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148 SEÇÃO 11 Anatomia Funcional
ocorre a maioria dos movimentos da escápula com relação
à clavícula, e a articulação convive com grandes tensões de
contato, como resultado das elevadas cargas axiais que são
transmitidas através da articulação (75).
A articulação AC se situa sobre o alto da cabeça do úrnero
e pode funcionar como restrição óssea aos movimentos do
braço acima da cabeça. A articulação está reforçada com
uma cápsula densa e um grupo de ligamentos AC situados
acima e abaixo da articulação (Fig. 5.2). Essencialmente, os
ligamentos AC dão sustentação à articulação em situações
de baixa carga e de pequenos movimentos. Junto à articu-
lação AC, existe o importante ligamento coracoclavicular,
que ajuda nos movimentos da escápula por funcionar como
um eixo de rotação e por proporcionar apoio substancial em
movimentos que necessitam de maior amplitude e deslo-
camento. O cíngulo do membro superior está suspenso da
clavícula por esse ligamento, que funciona como principal
limitação ao deslocamento vertical (75).
Outro ligamento na região que não atravessa uma articu-
lação é o ligamento coracoacromial. Esse ligamento pro-
tege estruturas subjacentes no ombro, podendo limitar o
excessivo movimento superior da cabeça do úmero.
Articulação escapulotorácica
A escápula faz interface com o tórax por meio da articu-
lação escapulotorácica. Essa não é uma articulação típica,
que conecta osso a osso. É uma articulação fisiológica (89)
com estruturas neurovasculares, musculares e bursais que
permitem um movimento harmonioso da escápula no tórax
(75). Na verdade, a escápula fica sobre dois músculos, o ser-
rátil anterior e o subescapular, ambos conectados à escápula
e movimentando-se transversalmente entre si conforme a
escápula se movimenta. Por baixo desses dois músculos,
está situado o tórax.
São 17 os músculos que se fixam ou têm origem na
escápula (75). Conforme ilustra a Figura 5.3, a escápula é
um osso grande, plano e triangular com cinco bordas espes-
sas (cavidade glenoidal, espinha da escápula, margens medial
e lateral e processo coracoide) e duas superfícies delgadas,
duras e larninadas (fossas infraespinal e supraespinal) (27).
Esse osso tem duas funções principais relacionadas ao movi-
mento do ombro. a primeira dessas funções, a articula-
ção escapulotorácica fornece outra articulação, de modo a
aumentar a rotação total do úmero com relação ao tórax
(27). Isso faz que a amplitude de movimento ultrapasse
os 1200 gerados exclusivamente na articulação do ombro.
Durante a elevação do braço na articulação do ombro, há
um grau de elevação escapulotorácica para cada dois graus
de elevação do ombro (75).
A segunda função da escápula é facilitar uma ala-
vanca maior para os músculos que aderem a esse osso.
Considerando seu tamanho e forma, a escápula propor-
ciona grandes movimentos em torno das articulações AC e
esternoclavicular. Pequenos músculos existentes na região
podem proporcionar uma quantidade suficiente de torque
para ser efetivo na articulação do ombro (27).
A escápula se movimenta ao longo do tórax como con-
sequência de ações nas articulações acromioclavicular e
Fossa supraespinal
Margem
superior
Cavidade
glenoidal
Incisura inferior ou
espinoglenoidal
Espinha da escápula
Fossa infraespinal
Margem lateral
A Ãngulo inferior
Processo
Face articular coracoide
Acrômio da clavícula Incisura
supraescapular
Margem superior
Ãngulo superior
Colo da
escápula
Ângulo
acromial
Tubérculo
supraglenoidal
Margem
medial
Corpo
Margem lateral
B
Ângulo inferior
FIGURA S.3 A escápula é um osso plano que serve como local de
inserção para muitos músculos. Estão ilustradas as superfícies dorsal
(A) e ventral (B) da escápula no lado direito.
esternoclavicular, o que resulta numa amplitude de movi-
mento total para a articulação escapulotorácica de aproxi-
madamente 600 de movimento para 1800 de abdução ou
flexão do braço. Cerca de 65% dessa amplitude de movi-
mento ocorre na articulação esternoclavicular e 35% ocorre
A
/ - - ...•.
