Buscar

Fisiologia do sistema digestório parte IV (Fígado)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

©
 
 
O fígado é a maior glândula do organismo, sendo divido em 
quatro lobos, e estes possuem diversos lóbulos. Suas funções 
incluem: metabolismo (carboidratos, lipídios e proteínas), 
produção da bile, síntese de proteínas (lipoproteínas e fatores 
de coagulação), detoxificação (metabolismo da uréia, álcool), 
armazenamento (glicogênio, vitamina A e B12, ferro e 
sangue) e apresenta importância na imunidade (proteína C 
reativa e de fase aguada). 
 
O sangue circula pelas células hepáticas através dos capilares 
sinusóides que comunicam ramos da veia porta a uma veia 
central. Entre os sinusóides há apenas uma ou duas camadas 
de hepatócitos, e a bile é drenada para os ductos biliares pelos 
canalículos. O espaço porta é composto por tecido 
conjuntivo que suporta a tríade portal, que abriga a artéria 
hepática, a veia porta e os ductos e ductulos biliares, assim 
como os vasos linfáticos e algumas fibras nervosas. O sangue 
circula pelos sinusóides fluindo da veia porta para a veia 
central, de maneira que o fígado recebe cerca de 30% do 
débito cardíaco de repouso. O sistema vascular hepático é 
dinâmico, podendo armazenar e liberar o sangue, atuando 
como um reservatório. Normalmente, 10-15% do volume 
sanguíneo total está no fígado e 60% dele nos sinusóides. 
 
 
Existem três zonas nos ácinos hepáticos (áreas ovoides) com 
diferentes graus de oxigenação. A zona I (periportal), que 
possui hepatócitos que sintetizam proteínas e glicogênio, 
apresenta grandes quantidades de O2 em seus sinusóides. Os 
hepatócitos dessa zona são os primeiros a receber oxigênio, 
nutrientes e as toxinas vindas pelo sangue sinusoidal, e 
também são afetados pelo vírus da hepatite. A zona II 
(intermediária) está situada entre os espaços porta e as veias 
centrolobulares, os hepatócitos dessa região entram em 
contato com sangue com concentração intermediária de O2 
e de toxinas. A zona III (centrilobular) apresenta hepatócitos 
com capacidade para detoxificação (presença do sistema 
p450). Nessa região os hepatócitos circundam as veias 
centrais, entretanto, é uma zona pobre em oxigênio, por isso, 
são mais suscetíveis a hipóxia e são os primeiros a serem 
afetados pela isquemia e pelo álcool. Cada espaço porta 
contém um ramo do ducto biliar, vários ductulos biliares, um 
ramo da artéria hepática, um ramo da veia porta e canais 
linfáticos embebidos em tecido conjuntivo. 
 
 
Os hepatócitos são células poliédricas com 1 a 2 núcleos 
esféricos e nucléolos bem desenvolvidos, apresentam 
citoplasma eosinofílico e abundante, contendo grânulos 
basofílicos (+RE), constituem 80% do volume hepático. Além 
disso, apresentam glicogênio, ribossomos livres, 
mitocôndrias, lisossomos, golgi e peroxissimos em seu 
©
 
citoplasma. Os hepatócitos são responsáveis pela síntese de 
albumina, fatores de coagulação e proteínas ligantes de 
hormônios e fatores de crescimento. 
 
Os canalículos biliares são espaços intercelulares com 
diâmetro de cerca 1μm, formados pela aposição de 
superfícies adjacentes de 2 a 3 hepatócitos. A bile liberada no 
canalículo biliar é drenada para o dúctulo de Hering (na placa 
limitante) que carrega a bile para o ductulo biliar intralobular 
(espaço porta). O canal de Hering conecta o canalículo biliar 
aos ductulos biliares, esses canais entram nos espaços porta 
e se conectam com os ductulos intralobulares. O fluxo da bile 
é das traves hepáticas em direção ao espaço porta, oposto ao 
fluxo sanguíneo. 
 
As células endoteliais revestem os sinusóides hepáticos, 
configurando um endotélio fenestrado. 
 
