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DOENÇAS DO COLÁGENO PRÁTICAS MÉDICAS @NATALIAARTHUSO • ONDE SE ENQUADRAM NO ORGANOGRAMA o Artrite gotosa o Osteoartrose o Artrite reumatoide o Lúpus eritematoso sistêmico o Espondilite anquilosante o Febre reumática • COMO DIFERENCIAR AS DOENÇAS AUTOIMUNES o Envolvimento articular ▪ Predomínio periférico (maioria) x predomínio axial • Periférico: AR, LES • Axial: Espondilite anquilosante ▪ Simetria x assimetria • Simetria: AR +++ , LES ++ • Assimetria: Artrite Reativa (base é inflamatória → há uma reação cruzada. Proteínas do patógeno é identificado e imuncomplexos se depositam na articulação), Artrite Psoriásica o Envolvimento sistêmico ▪ Envolvimento sistêmico: LES, Artrite Reativa, Artrite Psoriásica ▪ Envolvimento sistêmico menos frequente: AR, Espondilite • ATROPATIAS MICROCRISTALINAS: GOTA o Uma das doenças metabólicas mais frequentes o Homem: mulher → 7:1 a 9:1 o Formação dos cristais → aumento do ácido úrico →hiperuricemia → GOTA o Destaque para fatores dietéticos o Fisiopatologia ▪ A hiperuricemia é um problema na metabolização das purinas ▪ Pode ter um caráter genético → pessoa nasce com um processamento não tão bom dessas purinas ▪ Purinas são transformadas em ácido úrico, para então serem metabolizadas ▪ Alguns alimentos aumento muito a quantidade de ácido úrico ▪ Aumento do acúmulo de ácido úrico ▪ Parte do ácido úrico acumulado será excretado por via renal • Esse é um dos grandes problemas, uma vez que esse ácido pode se acumular e precipitar, formando cristais de ácido úrico, causando uma urolitiase por ácido úrico ▪ Essa excreção também pode ocorrer por via intestinal o Quadro clínico ▪ Hiperuricemia assintomática: • Elevação do ácido úrico não associada a manifestações clínicas de gota e/ou nefropatia • Mais de 2/3 dos pacientes são assintomáticos ▪ Artrite gotosa aguda • Geralmente muito intensas • Artrite súbita de forte intensidade: duração de 05-07 dias (autolimitada) • Articulação fica vermelha “do nada” → eritema • Envolvimento de membros inferiores • Ataque inicial – 80% monoarticulares → primeira articulação metatarsofalângica • (50%) PODAGRA ▪ Gota tofácea crônica • Cronificação, inclusive com acometimentos severos de movimentos • Geralmente ocorre 10 anos após crises agudas de gota • Articulações tornam-se persistentemente inflamada • Intensidade dos sintomas é menor que na fase aguda o Envolvimento poliarticular, incluindo pequenas articulações das mãos o Formação de tofos → acúmulos de cristais nos tecidos (geralmente indolores) • Depósitos lentos e graduais, paralelos aos quadros agudos • Esses cristais vão crescendo dentro da articulação e vai gerando uma dor cada vez mais crônica → causando uma dor fixa, aguda ▪ Fatores provocativos das crises • Trauma • Álcool • Medicamentos: diurético tiazídicos, aspirina • Ingesta alimentar: carne vermelha, frutos do mar, miúdos, grãos ▪ Diagnostico laboratorial → feito muito mais para encontrarmos a causa da gota e não o diagnóstico propriamente dito • obs: o diagnóstico da gota é, normalmente, clínico • Líquido sinovial: pesquisa de cristais de monourato de sódio. Celularidade aumentada: neutrófilos o Cristais de monourato de sódio o Microscopia polarizada: cristais em forma de agulha o Pode-se fazer uma drenagem do líquido sinovial em caso de dúvidas • Ácido úrico sérico elevado • Urina de 24 horas: uricosúria o Normal a aumentada → hiperprodutores o Diminuída → hipoexcretores ▪ Diagnóstico radiológico • A gota aguda tem o exame radiológico normal • Erosões o Gota crônica o Articulações • Tofo o Gota crônica o Deposições o Tratamento ▪ Artrite gotosa aguda • Colchicina: diminui os deposto do acido úrico, acelerando a limpeza do ácido úrico articular e acelerando recuperação, melhorando as dores ▪ casos crônicos do paciente que tem hiperuricemia – artrite gotosa crônica – tufos gotosos • Alopurinol: diminui a produção de ácido úrico, diminui a quantidade de ácido úrico circulante • LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO o Doença inflamatória crônica de etiologia auto-imune que acomete diversos órgãos e sistemas (heterogênea) o Doença incurável o Acomete principalmente mulheres - 10:1 o Patogenia: desregulação da resposta imune humoral → formação de autoanticorpos ▪ Padrão de acometimento anárquico ▪ Autoanticorpos contra determinadas proteínas do próprio corpo, com destaque para as proteínas nucleares → por isso que o Lupus acomete praticamente todas as células do corpor o Manifestações clínicas ▪ Queixas sistêmicas (ex: febre recorrente) ▪ Cutâneas ▪ Ósteo-muscular ▪ Articular ▪ Hematológicas ▪ Pulmonares ▪ Cardíacas ▪ Vasculares ▪ Renais ▪ Neuro-psiquiátricas ▪ Gastrintestinal ▪ Oculares o Manifestações clínicas – critérios classificatórios (no mínimo presença de 4 critérios para diagnóstico) ▪ Rash malar ▪ Rash discoide ▪ Fotossensibilidade ▪ Úlceras orais • Destaque para o palato mole ▪ Artrite ▪ Serosite • Pleurite pericardite ▪ Nefrite ▪ Alteração neurológica • Convulsão/psicose ▪ Alteração hematológica • Anemia/leucocitose/plaquetopenia • Destaque para a anemia hemolítica → está tendo a anemia, por uma destruição de hemácias ▪ Alterações imunológicas: anti Sm, anti DNA, Ac anticardiolipina ▪ FAN → específico de lúpus • Pode ter falso-positivo • Nem todo padrão de FAN é um padrão de Lúpus • FAN positivo isoladamente, não dá diagnóstico de Lúpus o Manifestações gerais ▪ Febre, fadiga, anorexia, perda de peso e mialgias o Manifestações músculo-esqueléticas ▪ Artralgia, poliartrite (simétrica e não erosiva); Artropatia de Jaccoud, miosite ▪ Lúpus não destrói as articulações, diferentemente da artrite reumatoide ▪ Há um componente extra-articular o Manifestações clínicas: pele ▪ Rash malar (borboleta na face) ▪ Fotossensibilidade ▪ Lesões eritematosas (aspecto discoide que pode ser pontual ou difusa) o Manifestações clínicas: rim ▪ Nefrite lúpica • Destruição do glomérulo, por deposição dos imunocomplexos • Edema e hipertensão arterial • Urina espumosa • Proteinúria, hematúria o Serosite ▪ Pericárdio: pericardite ➔ derrame pericárdico ➔ pode causar um tamponamento cardíaco ▪ Pleura: pleurite → derrame pleural o Hemato ▪ Anemia • Doença crônica • Auto imune: hemolítica ▪ Leucopenia • Neutropenia e/ou linfopenia ▪ Plaquetopenia o Gravidez ▪ Lúpus neonatal • Manifestação mais grave: bloqueio cardíaco congênito (Ac. Anto SSA) ▪ Síndrome Ac. Antifosfolipide • Eventos trombóticos - AVC • Abortamento • Complicações na gravidez – destaque para a passagem de anticorpos pela placenta o Exames Complementares ▪ Auto anticorpos: FAN (antor anti núcleo) ▪ Anti DNA, Anti Sm, anti SSA, anti SSB ▪ Exames gerais para atividade da doença: VHS, PCR • Não são exames específicos, mas exames de rpcoessos inflamatórios • O VHS é utilizado muito para avaliar a atividade da doença→ uma pessoa que está com o lúpus controlado, estável, o VSH está baixo