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Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras Sistema Hepatobiliar ✻ Grande capacidade de reserva e regeneração ✻ Função metabólica ⇢ Síntese de proteínas plasmáticas e fatores de coagulação ⇢ Desaminação de aminoácidos ⇢ Conversão de amônia em uréia ⇢ Síntese de glicose e de glicogênio ⇢ Síntese de lipoproteínas ⇢ Conversão de ácido graxo em cetonas ⇢ Biotransformação: hormônios, medicamentos, hidroxilação, óxido-redução e conjugação de glicuronatos e sulfatos Fonte: Manual MSD para profissionais da Saúde - Janela hepática e da Vesícula Biliar ✻ Função excretória: produção e excreção de bile (bilirrubina, colesterol, ácidos biliares) ✻ Função de armazenamento: glicogênio, lipídeos, aminoácidos, vitaminas, ferro Sinais Clínicos ✻ Anorexia e perda de peso, nos casos mais graves ✻ Icterícia e urina escura ⇢ Pode ocorrer por acúmulo de bilirrubina no sangue: redução na excreção, aumento da síntese ou falha na conjugação hepática ou estase biliar ↳ nem sempre o paciente que apresenta hepatopatia, tem icterícia ↳ média apenas de 30 - 50% dos pacientes apresentam icterícia ✻ Vômito ⇢ Estímulo de toxinas sobre o centro do vômito ⇢ Diminuição da renovação celular ⇢ Diminuição da produção de muco e aporte sanguíneo ⇢ Hipergastrinemia ✻ Diarréia ⇢ Interrupção do ciclo entero-hepático normal dos ácidos biliares: conteúdo hiperosmótico ⇢ Hipertensão portal: congestão dos vasos intestinais ⇢ Diminuição da reabsorção de água no intestino ⇢ Aumento do volume intestinal ↳ Urobilinogênio: 90% é excretado nas fezes e 10% circulam novamente no sistema porta (excreção renal) Todas as informações deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras ✻ Ascite ⇢ Mais comum em cães ⇢ Casos crônicos ⇢ Hipoalbuminemia ⇢ Diminuição da pressão coloidosmótica: extravasamento ⇢ Hipertensão portal, retenção de sódio e água ✻ Fezes acólicas: fezes claras (perda do pigmento), com aspecto gorduroso e ausência de pigmentos biliares e interrupção do fluxo: cálculos, neoplasias e fibrose ✻ Melena: casos onde há úlceras, principalmente na porção inicial do intestino, levando a presença de sangue devido a deficiência de coagulação ✻ Coagulopatias e petéquias ⇢ Casos agudos, tendendo para cronicidade ⇢ Deficiência na síntese de vitamina K e dos fatores de coagulação: hemorragias em vários órgãos ✻ Encefalopatias hepática (HE) ⇢ Sinais neurológicos: distúrbios hepáticos intensos ⇢ Deficiência na remoção: de toxinas intestinais, metabólitos de medicamentos, amônia, ácidos graxos de cadeia curta, escatóis, indóis e aminoácidos aromáticos Diagnóstico ✻ Anamnese ⇢ Predisposição racial: hepatite crônica e cirrose em cães das raças Dobermann e Cocker Spaniel ⇢ Idade: quanto mais idoso, maior a tendência de apresentação da doença hepática ⇢ Exame físico: nos felinos, o primeiro lugar de aparecimento de icterícia é na boca, atentando-se a exame de cavidade oral. ↳ Gatos têm maior frequência de infecções do trato biliar do que cães ✻ Hemograma: fornece dicas interessantes (se há doença infecciosa, se é crônica, se cursa com anemia) ↳ anemia, leucocitose bacteriana, trombocitopenia parasitária, eosinofilia verminótica Pré-hepática (não conjugada): aumento da produção de bilirrubina - anemia hemolítica grave Pós-hepática (conjugada): interrupção do fluxo dos ductos biliares extrahepáticos - pancreatite ✻ Urinálise: bilirrubina discreta em cães e avaliação cuidadosa