, na face interna, e com a circunvolução parietal ascendente, inferiormente e na face súpero-externa Frontal Superior ou 1ª Circunvolução Frontal o Face interna, súpero-externa e inferior o 2 segmentos: Segmento Superior/Dorsal – segue o bordo superior do hemisfério cerebral, sendo identificado quer na face interna, quer na face súpero-externa. Limitado pelo sulco do cíngulo (face interna) e pelo sulco frontal superior (face súpero-externa), que se estende desde o sulco pré-central até à extremidade anterior do lobo frontal. A sua extremidade posterior forma o lóbulo paracentral. Ao nível do polo frontal, continua-se com o segmento inferior. Segmento Inferior/Orbitário – denominada de circunvolução recta, ocupa na face inferior do lobo frontal o espaço compreendido entre a fenda interhemisférica e o sulco olfactivo (no qual passa o tacto olfactivo) o Lóbulo Paracentral – nome atribuído à extremidade posterior do segmento superior/dorsal da circunvolução frontal superior. Limitado à frente por um pequeno sulco paralelo ao segmento terminal do sulco do cíngulo. Relaciona-se também com as extremidades superiores das circunvoluções pré-central e pós-central Frontal Média ou 2ª Circunvolução Frontal o Face súpero-externa e inferior o 2 segmentos: Segmento Superior (face súpero-externa) – limitado em cima pelo sulco frontal superior, e em baixo pelo sulco frontal inferior, que parte do sulco pré-central e corre paralelo ao sulco frontal superior. Segmento Inferior/Orbitário (face inferior) – ocupa ¾ da face inferior do lobo frontal. Limitado por dentro pelo sulco olfactivo, e por fora pelo sulco orbitário externo. A superfície deste segmento é percorrida por anfractuosidades (sulcos orbitários) que no seu conjunto descrevem a forma de um H (sulco em H). Frontal Inferior ou 3ª Circunvolução Frontal o Face súpero-externa e inferior o Ocupa toda a porção do lobo frontal situada por baixo/fora da circunvolução frontal média o Compreendida entre os sulcos frontal inferior e orbitário externo, por um lado, e o Rego de Sylvius, pelo outro.o Os 2 prolongamentos do Rego de Sylvius dividem esta circunvolução em 3 partes: Porção Orbitária/Cabeça (face inferior e súpero-externa) – situada por baixo/dentro do ramo anterior do Rego de Sylvius Porção Triangular/Cabo (face súpero-externa) – entre os ramos anterior e ascendente do Rego de Sylvius Porção Opercular/Pé (face súpero-externa) – atrás do ramo ascendente do Rego de Sylvius. Comunica em cima com a circunvolução Frontal Ascendente. 15 Lobo Parietal Situado na porção média e superior da face súpero-externa do hemisfério cerebral Ocupa uma escassa extensão da face interna Limites: o Rego de Rolando à frente o Rego de Sylvius por baixo o Rego Parieto-Occipital (Rego Perpendicular Externo) atrás o Rego Subparietal por dentro (face interna) Apresenta 3 circunvoluções separadas entre si pelo sulco intraparietal Sulco Intraparietal (face súpero-externa) – dirige-se primeiro para cima/trás, paralelamente ao Rego de Rolando (neste trajecto toma o nome de sulco Pós-Central/Pós-Rolândico); depois flete para trás e corre paralelamente ao bordo superior do hemisfério cerebral, até ao lobo occipital Circunvoluções (3) Parietal Ascendente ou Pós- Central/Pós-Rolândica o Face súpero-externa e interna o Localizada atrás do Rego de Rolando e à frente do Sulco Pós- Central o Esta circunvolução une-se à circunvolução frontal ascendente por meio de pregas anastomóticas, localizadas em cada uma das extremidades do Rego de Rolando: Inferiormente unem-se ao nível da porção opercular da circunvolução frontal inferior Superiormente unem-se ao nível do lóbulo paracentral (face interna) Lóbulo Parietal Superior ou 1ª Circunvolução Parietal o Face súpero-externa e interna o Situado sobre o bordo superior do hemisfério cerebral, atrás da circunvolução pós-central e por cima do sulco intraparietal o Invade a face interna do hemisfério cerebral, onde forma o lóbulo quadrilátero (pré-cunea) o O lóbulo quadrilátero é limitado à frente pela extremidade posterior do rego caloso-marginal, atrás pelo rego parieto-occipital (Rego perpendicular interno), e por baixo pelo rego subparietal Lóbulo Parietal Inferior ou 2ª Circunvolução Parietal o Face súpero-externa o Situada por baixo do Lóbulo Parietal Superior e atrás da Circunvolução Parietal Ascendente o Formado por 2 segmentos curvos em continuidade um com o outro: Anterior/Circunvolução Supramarginal/Lóbulo Marginal – contém na sua concavidade voltada para baixo a o ramo posterior do Rego de Sylvius Posterior/Circunvolução Angular/Lóbulo Angular – contém na sua concavidade voltada para a frente a extremidade posterior do sulco temporal superior 16 Lobo Occipital Ocupa a porção posterior do hemisfério cerebral Forma de pirâmide triangular: o Vértice é o Polo Occipital e está orientado para trás o Face Externa – corresponde a uma das fossas cerebrais da escama do osso occipital o Face Interna – separada da face homóloga contralateral pela fenda interhemisférica o Face Inferior – repousa sobre a tenda do cerebelo Limites: o Rego Parieto-Occipital (rego perpendicular interno), à frente, na face interna o Rego Parieto-Occipital (sulco occipital transverso), à frente, na face súpero-externa (limite pouco visível, obliterado por várias pregas anastomóticas) o Na face inferior não existe nenhum limite bem definido O lobo occipital é contínuo com o lobo temporal nas faces súpero-externa e inferior, e com o lobo parietal na face súpero-externa Circunvoluções (6) Existem 6 circunvoluções occipitais, numeradas de cima para baixo, separadas entre si por 5 sulcos inominados. As circunvoluções e os sulcos nascem no polo occipital e dirigem-se até à base do lobo occipital 1ª Circunvolução Occipital o Face súpero-externa o Continua-se à frente com o lóbulo parietal superior 2ª Circunvolução Occipital o Face súpero-externa o Continua-se com a circunvolução angular 3ª Circunvolução Occipital o Face súpero-externa o Está unida por meio de pregas anastomóticas às circunvoluções temporais média e inferior 4ª Circunvolução Occipital o Face inferior o Continua-se com a 4ª circunvolução temporal, com a qual forma o lóbulo/circunvolução Fusiforme 5ª Circunvolução Occipital o Face Inferior o Continua-se com a 5ª circunvolução temporal, com a qual forma o lóbulo/circunvolução Lingual 6ª Circunvolução Occipital ou Lóbulo Cuneiforme o Face interna o Ocupa toda a face interna do lobo occipital o Forma de cunha o Limites: Rego Parieto-Occipital (rego perpendicular interno), à frente/cima Sulco Calcarino por baixo. O sulco calcarino separa a circunvolução lingual do lóbulo cuneiforme. Estende-se horizontalmente desde o polo occipital até à extremidade posterior da circunvolução do corpo caloso, onde se une ao rego parieto-occipital. 