o Se o paciente começa a sentir determinado mal estar e o VHS está alto, ele é um sinal da doença, que o processo inflamatório voltou, que a doença voltou à atividade ▪ Exames específicos conforme os órgãos envolvidos: sumério de urina, proteinuriade 24h, hemograma, TC, RM o FAN ▪ Feito por imunofluorescência indireta ▪ Coloca em uma placa, um marcador que quando se liga ao complexo proteína-acnticorpo, ele se trona fluorescente ▪ O marcador se liga ao anticorpo ▪ Ele pode se ligar à membrana, ao longo do citoplasma, no núcleo → diferentes marcações no FAN ▪ As marcações pontilhado fino e núcleo são as mais sugestivos de lúpus ▪ Marcações fracas podem significar falsos-positivo ▪ Se houver umagrande diluição do marcador e ele continua brilhando muito, é um indicador forte da real presença do LES o Tratamento ▪ É necessário fazer um controle do sistema imunológico ▪ Imunossupressão → diminuição da atividade imunológica ▪ Corticóides → predinisolona, predinisona ▪ Hidroxicloroquina ▪ Metroxato ▪ Azotioprina • ARTRITE REUMATÓIDE o Patogenia ▪ Doença autoimune: imunidade celular → linf. T → sem formação de anticorpos (o lúpus tem caráter humoral → fomração de anticorpos) ▪ Predisposição genética: HLA-DR4 ▪ Etiologia viral → parvovírus, Epstein Bar (gatilhos) o Fisiopatologia ▪ Predominantemente articular ▪ Poucas manifestações sistêmicas ▪ Processo extra-articular ▪ Inflamação da membrana sinovial o Manifestações clínicas ▪ Poliartrite • Difusa • Simétrica • Deformante ➔ deformidades articulares fixas ▪ Envolvimento predominante articular ▪ Pouco envolvimento extra articular (5%) ▪ Mãos e pés são os mais acometidos ▪ Manifestações tardias • Subluxação das MCFs • Desvio ulnar (fixa) • Dedo em botoeira • Pescoço de cisne o Exames complementares ▪ Radioógicos • Radiografia articular • USG • RM (o mais completo) ▪ Laboratoriais • Anticorpo: fator reumatóide (exame mais usual), anti CCP (anticorpo antipeptídeo citrulinado) • Ativador da doença: VHS, PCR o Tratamento ▪ Utilização de corticóides (muito utilizado para o início do tratamento ou para casos de reativação/piora) ▪ Utilização de imunossupressores ▪ Nem todos os imunossupressores utilizados no LES são utilizados na artrite, uma vez que essa se trata de uma resposta celular e, aquela, de uma resposta humoral • ESPONDILITE ANQUILOSANTE o Mais comum em homens o Doença autoimune inflamatória crônica o Esqueleto axial + sacroilíacas o Segunda e terceira décadas de vida o Doe de coluna muito intensa com redução da mobilidade o Fisiopatologia ▪ Processo inflamatório é seguido por ossificação dos ligamentos da coluna e das articulações envolvidas (coluna, sacroilíacas) ▪ Calcicficação dos ligamentos interarticulares. Com isso, as articulações começam a se fundir, havendo uma redução de mobilidade da coluna o Manifestações clínicas ▪ Articulares • Predomínio axial (coluna e sacroilíacas) • Dor lombar de caráter inflamatório (piora no repouso) • Rigidez após período de repouso • Rigidez após período de repouso • Articulaç~eos periféricas: quadril (+ frequente), joelho, tornozelo ▪ Extra articulares • Uveíte (inflamação do globo ocular) • Entesite → tornozelo (destaque para o tendão de aquiles) o Exame físico ▪ Postura: esquiador (clássica do adulto jovem) • dor crônica – caráter inflamatório e progressivo ▪ diminuição da amplitude de movimentos • distância occipito parede (tentar encostar a cabeça na parede) → paciente não consegue encontar a