nos gatos ✻ Radiografia e Ultrassom: avaliação do tamanho do órgão, ecogenicidade, presença de líquido livre no abdome ↳ hiperecogenicidade: fibrose, lipidose, neoplasia, hepatopatias e cálculos biliares ↳ hipoecogenicidade: congestão ou linfoma hepático ✻ Biópsia, citologia e histologia ✻ Bioquímico hepático Fundamental para diagnóstico e acompanhamento!! ⇢ Enzimas de extravasamento: AST e ALT ALT: é mais específica para hepatopatias (não é exclusiva); pode estar aumentada em necrose muscular juntamente com o aumento de creatinina fosfoquinase, em glicocorticoterapia e em pacientes que convulsionam e fazem uso de fenobarbital. AST: menor especificidade - distribuída em vários tecidos; gatos têm melhor especificidade; pode estar elevada em terapias com glicocorticóides e uso de fenobarbital ↳ quando as enzimas estão em maior concentração no sangue, significa que há perda de hepatócitos. ↳ em casos de cronicidade, os hepatócitos estão cicatrizando, formando fibrose, fazendo com que as enzimas voltem à normalidade. Isso faz com que leve ao erro de melhora, mas na verdade, o paciente tende ao quadro de cirrose hepática ⇢ Enzimas de colestase: FA e GGT ↳ dizem respeito ao fluxo biliar ↳ são pouco específicas ↳ em felinos com doença hepatobiliar, tem bastante resultado ⇢ Albumina: sintetizada exclusivamente no fígado. Diminuída em casos crônicos e quadros graves ↳ pode estar diminuída em quadros de enteropatias, hepatopatias e nutrição inadequada. Todas as informações deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA . ✻ Perda súbita de 70% ou mais da funcionalidade hepática ✻ Etiologia multifatorial: medicamentos, substâncias químicas, endotoxinas, alterações sistêmicas e metabólicas, infecções virais, parasitárias, bacterianas, hemoparasitas, trauma e neoplasias ↳ imidocarb, paracetamol, fungos, bactérias, PIF, fascíola, leptospira, erliquiose e babesiose ✻ Sinais clínicos: inespecífico. Pode ir de letargia, anorexia, perda de peso, poliúria, ascite e petéquias à sinais neurológicos ✻ Diagnóstico ⇢ Histórico e exame físico ⇢ Bioquímico hepático: aumento das enzimas ⇢ Hemograma: anemia, leucocitose, trombocitopenia, eosinofilia ⇢ Radiografia: hepatomegalia ⇢ Ultrassonografia e biópsia hepática ✻ Tratamento ⇢ Remover a causa subjacente: descontinuar o fármaco hepatotóxico, evitar toxina, antibioticoterapia, antihelmíntico, tratar a endocrinopatía ⇢ Utilizar medicamentos de metabolismo NÃO hepático ⇢ Nutrição adequada ⇢ Terapia suporte Lactulose: efetiva no controle da EH Ácido ursodesoxicólico: melhora a inflamação e o fluxo biliar Antibióticos: evitar aqueles com metabolismo hepático ⇢ Hepatoprotetores: vitamina E, SaMe, silimarina, n-acetilcisteína - antioxidantes ⇢ Diuréticos: espironolactona, Furosemida ⇢ Vitamina K em coagulopatias ⇢ Protetores gástricos ⇢ Abdominocentese ⇢ Fluidoterapia ↳ evitar Ringer Lactato INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA CRÔNICA . ✻ Progressão ou persistência da doença subjacente ou agressão ao fígado ✻ Geralmente leva a cirrose (estágio final da hepatite crônica) ✻ Sinais Clínicos: inespecíficos. Pode ter ascite, emagrecimento, vômito. Ocorrem de forma gradual. ✻ Diagnóstico: semelhante ao da Insuficiência Hepática Aguda ⇢ enzimas hepáticas apresentam alterações leves ou então nem se alteram ↳ Hipoalbuminemia e hiperbilirrubinemia ✻ Tratamento: semelhante ao da IHA ⇢ Corticoterapia: em casos em que não há ascite e infecção viral, fúngica