17 Lobo Temporal Ocupa a porção média e inferior do hemisfério cerebral Apresenta 2 faces: o Face súpero-externa o Face inferior que repousa sobre a fossa temporo-esfenoidal, do andar médio da base do crânio o Face interna Limites: o Face súpero-externa: Rego de Sylvius, em cima e vestígios do Rego Parieto-Occipital (Rego Perpendicular Externo/Sulco Occipital), atrás, separando-o do lobo occipital o Face interna: segmento externo da Fenda de Bichat, por dentro, separando o lobo da parte média e interhemisférica do cérebro o Face inferior: Rego de Sylvius à frente, sendo que atrás não existe nenhum limite bem definido Circunvoluções (5) As circunvoluções são numeradas numa direcção de cima para baixo e de fora para dentro Todas as circunvoluções são limitadas à frente pelo Rego de Sylvius Circunvolução Temporal Superior ou 1ª Circunvolução Temporal o Face súpero-externa o Bordeada em cima pelo Rego de Sylvius (é o seu limite superior) o Limitada e baixo pelo sulco temporal superior, que corre paralelo ao Rego de Sylvius o Continua-se atrás com a com o lóbulo marginal e o lóbulo angular (pertencentes ao lóbulo parietal inferior) o Denomina-se circunvolução temporal transversa à porção média da vertente superior da circunvolução temporal superior compreendida entre 2 sulcos temporais transversos, que se orienta até ao lobo da ínsula. Ou seja, esta circunvolução está no lábio inferior do Rego de Sylvius. Circunvolução Temporal Média ou 2ª Circunvolução Temporal o Face súpero-externa o Por baixo da circunvolução temporal superior, entre o sulco temporal superior (limite superior) e o sulco temporal inferior (limite inferior) o Está unida atrás com o lóbulo angular e a 2ª e 3ª circunvoluções occipitais Circunvolução Temporal Inferior ou 3ª Circunvolução Temporal o Face súpero-externa e inferior o Entre o sulco temporal inferior (limite superior) e o bordo inferior do hemisfério cerebral (limite inferior) o Segue o bordo inferior do hemisfério cerebral e invade a face inferior do lobo temporal o Unida à 3ª circunvolução occipital por meio de uma prega anastomótica Circunvolução Temporo-Occipital Externa ou 4ª Circunvolução Temporal o Face inferior o Ocupa a parte média da face inferior do lobo temporal o Continua-se atrás com a 4ª circunvolução occipital, com a qual forma o lóbulo fusiforme 18 Circunvolução Temporo-Occipital Interna ou 5ª Circunvolução Temporal ou Circunvolução Parahipocâmpica o Face inferior e interna o É a circunvolução mais interna na face inferior do lobo temporal o Separada da 4ª circunvolução temporal pelo sulco colateral, que se inicia próximo do polo occipital e dirige-se para a frente. Este sulco pode ser contínuo com o sulco rinal, que separa a parte anterior da circunvolução parahipocâmpica do resto do lobo temporal o Continua-se atrás com a 5ª circunvolução temporal, com a qual forma o lóbulolingual o A extremidade anterior dobra-se para cima/trás em forma de gancho, formando o Uncus (polo temporal) o Percorrida em toda a sua extensão pelo sulco do hipocampo (visível ao nível da face interna). Este sulco profundo tem origem na região do esplénio do corpo caloso, onde se continua com o sulco do corpo caloso, dirigindo-se depois em direcção ao polo temporal, onde termina, separando a circunvolução parahipocâmpica do uncus. No fundo deste sulco, no lábio inferior, encontramos o hipocampo. No lábio superior encontra-se o corno temporal do ventrículo lateral. Ínsula ou Lobo da Ínsula Situado no fundo do Rego de Sylvius, sendo necessário separar os 2 lábios para o visualizar Recoberto pelo lobo temporal Forma triangular: o Vértice: é o polo da ínsula e orienta-se para baixo/frente. Está separado do espaço perfurado anterior pela Prega Falciforme ou Límen Insular (prega de córtex cerebral ligeiramente arqueada, com concavidade orientada para a frente e que se estende desde o lobo frontal até ao lobo temporal o Base: é horizontal, orientada para cima e separada dos lobos adjacentes que a cobrem por um sulco que segue os bordos e a base do triângulo – sulco circular da ínsula ou sulco circunferencial de Reil (limite interno) Do pólo da ínsula partem 4 sulcos em direcção à base, limitando assim 5 circunvoluções. O 3º sulco/sulco central é o mais profundo e constante, dividindo a ínsula em 2 porções: o Ínsula anterior: formada pelas 3 primeiras circunvoluções (1ª, 2ª e 3ª) o Ínsula posterior: formada pelas 2 últimas circunvoluções (4ª e 5ª) Lobo do Corpo Caloso ou Lobo Cingular Formada apenas por uma circunvolução – circunvolução cingular ou do corpo caloso Encontra-se na face interna dos hemisférios cerebrais Limites: 19 o Superiores: Rego Caloso-Marginal (à frente), Rego Subparietal (atrás) o Inferiores: Sulco do corpo caloso Ao nível do esplénio do corpo caloso, a extremidade posterior da circunvolução do corpo caloso (azul) continua-se com a circunvolução parahipocâmpica (laranja), descrevendo um anel completo, fechado à frente pelas raízes do pedúnculo olfactivo (verde). Este anel denomina-se Circunvolução Límbica. (ver Sistema Límbico) ÁREAS CORTICAIS Lobo Frontal Área Pré-Central Localizada na circunvolução frontal ascendente, incluindo a