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
\
\
\ ,,
B
Elevação
oeplssão
c
I .•..- '\
/
I
I
I
\
\
\
\
\
\
\
li '; ;o~;ç~oJ/ ~ para cima
Rotação para baixo
Adução~ Abdução
FIGURA 5.4 Os movimentos escapulares ocorrem em três direções.
A. Elevação e depressão da escápula ocorrem no ato de encolher
os ombros ou quando o braço é levantado. B. Abdução (protração)
e adução (retração) ocorrem quando as escápulas são afastadas ou
aproximadas das vértebras, respectivamente, ou quando o braço é
conduzido à frente ou atrás do corpo, respectivamente. C. A escápula
também realiza rotação para cima e para baixo quando o braço levanta
ou abaixa, respectivamente.
orno resultado do movimento da articulação acromiocla-
vicular (89). A clavícula funciona como uma manivela para
a escápula, com movimentos de elevação e rotação para
elevá-Ia.
O movimento da escápula na articulação acromioclavicu-
lar pode ocorrer em três direções, conforme ilustra a Figura
- .4. A escápula pode se mover nos sentidos anterior e pos-
erior com relação a um eixo vertical; esses movimentos são
chamados protração ou abdução e retração ou adução,
respectivamente. Protração e retração ocorrem quando o
acrômio se movimenta sobre o menisco na articulação e
uando a escápula realiza rotação em torno do ligamento
oracoclavicular medial. Pode ocorrer cerca de 30 a 50° de
rotração e retração da escápula (73).
O segundo movimento da escápula ocorre quando a sua
ase oscila nos sentidos lateral e medial no plano frontal.
Essas ações são denominadas rotação para cima e para
aixo. Esse movimento se dá quando a clavícula se movi-
menta sobre o menisco na articulação e quando a escápula
realiza rotação em torno da parte trapezoide do ligamento
coracoclavicular lateral. Esse movimento pode ocorrer ao
ongo de uma amplitude de movimento de aproximada-
mente 60° (89).
CAPíTULO 5 Anatomia Funcional do Membro Superior 149
O terceiro e último movimento potencial, ou grau de
liberdade, é o movimento da escápula para cima e para
baixo, chamado elevação e depressão. Esse movimento
ocorre na articulação AC e não é auxiliado por rotações
em torno do ligamento coracoclavicular. A amplitude de
movimento na articulação AC para elevação e depressão é
de aproximadamente 30° (73,89).
Os movimentos da escápula também dependem do
movimento e da posição da clavícula. Os movimentos na
articulação esternoclavicular são opostos aos movimentos na
articulação AC para elevação, depressão, protração e retra-
ção. Exemplificando, quando ocorre elevação na articulação
acromioclavicular, ocorre depressão na articulação esterno-
clavicular, e vice-versa. Isso não é válido para a rotação, visto
que a clavícula realiza rotação na mesma direção ao longo
de seu comprimento. A clavícula de fato realiza rotação
em direções diferentes para acomodar os movimentos da
escápula: anteriormente com protração e elevação e poste-
riormente com retração e depressão.
Articulação do ombro
A última articulação no complexo do ombro é a articu-
lação do ombro, ilustrada na Figura 5.5. Os movimentos
na articulação do ombro estão representados pelos movi-
mentos do braço. Esta é uma articulação esferoidal sinovial,
que oferece a maior amplitude de movimento e potencial de
mobilidade entre todas as articulações do corpo.
A articulação contém uma pequena cavidade rasa cha-
mada cavidade glenoidal. Essa cavidade tem apenas um
quarto do tamanho da cabeça do úmero que deve nela se
encaixar. Uma das razões pelas quais o ombro é apropriado
para mobilidade extrema é a diferença de tamanho entre a
cabeça do úmero e a pequena cavidade glenoidal na escápula
(4). Em qualquer momento considerado, apenas 25% a 30%
da cabeça do úmero estará em contato com a cavidade gle-
noidal, mas isso não leva necessariamente a um movimento
excessivo porque, no ombro normal, a cabeça do úmero fica
limitada a algo em torno de 1 a 2 mm do centro da cavidade
glenoidal pelos músculos (75).
