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Teoria do Crime CONCEITO ANALITICO DE CRIME: · Fato Típico (conduta + resultado + nexo causal + tipicidade) · Antijurídico – é presumida diante da tipicidade · Culpabilidade (Imputabilidade + PCI + ECD) FATO TÍPICO: Teorias: Clássica/Causal/Mecanicista: ótica cientifica, causa e efeito... a conduta é mera ação voluntária que gera mudança no mundo exterior. Fato típico = conduta + resultado + nexo + tipicidade Conduta = ação e vontade (não considera o dolo) Antijuridicidade = Culpabilidade = Imputabilidade + Dolo (normativo) ou Culpa (Teoria psicológica da culpabilidade – dolo e culpa são psíquicos) - O conceito é sempre tripartido (FT + A + C) Neokantista (causalista neoclássica): Os pressupostos são da teoria clássica, mas a conduta deixa de ser uma ação e passa a ser um comportamento voluntário que causa modificação no mundo exterior (ação ou omissão). Fato Típico = Conduta (comportamento sem dolo ou culpa) + resultado + nexo + tipicidade Culpabilidade: Imputabilidade + Dolo normativo + ECD Finalista (Hans Welzel – sec. XX): A conduta humana é uma ação dirigida a uma finalidade. Fato típico: Conduta (dolo (natural) + culpa) + resultado + nexo + tipicidadeCulpabilidade vazia = é a culpabilidade sem dolo ou culpa da teoria finalista! Antijuridicidade: Culpabilidade: Imputabilidade + ECD + PCI Teoria Cibernética (Welzel): conduta dirigida a um fim não ilícito. Teoria Social da Conduta: A conduta é comportamento dirigido a um fim socialmente reprovável. Elemento sociológico é o responsável por adaptar a realidade. Fato típico = Conduta (elemento sociológico) + r + nc + t Antijuridicidade = Culpabilidade = I + ECD + PCI Teorias Funcionalistas (modernas): : CONDUTA: Elementos: - Comportamento voluntário dirigido a um fim (dolo ou culpa) - Exteriorização da vontade (comportamento que externa o elemento psíquico) Causas de exclusão da conduta: - Caso fortuito ou força maior: imprevisibilidade ou inevitabilidade. - Estado de inconsciência completa: sonambulismo ou hipnose. - Movimentos reflexos: reação motora automática a um estimulo externo. Obs.: ação em curto circuito – ação impulsiva e volitiva onde há conduta. - Coação física irresistível (vis absoluta): Coação FISICA irresistível Coação MORAL irresistível Vis absoluta Vis compulsiva Ausência de vontade Inexigibilidade de conduta diversa Exclui a conduta Fato típico Exclui a culpabilidade RESULTADO: Naturalístico: causa um resultado no mundo exterior (crimes materiais). Nem todos os crimes possuem (crimes formais, tentados, omissivos próprios e mera conduta). Jurídico ou Normativo: lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico tutelado pela norma penal. TODO CRIME SEMPRE TEM RESULTADO JURÍDICO. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. DOLO: Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; · Integra a conduta · Elemento psicológico (subjetivo) do tipo penal · Elementos: vontade (elemento volitivo) + consciência (elemento cognitivo/intelectivo). Teorias: 1. Da vontade: agir de acordo com a vontade (explica o dolo direito). 2. Da Representação ou possibilidade: é doloso se o resultado for previsível (não é aceita no direito; lembra a culpa consciente). 3. Consentimento (assentimento ou anuência): o dolo tem vontade de produzir o resultado e quando assume o risco (dolo eventual). ESPÉCIES DE DOLO: 1. Dolo Natural (Incolor): elemento volitivo e intelectivo 2. Dolo Normativo (Colorido): Consciência, vontade e CONSCIENCIA ATUAL DA ILICITUDE. 3. Dolo direito: vontade dirigida a um fim determinado – art. 18. 4. Dolo Indireto (indeterminado): 4.1 Dolo Alternativo: o agente prevê a possibilidade de diversos resultado e dirige a produção de qualquer deles. (sempre responde pelo resultado mais grave – ainda que na modalidade tentada). 