parede anterior do Rego de Rolando e as porções posteriores das circunvoluções frontais superior, média e inferior Estende-se até ao bordo superior do hemisfério, até ao lóbulo paracentral, inclusive Histologicamente: o Quase ausência de células estreladas/granulares o Proeminência de células piramidais o Células Piramidais de Betz – concentradas na porção superior da circunvolução frontal ascendente e no lóbulo paracentral. O seu número diminui no sentido posterior anterior e no sentido superior inferior. o Córtex do tipo agranular (circunvolução frontal ascendente) A maioria das fibras cortico-espinhais e cortico- bulbares/cortico-nucleares tem origem nas pequenas células piramidais nesta área. Apesar do número de células de Betz rondar os 30 000, apenas contribui em 3% para as fibras cortico-espinhais Dividida em 2 regiões: o Anterior – contém a área motora primária (B4) o Posterior – contém a área pré-motora ou motora secundária (B6 e porções de B8, 44 e 45) ÁREAS FUNCIONAIS Pré-Central Área Motora Suplementar Área Pré-Motora Área Motora Primária Área de Broca Campo Ocular Frontal Área Pré-Frontal 20 Área Motora Primária (B4) Ocupa a circunvolução frontal ascendente e o lóbulo paracentral Quando electricamente estimulada: o Produz movimentos isolados no hemicorpo contralateral e contracção dos grupos musculares responsáveis por movimentos específicos o Movimentos bilaterais dos músculos extraoculares, músculos da porção superior da face, da língua, mandíbula, laringe e faringe As áreas de movimento do corpo são representadas de forma invertida na circunvolução frontal ascendente: o Na face súpero-externa, de baixo para cima, temos: Estruturas responsáveis pela deglutição, língua, mandíbula, lábios, laringe e pálpebra e sobrancelha Dedos das mãos, especialmente o 1º dedo, mão, punho, cotovelo e ombro. Tronco Anca, joelho e tornozelo o No lóbulo paracentral (face interna), de cima para baixo: Dedos dos pés Esfíncteres anal e vesical A disposição das estruturas corporais no córtex é representada por um homúnculo motor. A área do córtex que controla um movimento particular é proporcional à especificidade do movimento em questão e não à quantidade de massa muscular envolvida nesse movimento. Assim, a área destinada à mão, dedos da mão e face é maior do que a destinada aos membros, por exemplo. Função: o Permite a realização de movimentos individuais de diferentes partes do corpo (função efectora) o Não é responsável por decidir quais os movimentos a efectuar o Local final de conversão das decisões motoras em movimentos concretos Recebe aferências da área pré-motora, córtex somatoestésico, tálamo, cerebelo e núcleos basais Área Pré-Motora ou Motora Secundária (B6) Ocupa a porção anterior da circunvolução frontal ascendente e as porções posteriores das circunvoluções frontais superior, média e inferior. Área mais larga superiormente do que inferiormente, estreitando no sentido superior inferior até se cingir à porção anterior da circunvolução frontal ascendente Histologicamente, não apresenta células de Betz A estimulação eléctrica produz movimentos musculares semelhantes àqueles obtidos por estimulação da área motora primária. Contudo, é necessária uma estimulação mais forte para se obter o mesmo grau de movimento Recebe aferências do córtex somatoestésico, tálamo e núcleos basais. Função: o Armazena programas/esquemas de actividade motora, aprendidos em experiências passadas o Aplicar os programas de motricidade quando são adequados a novas situações o Programa a actividade da área motora primária o Área envolvida no controlo dos movimentos posturais através das suas conexões com os núcleos basais. 21 Área Motora Suplementar Situada na circunvolução frontal superior (segmento superior, face interna), à frente do lóbulo paracentral A estimulação desta área gera movimentos dos membros contralaterais, no entanto, é necessário um estímulo mais forte comparativamente à área motora principal A remoção desta área não gera perda de movimento Campo Ocular Frontal (partes das áreas B6, 8 e 9) Estende-se anteriormente, desde a área da circunvolução frontal ascendente correspondente à área motora facial até à circunvolução frontal média A estimulação eléctrica desta área é responsável pelo movimento conjugado dos olhos, especialmente para o lado contralateral Pensa-se que o trajecto das fibras nervosas provenientes dos neurónios desta área passa pelos colículos superiores. Os colículos superiores estão ligados aos núcleos dos músculos extraoculares através da formação reticular (feixe longitudinal interno) Função: o Controlo dos movimentos voluntários de pesquisa dos olhos o Independente dos estímulos visuais Estabelece relações com a área visual occipital através de fibras de associação Área de Broca ou da Motricidade da Fala (B44 e 45) Localizada na circunvolução frontal inferior, entre os ramos anterior e ascendente do Rego de Sylvius Esta área é importante no hemisfério dominante (normalmente o esquerdo). No hemisfério não dominante, esta área não existe (em termos funcionais) Assim, a ablação desta região no hemisfério dominante resulta numa paralisia da fala. Por outro lado, a ablação da mesma área no hemisfério não dominante não surte efeitossignificativos no discurso Função: o Relacionada com a formação das palavras faladas, activando as regiões da área motora primária adjacente correspondentes aos músculos da laringe, boca, língua, palato mole e músculos respiratórios, que devem ser apropriadamente estimuladas. Área Pré-Frontal (B9, 10, 11 e 12) Área extensa situada à frente da área pré-central. Inclui o A maior parte das circunvoluções frontais superior, média e inferior (face súpero-externa) o A face inferior do lobo frontal (segmentos orbitários das circunvoluções frontal superior e média) o A maior parte da face interna da circunvolução frontal superior o ½ anterior da circunvolução do corpo caloso Estabelece conexões recíprocas com: o Outras áreas do