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PRINCIPAIS RAÇAS DE BOVINOS DE CORTE - TAURINOS

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BOVINOCULTURA DE CORTE
Maria Eduarda Rocha
RAÇAS EUROPEIAS – TAURINAS BRITÂNICAS
→ ABERDEEN ANGUS: 
· Origem: Escócia. 
· Raça muito antiga. 
· Animal típico para corte: alto rendimento de carcaça e boa qualidade de carne.
· Raça taurina britânica de maior uso no Brasil.
· Animais de muita homogeneidade (semelhantes em termos de desempenho). 
· Qualidade de carne excepcional. 
· Aptidão para corte. 
· Fêmeas: excelente habilidade materna e boas produtoras 
de leite (desmame pesado). 
· Muito usado para cruzamento industrial (fêmea Nelore x macho Angus), dando origem a animais meio sangue de 
muito desempenho. 
· Precocidade. 
· Raça muito importante no mundo inteiro. 
· Posição de cupim bem diferente do Nelore. 
· Docilidade. 
· Característica mocha.
· Grande ganho de peso. 
· Melhoramento genético bem sucedido. 
· No Brasil, o maior objetivo é produzir animais F1 através do Angus (cruzamento industrial).
· Vantagens da raça:
· Peso ao nascer baixo (entre 25 e 28 kg) → redução da incidência de distocias 
· Crescimento muito rápido (precocidade);
· Animais nascem leves, mas o desempenho aumenta rapidamente. 
Animal típico para corte:
▪ Quanto maior a profundidade e arqueamento de costelas, melhor será o desempenho do animal → maior capacidade digestiva e cardiorrespiratória. 
▪ Cabeça leve. 
▪ Equilíbrio entre membros posteriores e anteriores. 
▪ Animal mais longilíneo (mais comprido) → maior a porção de carnes. 
▪ Taurinos são mais baixos (mais próximos do chão) do que os zebuínos (“pernalta”), indicando mais precocidade. 
 
· Red Angus
· Variedade recessiva. 
· Mutação na coloração. 
· Homozigoto recessivo (aa). 
· Produtivamente não há diferença entre o Red Angus e o Black Angus. 
· Pouca quantidade de animais Red Angus, a maioria são Black Angus (AA;Aa). 
· A desvantagem é que o Red Angus geralmente sai despigmentado. 
· Se colocar touro Black Angus em fêmea Nelore → progênie de cor preta 
Se colocar touro Red Angus em fêmea Nelore → progênie rajada/manchada de cor marrom
· Macho: 900 kg; Fêmea: 700 kg. 
Sucesso do Angus no Brasil: 
▪ Muito produtivo;
▪ Peso ao nascimento menor;
▪ Homogeneidade da progênie;
▪ Boa qualidade de carcaça; 
▪ Animais padronizados; 
▪ Melhoramento genético bem sucedido. 
→ HEREFORD: 
· Origem: Inglaterra.
· Muito utilizado nos Estados Unidos (época do faroeste). 
· Aptidão para corte. 
· Qualidade de carne (“baby beef”). 
· Cortes cárneos de excelente qualidade. 
· Também muito utilizado no cruzamento industrial. 
· Precocidade.
· Rusticidade.
· Facilidade de parto, fertilidade e longevidade. 
· Pelagem: vermelho-malhada. 
· Cor branca: cabeça, pode estender até o 
pescoço e cernelha, ventre e extremidades dos membros e cauda. 
· Pode ser confundido com o Simental (raça continental). 
· Hereford possui uma linha branca na cernelha, que não é presente no Simental. 
· Touros: 900 kg; Vacas: 550 kg. 
· Região Sul (Rio Grande do Sul). 
· Alto rendimento de carcaça (58 a 68%). 
· Dimorfismo sexual. 
· Assim como várias outras raças puras, vem sendo substituído por raças sintéticas ou compostas, que imprimem mais heterose e adaptabilidade. 
· Muito semelhante ao Angus em termos de produtividade e qualidade de carne. Porém o Angus se sobressai devido à alta consolidação no mercado. 
→ SHORTHORN:
· Origem: Inglaterra. 
· Melhor raça britânica em termos de produtividade. 
· Muito produtiva e pouco adaptada (muito sensível). 
· Dupla aptidão (leite e corte). 
· Precocidade. 
· Alto rendimento de carcaça (68 a 72%). 
