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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ADMINISTRAÇÃO ESTRUTURA E PROCESSOS ORGANIZACIONAIS JOHN CHARLES SILVA TORRES Resenha descritiva do capítulo 1 do livro organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional. São Luís 2021 RESENHA DESCRITIVA ARAÚJO, L. C. G. de Capítulo 1 do livro Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011. Dados sobre o autor Possui graduação em Administração Pública pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (1968), especialização em administração de empresas. lato sensu, pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo-FGV (1970), mestrado em Administração Pública - University of California at Los Angeles- UCLA (1973) e doutorado em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo-FGV (1982). Foi professor da FGV entre março de 1969 e janeiro de 2010. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Estudos Organizacionais e Recursos Humanos em Administração Pública e de Empresas, atuando principalmente nos seguintes temas: administração, mudança organizacional, gestão de pessoas, tecnologia de gestão e organização e Organização e modernização na Administração Pública. Dados sobre a obra Este capítulo apresenta a evolução da teoria e das práticas dentro das organizações. Trata ainda de analisar os padrões de comportamento e a importância das relações individuais. Mostra ainda que a organização sistemas e métodos que por décadas esteve presente em nossas organizações. OSM ainda dá a sua contribuição, mas temos de aceitar o fato de que muitas novas tecnologias chegaram com a perspectiva de alcançar a excelência organizacional mais rapidamente. Sabemos que as organizações precisam cada vez mais de tecnologias que garantam sua competitividade sua sobrevivência num ambiente seguramente incerto e com turbulências de toda ordem como é o caso brasileiro. Ressalte-se ainda que o entendimento se iniciou com a ênfase nas tarefas (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), através da Administração Científica de Taylor, a seguir a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura, com a estrutura clássica de Fayol, e com a teoria da burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde com a teoria estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da teoria das relações humanas, mais tarde desenvolvida pela teoria comportamental e pela teoria do desenvolvimento organizacional. Mostra também as principais escolas que contribuíram com o desenvolvimento das diversas teorias acerca da Administração e que propiciaram o estudo do planejamento, direção, organização e controle das atividades, como um complexo de estruturação e princípios voltados para a prática dentro de uma organização, sendo estas públicas ou privadas, na qual o esforço cooperativo do homem é a base fundamental para que haja eficiência e eficácia nas atividades de uma organização. Escola Clássica A doutrina clássica é geralmente chamada de liberalismo econômico e suas bases são liberdade pessoal, propriedade privada, iniciativa individual, empresa privada e interferência mínima do governo. • Envolvimento mínimo do governo, o primeiro princípio da escola clássica era que o melhor governo governa e as forças do mercado livre e competitivo guiariam a produção, a troca e a distribuição. • Comportamento econômico de auto interesse. Os economistas clássicos supunham que o comportamento de auto interesse básico para a natureza humana. • Harmonia de interesses e enfatizavam a forma natural de interesses em uma economia de mercado ao correr atrás de seus interesses individuais, as pessoas atendiam aos melhores interesses da sociedade. • Importância de todos os recursos e atividades econômicas, assinalavam que todos os recursos econômicos como as atividades econômicas e contribuíam para a riqueza de uma nação. • Leis econômicas, a escola clássica deu grandes contribuições para a economia ao concentrar a analise em teorias econômicas explicitas ou "leis". No longo prazo, a economia clássica atendeu a toda a sociedade porque a aplicação de suas teorias promovia o acumulo de capital e o crescimento econômico. Ela dava respeitabilidade aos empresários, em um mundo que anteriormente tinha direcionado as honras e a renda para a nobreza e os abastados. Os mercadores e os industriais obtiveram um novo status e dignidade como promotores da riqueza da nação, e os empresários estavam seguros de que, ao procurar o lucro, estavam atendendo a sociedade. A escola de relações humanas Ele fez testes na fábrica da Western Electric, situada no bairro de Hawthorne de Chicago, contratou uma equipe de Harvard para conduzir experimentos relacionando produtividade e condições físicas de trabalho. Mas claro que esta analise não era em prol do funcionário e sim, com base sempre do aumento da produtividade acredito. Começou a ser pesquisado também como as boas práticas de chefia podem influenciar na produção. Pode-se perceber que se