córtex cerebral o Tálamo o Hipotálamo o Corpo estriado 22 A área pré-frontal pode ser dividida em 3 porções: o Parte Mediana – relacionada com a iniciativa. Uma lesão nesta área causa abolia (perda de iniciativa, vontade) o Parte Órbito-Frontal ou Ventral – associada ao comportamento social. Uma lesão nesta área causa desinibição das regras sociais (respostas desadequadas) o Parte Lateral – relacionada com o planeamento e execução de acções. Uma lesão nesta área faz com que o doente não consiga fazer a sopa, por exemplo, ou faz com que ele faça compras exageradas com cartões de crédito As fibras fronto-ponto-cerebelosas também ligam esta área ao cerebelo, através dos núcleos pônticos As fibras comissurais do fórceps minor e joelho do corpo caloso unem as duas áreas pré-frontais entre si. Função: o Construção da personalidade o Papel importante na profundidade dos sentimentos e percepção das emoções o Influência na determinação da iniciativa e capacidade de julgamento Lobo Parietal Áreas Funcionais: o Área Somatoestésica Primária (B3, 1 e 2) o Área Somatoestésica Secundária o Área Somatoestésica de Associação (B5 e 7) Área Somatoestésica Primária (B3, 1 e 2) Localizada na circunvolução parietal ascendente (face súpero-externa) e na porção posterior do lóbulo paracentral (face interna) Histologicamente: o A porção anterior da circunvolução parietal ascendente (B3), próxima do Rego de Rolando é do tipo heterotípica granular, contendo apenas algumas células piramidais. A Banda de Baillarger Externa é espessa e evidente o A porção posterior da circunvolução parietal ascendente (B1 e 2) possui menos células estreladas/granulares que a porção anterior Esta área recebe fibras de projecção provenientes dos núcleos ventrais póstero-externo e póstero-interno do tálamo O hemicorpo contralateral é representado de forma invertida em cada área somatoestésica (homúnculo sensitivo): o Na circunvolução parietal ascendente (face súpero-externa) temos, de baixo para cima: Região faríngea, língua e mandíbula Face, dedos das mãos, mão, braço Tronco e coxa o No lóbulo paracentral (face interna), temos de cima pra baixo: Perna e área do pé Regiões anal e genital A área do córtex somatoestésico destinada a uma parte do hemicorpo está relacionada com a sua importância funcional e não com o seu tamanho. Assim, a face, lábios e o 1º e 2º dedos da mão têm áreas somatoestésicas maiores. O tamanho da área cortical associada a cada parte do hemicorpo é directamente proporcional ao número de receptores sensitivos presentes em cada parte do corpo. 23 Apesar da maioria das sensações alcançarem o córtex a partir do hemicorpo contralateral, algumas sensações da região da boca atingem o córtex homolateral, e aquelas provenientes da faringe, laringe e períneo atingem ambos os córtices (fibras bilaterais) Ao entrar no córtex as fibras aferentes excitam neurónios na camada IV (granular interna), e a partir daí o impulso propaga-se às restantes camadas. Da camada VI (multiforme de células polimórficas) vários axónios deixam o córtex em direcção ao tálamo, bulbo e medula espinhal, providenciando mecanismos de feedback negativo (fibras inibitórias que modulam a intensidade do estímulo aferente). Função: o Recebe impulsos nervosos dos nervos periféricos e converte-os em informação passível de ser analisada pela área somatoestésica de associação A porção anterior da circunvolução parietal ascendente (B3) recebe várias fibras aferentes provenientes de fusos neuromusculares, órgãos tendinosos e receptores articulares. Esta informação sensitiva é analisada nas colunas verticais no córtex somatoestésico, sendo depois passada para a área motora primária, influenciando assim a actividade muscular esquelética. Área Somatoestésica Secundária Localizada no lábio superior do Rego de Sylvius, ao nível do seu ramo posterior Muito mais pequena e menos importante do que a área somatoestésica primária Representação das estruturas corporais: o À frente a região da face o Atrás a região das pernas o O corpo é representado bilateralmente, com domínio do lado contralateral As conexões destas áreas são algo desconhecidas Muitos impulsos sensitivos provêm da área somatoestésica primária e do tronco cerebral Os neurónios desta área respondem a estímulos cutâneos de curta duração Área Somatoestésica de Associação (B5 e 7) Localizada no lóbulo parietal superior, estendendo-se até à sua porção na face interna do hemisfério Estabelece múltiplas conexões com outras regiões sensoriais do córtex Função: o Receber e integrar diferentes modalidades sensitivas – visuais, somáticas… o Permite reconhecer objectos com os olhos fechados, apenas através do tacto o Receber e interpretar informações sobre a forma e tamanho do objecto e relacioná-las com experiências sensoriais e sensitivas passadas 24 Lobo Occipital Áreas Funcionais: o Área Visual Primária (B17) o Área Visual Secundária (B18 e 19) o Campo Ocular Occipital Área Visual Primária (B17) Localizada nos lábios da porção posterior do sulco calcarino (face interna), podendo-se estender até ao polo occipital e face súpero-externa do hemisfério Reconhecido macroscopicamente pelo seu córtex fino e pela estria de Gennari Microscopicamente, apresenta-se como um córtex heterotípico granular, com poucas células piramidais Recebe aferências do corpo geniculado externo, com origem primária na retina Cada córtex visual recebe fibras da porção temporal da retina homolateral e da porção nasal da retina contralateral. Assim, o campo visual direito (retina nasal esquerda + retina temporal direita) é representado no córtex visual esquerdo e vice-versa Os quadrantes superiores da retina (que recebem a imagem do campo visual inferior) são representados no lábio superior do sulco calcarino e vice-versa Portanto, existe uma inversão cortical dupla do campo da visão A mácula lútea (área central da retina) é representada no córtex visual na porção posterior da área B17, perto do polo occipital. Por outro