Estabilidade da arti(ula~ão do ombro Tendo em vista que existe
mínimo contato entre a cavidade glenoidale a cabeça do
úmero, a articulação do ombro depende muito das estru-
turas ligamentares e musculares para sua estabilidade. A
estabilidade é proporcionada por componentes estáticos e
dinâmicos, que propiciam contenção e orientação e mantêm
a cabeça do úmero na cavidade glenoidal (4,75).
Os estabilizadores estáticos passivos incluem a superfície
articular, o lábio glenoidal, a cápsula articular e os ligamen-
tos (15,75). A superfície articular da cavidade glenoidal tem
forma ligeiramente achatada e uma cartilagem articular mais
espessa na periferia, criando uma superfIcie para interface
com a cabeça do úmero. A articulação também está com-
pletamente vedada, o que proporciona sucção e resistência
a forças de luxação em baixas cargas (75).
A cavidade articular fica aprofundada por uma borda
de fibrocartilagem conhecida como lábio glenoidal. Essa
estrutura recebe reforço suplementar dos ligamentos e dos
150 SEÇÃO II Anatomia Funcional
Processo coracoide
A
Acrômio Supraespinal
Tendão do supraespinal
Bolsa subacromial -----j'----7""
Tubérculo menor
Tubérculo maior -t---ff-
Tendão da cabeça
longa do bíceps
Cabeça do úmero
Tubérculo m .
Sulco
intertubercular
Cabeça do úmero
,
I
\
\,
Tubérculo menor'
Colo anatômico
Colo cirúrgico
\
Tuberosidade
do músculo
deltoide
Tuberosidade do
músculo deltoide
Crista
supraepicondilar
lateral
Sulco do nervo
radial
Crista supraepicondilar
medial Crista supraepicondilar
medial
Localização do
nervo ulnar
Fossa radial
Fossa coronóidea
Epicôndilo medial Epicôndilo
medialCapítulo
do úmero Tróclea do úmero
Epicôndilo
lateral
Fossa do olécrano Tróclea do úmeroB cCôndilo 'do úmero
FIGURA 5.5 A cabeça do úmero articula com a cavidade glenoidal da escápula, formando a articulação do ombro. Estão ilustrados os pontos -
referência do complexo do ombro (A) e as superfícies anterior (B) e posterior (C) do úmero.
152 SEÇÃO 11 Anatomia Funcional
Rotação lateral
90'
Flexão horizontal
~135'
Extensão horizontal
~ 45'
135
0
"f
VISTA DE CIMA
FIGURA 5.7 O ombro possui uma amplitude de movimento considerável. O braço pode se movimentar ao longo de
180° de flexão ou abdução, 60° de hiperextensão, 75° de hiperadução, 90° de rotação medial e lateral, 135° de flexão
horizontal e 45° de extensão horizontal.
90° de abdução pode fazer rotação somente até 90° (11).
Finalmente, o braço pode se mover transversalmente ao corpo
em uma posição elevada por 135° de flexão horizontal ou
adução e 45° de extensão horizontal ou abdução (89).
CARACTERíSTICAS DOS MOVIMENTOS
COMBINADOS DO COMPLEXO DO OMBRO
Na seção anterior, examinamos o potencial motor de
cada articulação. Esta seção examinará o movimento do
Amplitude de movimento necessária
no ombro e no cotovelo
Amplitude de Amplitude de
movimento do movimento do
Atividade ombro cotovelo
Pentear os 20° a 100° de 115° de flexão
cabelos elevação, com
37,7° de rotação
Comer 36° 116° de flexão,
com uma com 33° de
colher pronação
Ler 57,5° de 20° de flexão
elevação com com 102° de
5° de rotação pronação
Magemans, D. J., et aI. (2005). Requirements for upper extremity
motions during activities of daily living. Clinical Biomechanics,
20:591-599.
complexo do ombro como um todo - o que é denominado
às vezes como ritmo escapuloumeral.