4.2 Dolo Eventual: o agente prevê a possibilidade de vários resultados e se dirige a produção do menos grave, mas assume o risco (responde pelo resultado alcançado). [É um crime material por natureza por que precisa do resultado para acontecer]. “Seja como for, dê no que der, em qualquer caso não deixo de agir.” 5. Dolo de propósito (refletido): dolo que o agente pensa, crimes premeditados. 6. Dolo de Ímpeto (repentino): conduta sob o domínio de violenta emoção. (art. 65,III, C – atenuante genérica). 7. Dolo genérico: o tipo penal não exige uma finalidade. 8. Dolo específico: o tipo penal exige uma finalidade especial. 9. Dolo Geral ou por Erro sucessivo: o agente busca um resultado, alcança de maneira diferente do que pensou. 10. Dolo presumido ou in re ipsa: presume-se o dolo do agente apesar de não haver comprovação de sua participação ou autoria. Não é aceito, pois o direito penal brasileiro não admite a responsabilidade objetiva do agente. 11. Dolo Antecedente, Inicial ou Preordenado: é o dolo antes da prática. Não é relevante, pois deve haver dolo durante os atos executórios. É levado em consideração na embriaguez preordenada. 12. Dolo Atual ou Concomitante: durante os atos executórios. 13. Dolo subsequente: o crime já aconteceu, e o dolo persiste. É irrelevante. 14. Dolo de Primeiro Grau: é o dolo direto com consciência e vontade. É o almejado pelo agente. 15. Dolo de Segundo Grau (consequências necessárias): é o dolo de efeitos colaterais, pois o resultado buscado pelo agente atingirá outros bens jurídicos. Dolo de 2º grau O resultado colateral é certo e necessário Dolo eventual O resultado é incerto, desnecessário, eventual. 16. Dolo de 3º grau: é a consequência da consequência. Não é muito aceito. Cespe: Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do assentimento para o dolo eventual. CULPA: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Para o crime ser culposo é necessário que esteja previsto no tipo penal. Em regra, os crimes são previstos em tipos penais abertos. Culpa: conduta voluntária dirigida a um fim lícitos resultado ilícito e involuntário. A conduta poderia ser evitada se tivesse sido prevista. O crime culposo não admite tentativa. Obs: Culpa imprópria admite tentativa. Elementos da Culpa: Comportamento humano voluntário: por meio de ação ou omissão, o comportamento pode ser ilícito, mas não tem a finalidade de alcançar o resultado naturalístico ocorrido. Violação do dever de cuidado objetivo: inerente à sociedade. Imprudência (culpa in agendo) – o agente pratica a ação sem o dever objetivo de cuidado. Negligência (culpa in omitindo) – o agente deixa de agir de algum modo antes da conduta. Imperícia – é a culpa profissional por falta de aptidão técnica. O agente está autorizado pra exercer a atividade, mas não possui conhecimento técnico. Se o agente não tem autorização, será punido a titulo de dolo eventual. Resultado naturalístico involuntário: em regra os crimes culposos são crimes materiais e precisam de mudança no mundo exterior. Exceto o art. 38 da Lei de drogas (prescrever culposamente drogas, sem que delas necessite o paciente). Nexo entre conduta e resultado: decorre da conditio sine qua non – art. 13 CP. Tipicidade: é necessário que haja a previsão na lei da modalidade culposa. Previsibilidade objetiva: é necessário que fosse possível prever o resultado de acordo com o homem médio. Espécies de culpa: 1. Culpa Inconsciente – o agente não prevê o resultado, é irrelevante porque o homem médio poderia ter previsto o resultado. 2. Culpa Consciente – o agente prevê o resultado, mas acredita que o resultado não irá ocorrer. Culpa consciente Dolo eventual O agente prevê o resultado, mas confia na sua habilidade de que o resultado não vai acontecer. O agente prevê o resultado, masacredita que não irá produzi-lo, mas não se importa se ele vier a ocorrer. Obs.: a análise é feita a partir do caso concreto e não do psicológico. 