lado, os impulsos provenientes das porções periféricas da retina terminam em círculos concêntricos, à frente do polo occipital e na porção anterior da área B17. Área Visual Secundária (B18 e 19) Localizada à volta da área visual primária, nas faces interna e súpero-externa do hemisfério cerebral Recebe aferências da área visual primária e de outras áreas corticais, e do tálamo Função: o Relacionar a informação visual recebida pela área visual primária com experiências visuais passadas, permitindo ao indivíduo reconhecer e apreciar o que está a ver. Campo Ocular Occipital (B19) Localizado na área visual secundária A sua estimulação eléctrica produz um desvio conjugado dos olhos, especialmente para o lado contralateral Função: o Associada aos reflexos visuais o Relacionada com os movimentos dos olhos na perseguição involuntária dos objectos em movimento Cada campoocular occipital está unido: o Ao Campo Ocular Occipital contralateral; o Aos Colículos Superiores; o Ao Campo Ocular Frontal. 25 Lobo Temporal Áreas: o Área Auditiva Primária (B41 e 42) o Área Auditiva Secundária (B22) o Área de Wernicke Área Auditiva Primária (B41 e 42) Localizada na circunvolução temporal superior, no lábio inferior do Rego de Sylvius A área de Brodman 41 é heterotípica granular. A área de Brodman 42 é homotípica e é maioritariamente uma área de associação auditiva Recebe fibras de projecção provenientes do corpo geniculado interno, constituindo a radiação auditiva da cápsula interna A porção anterior desta área é responsável pela recepção dos sons de baixa frequência, enquanto a porção posterior é responsável pelos sons de alta frequência Área Auditiva Secundária (B22) Localizada atrás da área auditiva primária, na circunvolução temporal superior, no lábio inferior do Rego de Sylvius Recebe impulsos da área auditiva primária e do tálamo Função: o Interpretação dos sons o Associação das aferências auditivas com outra informação sensorial/sensitiva Área de Wernicke (porção posterior de B22 e B42) Localizada no hemisfério dominante (geralmente o esquerdo), na circunvolução temporal superior, com extensões para o ramo posterior do Rego de Sylvius, até ao lóbulo marginal Ligada à área de Broca pelo feixe arqueado/longitudinal superior (feixe de associação) Recebe fibras de: o Córtex Visual (lobo occipital) o Córtex Auditivo (lobo temporal) Função: o Permite a compreensão da linguagem escrita e falada o Permite a uma pessoa ler uma frase e dizê-la em voz alta (através da associação da área de Wernicke com a área de Broca) o É uma área do córtex cerebral onde à uma reunião da informação visual e auditiva Outras Áreas Corticais Área Gustativa (B43) Localizada na extremidade inferior da circunvolução parietal ascendente, no lábio superior do Rego de Sylvius, e na área adjacente da ínsula Recebe impulsos provenientes do núcleo do tracto solitário que ascendem até ao núcleo ventral póstero-interno, onde sinapsam com neurónios, que enviam axónios para esta zona do córtex. 26 Área Vestibular Localizada perto da região da circunvolução parietal ascendente relacionada com as sensações da face. Opõe-se à área auditiva, situada na circunvolução temporal superior Função: o Apreciação da posição e dos movimentos da cabeça no espaço o Através das suas conexões nervosas, influencia os movimentos dos olhos e a contracção dos músculos do tronco e membros, de forma a manter a postura corporal Córtex Insular (B13 e 14) Área recoberta pelos 2 lábios do Rego de Sylvius, formando o seu pavimento A porção posterior do córtex desta área é heterotípico granular e a porção anterior é heterotípico agranular, continuando os tipos de córtex das áreas somatoestésica primária e motora primária, respectivamente. Funções: o Planeamento e coordenação dos movimentos articulares necessários ao discurso o Área associada às emoções e ao seu processamento Área Olfactiva Primária (B28) Constitui a área pré-piriforme, o córtex periamigdalino e a metade córtico- interna do corpo amigdalino, localizando-se no úncus, na circunvolução parahipocâmpica. A área pré-piriforme está situada na transição entre a superfície inferior do lobo frontal e a face interna do lobo temporal Recebe fibras nervosas provenientes da fita olfactiva externa, que transmitem as sensações relacionadas com os cheiros e odores. Função: o Recepção da informação olfactiva proveniente da fita olfactiva externa o Envio dessa informação para o córtex olfactivo secundário Área Entorrinal ou Área Olfactiva Secundária (B28 e 34) Constitui a área piriforme, localizada imediatamente atrás da área olfactiva primária, na face interna da circunvolução parahipocâmpica. Esta área constitui um importante intermediário entre o córtex e o hipocampo. Desta área partem um conjunto de fibras que constituem a principal aferência do hipocampo (via/tracto perfurante) Função: o Interpretação das sensações olfactivas, provenientes do córtex olfactivo primário o Centro de integração de diversas informações (visuais, auditivas, olfactivas e sensitivas), relacionando-as entre si Uma lesão nesta área pode ser responsável por alucinações olfactivas. http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=sZ3oWm7uVKligM&tbnid=NWjPYXnreyX5xM:&ved=0CAUQjRw&url=http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gray743_insular_cortex.png&ei=MG5MUcW9I-bL0AWGroH4AQ&bvm=bv.44158598,d.ZG4&psig=AFQjCNFKurRpdtqrcjVK86BdXVF8Myxl2A&ust=1364049831502488 27 Córtex de Associação As áreas sensitivas/sensoriais primárias apresentam um córtex heterotípico granular As áreas motoras primárias apresentam um córtex heterotípico agranular As restantes áreas corticais são homotípicas e foram classicamente designadas de áreas de associação, sem se saber efectivamente o que associavam Actualmente, sabe-se que estas áreas apresentam múltiplas aferências e eferências e estão relacionadas com o comportamento, discriminação de objectos e interpretação de experienciais sensoriais Existem 3 áreas de