 
 
São os macrófagos residentes, presentes no sinusóide 
hepático, apresentando um núcleo em forma de feijão. São 
as células locais de defesa no sinusóide, respondem aos 
diversos tipos de agressões com proliferação ou ativação, 
contém inúmeros lisossomos e fagolisossomos. 
 
 
 
Também chamadas de células de Ito, são células localizadas 
no espaço de Disse, produzem MEC e em repouso armazenam 
lipídios (lipócito hepático) e vitamina A. Após injuria as células 
estreladas se ativam, proliferam e se transformam em 
células produtoras de MEC. 
 
 
As funções exócrinas do fígado incluem a síntese e secreção 
dos sais biliares, assim como de solução rica em bicarbonato, 
além disso, também há a destruição das hemácias 
senescentes. Como mencionado anteriormente, a bile é 
secretada pelos hepatócitos, em uma quantidade de cerca de 
500ml por dia, nos canalículos biliares que convergem para 
um ducto hepático comum, e atua bem em um pH básico (8). 
A bile entra no duodeno durante a ingestão de alimentos, e 
até que isso aconteça é armazenada e concentrada na 
vesícula biliar. Dentre as funções da bile, podemos citar: 
 Papel importante na digestão e absorção de lipídeos; 
 Excreção de resíduos (substancias não hidrolizáveis, 
tóxicas); 
 Bicarbonato na bile neutraliza o ácido no duodeno. 
©
 
Os sais biliares são compostos por pigmento biliar 
(principalmente bilirrubina derivada do metabolismo da 
hemoglobina), colesterol, fosfolipídios e eletrólitos. A 
vesícula biliar concentra a bile durante cada 12 horas de 
secreção (geralmente cerca de 450 ml). Água, sódio, cloro e 
outros eletrólitos são continuamente absorvidos através da 
mucosa da vesícula biliar por transporte ativo de sódio, 
seguida da absorção secundária de Íons cloreto, água e os 
outros constituintes difusíveis. 
 
OBS: A bile é normalmente concentrada cerca de 5 vezes, 
mas pode ser concentrada até 20 vezes. 
 
 
A bile primária é produzida pelos hepatócitos e possui os ácidos 
biliares cólico e quenodeoxicólico, bem como, fosfolipídeos, 
colesterol, bilirrubina, proteínas, água, sódio, potássio, cloro e 
bicarbonato. Já a bile secundária, possui os ácidos deoxicólico 
e o litocólico, derivados desidroxilados do ácido cólico e do 
quenodeoxicólico, respectivamente, e são procedentes da 
ação de bactérias no intestino delgado. Os ácidos biliares são 
conjugados com a taurina e a glicina e depois, com sódio ou 
potássio formando os sais biliares: taurocolato de sódio e 
glicocolato de sódio ou taurocolato de potássio e glicocolato 
de potássio. Cada molécula de sal biliar é composta por um 
núcleo esterol que é lipossolúvel e um grupo polar, 
hidrossolúvel, sendo assim, tem a propriedade de formar 
micelas. As micelas são glóbulos esféricos ou cilíndricos de 3 
– 6 nm de diâmetro, compostas por 20 a 40 moléculas de 
sais biliares. Elas emulsificam as partículas grandes de lipídeos 
tornando-as menores, para que possam sofrer a ação da 
lipase (ação detergente). Ademais, auxiliam no transporte e 
absorção de lipídeos. Os grupos polares são negativos e 
permitem que a micela inteira se dissolva na água dos sucos 
digestivos e permaneça estável em solução. As micelas 
atuam como um meio de transporte dos monoglicerídeos e 
ácidos graxos livres para as células absortivas intestinais. 
 
 
Sendo assim, a bile atua na emulsificação e digestão dos 
lipídeos. Atua também na absorção de lipídeos, possui ação 
laxativa e auxilia na remoção do colesterol. O estimulo a 
formação de bile pelos hepatócitos é chamado de efeito 
colerético (secretina), e o estimulo a liberação de bile a partir 
da vesícula biliar é denominado de efeito colagogo. Após a 
absorção no intestino delgado os sais biliares (em sua maioria) 
são reabsorvidos e retornam ao fígado pela circulação 
enterohepática (circulação portal). A velocidade de retorno 
dos ácidos biliares afeta o ritmo de síntese e secreção dos 
ácidos biliares, estes são reabsorvidos na parte terminal do 
íleo. Atravessam por transporte ativo secundário (Na+) e por 
difusão simples. 
 