· Raça mais utilizada para formar novas outras raças (quando se quer imprimir produtividade), e não para cruzamentos industriais. 
→ DEVON: 
· Origem: Inglaterra. 
· Pelagem: vermelho escuro ao claro (cor rubi). 
· Rusticidade. 
· Corpo em forma de bloco (muito longilíneo). 
· Machos: 700 a 800 kg; Fêmeas: 500 kg. 
· São mais adaptados que os Shorthorn, e por isso substituem 
eles → “Onde se cria dificilmente 2 Shorthorns, pode-se criar bem 3 Devons.” 
· Encontrado no sul do Brasil.
→ WAGYU: 
· Origem: Japão. 
· Raça muito antiga (era utilizada nos arados para plantio de arroz no Japão). 
· Inserção recente no Brasil. 
· Aptidão para corte. 
· O foco principal da raça é imprimir gordura de marmoreio.
· A gordura entremeada é mais cara, mais difícil 
e mais demorada de se colocar numa carcaça. 
· Necessidade de alimentação com grãos → 
criação em confinamentos de longo prazo (1 
ano e meio). 
· Na criação à pasto não se consegue colocar esse tipo de gordura na carcaça. 
· Carne muito valorizada, mas também muito cara para se produzir. 
· Variação de cor (Wagyu Black e Wagyu Red).
· Há predomínio do preto (Wagyu Black). 
· O marrom é mocho e possui uma carcaça melhor 
que o preto. 
· Corte de contra-filé Wagyu:
RAÇAS EUROPEIAS – TAURINAS CONTINENTAIS
De forma geral, são animais maiores, de alto rendimento de carcaça e mais tardios. Ao se colocar esse tipo de genética no criatório, deve estar ciente do tamanho desses animais e se o sistema comporta eles. 
→ LIMOUSIN:
· Origem: França. 
· Alto grau de musculosidade e menor quantidade de gordura. 
· Pelagem: amarelo-laranja uniforme.
· Mucosas claras.
· Alta fertilidade.
· Longevidade. 
· Utilizado em cruzamentos terminais (produto destinado para abate). 
· Excelente rendimento de carcaça (68%). 
· Não se vê esses animais criados à campo, mas há venda de sêmen. 
· Alto valor no mercado. 
· Machos: 800 a 900 kg; Fêmeas: 600 a 700 kg. 
→ CHAROLÊS: 
· Origem: França. 
· Aptidão para corte. 
· Leite apenas para o bezerro. 
· Muito semelhante ao Limousin, mas o Charolês é um pouco superior. 
· Coloca mais gordura de marmoreio que as outras raças continentais. 
· Carne de excelente qualidade (mínima gordura subcutânea, embora marmorizada). 
· Possui mutação genética no gene da miostatina: 
· Maior porcentagem de fibras musculares. 
· A função da miostatina é inibir o desenvolvimento muscular, ou seja, essa proteína atua como um regulador negativo de crescimento muscular, sendo responsável por cessar a multiplicação de fibras musculares antes do nascimento do animal. Com a mutação no gene da miostatina, a proteína perderá a função e a hiperplasia muscular não será cessada após o nascimento, de forma que essas fibras musculares sofrerão hipertrofia muscular posteriormente, o que irá garantir maior volume muscular, aumento da massa muscular e maior desempenho no ganho de peso. 
· Hiperplasia muscular (aumento do número de fibras musculares) → quantidade 
· Hipertrofia muscular (aumento do volume das fibras musculares) → tamanho
· A mutação no gene da miostatina leva à perda de função da proteína (inibir o desenvolvimento muscular), sendo assim haverá aumento de massa muscular, determinando o fenótipo “musculatura dupla”. 
· Mutação no gene da miostatina → perda de função da miostatina → perda da inibição do desenvolvimento muscular → continuidade da hiperplasia muscular → hipertrofia muscular → aumento de massa muscular → fenótipo “musculatura dupla” 
→ BELGIAN BLUE: 
· Origem: Bélgica. 
· Animal com vários defeitos. 
· Dupla musculatura - “super boi”. 
· Muito músculo e pouca gordura. 
· Dificuldade de parto (distocias). 
· Alto rendimento de carcaça (70%). 
· Baixa qualidade de carne. 
· Carne escura, dura e seca (DFD). 
→ PARDO SUÍÇO: 
· Origem: Suíça.
· Dupla aptidão (corte e leite). 
· Muito utilizada para cruzamentos. 
· Possuem cascos muito resistentes. 