associação principais: o Área Pré-Frontal – associa experiências que são essenciais para a produção de ideias abstractas, juízos, sentimentos e personalidade. Uma lesão nesta área não resulta numa perda da inteligência, mas sim numa diminuição das capacidades acima referidas o Área Temporal Anterior - armazena experiências sensoriais passadas. Ao ser estimulada, o indivíduo recorda sons ou objectos vistos anteriormente o Área Parietal Posterior – integra a informação visual e somatoestésica (toque, pressão e propriocepção), dando origem às noções de forma, tamanho e textura. Está relacionada com a capacidade de estereognosia (reconhecimento dos objectos através dos conceitos da forma, tamanho e textura). Esta área permite também a construção consciente da nossa própria imagem corporal e da noção da posição do nosso corpo em relação ao meio que nos rodeia (propriocepção). DOMINÂNCIA CEREBRAL Anatomicamente, não existem diferenças entre os 2 hemisférios que determinem o domínio de um deles: o As circunvoluções e fissuras existentes nos 2 hemisférios são praticamente idênticas. o As vias nervosas que se projectam no córtex alcançam as mesmas áreas corticais em ambos os hemisférios e através de um número idêntico de fibras. o As comissuras cerebrais, especialmente o corpo caloso e a comissura branca anterior, providenciam uma via de transmissão de informação entre os 2 hemisférios. O hemisfério esquerdo está associado ao estabelecimento de uma pessoa como sendo dextra ou canhota e à capacidade de compreensão e produção de linguagem. Relaciona-se com a lógica e o raciocínio matemático. O hemisfério direito relaciona-se com as capacidades visuoespaciais: reconhecimento do espaço circundante e de trajectos (memória topográfica), de estímulos visuais complexos (como a face humana) e da atenção hemiespacial selectiva. Também se relaciona com a apreciação das artes (música, pintura…), aos aspectos emocionais do discurso, a intuição e a imaginação. O termo dominância cerebral refere-se ao facto de que um dos hemisférios cerebrais ser o "dominante" em certas funções. A diferença é predominantemente percebida na linguagem e nas habilidades manuais (dextro ou canhoto) Cerca de 96% da população adulta têm dominância da fala no hemisfério esquerdo. A área da fala no córtex adulto é maior no hemisfério esquerdo (dominante) do que no direito (não dominante). Pensa-se que nos recém-nascidos os 2 hemisférios têm as mesmas capacidades. Yakolev e Rakic descobriram que havia maior número de fibras córtico-espinhaisdecussavam a partir da pirâmide esquerda do que a partir da pirâmide direita. Isto significa que na maioria dos indivíduos haverá mais fibras córtico- espinhais no corno anterior direito da medula espinhal, facto que pode explicar a dominância da mão direita na maioria dos indivíduos. Assim, mais de 90% da população adulta é dextra e, portanto, apresenta o hemisfério esquerdo como dominante (no que se refere a este parâmetro). Os canhotos podem ter dominância cerebral à direita ou ausência de dominância cerebral, algo que ocorre nos ambidextros. 28 A definição do hemisfério dominante é progressiva e só está concluída por volta dos 10 anos de idade. Este facto explica porque, por exemplo, uma criança de 5 anos com uma lesão no hemisfério dominante consiga facilmente transferir as funções desse hemisfério para o hemisfério saudável (tal já não ocorre num adulto). Da mesma maneira, uma criança canhota consegue tornar-se dextra, mas um adulto já não. SÍNDROME DO HEMISFÉRIO DIREITO (NÃO DOMINANTE) – NEGLET SYNDROME O hemisfério direito é o hemisfério dominante para as capacidades visuoespaciais: reconhecimento do espaço circundante e de trajectos (memória topográfica), de estímulos visuais complexos (como a face humana) e da atenção hemiespacial selectiva. A inatenção hemiespacial selectiva (IHS) ou neglect é um dos defeitos cognitivos mais típicos das lesões deste hemisfério. O neglect caracteriza-se por uma incapacidade em atender, explorar e responder a estímulos presentes no hemiespaço ou no hemicorpo contralateral. As lesões do hemisfério esquerdo raramente provocam neglect, uma vez que o hemisfério direito, sendo dominante para essa função, consegue compensar o defeito de atenção selectiva resultante da lesão esquerda. Pelo contrário, nas lesões do hemisfério direito, o doente pode manifestar uma total indiferença aos estímulos apresentados à sua esquerda e explorar apenas os que se apresentam no hemiespaço direito, detectados e explorados pelo hemisfério esquerdo. A IHS pode ter manifestações muito heterogéneas. Nas suas formas mais extremas, o doente apresenta um desvio dos olhos e da cabeça para a direita e ignora qualquer estimulação oriunda do hemiespaço esquerdo (não responde se o chamarem ou se lhe tocarem do seu lado esquerdo), chegando mesmo a negar ter qualquer defeito motor à esquerda (anosognosia) ou a negar que a metade esquerda do corpo lhe pertence (hemiassomatognosia). No seu dia-a-dia, o doente pode ter manifestações de neglect pessoal (não barbeia a metade esquerda da cara ou esquece-se de vestir a manga esquerda do casaco), neglect peripessoal (ignora os alimentos da metade esquerda do seu prato ou choca contra móveis e objectos à sua esquerda) ou no espaço distante (não explora a metade esquerda do local) Existem provas para pôr em evidência a presença de IHS. As mais utilizadas são as provas de “barragem”, em que se pede ao doente para bissectar, com um traço, uma série de linhas desenhadas ao acaso numa folha de papel. O doente com neglect tenderá a ignorar algumas das linhas apresentadas à sua esquerda. O desenho espontâneo é ainda outro dos testes clássicos. Pede-se ao doente que desenhe um estímulo simples e simétrico (uma flor, um relógio). O doente com neglect poderá colocar todos os números ou os ponteiros do lado direito, negligenciando a metade esquerda do mostrador. Identificação da dominância dos hemisférios Durante o exame, o paciente fica