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PRODUÇÃO DE BOVINOS EM CONFINAMENTO

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BOVINOCULTURA DE CORTE
Maria Eduarda Rocha 
PRODUÇÃO DE BOVINOS EM CONFINAMENTO
· A terminação em confinamento depende basicamente de: fonte de animais para terminação; fonte de alimentos, de preços e mercado para o gado confinado. A partir disso, podem ser enumeradas como condições básicas para a adoção do sistema de engorda em confinamento, a disponibilidade de animais com potencial para ganho de peso, a disponibilidade de alimentos em quantidade e proporções adequadas e gerência (planejamento e controle)
· Dentre as vantagens da prática de confinamento estão a aceleração do giro de capital, redução da carga animal das pastagens durante o inverno, abates programados, redução na idade de abate, maior qualidade de carne (melhor acabamento de carcaça), abate precoce ou encurtamento do ciclo, além de outros fatores, como a de permitir a produção de esterco que pode gerar mais uma fonte de renda ao produtor
· O giro do confinamento deve ser o mais preciso possível, pois requer investimento elevado e é uma atividade de alto risco 
· Nível tecnológico mais alto dentro da atividade pecuária (patamar empresarial)
· Grande rentabilidade, porém alto risco
· Confinamento não aceita erros! 
HISTÓRICO: 
· Surgiu como uma estratégia de viabilizar a compra de animais na safra e revenda na entressafra → Aproveitamento de resíduos ou subprodutos das agroindústrias → Estratégia de manejo para acelerar o crescimento e liberar o pasto na seca
· Ter estoque de carne no período entressafra 
· Antigamente os pecuaristas compravam animais mais velhos e pesados no final do período das águas e “estocavam” esses animais para serem abatidos em período de entressafra, quando tinha uma maior valorização da arroba 
CONFINAMENTO: 
· Comparativo entre duas categorias animais: 
· Esquerda → animal em fase de terminação 
· Direita → animal em fase de recria 
· Em termos de exigência nutricional e taxa de crescimento, qual é o animal mais eficiente? 
· O animal mais jovem em fase de recria! 
· O confinamento tem a estratégia de pegar os animais em fase de terminação (ineficientes no sistema), vagar o pasto para a entrada de animais mais leves e eficientes no ganho de peso (recria), além de proporcionar melhor qualidade de engorda para esse animal em terminação que será destinado ao abate 
· Sistema intensivo de produção
· Período de confinamento: período seco do ano (abril a dezembro) 
· Tempo de confinamento: 70 a 90 dias (depende da categoria do animal, peso de entrada, sexo e genética) 
· Quanto mais pesado o animal chegar no confinamento, menos tempo ele deverá ficar em processo de engorda 
· Quanto mais leve o animal chegar no confinamento, mais tempo ele deverá ficar em processo de engorda 
· Cenário de baixo valor da arroba e alto valor de insumos (grãos): período de confinamento menor 
· Quanto menor a margem de lucro (paga muito caro nos insumos e recebe muito pouco pela arroba do animal produzido), menor o tempo de confinamento 
· Cenário de alto valor da arroba e baixo valor de insumos (grãos): período de confinamento maior 
· Por que não se confina muito no verão? 
· Difícil competir com o “boi de capim”! 
· Calor e lama 
· Animais no barro diminuem o consumo de MS, gastam mais energia para locomoção, reduzem as idas ao cocho e podem apresentar muitos problemas de casco 
· A partir de 5 cm de barro já se iniciam os efeitos prejudiciais sobre o consumo de matéria seca e o desempenho produtivo no geral 
· Quando o chão é concretado, os animais não terão dificuldades como no barro, porém ficarão muito sujos de lama, sendo necessário o banho antes de ir para o frigorífico 
· Preço dos insumos (boi e grãos) 
· Tendência de arroba mais barata (maior oferta de animais vindos da produção à pasto)
· Grande parte dos animais confinados são destinados ao mercado externo (nicho mais exigente, que preza por rastreabilidade (SISBOV), animais jovens e com acabamento precoce) 
· Existem grandes confinamentos que também confinam no período das águas, porém diminuem a carga animal devido ao fato de ser um período pouco rentável ao confinador 
· Existem diferenças em dietas entre zebuínos e taurinos? SIM! 
