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SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS _ Passei Direto

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Impresso por Alessandra Borges, CPF 437.401.848-41 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais
e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/07/2021 11:37:11
SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS
1. Conceituar e apresentar as principais diferenças (se existentes)
entre: (i) tributo, (ii) ilícito tributário, (iii) infração tributária, (iv)
multa tributária, (v) juros de mora; (vi) da correção monetária (vii)
crime contra a ordem tributária e (viii) sanção penal tributária.
 O art. 3º do CTN, define tributo como: “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Dito isto, e de acordo com os ensinamentos de Paulo de barros, chega-se a 
conclusão que Tributo engloba diversos significados, que exprimem valor de: 
relação jurídica, direito subjetivo, dever jurídico, quantia em dinheiro, norma 
jurídica, relação jurídica, o fato e a norma que jurisdiciza o fato.
Ilícito tributário ocorre devido a não-prestação do tributo ou do não 
cumprimento de deveres instrumentais ou formais, presente onde houver 
fórmula descritiva de infração. 
De acordo com Paulo de Barros Carvalho, infração tributária é difinida como 
toda ação ou omissão que, direta ou indiretamente, represente 
descumprimento dos deveres jurídicos estatuídos em leis fiscais. 
A multa tributária é oriunda de uma obrigação tributária, que em razão da 
violação por parte do sujeito passivo leva ao surgimento de uma norma jurídica 
sancionatória de ilícito tributário, cujo objetivo é punir o sujeito passivo e ao 
mesmo tempo ensinar(caráter pedagógico da ‘sanção’) .
 Os juros de mora são cobrados na base de 1% ao mês, quando a lei não
dispuser outra taxa são tidos por acréscimos de cunho civil, são adicionados à
quantia do débito, e demosntram sua caracteristica remuneratória, motivada
pela circunstância de o contribuinte reter consigo importância que não lhe
pertence. 
A correção monetária representa atualização do valor da dívida, tendo em vista
a desvalorização da moeda, em regime político-jurídico onde atua o problema
inflacionário. 
Constitui crime contra a ordem tributária:
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e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/07/2021 11:37:11
- suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:
 Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias;
 Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou 
omitindo
operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei
fiscal;
 Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de 
venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável;
 Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que 
saiba ou
deva saber falso ou inexato;
 Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento
equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de 
serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
Sanção penal tributária é a relação juridica que se instala, por força do
acontecimento de um ato ílicito, entre o titular do direito vilado e o agente da
infração. 
2. Há limites constitucionais para a eleição de hipóteses
sancionadoras? As sanções tributárias sujeitam-se aos princípios
constitucionais tributários? Analisar especificamente a
aplicabilidade dos princípios da legalidade, irretroatividade, não
confisco, capacidade contributiva, tipicidade, segurança jurídica,
proporcionalidade, razoabilidade e anterioridade.
Assim como todas as regras inerentes no ordenamento juridico Brasileiro, as
hipoteses sanionadoras estão sujeitas aos limites constictucionais, haja vista,
tolda e qualquer norma infraconstitucional deve respeito a Constituição Federa.
As sanções tributarias obedecem os principios constitucionais tributários nos
seguintes termos: 
O princípio da legalidade estabelece que a lei traga em seu bojo os elementos 
descritores do fato jurídico e os dados prescritores da relação obrigacional, 
com isso sem lei anterior que descreva o fato imponível, a obrigação tributaria 
não nasce. 
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e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/07/2021 11:37:11
O Princípio da irretroatividade que uma lei não pode abarcar os fatos jurídicos 
anteriores a sua publicação. 
O princípio do não confisco, deve ser respeitado uma vez que, não se pode 
interpretar a atribuição de um tributo com efeito de confisco, estendendo a 
aplicação no caso das sanções, sob pena de agressão ao direito de 
propriedade.
O princípio da capacidade contributiva, deve ser observado, tendo em 
vista que as sanções para atingirem o seu objetivo devem ser aplicadas nas 
devidas proporções aos iguais nas medidas das suas igualdades e 
desigualdades. 
A tipicidade tributaria significa a exata adequação do fato à norma, onde o 
surgimento da obrigação se condicionará ao evento da subsunção, 
correspondendo o fato jurídico e a hipótese de incidência, fazendo surgir a 
obrigação correspondente, nos termos da lei. 