sentado à frente de uma tela onde se projectam palavras. Ao mesmo tempo, o paciente pode pegar em objectos posicionados atrás da tela. Quando um paciente, após calosotomia (remoção do corpo caloso) vê, por pouco tempo, a palavra “bola” no lado esquerdo da tela, ele reconhece-a no córtex visual direito (o tracto óptico não é afectado pela comissurotomia). Em 96% das pessoas, a produção da fala localiza-se no hemisfério esquerdo. Portanto, o paciente não consegue verbalizar a palavra projectada, já que a comunicação entre os hemisférios é interrompida. Mesmo assim, ele é capaz de selecionar e pegar na bola, entre os outros objectos. Hoje em dia supõe-se que a dominância hemisférica é resultado da evolução, quando as áreas cerebrais se desligaram das suas funções específicas, (ex: produção da fala), de modo a ficarem mais livres para o desenvolvimento da nossa inteligência. O corpo caloso permite que os 2 hemisférios (que parcialmente cumprem funções independentes) ainda possam comunicar entre si, quando necessário. Devido à dominância hemisférica, o corpo caloso, nos humanos, é mais desenvolvido do que noutras espécies animais. A utilização de áreas corticais difere em homens e mulheres. Nos homens, por exemplo, somente um hemisfério é activado para a solução de tarefas linguísticas, enquanto as mulheres activam ambos os hemisférios. Este facto também influencia a estrutura do corpo caloso. Supõe-se, por exemplo, que em mulheres a compreensão e capacidade da fala são mais desenvolvidas do que nos homens, uma vez que alguns estudos sugerem que no istmo do corpo caloso (porção do corpo mais afilada, na transição entre o tronco/corpo e o esplénio) da mulher existem mais axónios do que no homem (uma região do istmo 25% maior). 29 LESÕES NO CÓRTEX CEREBRAL As lesões do córtex cerebral resultam de tumores, acidentes vasculares, intervenções cirúrgicas e traumatismos. O cérebro humano possui uma capacidade de reorganizar, após lesão, o córtex cerebral intacto, de maneira a que alguma da actividade cerebral do córtex lesado seja recuperada. Lobo Frontal LESÕES Córtex Motor Campo Ocular Frontal Área Pré-Frontal Área Motora Primária Área Motora Secundária Ambas - Hemiplegia no hemicorpo contralateral, com distúrbio mais evidente dos movimentos finos e específicos - Hemiparesia do hemicorpo contralateral - Paralisia do hemicorpo contralateral - Espasticidade ligeira - Ataque Epiléptico Jacksoniano - Dificuldade na execução de movimentos específicos, especialmente sequências de movimentos - Alguma hemiplegia (não tão severa quanto numa lesão da área motora primária) - Espasticidade marcada - Hemiplegia marcada do hemicorpo contralateral - Paralisia grave do hemicorpo contralateral - Apraxia grave - Espasmos musculares - Lesões destrutivas num hemisfério: desvio dos 2 olhos para o lado da lesão e incapacidade me virar os olhos para o lado oposto; - Lesões irritativas num hemisfério: desvio periódico dos 2 olhos para o lado oposto da lesão - Os movimentos de perseguição involuntários não são afectados - Tumores ou lesões traumáticas resultam na perda das capacidades de julgamento e iniciativa - Alterações emocionais, das quais se destaca a euforia - Perda da espontaneidade, com diminuição da fluência do discurso e inactividade motora (apatia, acinésia, abulia) - Negligência das actividades diárias essenciais - Relacionamento interpessoal reduzido e pobre - Mudança de personalidade, desinibição social, inconsequência, impulsividade, incapacidade de depressão - Não há perda marcada da inteligência - Esquizofrenia Ataque Epiléptico Jacksoniano Deve-se a uma lesão irritativa da área motora primária (B4). A convulsão tem início na parte do hemicorpo contralateral representado na área motora primária que está irritada. Os ataques epilépticos podem ser restritos a uma parte do corpo (ex: face ou pé) ou podem envolver mais regiões, dependendo da disseminação da irritação na área motora primária. Espasticidade Muscular A área motora primária origina os tractos cortico-espinhais e cortico-nucleares. A área motora secundária dá origem aos tractos extrapiramidais (embora também contribua para o tracto cortico- espinhal, embora em menor grau), que passam pelosnúcleos basais e formação reticular. Os tractos cortico-espinhais e cortico-nucleares tendem a aumentar o tónus muscular, mas os tractos extrapiramidais transmitem impulsos inibitórios que diminuem o tónus muscular. Assim, uma lesão: o Na área motora primária resulta numa espasticidade leve o Na área motora secundária leva à perda da acção inibitória sobre o tónus e, por isso, gera-se uma espasticidade marcada o Em ambas as áreas motoras resulta em espasmos musculares. Área Pré-Frontal e a Esquizofrenia O córtex pré-frontal tem uma inervação dompaminérgica rica (via meso-cortical) Uma lesão nesta área tende a afectar esta via dopaminérgica, fenómeno que é responsável por alguns sintomas da esquizofrenia (sintomas negativos) 30 Lobo Parietal Os centros inferiores do encéfalo, principalmente o tálamo, transportam uma parte dos sinais sensitivos até ao córtex cerebral, para análise. LESÕES Área Somatoestésica Primária Área Somatoestésica Secundária Área Somatoestésica de Associação - Distúrbios sensitivos contralaterais, mais severos nas porções distais dos membros - Hemianestesia contralateral - A dor, tacto e sensações térmicas grosseiros/difusos normalmente não se perdem, devido à função do tálamo - Incapacidade de avaliar graus de calor - Perda da discriminação táctil (discriminação de 2 pontos) - Incapacidade de julgar o peso dos objectos - Perda do tónus muscular pode dever-se a uma lesão nesta área - Lesões nesta área não causam defeitos sensitivos reconhecíveis ou visíveis. - Astereognosia: incapacidade do paciente de associar e integrar os estímulos tácteis, de pressão e propriocepção e logo, de reconhecer objectos através do toque - Interferência na apreciação da imagem corporal do hemicorpo contralateral. A pessoa tende