3. Culpa Indireta ou Mediata: o resultado ocorre a partir de uma segunda ação / prévia que gerou a possibilidade e ocorrência do resultado. A relação precisa ser eficiente. 4. Culpa Presumida (in re ipsa): responsabilização objetiva. Não é admitida. 5. Culpa Própria: art. 18 – espécie comum de culpa. 6. Culpa Imprópria: o agente prevê o resultado e deseja produzi-lo, mas por erro evitável o agente supõe uma situação que não existe, se existisse justificaria sua ação. Há a intenção (dolo), mas o agente responde na modalidade culposa, por razões de política criminal. Admite tentativa. Descriminantes putativas Art. 20 § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. CULPA IMPRÓPRIA! Obs.: O direito brasileiro não admite a compensação de culpas. O direito brasileiro admite a concorrência de culpas. A culpa exclusiva da vitima exclui a culpa. Causas de Exclusão da Culpa: Caso fortuito ou Força maior – imprevisível. Principio da confiança – dever objetivo de cuidado. Erro profissional – a ciência ainda não se desenvolveu as técnicas. Risco tolerado – inerente à sociedade. Cespe: A culpa imprópria ocorre nas hipóteses de descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo. RESULTADO AGRAVADOR – PRETERDOLO: Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. São crimes complexos, pois atinge outro bem jurídico. Tipos: 1) Dolo na conduta antecedente + Dolo no resultado agravador. Ex. latrocínio. 2) Dolo na conduta antecedente + Culpa no resultado agravador (PRETERDOLO). Ex. tortura qualificada pela morte; lesão corporal seguida de morte. 3) Culpa na conduta antecedente + culpa no resultado agravado. Ex. crime culposo de perigo comum – explosão. 4) Culpa na conduta antecedente + Dolo no resultado agravador. Obs.: Alguns doutrinadores entendem que não é possível. Ex. 303 §1º CTB – não prestar socorro. Crime Preterdoloso: dolo na conduta + culpa no resultado agravador. · É uma figura hibrida. · Não é cabível a tentativa. · O resultado mais grave e involuntário deve ser previsível. · A culpa não é presumida. NEXO CAUSAL: relação entre conduta e resultado. Pertinência apenas em crimes materiais. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. TEORIAS: 1) Teoria da Equivalência dos antecedentes (conditio sine qua non): Causa é toda conduta humano sem o qual o crime não teria ocorrido. Processo hipotético de eliminação de Thyrren: elimina as condutas e se o crime acontecer então é causa. A crítica em relação a esta teoria é a ocorrência de regressos infinitos. A limitação da responsabilização infinita: analisa os critérios objetivos e o Dolo e a Culpa. 2) Teoria da Causalidade Adequada (condição qualificada): Causa é fato antecedente indispensável e adequado à produção do resultado. Analisa a probabilidade. Adota no CP apenas na Concausa superveniente independente (art. 13 §1º) Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. CONCAUSAS: Causa (conduta ou fato). Causas absolutamente Independentes: Conduta Principal Resultado C.A.I = rompe o nexo causal e o agente responde somente pelos atos praticados. a) preexistente: Rompe com o Nexo Causal & o agente responde só pelos atos praticados. b) Concomitante: c) Superveniente: Causas relativamente independentes: Conduta principal Resultado C.R.I = as condutas se somam e são necessárias para o resultado naturalístico. Não rompe o nexo causal e o agente é responsabilizado pelo resultado. a) preexistente: NÃO ROMPEM COM O NEXO CAUSAL! b) Concomitante: c) Superveniente: Superveniente que não produz por si só o resultado: Teoria da equivalência dos antecedentes (13, caput) – o agente responde pelo resultado. Superveniente que, por si só, gerou o resultado: teoria da causalidade adequada (13 §1º) – o agente só responde pelos atos praticados. 