deve analisar as limitações dos funcionários, onde assim se consegue ter um ambiente de trabalho com comunicação, composta de chefes simpáticos, democráticos e persuasivo. Mary Parker Follet; foi uma das precursoras ao analisar os padrões de comportamento e a importância das relações individuais. Assim foram elaborados 4 princípios que trata da evolução da teoria das organizçoes: Princípio de contato direto - Para melhor coordenação deve-se estreitar os contatos diretos entre as pessoas interessadas e responsáveis, seja no sentido horizontal seja no sentido vertical; Princípio de planejamento - As pessoas que executam um trabalho devem estar envolvidas nele desde o momento do planejamento e estruturação do programa a ser realizado; Princípio das relações recíprocas - Todos os elementos de um dado conjunto devem estar mutuamente relacionados; Princípio do processo contínuo de coordenação - A coordenação é um processo continuado. Um dos aspectos mais importantes da concepção de Follett foi a Lei da Situação: "uma pessoa não deve dar ordens à outra pessoa, mas ambas devem concordar em receber ordens da situação". É a situação concreta que deve governar as ordens a serem dadas e a atenção que as pessoas darão a essas ordens. Esse processo deve estar completamente isento da interferência pessoal dos chefes, sendo a situação real determinante do que é certo ou errado. Outra contribuição Douglas McGregor, por sua vez, criou a Teoria X e a Teoria Y. Observando a postura de alguns gestores, percebeu que alguns adotavam uma postura X, na qual se pensa que a maioria das pessoas não gosta de trabalhar e, consequentemente, sua equipe funciona apenas pela disciplina e pela possibilidade de recompensa. Então, se não controlar diretamente a equipe, não há produção; é preciso demitir ou repreender funcionários para dar o exemplo aos demais; as decisões são tomadas sem participação de empregados. Para os adeptos da Teoria Y, qualquer pessoa pode ser criativa, desde que devidamente estimulada, de modo geral, deve -se confiar nos empregados e a gestão participativa é tida como mais apropriada para estimular os funcionários. A maior crítica a movimento das relações humanas foi justamente a posição favorável a analise sobre o comportamento das pessoas nas organizações industriais. A abordagem estruturalista Ao estudarmos a organização sob a visão estruturalista estamos necessariamente fazendo uma análise globalizante de todos os fatores que compõem o todo organizacional. Mais que isso, estamos reconhecendo a integração e interdependência desses fatores. Outro aspecto importante do conceito de estruturalismo é a influênciaque esses fatores exercem uns sobre outros, surge a necessidade de reconhecer a existência de um ambiente onde eles se inserem. O foco da teoria estruturalista é na estrutura e ambiente, assim, de acordo com Chiavenato, essa teoria trouxe uma importante ruptura com relação às anteriores. Ela mostra a organização como sendo um sistema aberto que se relaciona com o ambiente e com outras organizações. A Teoria Estruturalista baseia-se no conceito de estrutura, que é um todo composto por partes que se inter-relacionam. Portanto, o todo é maior do que a simples soma das partes. O que significa que os sistemas organizacionais não são a mera justaposição das partes, é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de organizações, caracterizada pela interdependência entre as organizações. Os estruturalistas buscam maior compreensão da organização com uma tentativa de classificação a partir de critérios próprios de cada pensamento. O Estruturalismo vê a organização em constante interação com o ambiente. As principais ideias do estruturalismo são o Homem Organizacional, é aquele que desempenha papéis em diferentes organizações. Este homem tem por características a flexibilidade, a tolerância à frustrações, capacidade de adiar a necessidade de recompensas e o permanente desejo de realização. O Homem organizacional desempenha vários papéis, dependendo do grupo e da organização em que está inserido. Para eles, os conflitos, por mais que não sejam desejáveis, são elementos geradores de mudanças e do desenvolvimento das organizações. A utilização de incentivos e recompensas mistos, os estruturalistas não deram apenas ênfase aos incentivos monetários, como os clássicos, ou apenas aos incentivos e recompensas psicológicas, como os neoclássicos. Para eles ambos os incentivos e recompensas, monetária e psicológica, deveriam ser considerados, pois o homem organizacional busca tanto a estabilidade econômica, quanto a sua realização pessoal. A abordagem de sistemas abertos O modelo organizacional desenvolvido por Daniel Katz e Robert Kahn tem como bases as características típicas de um sistema social aberto, seu modelo teórico para a compreensão de organizações é um sistema de energia importação e exportação de energia, no qual o retorno da energia exportada reativa o sistema. "As organizações sociais são flagrantemente sistemas