a não reconhecer o hemicorpo contralateral como seu (ex: esquece-se de fazer a barba na hemiface contralateral) - Atopognosia: a pessoa não reconhece a região do corpo que está a ser estimulada Lobo Occipital LESÕES Área Visual Primária* Área Visual Secundária - Vários tipos de lesões (isto é, de cegueira) consoante a área do córtex visual afectada: - Quando todo o córtex visual primário de um hemisfério é lesado temos uma hemianopsia homónima contralateral - Quando a ½ superior de um córtex visual, acima do sulco calcarino é lesada, temos uma quadrantanópsia homónima inferior contralateral - Lesões no pólo occipital produzem um escotoma central hemianóptico - As causas mais comuns das lesões desta área são problemas vasculares, tumores e ferimentos de armas - Incapacidade de reconhecer objectos vistos no campo visual contralateral - Ilusões e alucinações visuais * A fim de perceber melhor este tipo de lesões, ver lesões da via óptica, no final do capítulo de vias ascendentes/Sensibilidade Lobo Temporal LESÕES Área Auditiva Primária Área Auditiva Secundária - Uma lesão nesta área produz uma diminuição bilateral da audição, mas mais marcada no ouvido contralateral (isto porque cada corpo geniculado interno e, por isso, cada córtex auditivo, recebe fibras de ambos os ouvidos internos, embora mais do lado contralateral) – surdez parcial bilateral - Perda da capacidade de localizar a fonte/origem do som - Uma lesão bilateral dos córtices auditivos gera surdez total - Incapacidade de interpretar e reconhecer os sons ou música - Agnosia verbal acústica (surdez para as palavras) AFASIAS E PERTURBAÇÕES DO PROCESSO DA FALA Definição e Caracterização das Perturbações da Fala Afasia – perturbação da produção e/ou compreensão da linguagem, secundária a uma lesão cerebral. Constitui uma síndrome heterogénea que pode variar no tipo e intensidade. Enquanto nas afasias ligeiras os doentes apresentam apenas alguma dificuldade em evocar as palavras que pretendem dizer (manifestada por pausas, hesitações ou trocas), nas afasias mais graves os doentes podem ter o seu discurso reduzido a alguns sons, com incapacidade completa para comunicar. As afasias podem ser classificadas quanto: o Localização Anatómica da Lesão (área de Wernicke, de Broca…) o Apresentação Clínica (Síndrome Major ou Minor) o Gravidade da Incapacidade da Fala (Afasia Fluente, Não Fluente ou Global) 31 Uma pessoa afásica manifesta igualmente dificuldades na capacidade de escrita (agrafia) e de leitura (alexia). Caso isso não se verifique (fala mal mas escreve bem) então muito provavelmente estamos perante uma disartria. Disartria – não é uma perturbação da linguagem mas sim uma perturbação motora do discurso, da articulação verbal. Resulta da falta de força, da alteração do tónus ou da coordenação dos músculos envolvidos na fala (músculos da língua, do palato e da face). Caracteriza-se por uma dificuldade em produzir determinados sons (aquilo a que os doentes chamam de “fala presa”, arrastada ou “empastada”), tornando o discurso pouco inteligível. Os doentes com disartria não têm dificuldade em evocar os nomes, compreender ou construir frases e escrevem sem dificuldade, ao contrário do que se sucede na afasia. Nos casos extremos de disartria, os doentes podem ficar incapazes de articular sons verbais (anartria), situação que se encontra em lesões do tronco cerebral e em doenças neuromusculares avançadas, como nas doenças do neurónio motor. A anartria associa-se com frequência a disfagia e disfonia. Áreas da Fala – Base Anatómica A capacidade da linguagem está lateralizada no hemisfério cerebral esquerdo em 96% dos dextros e na maioria (76%) dos canhotos. O hemisfério direito (enquanto hemisfério não dominante) tem uma capacidade muito limitada para processar linguagem, restringindo-se à compreensão de palavras isoladas e aos aspectos emocionais do discurso (a entoação e melodia do discurso são processadas pelo hemisfério direito, assim como as palavras de conteúdo emocional). As áreas da linguagem encontram-se localizadas no hemisfério esquerdo/dominante. Aqui, a linguagem organiza-se essencialmente à roda do rego de Sylvius, na parte póstero-inferior do lobo frontal (B44 e 45), parte posterior e superior do lobo temporal (B42) e lobo parietal inferior (B39 e 40). Este núcleo operacional da linguagem está ligado a estruturas subcorticais e áreas acessórias, na sua vizinhança. Uma lesão em qualquer parte desta rede pode causar afasia A disartria, sendo um defeito motor e mais periférico da fala, pode resultar de lesões em diferentes localizações, desde o córtex motor frontal direito ou esquerdo, tronco cerebral, cerebelo, placa motora ou nos próprios músculos envolvidos na articulação. As lesões perissílvicas do hemisfério esquerdo provocam, com frequência, afasia e disartria em simultâneo. Existem várias regiões associadas à fala, cuja lesão/pera leva a sintomas clínicos típicos: o Região de Wernicke – necessária para a compreensão da fala o Região de Broca – necessária à produção da fala, estando relacionada com a programação dos movimentos da fala o Fascículo Arqueado – tracto profundo da substância branca que descreve um arco a partir da área de Wernicke ate à área de Broca. o Circunvolução Angular – área situada entre a área de Wernicke e o córtex visual, é importante na leitura e funções não verbais da linguagem. Coordena as aferências dos córtices visual, auditivo e somatoestésico, e influencia a região de Wernicke. o Circunvolução Supramarginal – envolvida em funções visuais da linguagem o Centro de Exner – área cortical supostamente relacionada com a escrita que se situa na circunvolução frontal média, imediatamente à frente do córtex motor primário para a mão. 32 Avaliação da Linguagem Uma avaliação sumária da linguagem oral e a classificação das afasias compreendem a análise de 4 parâmetros fundamentais: o Fluência do Discurso o Compreensão
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