cabeça • teste de Schober → marca o nível da crista ilíaca, uns 10 cm acima e pede para o paciente inclinar o ao inclinar, espera-se que haja um aumento da distância entre as duas marcações, mas no paciente em questão, não há esse aumento • teste de Patrick – fabere → decúbito dorsal, faz-se uma rotação externa do quadril, com a perna dobrada no joelho, o examinador segura o quadril contralateral da perna dobrada e faz força para baixo, a partir do joelho dobrado o espera-se que o paciente, com esse movimento, sinta uma dor na região do quadril, pois isso significa uma dor na articulação sacro-ilíaca que pode estar presente no paciente com espondilite anquilosante o Exames Complementares ▪ Laboratório • VHS normal ou aumentado • PCR ultrassensível elevado • HLA B 27 (destaque para provas de residência) ▪ Imagens • Destaque para ressonância magnética (da coluna cervical torácica e lombar e ressonância da pelve -- fusão da articulação sacro-ilíaca) o STIR ▪ Janela da ressonância com supressão de gordura • Achados mais precoces: inflamação • Achados mais tardios: ossificação (destaque para a ossificação dos ligamentos da coluna) • Radiografia → só dá alterações na fase avançada o Tratamento ▪ Imunossupressores, como o corticoide ▪ Destaque para o mesofroquissati (?) → uso semanal ▪ Tentar diminuir a progressão da doença, uma vez que ela não pode ser parada • FEBRE REUMÁTICA o É uma complicação tardia, decorrente de um processo inflamatório (imunológico) posterior a uma infecção da orofaringe ou cutânea o agente infeccioso: estreptococo beta-hemolítico do Grupo A o acomete crianças e adolescentes (até 15 anos) ▪ destaque para adultos com complicações da doença → valvulopatias reumáticas, por exemplo o a incidência da FR vem caído em todo o mundo → em países em desenvolvimentos ainda é a principal artrite crônica na infância o no brasil, a cardiopatia reumática crônica permanece sendo a maior causa de doença cardíaca entre crianças e adultos jovens o a faringite ocorre geralmente duas a quatro semanas antes do início dos sintomas de FR o a doença clínica é autolimitadas, mas os danos às válvulas cardíacas podem tornar-se crônicos e progressivos (destaque para calcificações e estenoses) → alta morbidades e mortalidade o Quadro Clínico ▪ Manifestações precoces: • Uma semana após quadro de amigdalite/faringite o Febre o Artrite ▪ Migratória (podendo durar de semanas a meses) ▪ Oligo/poliarticular ▪ Não deixa sequela • 3 semanas após a infecção o Cardite – destaque para as manifestações agudas ▪ Manifestação mais grave ▪ Pancardite ▪ Única que deixa sequela (endocardite com lesão valvar) ▪ Manifestações tardias • Coréia de Sydenhan o Afecção neurológica o Movimentos involuntários → parece que o paciente está dançando. Melhoram com o sono o 10-40% dos casos o Mais frequente no sexo feminino o Início: meses após a infecção o Pode durar vários meses o Geralmente, é autolimitada • Nódulo subcutâneo o 5-10% dos casos • Eritema marginatum o Borda vermelha e centro claro o Não doloroso ou pruriginoso o Exames complementares ▪ ASLO (ac. Anti estreptolisina O) • Anticorpo do estreptococos ▪ VHS, PCR ▪ ECG ▪ Ecocardiograma • Esses dois ultimas exames devem ser feitos quando há suspeitas de cardite • Valva mitral é a primeira acometida, seguida da aórtica, tricúspide e mitral, em ordem o Tratamento ▪ Não há nenhum tratamento muito específico ▪ Destaque para o tratamento das consequências da febre reumática