· Características semelhantes aos outros continentais. 
· Macho: > 800 kg; Fêmeas: 650 kg. 
→ SIMENTAL: 
· Origem: Suíça. 
· Dupla aptidão (corte e leite). 
· Pode ser confundido com Hereford (britânico). 
· Muito utilizada em cruzamentos industriais.
· Excelente habilidade materna e boa produção de 
leite.
· Segunda raça mais criada do planeta. 
· Simental sul-africano: mais tolerante ao calor.
· Machos: 1050 kg; Fêmeas: 750 kg. 
· Alto rendimento de carcaça (62%). 
→ CHIANINA: 
· Maior raça (altura). 
· Origem: Itália.
· Pelagem branco porcelana.
· Musculatura desenvolvida e notada altura. 
· Produção de leite baixa. 
· Raça demaior porte (1,68 a 1,72m altura de cernelha).
· Rápido crescimento. 
· Alto rendimento de carcaça (60%). 
· Alguns criatórios no estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul. 
→ MARCHIGIANA: 
· Origem: Itália.
· Grande potencial. 
· Dupla musculatura. 
· Pele pigmentada. 
· Muito usado em cruzamento em confinamento (alto rendimento de carcaça). 
· Machos: > 1.100 kg; Fêmeas: 680 kg. 
RAÇAS TAURINAS ADAPTADAS
Raças 100% taurinas, criadas para trazer mais adaptabilidade. 
→ BONSMARA: 
· Origem: África do Sul. 
· 5/8 Africânder + 3/16 Hereford + 3/16 Shorthorn.
· Raça encontrada no Brasil. 
· Pode ser confundido com o Senepol. 
· Fertilidade, precocidade sexual, adaptação, docilidade e excelente qualidade de carne. 
→ CARACU:
· Raça brasileira (origem: Centro-Sul). 
· Dupla aptidão (corte e leite). 
· Docilidade.
· Alta adaptabilidade às condições tropicais. 
· Rebanho pequeno (poucos criatórios). 
· Pouco interesse em fazer melhoramento 
genético e aumentar a eficiência da raça.
· Excelente qualidade de carcaça. 
· Indicado para cruzamentos a pasto.
→ SENEPOL: 
· Origem: Caribe. 
· N’Dama + Red Poll.
· Raça relativamente nova 
· Ainda em aperfeiçoamento. 
· Adaptado ao calor.
· Docilidade.
· Bastante produtivo. 
· Animal mais baixo. 
· Forte marketing na marca. 
· Habilidade materna.
· Fertilidade.
· Adaptação. 
· Relatos de problemas no casco. 
RAÇAS SINTÉTICAS OU COMPOSTAS
· Cruzamento entre zebuínos e taurinos. 
· Raças sintéticas: utilização de 2 raças (zebuíno x taurino).
· Raças compostas: utilização de 3 ou mais raças.
· Quanto maior o número de raças utilizadas, melhor será a nova raça.
· Maior variabilidade genética. 
· Origem a animais superiores. 
· “Pega o bom de cada raça e junta tudo numa só.” 
· Mais demorado e mais caro fazer. 
· Geralmente o grau de sangue é 3/8 zebuíno e 5/8 taurino. 
→ BRAFORD: 
· Origem: Sul dos EUA.
· Raça sintética (utilização de duas raças). 
· Brahman + Hereford 
· 3/8 Brahman e 5/8 Hereford
· No Brasil: 3/8 Nelore + 5/8 Hereford 
· Brahman não é tão utilizado no Brasil, então a 
opção de zebuíno mais utilizada no cruzamento é 
o Nelore. 
· Vem substituindo o Hereford, devido a sua rusticidade e 
maior capacidade de produção de leite. 
· Alta fertilidade e tolerância ao calor. 
· Macho: 820 kg; Fêmea: 570 kg. 
→ BRANGUS: 
· Origem: EUA. 
· Raça sintética (utilização de duas raças). 
· 3/8 Brahman + 5/8 Angus 
· No Brasil: 3/8 Nelore + 5/8 Angus 
· Brahman não é tão utilizado no Brasil, 
então a opção de zebuíno mais utilizada 
no cruzamento é o Nelore. 
· Tolerância a carrapatos. 
· Precocidade. 
· Qualidade de carne. 
· SP e MG. 
· Variação de cor (Brangus vermelho e Brangus preto). 
· Macho: 900 kg; Fêmea: 600 kg. 