Conforme dito anteriormente, as quatro articulações do
complexo do ombro devem trabalhar conjuntamente, em
uma ação coordenada para criar os movimentos do braço.
Em qualquer momento que o braço é elevado em flexão
ou abdução, há movimentos escapulares ou claviculares
concomitantes. A escápula deve fazer rotação para cima a
fim de permitir flexão e abdução completas na articulação
do ombro, e a clavícula deve se elevar e fazer rotação para
cima a fim de permitir o movimento escapular. A Figura
5.8 mostra uma vista posterior da relação entre o braço e
os movimentos da escápula.
os primeiros 30° de abdução, ou nos primeiros 45
a 60° de flexão, a escápula se movimenta em direção à
coluna vertebral ou afastando-se dela em busca de uma
posição de estabilidade no tórax (73). Depois de ter sido
obtida a estabilização, a escápula se movimenta nos senti-
dos lateral, anterior e superior nos movimentos descritos
como rotação para cima, protração ou abdução e elevação.
Na clavícula, também ocorre rotação posterior, elevação e
protração, enquanto o braço se movimenta em flexão ou
abdução (20).
Nos primeiros estágios de abdução ou flexão, os movi-
mentos ocorrem principalmente na articulação do ombro,
exceto quanto aos movimentos estabilizadores da escápula.
Depois de 30° de abdução ou 45 a 60° de flexão, a relação
entre os movimentos glenoumeral e escapular passa a ser
de 5:4. Ou seja, ocorrem 5° de movimento umeral para
cada 4° de movimento escapular no tórax (67,73). Para a
amplitude de movimento total ao longo de 180° de abdu-
ção ou flexão, a relação entre os movimentos glenoumeral
e escapular passa a ser de 2:1; assim, a amplitude de movi-
mento de 180° é gerada por 120° de movimento glenou-
meral e 60° de movimento escapular (29). As ações das
articulações que contribuem para o movimento escapular
são 20° produzidos na articulação AC, 40° produzidos na
articulação esternoclavicular e 40° de rotação posterior da
clavícula (20).
--~
I
\
~\,-,
..'
FIGURA 5.8 O movimento do braço é acompanhado por movimentos
do cíngulo do membro superior. A relação operacional entre os dois
é conhecida como ritmo escapulourneral. O braço pode se movimen-
tar somente até 30° de abdução e 45 a 60° de flexão com mínimos
movimentos da escápula. Depois de ultrapassados esses pontos,
os movimentos da escápula ocorrem de modo concomitante aos
movimentos do braço. Para 180° de flexão ou abdução, aproximada-
mente 120° de movimento ocorrem na articulação do ombro e 60°
de movimento ocorrem como resultado do movimento da escápula
sobre o tórax.
Quando o braço realiza abdução de 90°, o tubérculo
maior na cabeça do úmero se aproxima do arco coraco-
acromial, a compressão do tecido mole começa a limitar
uma maior abdução e o tubérculo entra em contato com
o acrômio (20). Se o braço fizer rotação lateral, poderão
ocorrer mais 30° de abdução, quando o tubérculo maior é
deslocado de sua posição debaixo do arco. A abdução fica
ainda mais limitada, podendo ocorrer somente até 60° com
a rotação medial do braço, visto que o tubérculo maior
fica mantido sob o arco (20). A rotação lateral acompanha
a abdução até cerca de 1600 de movimento. Do mesmo
modo, a abdução completa não pode ser atingida sem
alguma extensão da parte superior do tronco como auxílio
ao movimento.
AÇÕES MUSCULARES
A inserção, a ação e a inervação para cada músculo indi-
vidual da articulação do ombro e do cíngulo do membro
superior estão delineadas na Figura 5.9. A maioria dos rnús-
ulos na região do ombro são estabilizadores e também
executam movimentos. Nesta seção, são apresentadas as
interações especiais entre os músculos.