ou bacteriana ⇢ Ciclosporina ⇢ Restringir o sal da dieta ⇢ IECA e diuréticos LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA . ✻ Hepatopatia de curso agudo, caracterizado pelo acúmulo massivo de gordura nos hepatócitos ✻ Patogênese pouco conhecida, podendo ser: ⇢ excessiva mobilização periférica de lipídeos: casos de estresse e anorexia ⇢ deficiência de proteínas ⇢ deficiência de metionina, taurina e arginina ⇢ alterações primárias de apetite ✻ Primária: gatos obesos, domiciliados, sofreram algum tipo de estresse - sem fatores lipolíticos ✻ Secundária: igual a primária, com escores corporais diferentes e como agravante de doenças subjacente (pancreatite, diabetes, hepatopatias, neoplasias) ✻ Sinais Clínicos: icterícia, vômito, diarréia, desidratação, hepatomegalia, coagulopatias ✻ Diagnóstico: FA muito elevada, GGT normal ou ligeiramente aumentada, aumento de ALT e AST. ✻ Tratamento ⇢ Manejo nutricional com alta proteína o maisrápido possível ⇢ Insulina endógena para inibir a lipólise ⇢ Fluidoterapia: reposição de eletrólitos (K+) ⇢ Antieméticos e Vitamina K Todas as informações deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi Maria Lídia Nascimento de Resende UFLA - Universidade Federal de Lavras DOENÇA HEPÁTICA INFLAMATÓRIA . DOS FELINOS . Colangite Neutrofílica Aguda ✻ Resultado de uma infecção bacteriana ascendente, proveniente do TGI que acomete o sistema hepato-biliar. ✻ Agentes etiológicos mais comuns: E. coli, Enterococcus spp., Bacteroides spp., Clostridia spp., Staphylococcus e Helicobacter spp ✻ Infiltrado neutrofílico centralizado nos ductos biliares e áreas de parênquima Mais frequente em animais adultos, de 3 a 5 anos ✻ Desenvolvimento rápido: < 1 mês ↳ acompanhada de pancreatite e duodenite Triadite: colangite + pancreatite + duodenite ✻ Sinais inespecíficos ✻ Diagnóstico ⇢ aumento das enzimas ⇢ ALT e FA aumentadas, GGT muito elevada ⇢ leucograma com desvio à esquerda ✻ Tratamento: nutrição + antibioticoterapia (Clavulanato) + fluidoterapia + analgesia Colangite Neutrofílica Crônica ✻ Progressão da forma aguda ✻Há leve a moderada infiltração de linfócitos, neutrófilos e células plasmáticas associada a degeneração e necrose do epitélio biliar ✻ Hiperplasia e fibrose de tecido biliar ✻ Sinais aparecem de forma gradativa ✻ Diagnóstico: leucograma levemente alterado ✻ Tratamento: antibioticoterapia + manejo nutricional + corticoterapia em casos de pouco neutrófilo Colangite Linfocítica ✻ Origem imunomediada ✻ Processo inflamatório crônico ✻ Acomete gatos jovens, com menos de 4 anos ↳ Principalmente Persas ✻ Diagnóstico ⇢ Enzimas e ácidos biliares aumentados ⇢ Aumento de linfonodos ⇢ Infiltrado linfocítico em ductos biliares, área portal e parênquima ✻ Tratamento: ⇢ Manejo nutricional ⇢ Redução apenas em casos de EH ⇢ Abdominocentese e diuréticos para controle da ascite ⇢ Corticoterapia Colangite Verminótica ✻ Gatos errantes acometidos com Platynosomum ✻ Migrado intestino através dos ductos biliares até o fígado ✻ Sinais: vômito, anorexia, febre e icterícia ✻ Tratamento: Praziquantel, 20-30 mg/kg SID por 3 dias Lipidose Hepática Colangite Neutrofílica Colangite Linfocítica Colangite Verminótica Primária ou secundária ALT e AST ↑ FA ↑↑↑ Animais adultos Bacteriana ALT e FA ↑ GGT ↑↑↑ Imunomediada Animais jovens ↑ enzimas Platynosomum Praziquantel Todas as informações deste arquivo foram retiradas do material disponibilizado pela Profa. Dra. Ruthnéa Muzzi