abertos, porque o imput de energias e a conversão do produto em novo input de energia consiste em transações entre a organização e seu meio ambiente" (Katz e Kahn, 1987). As características de sistemas abertos identificadas, por Katz e Kahn (1987) para o modelo organizacional são as seguintes: Importação de energia – os sistemas abertos importam alguma forma de energia do ambiente externo, da mesma forma, as organizações sociais necessitam de diversas formas de energia de outras instituições, pessoas ou meio; Transformação – os sistemas abertos transformam a energia disponível executando um trabalho, a organização cria um produto ou proporciona um serviço. Isto é, existe uma reorganização dos inputs; Output – todos os sistemas abertos exportam certos produtos para o meio ambiente, fazendo com que a energia transformada retorne a este; Sistemas como ciclo de eventos – considera-se que o padrão de atividades de uma troca de energia tem caráter cíclico, assim o produto exportado para o ambiente supre as fontes de energia para a repetição das atividades do ciclo. Em uma estrutura social, o fechamento e renovação do ciclo das atividades se dá através de uma série interrelacionada de eventos que se voltam sobre si mesmo; Entropia negativa – para sobreviverem, as organizações sociais precisam deter o processo entrópico. Este é uma lei universal da natureza, no qual todas as formas de organização se movem para a desorganização ou morte. Porém, em um sistema aberto existe uma tendência geral para maximizar sua razão de energia, importando mais energia do que expedindo, armazenando para adquirir entropia negativa; Input de informação, feedback negativo e processo de codificação – além da importação da energia os inputs também são de caráter informativo e proporcionam sinais à estrutura sobre o ambiente e sobre seu próprio funcionamento em relação a ele; Estado firme e homeostase dinâmica – o estado firme é característica dos sistemas abertos que conseguem deter a entropia, mantendo uma certa constância no intercâmbio de energia, caracteriza-se por um influxo contínuo de energia do ambiente exterior e uma exportação contínua dos produtos do sistema, sendo que o quociente de intercâmbios de energia e as relações entre as partes, continuam os mesmos; Diferenciação – os sistemas abertos deslocam-se para a diferenciação e a elaboração, as organizações sociais deslocam-se para os papéis de multiplicação e elaboração com maior especialização de função. Equifinalidade – de acordo com este princípio, um sistema pode alcançar por uma variedade de caminhos, o mesmo estado final, partindo de diferentes condições iniciais. As organizações são dependentes de fluxos de recursos do ambiente externo, assim como os sistemas abertos. Essa dependência pode ocorrer de duas maneiras. Por um lado, ela precisa do ambiente externo para conseguir os recursos humanos e materiais que vão garantir seu funcionamento. Por outro lado, ela precisa do ambiente externo para comprar e vender serviços e produtos. Abordagem contingencial A teoria contingencial enfatiza que nada é absoluto na organização ou na teoria da administração. Assim, as técnicas e métodos de administração devem ser aplicados e adaptados de acordo com a realidade de cada empresa. Características da abordagem contingencial; • A influência do ambiente é crucial na tomada de decisões e implementação de métodos de gestão; • Supremacia do transitório: o ambiente é dinâmico e mutável, portanto, a empresa não pode ser estática no tempo. Ela reage aos desafios e oportunidades; • Fim do modelo ideal: não existe “receita de bolo”, ou melhor, não há um modelo; ideal de administração. Tudo é conjuntural e envolve muitas variáveis. • A tecnologia adotada por um a empresa de ser coerente com sua estrutura social e técnica para obter sucesso. A abordagem contingencial surgiu da necessidade de um novo paradigma administrativo que atendesse às necessidades das organizações levando em conta a modernização, a complexidade do ambiente e as novas tecnologias. Várias pesquisas foram feitas para tentar identificar qual modelo organizacional seria o mais eficaz. Tendências da teoria das organizações Para entendermos a organização torna-se imprescindível a utilização de um modelo para análise da mesma, tendo em vista a complexidade que é analisar os fatores que compõe as organizações modernas. Modelos são simplificações teóricas de uma realidade complexa. A análise organizacional refere-se à abordagem diagnóstica da estrutura, dos recursos disponíveis (físicos, humanos e financeiros) e das competências essenciais à organização. Tudo isso aliado a uma tecnologia flexível, permitindo respostas rápidas em um mercado repleto de constantes mudanças. A análise organizacional permite verificar os pontos fortes e pontos fracos da empresa, visando sua melhoria contínua. BIOGRAFIA ARAÚJO, L. C. G. de Capítulo 1 do livro Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011.
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