O princípio da segurança jurídica que visa criar uma confiabilidade no sistema 
para que o contribuinte saiba que seus direitos serão respeitados. 
A proporcionalidade e razoabilidade devem ser respeitados na medida em que 
o fisco deve estabelecer sanções na medida da gravidade do ilícito, a fim de 
punir o infrator, bem como coibir a conduta antijurídica. 
Por fim, não se aplica o princípio da anterioridade, vez que as sanções 
deverem ter aplicabilidade imediata, não se aplicando a restrição do art. 150, 
inciso III, alínea “b” da Constituição Federal.
3. Diferençar infrações objetivas e infrações subjetivas. Qual a natureza
jurídica da multa tributária aplicada em razão do não pagamento do
tributo e/ou não cumprimento de dever instrumental? O descumprimento
de norma tributária em decorrência de circunstâncias de força maior ou
de caso fortuito excluem a antijuridicidade da conduta?
Consoante preceitua o professor Paulo de Barros Carvalho, infrações
objetivas são aquelas que independem da intenção do agente, apura-se
somente o resultado: cumprida a prestação, desaparce o vínculo. 
Infrações Subjetivas requerem a presença de dolo ou culpa, sem o que o
resultado não sera´imputado ao agente, deve ser indicado o nexo entre a
conduta do infrator e o efeito que provocou, resaltando o dolo ou a culpa. 
Caso fortuito e forla maior, não excluem a antijuridicidade da conduta,
entretanto, são hipoteses de excludente de ilicitude, previstas no art. 393 do
Código Civil, sendo caracterizados como ocorrencias de fatos necessarios, em
que é impossivel eveitar ou impedir seus efeitos. 
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Força Maior entende-se como fato extraordinario cijo acontecimento é
suposto, porém inevitavel, o caso fortuito tambem advem de acontecimento
extraordinario, possuindo causa desconhecida ou ato de terceiro, sendo,
portanto, imprevisivel. 
A imposição de sanções, em tais casos, dependa existencia e da prova
de conduta dolosa. 
4. Quanto às multas tributárias:
a) Diferencie: (i) multa de mora, (ii) multa de ofício, (iii) multa
agravada, (iv) multa qualificada e (v) multaisolada. 
Na Multa de mora, predomina-se o intuito idenizatorio, pela contingencia de o
poder publico receber a destempo, com as inconveniencias, que isso
normalmente acarreta, o gributo a quem tem direito. 
Multa de Oficio, é uma especie de sanção apalicada pela autoridade
administrativa mediante lançamento de oficio ou auto de infração ou imposição
de multa. 
A multa agravada é a especie de multa que tem por conteudo a agravação de
penalidade em decorrencia de dolo, fraude ou simuação na pratica de ato
juridico tributario. 
A multa qualificada é prevista no direito penal, decorre de práticas que na sua 
ocorrência necessariamente está presente o elemento subjetivo dolo, seja ele 
direto ou eventual.
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©UNIFAI/IBET: é 
proibida sua u lização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas a vidades ins tucionais  sem a 
devida, expressa e prévia autorização.
Entende-se como Multa Isolada, como o procedimento sancionatorio que, como
o proprio nome indica, isoladamente exige a multa por algum motivo que a lei o
determina. 
b) O não pagamento de tributo é hipótese suficiente para a
imposição de sanção ou somente para a cobrança da mora? Os juros de
mora e a multa de mora podem ser exigidos simultaneamente?
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A sanção e a mora possuem natureza jurídica distintas. A primeira
possui caráter punitivo, repressivo, enquanto a segunda possui caráter
indenizatório, sendo atribuída ao fato do contribuinte ter efetuado o
recolhimento do tributo a destempo. Desta feita, considerando a natureza
jurídica distinta dos dois institutos, entendo que o não pagamento do tributo é
suficiente para a imposição tanto de sanção, quando da cobrança de mora. 
Ademais, os juros de mora e a multa de mora podem ser exigidos
simultaneamente, haja vista que o primeiro possui caráter remuneratório pelo
fato do sujeito reter para si, por um certo tempo, importância pecuniária que
não mais lhe pertence e que vai se corrigindo monetariamente ao longo do
tempo, enquanto que o segundo possui caráter indenizatório, que penaliza o
sujeito que efetua o recolhimento do tributo a destempo, uma vez que gera
dano ao erário público.
c) É possível aplicação concomitante da multa de ofício, pelo não
pagamento de tributo apurado no final do ano-calendário com a multa
isolada, cobrada pelo não recolhimento da estimativa do IRPJ? Caso a
resposta seja negativa, qual das multas deveria ser aplicada? Analise a
jurisprudência do CARF e do STJ (anexos I e II), levando em consideração
o artigo 112 do CTN.