→ CANCHIM: 
· Origem: Brasil (SP). 
· Raça composta (utilização de três ou mais raças).
· Composto é sempre melhor que sintético. 
· 3/8 Zebu (Indubrasil + Guzerá + Nelore) + 5/8 Charolês. 
· Boa fertilidade. 
· Alto rendimento de carcaça (60%). 
· Tolerância a carrapatos e calor. 
· Macho: 600 a 900 kg. 
→ SIMBRASIL: 
· Origem: Brasil.
· Raça composta (utilização de três ou mais raças). 
· 3/8 Zebu (Nelore; Guzerá; Brahman; Gir) + 5/8 Simental. 
· Vem substituindo o Simental. 
→ MONTANA: 
· Origem: Brasil (SP). 
· Raça composta (utilização de três ou mais raças). 
· Não é fixo (pode-se usar diversas raças para originar um Montana, desde que tenha um zebuíno, um britânico, um continental e um adaptado). 
· ¼ Zebuínos (Nelore); ¼ Britânicas (Angus); ¼ Continentais (Simental e Pardo Suíço); ¼ Taurino adaptado (Bonsmara e Senepol). 
Lembrando que...
→ BRITÂNICAS: 
	- Raça maternal;
	- Menos músculo e mais gordura;
	- Indica-se abater machos e reter fêmeas (aproveitar a precocidade reprodutiva).
	- O abate tanto de machos, quanto de fêmeas também é indicado. 
→ CONTINENTAIS: 
	- Raça terminal; 
	- Maior taxa de crescimento e maior carcaça (animais mais pesados);
	- Mais músculo e menos gordura;
	- Indica-se abater tanto machos quanto fêmeas. 
Não existe a melhor raça! 
Mas qual raça escolher?
→ Pensar no objetivo de produção! ←
Exemplos:
- A campo: 
no sul do Brasil pode-se utilizar uma raça taurina ou um cruzamento (maior produtividade); 
no centro-oeste e norte do Brasil, optar por zebuínos, que nesse ambiente terão maior desempenho devido à alta adaptabilidade. 
- Confinamento: 
quanto maior o grau de sangue taurino, melhor para o confinamento (carcaça de maior qualidade), porém também são animais mais caros de se produzir. 
CRUZAMENTOS
Por que utilizar cruzamentos? 
LUCRATIVIDADE!
· Cruzamento: acasalamento entre indivíduos menos aparentados (entre espécies (zebuíno x taurino), raças e linhagens). 
· O produto é chamado de cruzado, mestiço ou híbrido.
· Para ter resultados bons com cruzamentos, deve-se usar raças distantes, garantindo maior heterose. 
· Heterose: resultado superior obtido quando há cruzamento de animais geneticamente distantes. 
· A heterose máxima traz vigor híbrido, adaptabilidade e precocidade reprodutiva. 
SISTEMAS DE CRUZAMENTO:
→ ABSORVENTE OU CONTÍNUO: 
· Substituição de uma raça por outra, pelo uso contínuo da segunda raça. 
· Produz animais puros por cruza (PC).
· Utiliza sempre a mesma raça de reprodutor até chegar ao puro por cruza. 
· Exemplo: num rebanho de vacas Nelore, o criador quer substituí-las por animais da raça Tabapuã. Dessa forma, ele irá adquirir um touro Tabapuã e colocar para cobrir as vacas Nelore. O fruto do cruzamento entre as vacas Nelore e o touro Tabapuã será animais meio sangue Tabapuã (½ Nelore + ½ Tabapuã). Posteriormente, touro Tabapuã cobre novamente as vacas meio sangue Tabapuã, de forma que irá aumentar o sangue Tabapuã no rebanho, até se conseguir a produção de um animal puro por cruza (PC) na 4ª geração. 
· Vantagens:
· Introduzir gene; 
· Substituir raça. 
· Desvantagens: 
· Reduz a heterose que existiu no começo (meio sangue). 
· Os animais meio sangue são melhores em desempenho que os puros, por isso é uma desvantagem reduzir a heterose. 
→ ALTERNADO OU ROTACIONAL: 
· Uso alternado de reprodutores (alternando entre uma raça e outra).
· A raça do macho reprodutor (pai) é alternada a cada geração. 
· Fêmeas incorporadas e machos para comercialização.
· As fêmeas ficam mantidas no sistema e os machos vão para abate. 
· 2, 3 ou 4 raças.