CAPíTULO 5 Anatomia Funcional do Membro Superior 153
Os músculos que contribuem para a abdução e flexão
do ombro são semelhantes. O deltoide gera cerca de 50%
da força muscular para elevação do braço em abdução ou
flexão. A contribuição do deltoide aumenta com o aumento
da abdução. O músculo é mais ativo ao longo de 90° a 180°
(66). Contudo, foi demonstrado que o deltoide é mais resis-
tente à fadiga na amplitude de movimento de 45° a 90° de
abdução, o que torna bastante popular essa amplitude de
movimento nos exercícios de elevação do braço.
Quando o braço se eleva, o manguito rotador (redondo
menor, subescapular, infraespinal, supraespinal) também
desempenha um papel importante, visto que o deltoide
não pode abduzir ou flexionar o braço sem estabilização da
cabeça do úmero (89). O manguito rotador como um todo é
também capaz de gerar flexão ou abdução com cerca de 50%
da força normalmente gerada nesses movimentos (29).
Nos primeiros estágios da flexão ou abdução do braço,
a linha de tração do deltoide é vertical; assim, o músculo é
ajudado pelo supraespinal, que produz abdução enquanto,
ao mesmo tempo, comprime a cabeça doúmero e opõe
resistência ao movimento superior da cabeça do úmero pelo
deltoide. Os músculos do manguito rotador se contraem
em grupo para comprimir a cabeça do úmero e manter sua
posição na cavidade glenoidal (65). Os músculos redondo
menor, infraespinal e subescapular estabilizam o úmero em
elevação, pela aplicação de uma força para baixo. O latís-
simo do dorso também se contrai de forma excêntrica para
ajudar na estabilização da cabeça do úmero e aumenta em
atividade à medida que o ângulo aumenta (42). A interação
entre o deltoide e o manguito rotador em abdução e flexão
está ilustrada na Figura 5.10. A força inferior e medial do
manguito rotador permite que o deltoide eleve o braço.
Acima de 90° de flexão ou abdução, a força do manguito
rotador diminui, deixando a articulação do ombro mais vul-
nerável a lesões (29). Contudo, um dos músculos do man-
guito rotador, o supraespinal, permanece dando importante
contribuição acima de 90° de flexão ou abdução. Na mais
alta amplitude de movimento, o deltoide começa a tracio-
nar a cabeça do úmero para baixo e para fora da cavidade
articular, criando assim uma força de subluxação (73). O
movimento ao longo de 90° a 180° de flexão ou abdução
depende da rotação lateral na articulação. Se o úmero reali-
zar rotação lateral de 20° ou mais, o bíceps braquial também
poderá promover abdução do braço (29).
Quando o braço se encontra abduzido ou flexionado, o
cíngulo do membro superior deve fazer protração ou abdu-
ção, elevação e rotação para cima acompanhada de rotação
clavicular posterior para manter a cavidade glenoidal numa
posição ideal. Conforme mostra a Figura 5.U, o serrá til
anterior e o trapézio funcionam como um par de forças
para a criação dos movimentos lateral, superior e rotacional
da escápula (29). Essas ações musculares ocorrem após o
deltoide e o redondo menor terem iniciado a elevação do
braço e continuam até 180°, com a maior atividade muscu-
lar na faixa de 90° a 180° (66). O serrátil anterior também
é responsável por manter a escápula junto à parede torá-
cica e prevenir qualquer movimento da margem medial da
escápula em afastamento do tórax.
1S4 SEÇÃO 11 Anatomia Funcional
Esternocleidomastóideo Clavícula
Subclávio
Processo coracoide
Peitoral menor
Subescapular
Coracobraquial
Deltoide
Bíceps braquia/:
Cabeça longa
Cabeça curta
ASPECTO ANTERIOR
Trapézio
Levantador da escápula
Romboide menor
Supraespinal
Espinha da escápula
Romboide maior
Infraespinal
Deltoide
Tríceps braquia/:
Cabeça curta
Cabeça longa
, I
Latíssim6/
do dorso
lécrano
-.