Não é possível aplicação concomitante da multa de ofício, pelo não pagamento
de tributo apurado no final do ano-calendário com a multa isolada, cobrada pelo
não recolhimento da estimativa do IRPJ, tendo em vista que as duas incidem 
sobre a mesma base de cálculo, sendo este o posicionamento firmado no 
STJ. 
 Devendo, portanto, em situações como a prevista na questão, ser aplicada a 
multa mais benéfica ao contribuinte, respeitando o art. 112 do CTN. 
d) Quais os critérios para aplicação da multa qualificada? Defina os
conceitos de sonegação, fraude e conluio (vide anexo III). O Fisco pode
requalificar uma operação realizada pelo contribuinte como ilícita,
aplicando multa qualificada, sobre a justificativa de ausência de
“propósito negocial”?
As multas qualificadas tem como critério para aplicação a presença do caráter 
subjetivo, dolo. 
Por sonegação, tem-se a ocultação ou prestação de falso testemunho e 
juramento sobre determinada coisa ou assunto, sendo, portanto, o ato de 
deixar de declarar tributo, de forma fraudulenta, para benefício próprio. 
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Fraude configura-se por uma ação ou omissão, de uma simulação ou 
ocultação, e pressupõe, sempre, a intenção de causar dano à fazenda 
pública, num propósito deliberado de se subtrair no todo ou em parte a uma 
obrigação tributária.
Por sua vez, conluio, é caracterizado pela declaração inexata ou da falta ou 
pagamento menor do tributo ou da omissão de rendimentos na declaração de 
ajuste anual, seja ela pelos mais variados motivos que se possa alegar. 
Dessa forma, o intuito doloso, um comportamento intencional, específico, de 
causar dano à fazenda pública, onde, utilizando- se de subterfúgios retardam o 
seu conhecimento por parte da autoridade fazendária deve estar plenamente 
demonstrado nas três situações. 
Não podendo este intuito de fraudar, ocultar ou deixar de declarar, ser 
presumido, desta forma, não pode aplicar multa qualificada por simples 
ausência de "proposito negocial".
5. Em que constitui a denúncia espontânea? Identifique se as multas
tributárias são excluídas pela denúncia espontânea prevista no artigo 138
do CTN nos seguintes casos: (i) tributo declarado integralmente e pago
de forma parcial ou atrasada, antes do início de um procedimento
fiscalizador; (ii) tributo declarado parcialmente e pago, depois declarado
integralmente, mediante retificação, e pago; (iii) cumprimento de
obrigação acessória a destempo (vide anexos IV e V).
A denúncia espontânea é um instituto previsto no por meio do qual o CTN
devedor, antes que o Fisco instaure contra ele qualquer procedimento 
administrativo ou medida de fiscalização, confessa para a Fazenda que 
praticou uma infração tributária e paga os tributos em atraso e os juros de 
mora. Como "recompensa", ele ficará dispensado de pagar a multa. A 
denúncia espontânea exclui tanto as multas punitivas, como também as 
moratórias procedimento fiscalizatório por parte do Fisco relacionado com 
aquela determinada infração). Com relação ao tributo declarado integralmente 
e pago de forma parcial ou atrasada, antes do início de um procedimento 
fiscalizador, não se aplica caso o pagamento seja parcial.
O tributo declarado parcialmente e pago, depois declarado integralmente, 
mediante retificação, e pago, não cabe, tendo em vista assemelhar-se à 
espécie de parcelamento, o que é vedado.
Por fim, o cumprimento de obrigação acessória a destempo, não cabe a 
denúncia espontânea
Consoante o REsp 1.149.022/SP, resta configurada a denúncia
espontânea na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração
parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação)
acompanhado do respectivo
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 pagamento integral, retifica-a (antes de qualquer procedimento da
Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja
quitação se dá concomitantemente.
Ademais, o art. 138 do CTN estabelece que: “A responsabilidade é
excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso,
do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do
tributo dependa de apuração.”Ainda estabelece o parágrafo único do referido
artigo: “Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados
com a infração.”