· Quanto mais raças utilizar, mais complicado ficará, devido ao grande número de raças diferentes inseridas no mesmo sistema. 
· Se quer manter duas raças na fazenda, faz um cruzamento inicial gerando um animal meio sangue. Nesse animal gerado, utiliza um touro de outra raça no cruzamento, sempre alternando a raça dos reprodutores utilizados. 
· Vantagens: 
· Mantém razoável grau de heterose (67%). 
· Maior pressão de seleção nas fêmeas retidas. 
· Desvantagens: 
· Manejo mais complexo (diferentes graus de sangue). 
· Espacial ou temporal (no tempo): 
· ESPACIAL: 
· Manejo mais complexo. 
· Alteração da raça do reprodutor a cada estação de monta. 
· Num cruzamento entre uma vaca Z e um touro E, o fruto será um animal EZ (meio sangue) com 100% de heterose, ou seja, superior ao pai e mãe. Na fêmea EZ (meio sangue) coloca um touro E novamente, sendo que na fêmea originada nesse cruzamento, já utiliza-se um touro Z, sempre alternando entre touro da raça E e touro da raça Z, para deixar o mais equilibrado possível. 
· TEMPORAL: 
· Facilita o manejo. 
· Alteração da raça do reprodutor a cada dois anos (duas estações de monta). 
· Utilização da mesma raça de touro por duas estações de monta (2 anos), de forma fixa. 
· Dois anos diretos com a mesma raça de touro reprodutor. 
· Num cruzamento entre uma vaca Z e um touro E, o fruto será um animal EZ (meio sangue) com 100% de heterose, ou seja, superior ao pai e mãe. Na fêmea EZ (meio sangue) coloca um touro E novamente, sendo que na fêmea originada nesse cruzamento, utiliza-se um touro E, fixando a mesma raça de reprodutor por duas estações de monta, ou seja, dois anos seguidos. Após os dois anos utilizando a mesma raça de touro (E), passa a utilizar touro Z nasfêmeas por dois anos, de forma a alternar a raça do touro utilizado a cada dois anos. O objetivo é manter no sistema as duas raças e com certo grau de heterose, sendo que o tipo espacial mantém mais heterose do que o tipo temporal. 
→ TERMINAL OU SIMPLES OU INDUSTRIAL: 
· Cruzamento envolvendo somente duas raças (geralmente zebuíno e taurino), com produção de primeira geração de animais meio sangue (F1). 
· Geralmente machos e fêmeas são destinados para abate (cruzamento terminal), porém em muitos casos há necessidade de reter as fêmeas para fazer outros cruzamentos (tricross, por exemplo) como forma de incrementar a lucratividade da fazenda, visto que os animais meio sangue possuem 100% de heterose, sendo assim muito produtivos e adaptados, com ótimo desempenho de forma geral. 
· Terminal com 2 raças → F1; 
· Terminal com 3 raças → tricross; 
· Terminal com 4 raças → suínos e aves. 
· De forma geral, em aspecto produtivo o melhor animal é o F1 (100% de heterose). 
· Vantagens:
· Mantêm bom grau de heterose, e ao mesmo tempo, alto nível de produção. 
· Desvantagens:
· Manejo mais complexo; 
· Necessidade de reposição. 
· TRICROSS (cruzamento triplo): 
· Consiste em cruzar mais uma raça, com um animal já cruzado (meio sangue). 
· Utilização de outra raça, diferente das utilizadas na formação do animal F1 (meio sangue). 
· Num cruzamento industrial, insemina uma fêmea Nelore (zebuíno) com um macho Angus (taurino), dando origem à um produto F1 (“filho da 1ª geração”) meio sangue, sendo ½ Nelore e ½ Angus. Ao reter a fêmea F1 como matriz, posteriormente ela deverá ser inseminada ou coberta por algum animal. 
· OPÇÕES: 
· 1) Backcross: Se optar por um macho da raça Angus (taurino britânico), o produto F2 (“filho da 2ª geração”) desse cruzamento será ¾ taurino (75% de sangue taurino), sendo assim um backcross. Esse animal será muito produtivo, mas pouco adaptado a regiões tropicais. 
· 2) Backcross: Se optar por um macho da raça Nelore (zebuíno), o produto F2 (“filho da 2ª geração”) desse cruzamento será ¾ zebuíno (75% de sangue zebuíno), sendo assim um backcross. Esse animal será muito adaptado, porém menos produtivo. 