ASPECTO POSTERIOR
FIGURA 5.9 Músculos que atuam na articulação do ombro e no cíngulo do membro superior, aspectos anterior
(acima) e posterior (abaixo). Juntamente com a inserção e a inervação, os músculos responsáveis pelos movimentos
percebidos (MP) e os músculos auxiliares (Aux.) estão citados na tabela na próxima página.
Se o braço for lentamente abaixado, produzindo-se adu-
ção ou extensão dele com simultâneas retração, depressão
e rotação do cíngulo do membro superior para baixo com
rotação da clavícula para a frente, as ações musculares serão
excêntricas. Portanto, o movimento é controlado pelos mús-
culos previamente descritos na seção sobre abdução e flexão
do braço. Contudo, se o braço for abaixado de forma enér-
gica, ou se for abaixado contra uma resistência externa (p.
um aparelho de pesos), a ação muscular será concêntrica.
uma adução OLl extensão concêntrica contra re .
cia externa como, por exemplo, durante uma braçada
natação, os músculos responsáveis pela criação dessas a -
articulares são: latíssimo do dorso, redondo maior e
esternal do peitoral maior. O redondo maior tem ativi
(O texto continua na p. 1:;-
Rotoção Rotaçao
medial do lateral do
Flexão do Extensão do Abdução do Adução do ombro ou ombro ou
ombro ou ombro ou ombro ou ombro ou rotação da rotação da Abdução Adução
elevação da depressão abdução da adução da escápula escápula horizontal horizontal
Músculo Inserção Inervação escápula da escápula escápula escápula para cima para baixo do ombro do ombro
Bíceps Tubérculo supragle- Nervo Aux.: Ombro
braquial noidal; processo musculocutâ-
coracoide ATt a neo; C5, C6
tuberosidade do rádio
Coracobraquial Processo coracoide da Nervo museu- MP: Ombro Aux.: Ombro MP: Ombro
escápula ATt a super- locutâneo; C5,
fície medial adjacente C6,C7
à tuberosidade do
músculo deltoide
Deltoide Terço lateral da Nervo axilar; MP: Ombro MP: Ombro MP: Ombro MP: Ombro MP: Ombro MP: Ombro MP: Ombro
clavícula; acrômio; C5, C6 (apenas partes (apenas parte (todas as três (apenas parte (apenas parte (apenas parte (apenas parte
espinha da escápula acromial e espinal do partes) clavicular do espinal do espinal do clavicular do
ATt a tuberosidade do clavicular do deltoide) deltoide) deltoide) deltoide) deltoide)
músculo deltoide no deltoide)
úmero
Infraespinal Fossa infraespinal ATt Nervo MP: Ombro Aux.: Ombro
o tubérculo maior no subescapu- ()
úmero lar; C5, C6 ~
"Latíssimo Processo espinhoso Nervo MP: Ombro MP: Ombro MP: Ombro ::::;'c
do dorso das vértebras torácicas toracodorsal; O
6-12, L1-L5; costelas C6-C8 u.
inferiores 3-4; crista ~
ilíaca; ângulo inferior :::Ili
da escápula Ars o Õ
sulco intertubercular 3
no úmero
õ'...
Levantador Processo transverso de Plexo cervical via MP: Escápula Aux.: Aux.:
c
:::I
"da escápula C1-C4 ATt o ângulo C3, C4; nervo Escápula Escápula õ'
superior da escápula escapular dorsal; :::I!!..
C5 Q.
MP: Ombro MP: Ombro Aux.: Ombro MP: Ombro
o
Peitoral maior Clavícula; esterno, Nervo peitoral MP: Ombro ~
costelas 1-6 ATt o medial; C6-C8 (apenas parte (apenas parte .,
tubérculo maior do esternocosta I) esternocostal) 3IT
úmero, sulco
..
o
intertubercular CIIc
Peitoral menor Costelas 3-5 ATt o Nervo torácico MP: Escápula MP: Escápula MP: Escápula
"U.,..
processo coracoide anterior - ramo õ'
medial; C8, T1
..