3) Teoria da Imputação Objetiva: NÃO ESTÁ PREVISTA NO CP! Busca limitar a responsabilização penal analisando apenas os elementos objetivos (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade), não analisa dolo e culpa. Uso de critérios para eliminar o nexo causal. Requisitos: A JURISPRUDÊNCIA TEM ADOTADO! STJ HC 46525/2006 Equivalência dos antecedentes Imputação objetiva Criação ou aumento de risco: não há nexo quando o risco é irrelevante ou há diminuição. Risco proibido pelo direito: não há nexo quando o risco é permitido; adequação social da conduta; criação do risco pela própria vitima; e proibição do regresso. O risco foi realizado no resultado: não há nexo quando o resultado decorre de danos tardios; dano resultando de choque; ações perigosas de salvamento; comportamento indevido posterior de terceiro. Dolo ou culpa CRIMES OMISSIVOS: Crimes comissivos: conduta positiva (ação) Crimes omissivos: conduta negativa (não fazer) · Próprios: o tipo penal descreve uma omissão. São unissubsistente (um ato) e não admitem tentativa. Em regra, são crimes dolosos. Ex. art. 135 – omissão de socorro; 269 – omissão de notificação de doença; 299 – falsidade ideológica; 319 – prevaricação; art. 13 (estatuto do desarmamento) crime omissivo próprio na modalidade culposa. · Impróprios: são crimes comissivos praticados nas condições do art. 13 §2º. DEVER JURIDICO DE AGIR: Art. 13 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: Dever legal: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; O termo lei deve ser entendido em sentido amplo (lei, decreto, CF). Garante: b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; Decorre de negocio jurídico, contrato, promessa, relação de confiança. Ingerência: c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. TIPICIDADE: adequação da conduta ao tipo penal. Teoria Indiciária – presunção de que se há tipicidade há antijuridicidade. · Formal ou Legal: adequação da conduta ao tipo penal da lei. · Material: efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. · Princípio da Insignificância Classificação: Tipo simples: só há um verbo (ex. homicídio – 121) Tipo misto: 2 ou mais verbos do tipo penal Cumulativo: 2 verbos responde duas vezes – concurso de crimes (ex. 198 CP); Alternativo: várias condutas e basta que pratique qualquer delas. (ex. 33 LDD). Subordinação Imediata: conduta se adequa perfeitamente ao tipo penal. Subordinação mediata: conduta não se adequa perfeitamente ao tipo, sendo necessária a aplicação de outra norma integrativa ou de extensão. (art. 14, II – 29 CP – 13§2º). Tipicidade Conglobante: Criada por Zaffaroni. Ela é aceita, mas não é aplicada. Uma forma de excludente de ilicitude. A conduta não pode ser fato típico se não viola o ordenamento jurídico. Tipicidade = formal + Conglobante (tipicidade material + antinormatividade). - Antinormatividade: analise da conduta que é contrario aos demais ramos do direito (ordenamento jurídico). Cespe: Segundo a teoria da tipicidade conglobante, o exercício regular do direito, o estrito cumprimento do dever legal, a legítima defesa e o estado de necessidade deixam de ser excludentes de ilicitude e passam a ser excludentes de tipicidade, pois, se o fato é direitoou dever legal, legitimamente protegido pela norma, não pode estar descrito também, paradoxalmente, como infração penal. E Contraria a norma; Provocar lesão ou perigo de lesão; Ser antinormativa (outros ramos do direito). ITER CRIMINIS e CONSUMAÇÃO: Fases: Interna: Cogitação (está na cabeça do agente) – nunca é punível. (idealização – debilitação – resolução). *premeditação: é a organização para o delito. Externa: Atos preparatórios (condições para a realização do delito) – em regra não são punidos, exceto se o ato preparatório constitui um crime; ou crimes obstáculos (ex. associação criminosa, incitação ao crime) atos executórios (exteriorização da conduta por meio de atos) – é punível. Consumação (art. 14, i CP). | Exaurimento (esgotamento do crime) – não integra o iter criminis. Pode influenciar na dosimetria da pena. TENTATIVA, CONATUS, crime manco, crime imperfeito ou incompleto: Tentativa Art. 14, II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Ocorre durante os atos executórios. É necessário ao menos o inicio. Até a finalização dos atos. Elementos da tentativa: · Prática dos atos executórios; · Ausência de consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente; · Dolo voltado para a consumação do delito; · Resultado possível. Natureza jurídica: causa obrigatório de diminuição de pena. O quantum é decidido pelo juiz. Norma de extensão ou ampliação da conduta. Subordinação mediata. Teorias: Subjetiva (voluntaria ou monista): leva em consideração o dolo do agente. A punição deve ser igual ao do crime consumado. Alcança os atos preparatórios. Impressão ou Objetiva-subjetiva: ): leva em consideração o dolo do agente limita o alcance aos atos preparatórios. Excepcionalmente o CP adota no p.u art. 14 nos crimes de atentado ou empreendimento (352 e 309 CP). Sintomática: considera a periculosidade do autor (direito penal do autor). Objetiva, realística ou dualista: considera a proximidade da consumação e a prática de atos executórios. Quantum: 1/3 a 2/3 quanto mais próximo da consumação, menor a diminuição. Quanto mais longe da consumação, maior a diminuição. Obs: competência do Jecrim até 2 anos a pena. Classificações: Imperfeita, Inacabada, ou propriamente dita É interrompido durante os atos executórios. Perfeita, acabada, o crime falho. Inicio da execução, utiliza TODOS os meios, mas não consuma por circunstancias alheias. Cruenta (vermelha) O objeto material é atingido, mesmo que não alcance o resultado. Incruenta (branca) O objeto material não é atingido. Idônea (propriamente dita). O resultado jurídico pode ser atingido, consumado. Inidônea (CRIME IMPOSSIVEL) É impossível que o resultado jurídico se consuma. Obs: o agente não é punido! Obs: é possível tentativa nos crimes de ímpeto e nos crimes com dolo eventual. Obs: Crimes puníveis apenas na modalidade tentada: crimes contra a segurança nacional – arts. 9º e 11. Obs: Crimes que não admitem tentativa: · Contravenção: art. 4º LCP. Não é punível a tentativa de contravenção. · Crimes culposos: pois não há dolo de consumação. Exceto nos crimes omissivos impróprios. · Crime condicionado ou com resultado vinculado: o crime está condicionado a um resultado. · Crimes habituais: reiteração dos atos criminosos. · Crime Omissivo Próprio ou Puro: o crime é unissubsistente, não dá pra fracionar o iter criminis. · Crimes unissubsistente: se consumam com um único ato. · Crimes Preterdoloso: dolo na conduta e culpa no resultado. · Crime de atentado ou empreendimento: a tentativa está descrita no próprio tipo penal. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA e ARREPENDIMENTO EFICAZ: Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. A DV e o AE interrompem o iter criminis pela própria vontade do agente. Somente responde pelo atos já praticados. Desistência voluntária = tentativa abandonada / tentativa qualificada / ponto de ouro. Interrupção dos atos executórios pela manifestação VOLUNTÁRIA do próprio agente, o qual poderia ter prosseguido na execução do delito. Formula de Frank DV = posso prosseguir, mas não quero! Tentativa = quero prosseguir, mas não posso! Arrependimento Eficaz = conduta voluntária do agente, que impede a produção do resultado, após ter praticado