· 3) Tricross: Se optar por uma raça que ainda não foi utilizada no cruzamento anterior, ou seja, um macho da raça Senepol (taurino adaptado), o produto F2 (“filho da 2ª geração”) desse cruzamento será um tricross, e por usar uma raça taurina adaptada que ainda não havia sido utilizada no cruzamento anterior, a heterose ainda será mantida, obtendo alto ganho genético e alto desempenho. 
BACKCROSS: 
▪ Consiste em cruzar uma mesma raça já utilizada, com um animal já cruzado (meio sangue). 
▪ Backcross é o produto F2 proveniente do cruzamento entre a F1 meio sangue e um macho da mesma raça utilizada para dar origem a F1. Ou seja, inseminando uma F1 (½ Nelore e ½ Angus) com macho Nelore ou Angus, ocorre o chamado retrocruzamento ou backcross. 
▪ Exemplo: Nelore (F) x Angus (M) → F1 (meio sangue) x Nelore (M) → F2 (backcross)
 
· Exemplos práticos: 
· “Com qual raça devo inseminar a F1 meio sangue Angus?”
· Não existe a melhor raça, e sim a que mais se adapta ao sistema de produção e a fazenda em questão. 
· Todas as raças possuem vantagens e particularidades na sua utilização. Devemos ter consciência das necessidades, do mercado consumidor e das preferências da propriedade antes de indicar alguma raça para produção do tricross. 
· Angus: o produto (F2) terá 75% do sangue taurino, sendo mais exigente em nutrição, ambiência e sanidade. 
· Nelore: o produto (F2) terá 75% do sangue zebuíno, sendo mais adaptado, porém comprometendo produtividade (ganho de peso e velocidade de terminação).
· Braford: como a raça já é um cruzamento entre zebuíno e taurino, o produto tende a ser adaptado e bom ganhador de peso. Usando o Braford ainda há ganho em heterose, pois acrescenta sangue Hereford no sistema. 
· Senepol: as raças adaptadas são taurinos que viveram sua seleção e evolução genética em países tropicais. O uso desse animal aumenta a heterose no cruzamento com a F1 e não perde em adaptação. 
· Posso inseminar a fêmea F1 (meio sangue) de Braford?” 
· É uma ótima opção. A raça Braford é um sintético originado de cruzamentos entre Hereford e zebuíno, possuindo bom equilíbrio de rusticidade e desempenho. 
· “Seria interessante cruzar fêmea F1 Angus com Nelore Myo?”
· O Nelore Myo é uma linhagem Nelore com o gene da “dupla musculatura”. Perde-se em heterose, comparando com outra raça, mas pode usar se o objetivo for produzir um animal mais rústico e com esse diferencial (dupla musculatura). Porém, tem que avaliar se o mercado vai valorizar essa característica, já que atualmente a precocidade e acabamento tem demonstrado maior tendência de valorização. 
· “E o uso da raça Tabapuã em fêmea F1?” 
· Quando insemina a F1 com Tabapuã, está usando uma terceira raça, aumentando heterose, mas é uma raça zebuína que vai aumentar rusticidade e adaptabilidade, porém não vai agregar tanto em desempenho e precocidade. É necessário avaliar o sistema de produção e o objetivo da fazenda. 
→ COMPOSTO: 
· Criação de uma nova raça (há fixação de características). 
· Os cruzamentos anteriores são apenas para formação de animais cruzados, não tem criação de nova raça. 
· Cruzamentos sistemáticos entre raças europeias e zebuínas. 
· 3/8 zebuíno e 5/8 taurino. 
· Raças sintéticas. 
· Vantagens: 
· Manejo simples (raça). 
· Desvantagens:
· Menor heterose que o cruzado;
· Demorado e caro;
· Específico. 
RESULTADOS DE CRUZAMENTOS: 
→ CRIA: 
Animais cruzados terão melhor desempenho em ganho de peso. 
→ REPRODUÇÃO: 
 Taurinos são mais precoces que zebuínos, logo os animais cruzados terão bom desempenho em precocidade.
→ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS: 
A genética taurina possui uma exigência nutricional muito maior, então não adianta produzir animais cruzados se não produzir alimento de boa qualidade e não fornecer suplementação. 
→ ADAPTABILIDADE: 
O Nelore possui o pelo menor e mais inclinado, fatores que facilitam a troca de calor e confere aos animais zebuínos maior adaptabilidade ao calor.

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