Destarte, na hipótese de declaração integral do tributo, mas paga de
forma parcial, o contribuinte poderá ser agraciado com a denúncia espontânea
caso efetue o recolhimento do tributo ainda dentro do prazoestabelecido para
o pagamento. Este ocorrendo em atraso, não será o contribuinte beneficiado
pelo art. 138 do CTN, conforme estabelece a súmula 360 do STJ.
Na segunda hipótese, constata-se que o contribuinte poderá ser
beneficiado com a denúncia espontânea, uma vez que, concomitantemente
realizou a declaração, mesmo que parcial, e efetuou o pagamento do tributo de
forma integral, demonstrando boa-fé em regularizar sua situação.
Por fim, consoante entendimento extraído da leitura do AgRg no Resp
1.466.966/RS, a denúncia espontânea não surte efeitos quanto ao
cumprimento das obrigações acessórias a destempo, tendo em vista que o art.
138 do CTN não aborda tal hipóteses. Portanto, incide multa tributária no caso
de atraso de entrega de declaração do tributo. 
6. Com relação aos crimes contra a ordem tributária, pergunta-se:
a) Qual o momento consumativo dos crimes contra a ordem
tributária previstos no art. 1º da Lei 8.137/90? Há necessidade de
esgotamento da esfera administrativa para a propositura da ação penal?
(Vide Súmula Vinculante n. 24 do STF e anexo VI e VII).
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O momento consumativo dos crimes contra a ordem tributária Lei nº 8.137/90 é
o lançamento definitivo, sendo que, enquanto estiver pendente a discussão na 
via administrativa não se pode falar em crime e consequentemente não há 
indícios suficientes de autoria e materialidade para se imputar ao sujeito 
passivo a ação penal correspondente.
A consumação definitiva dos crimes contra a ordem tributária previstos
no art. 1º da Lei 8.137/90 ocorrem após a constituição definitiva do crédito
tributário, isto é, quando houver sido esgotado todos os meios de discussão
para o lançamento definitivo do tributo, consoante súmula vinculante n. 24 do
STF. 
b) A decadência e prescrição tributária são causas de extinção da
punibilidade penal dos crimes contra a ordem tributária? Fundamentar.
(Vide anexo IX).
Sim, nos termos do Art. 156 do CTN.
Verifica-se que ocorrendo a prescrição ou a decadência, não mais existe o 
crédito tributário a ser tutelado pelo direito penal tributário, pela impossibilidade 
do contribuinte pagar o que não mais, bem como pelo fato de ser também a 
prescrição, uma das causas de extinção do crédito tributário.
c) O parcelamento do tributo devido é causa de extinção da
punibilidade dos crimes contra a ordem tributária? E a compensação com
tributos pagos indevidamente? (vide anexo X).
Não, Tendo em vista que o Art. 156 do CTN somente prevê a possibilidade de 
extinção do crédito tributário pelo pagamento, compensação, transação, 
remissão, prescrição e a decadência; 
O parcelamento somente suspende o curso da prescrição até sua revogação 
ou até a extinção quando for quitado o débito de forma integral.
7. Que caracteriza as denominadas sanções políticas? Identifique se as
seguintes medidas constituem-se como sanções politicas e analise sua
constitucionalidade: (i) Apreensão de bens; (ii) Inscrição de créditos
tributários no CADIN; (iii) Protesto de Certidão de Dívida Ativa; (iv)
Cancelamento de Registro Especial de Funcionamento (vide Decreto-Lei
1.593/1977 e ADI 3.952); (v) regime especial para cumprimento de
obrigações nos casos de embaraço à fiscalização e prática reiterada de
infrações à legislação tributária (vide Lei 9.430/96, disciplinada pela
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Instrução Normativa RFB 979/09; art. 96, V da Lei n. 12.670/99 do Estado
do Ceará e Decreto Estadual n. 48.494/11 do Rio Grande do Sul - vide
anexos IX e X); (vi) averbação pré-executória (art. 25 da Lei n° 13.606/18,
que acrescentou, dentre outros, o artigo 20-B, §3°, II à Lei nº 10.522/2002 e
Portaria PGFN n° 33/2018, modificada pela Portaria PGFN n° 42/2018). 
As sanções políticas são formas enviesadas de cobrança que se vale da 
Administração pública para forçar o adimplemento de débitos. Referidas 
restrições adotam formas e são comumente utilizadas pelos agentes 
administrativos. 