todos os atos executórios. · É compatível com a tentativa perfeita ou acabada. · É compatível somente com crimes materiais. DV e AF: · Voluntariedade e Eficácia · Não exige espontaneidade (da cabeça do agente) · Irrelevância dos motivos · Efeitos: responsabilização dos atos realizados. Obs: não é aplicável nos crimes culposos. Natureza Jurídica: Exclusão da tipicidade x Extinção da Punibilidade STJ: causa exclusão da tipicidade! ARREPENDIMENTO POSTERIOR: Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Arrependimento posterior = ponto de prata. Natureza jurídica: causa obrigatória de diminuição de pena. Aplicação: crimes com efeitos patrimoniais. Obs: pode aplicar nos crimes contra a administração publica. Requisitos: · Crime sem violência ou grave ameaça. · É cabível se a violência for culposa ou contra a coisa. · Reparação do dano ou restituição. · Deve ser PESSOAL e INTEGRAL. · STJ RHC 56387 / STF HC 98658 · Limite temporal até o RECEBIMENTO da denúncia. · Após o recebimento é uma atenuante. · Voluntariedade (não precisa ser espontânea). Obs: a recusa da vitima em receber a reparação integral é irrelevante! Diminuição de 1/3 a 2/3 leva em conta a celeridade e voluntariedade genuína do agente. Obs: em caso de concurso de pessoa e um deles se arrepende e restitua a coisa se estende aos coautores e participes (é uma condição de natureza objetiva). Casos específicos: · Peculato Culposo (312 §3º) – reparação do dano até o TEJ extingue a punibilidade. · Crime de Menor Potencial Ofensivo – composição civil dos danos extingue a punibilidade. CRIME IMPOSSÍVEL: Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Meio: ineficácia absoluta do meio e absoluta impropriedade do objeto. Denominações: crime oco, quase crime, tentativa inidônea, inadequada, impossível. Natureza Jurídica: causa exclusão da tipicidade. Espécies: · Ineficácia absoluta do meio: refere-se ao meio de execução do delito; para que haja crime impossível o instrumento deve ser ABSOLUTAMENTE ineficaz para o alcance do resultado almejado. Para averiguar a ineficácia absoluta do meio, deve-se analisar o caso. · Impropriedade absoluta do objeto: o objeto material recai sobre a conduta criminosa; o objeto é inexistente ou o objeto não alcança o resultado. Não se configura crime impossível: · Súmula 567 STJ – sistema de câmera de vigilância e segurança. · REsp 1.340.747 – crime de roubo, se já perpetrada a violência ou grave ameaça contra a pessoa. Teorias: · Subjetiva: considera a intenção do agente. O agente responde pela tentativa. Não reconhece o crime impossível. · Sintomática: considera a periculosidade do agente. Direito penal do autor. Responde pela tentativa. · Objetiva: considera no mínimo o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. · Objetiva Pura: não há tentativa se a inidoneidade do meio for absoluta ou relativa. Não pune nem pela tentativa. · Objetiva Temperada: art. 17 CP. CRIME PUTATIVO: É diferente de crime impossível. É crime imaginário ou erroneamente suposto. O agente acredita estar praticando um crime, mas o fato não corresponde a qualquer tipo penal. Espécies: · Erro de tipo: o agente acreditaestar praticando crime, mas faltam elementos do tipo penal. Forma de crime impossível por impropriedade absoluta do objeto. · Erro de proibição (delito de alucinação ou crime de loucura): o agente supõe que a conduta praticada é típica, mas é um indiferente penal. Ex. furto de uso. · Obra do agente provocador: crime de ensaio, flagrante provocado, flagrante preparado – um agente induz outro a praticar crime para apreender, mas torna impossível a consumação. Também é considerada crime impossível. Súmula 145 STF. Crime Impossível Crime Putativo Causa excludente da tipicidade Fato atípico
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