(continua) -(li
FIGURA 5.9 (CONTINUAÇÃO)
(li
Rotação Rotação VI
medial do lateral do
O-
Flexão do Extensão do Abdução do Adução do ombro ou ombro ou
ombro ou ombro ou ombro ou ombro ou rotação da rotação da Abdução Adução C/lm
elevação da depressão abdução da adução da escápula escápula horizontal horizontal -()».
Músculo Inserção Inervação escápula da escápula escápula escápula para cima para baixo do ombro do ombro O
=Romboide Processo espinhoso Nervo dorsal da MP: Escápula MP: Escápula MP: Escápula
de O, Tl-T5 ATÉ a escápula; C5 ~::I
margem medial da 11Õ
escápula 3
Serrátil Costelas 1-8 ATÉ o Nervo torácico MP: Escápula MP: Escápula MP: Escápula
õ'
."
anterior lado inferior da escá- longo; C5-0 c:::I
pula, ao longo da nõ'
margem medial ::Is,
Subclávio Cartilagem costa I da Plexo braquial; Aux.: Escápula
costela 1 ATÉ o lado C5,C6
inferior da clavícula
Subescapular Fossa subescapular Nervo subesca- MP: Ombro
ATÉ o tubérculo pular; C5-0
menor no úmero
Supraespinal Fossa supraespinal da Nervo subesca- MP: Ombro
escápula ATÉ o tubér- pular; C5, C6
culo maior do úmero
Redondo Superfície posterior da Nervo subesca- Aux.: Ombro Aux.: Ombro Aux.: Ombro
maior escápula no ângulo pular; C5, C6
inferior ATÉ a crista do
tubérculo menor do
úmero
Redondo Margem lateral da Nervo axilar; MP: Ombro MP: Ombro
menor escápula posterior ATÉ C5,C6
o tubérculo maior no
úmero
Trapézio Osso occipital; liga- Nervo acessório MP: Escápula MP: Escápula MP: Escápula MP: Escápula
mento nucal; processo - parte espinhal (parte descen- (parte ascen-
espinhoso de C1-T12 do 11° nervo dente) dente)
ATÉ o acrômio; craniano; C3,
espinha da escápula; C4
clavícula lateral
Tríceps Tubérculo infragle- Nervo radial; Aux.: Ombro Aux.: Ombro
braquial noidal na escápula; 0,C8 (cabeça longa) (cabeça
diáfise medioposterior longa)
do úmero; diáfise infe-
rior do úmero ATÉ o
olécrano-
FIGURA 5.9 (CONTINUAÇÃO)
CAPíTULO 5 Anatomia Funcional do Membro Superior 159
Grupo muscular
Flexores/abdutores
do ombro
Extensores/adutores
do ombro
Exemplo de exercício de alongamento Exemplo de exercício de fortalecimento I Outros exercícios
Elevação frontal de haltereElevação lateral de haltere
Puxada pela frente na polia alta
Puxada com os braços retos
Rotadores do ombro Rotação lateral
Rotação medial
FIGURA 5.14 Exemplos de exercícios de alongamento e fortalecimento para grupos musculares selecionados.
Desenvolvimento militar
Desenvolvimento
de ombro
Remada alta
Levantamento frontal
e lateral
Desenvolvimento
sentado com halteres
Puxada na barra com
mãos pronadas
Puxada na barra com
mãos supinadas
Puxador com cabos
Coçar as costas
Rotação lateral e
medial com cabos
160 SEÇÃO II Anatomia Funcional
Grupo muscular Exemplo de exercício de alongamento
Encolhimento de ombro com halteres
Exemplo de exercício de fortalecimento Outros exercícios
Levantadores
do cíngulo do
membro superior
Abdutores do
cíngulo do
membro superior
t
Encolhimento de
ombro com haltere
de barra
Encolhimento de
ombro sentado
Remada em pé
na polia
Adutores do
cíngulo do
membro superior
FIGURA 5.14 (CONTINUAÇÃO)
Remada em pé
Pul/over com halteres
Remada em decúbito ventral
Flexão de braços
no solo
Voador (f/y) de pé
Exercícios com saco
de areia
Remada sentada
Remada unilateral
com halteres

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