 
Entre as refeições o tônus do esfíncter de Oddi, localizado na 
papila maior duodenal (ampola de Vater), é alto e desvia o 
fluxo de bile para a vesícula, fazendo com esta fique de 5 a 20 
vezes mais concentrada. O transporte ativo de Na+ é o 
principal responsável pela concentração da bile, pois este 
dirige a absorção de água. O controle da secreção hepática e 
do esvaziamentoda vesícula biliar pode ser hormonal 
(secretina e colescitocinina) ou nervoso (Ach secretada por 
fibras nervosas do vago e do SNE estimula o esvaziamento da 
vesícula biliar). O controle nervoso ainda pode ser mediado 
pela porção simpática e pela parassimpática. O estímulo pela 
primeira resulta na redução da secreção biliar e relaxamento 
da vesícula biliar, enquanto que pela segunda, há o estimulo da 
©
 
contração da vesícula biliar e do relaxamento do esfíncter de 
Oddi e aumento da formação de bile. 
 
 
Os cálculos biliares são pedras que se acumulam na vesícula 
geralmente por excesso de colesterol, mas também podem 
ser causados por inflamação no epitélio, absorção excessiva 
de ácidos biliares ou de água. A colestase é uma condição na 
qual a bile não pode fluir do fígado ao duodeno. Pode ser 
causada por cálculos biliares, gravidez, massa abdominal que 
obstrui as vias biliares (tumor hepático, cístico ou 
pancreático), atresia biliar ou outra anomalia congênita, 
latrogenia, hepatite, sepse, fibrose cística, cirrose biliar 
primária e até mesmo por alguns medicamentos. 
 
 
O fígado atua como um órgão sentinela. Uma vez que toda as 
sustâncias absorvidas passam pelo fígado, nesse sentido, atua 
na detoxificação de drogas, venenos e produtos metabólicos 
(amônia e álcool), por três mecanismos: inativação de 
moléculas através da sua conjugação, modificação química 
de compostos para sua excreção e metabolização das drogas 
e venenos para sua inativação. Na imunidade o fígado atua no 
reconhecimento de patógenos que caem na circulação portal 
e secreta proteínas de fase aguda (C-reativa e ligada a 
manose) que promovem a inflamação, estimulam a 
quimiotaxia e ativam o sistema complemento. Além disso, 
também auxilia na ativação de outras células imunes. 
 
1) Quais os componentes da secreção biliar e como ela é 
regulada? 
A secreção biliar é composta por sais biliares (cólico e 
quenodeoxicólico), água, colesterol, bilirrubina, eletrólitos e 
fosfolipídios. A regulação da secreção biliar ocorre pela ação 
hormonal (secretina e colecistocinina) e pela ação neurócrina 
(sistema nervoso autônomo ou entérico). Na regulação 
autônoma as fibras simpáticas reduzem a secreção biliar, 
enquanto as parassimpáticas a aumentam. Quanto a 
regulação entérica, as fibras vagais estimulam o 
esvaziamento da vesícula biliar pela liberação de Ach. 
2) Explique a importância da secreção biliar na digestão de 
lipídeos. 
A secreção biliar é crucial para digestão de lipídeos, pois, 
forma micelas que auxiliam na emulsificação das gorduras, 
uma vez que são moléculas anfifílicas, podendo se ligar aos 
lipídios e se solubilizar na solução intestinal. Sendo assim, a 
bile auxilia no transporte a ne absorção dos lipídios, bem como 
facilita a ação das lipases. 
3) O que é colestase? 
Colestase é uma enfermidade na qual a bile não ́ capaz de fluir 
do fígado para o duodeno, através da ampola de Vater, 
podendo ser causada por uma série de fatores como atresia 
biliar, cirrose primária, cálculos biliares, hepatite, etc. Essa 
disfunção prejudica a absorção de gorduras e pode causar 
danos aos hepatócitos, pois, prende a bile no fígado.

Continue navegando