Pelas suas características próprias, destacamos:
1. Restrição à atividade econômica – como visto, quando não as restringem, 
atrapalham de forma significativa; 
2. Negativa à discussão do débito – isto é, impedem o acesso ao judiciário, 
tanto em relação ao débito quanto à medida administrativa imposta; 
3. Falta de opção à adesão da medida imposta – ou seja, arbitrariedade 
excessiva de procedimento para o Fisco;
4. Aplicadas em razão de interesse do erário (em última análise, é o argumento
que fulmina a validade das restrições). 
Por sua vez, afastam a aplicabilidade das Sanções Políticas:
1. Limitação, não restrição, das atividades econômicas – por não 
preenchimento dos requisitos legalmente previstos. 
2. Previsão Constitucional para a medida adotada – se a medida foi 
recepcionada pela Constituição Federal, não há como ser considerada inválida
3. Opção de aderir à imposição, ou, na escolha de não aderir, não ser 
prejudicado. 
4. Aplicadas em razão de interesse social (característica capaz de transformar 
uma sanção política em restrição válida, caso os argumentos aplicáveis à 
situação concreta sejam proporcionais e compatíveis com o interesse público).
3. Opção de aderir à imposição, ou, na escolha de não aderir, não ser 
prejudicado. 
4. Aplicadas em razão de interesse social (característica capaz de transformar 
uma sanção política em restrição válida, caso os argumentos aplicáveis à 
situação concreta sejam proporcionais e compatíveis com o interesse público). 
(i) Apreensão de bens;
Não, todavia, acerca dessa medida sancionatória, consistente na retenção de
bens para forçar o recolhimento de tributo ou de multa, já se manifestou o 
Supremo Tribunal Federal, entendo que “é inadmissível a apreensão de 
mercadoria como meio coercitivo para pagamento de tributos”
(ii) Inscrição de créditos tributários no CADIN
Não
(iii) Protesto de Certidão de Dívida Ativa
Sim
(iv) Cancelamento de Registro Especial de Funcionamento (vide Decreto-Lei
1.593/1977 e ADI 3.952)
Sim, este regime na espécie como condição essencial de competitividade,
cujo seu cancelamento unilateral é válido no caso de “não-cumprimento de 
obrigação tributária principal ou acessória, relativa a tributo ou contribuição 
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administrado pela Secretaria da Receita Federal.” Desta forma, a 
permanência do mesmo poderia gerar uma vantagem comercial incompatível 
com o principio da livre concorrência.
(v) Regime especial para cumprimento de obrigações nos casos de 
embaraço à
fiscalização e prática reiterada de infraçõ es à leg islação tributária 
(vide Lei
9.430/96, disciplinada pela Instrução Nor mativa RFB 979/09; art. 96, 
V da Lei
n. 12.670/99 do Estado do Ceará e Decreto Estadual n. 48.494/11 
do Rio
Grande do Sul - vide anexos IX e X)? 
Sim, tendo em vista estar presente todas as características listadas acima. 
8. Considerando as premissas fixadas nas questões anteriores, o não
recolhimento de ICMS declarado configura crime contra a ordem
tributária, tipificado no art. 2°, II, da Lei 8.137/90 ? Considerar as1
hipóteses de ICMS em substituição tributária e ICMS “próprio”. (Vide
anexo XIII).
Nenhuma importância tem a mera declaração do imposto sem o devido
recolhimento. Incorre em crime de apropriação indébita, nos termos do art. 2º,
II,da Lei 8.137/90, o sujeito passivo da obrigação tributária que deixa de
efetuar o recolhimento do tributo, independentemente da motivação.
A descrição típica do crime de apropriação indébita tributária contém a
expressão “descontado ou cobrado” o que restringe a interpretação de quem
pode ser o sujeito ativo do delito. Muito se fala que, de acordo com a dogmática
penal, o termo “descontado” se refere aos tributos diretos quando há
responsabilidade tributária por substituição, ao passo que o termo “cobrado”
alude aos tributos indiretos, ou seja, aqueles incidentes sobre o consumo,
como o ICMS próprio. Contudo, entendo ser irrelevante se o tributo é próprio ou
por substituição. Uma vez declarado, mas não recolhido, deve o infrator
responder pelo crime de apropriação indébita tributária.
1
 “Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: [...] II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo
ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que
deveria recolher aos cofres públicos;”

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