· Os taurinos toleram dietas mais ricas em concentrado do que os zebuínos 
· Os taurinos toleram dietas mais desafiadoras (alto nível de concentrado), enquanto os zebuínos já necessitam de dietas mais volumosas
· Se for um lote apenas de animais zebuínos deve-se tomar cuidado com a quantidade de concentrado, pois são animais que requerem uma dieta mais fibrosa. Porém, se tratando de animais cruzados (1/2 sangue zebuíno e 1/2 sangue taurino) e animais taurinos, pode-se adensar a nutrição, fornecendo uma dieta mais “quente” pois toleram dietas desafiadoras para ganhos maiores 
· Os taurinos comem 5% a mais que os zebuínos, sendo que um dos motivos desse maior consumo é a alta capacidade digestiva dos taurinos
· Em termos de eficiência, os zebuínos são mais eficientes. Mas em termos de ganho de peso total em relação ao maior consumo alimentar, os taurinos são superiores pois ganham mais peso 
· Os taurinos comem mais, ganham mais peso, mas são menos eficientes que os zebuínos
· Os zebuínos possuem maior eficiência alimentar, visto que para cada kg de alimento consumido, consegue depositar mais tecido. Mas como o taurino come mais, no somatório acaba ganhando mais peso 
· No Brasil, cerca de 60 a 70% dos animais abatidos provenientes de confinamentos são de genética zebuína, tendo o Nelore como a principal raça utilizada 
· Diferenças para zebuínos: 
· Suportam até 75% de concentrado na MS 
· Suportam até 45% de amido na dieta 
· Maior exigência de FDNfe 
· Dieta com 70 a 75% de NDT (nutrientes digestíveis totais) (2,5 a 2,7 Mcal EM/kg) = < CMS (5%) 
· Se “carregar” mais a dieta dos zebuínos, deve-se fazer um controle e observação maiores, para que esses animais não apresentem acidose e outros problemas digestivos 
· FDNfe (fibra fisicamente efetiva): 
· A FDN é composta de celulose e hemicelulose (fibra vegetal) 
· A fibra fisicamente efetiva consiste na partícula com potencial de estimular o tamponamento ruminal, atuando então pelo seu tamanho físico, ou seja, são compostos que possuem efetividade em estimular ruminação, salivação e tamponamento dentro do rúmen 
· Partículas acima de 1,18 mm 
· Atua através do contato com a parede ruminal, estimulando a contração muscular/motilidade e consequentemente o tamponamento, controlando o pH 
· FDNfe x pH ruminal: 
· Para que um rúmen apresente um pH mais estável, é necessária maior quantidade de fibra, porém deve-se alcançar um equilíbrio 
· Eixo Y: pH de 5 a 7,5 
· Eixo X: porcentagem de FDNfe na dieta
· Com pH ruminal abaixo de 5,5 por longos períodos, o animal apresentará acidose 
· O recomendado é trabalhar com 13 a 16% de FDNfe na dieta de confinamento, para que o pH ruminal se mantenha num intervalo fisiológico. Porém, esse valor irá variar de acordo com o processamento dos ingredientes 
· A grosso modo, não deve-se trabalhar nem com baixos e nem com altos teores de fibra, mas sim com um “ponto ótimo” 
· Eixo Y: ganho médio diário dos animais 
· Eixo X: porcentagem de FDNfe na MS 
· Melhor resposta de ganho de peso com fornecimento de uma dieta com 13% de FDNfe na MS 
· Dietas com valores de FDNfe acima de 13% culminaram na redução do ganho médio diário, em relação ao ganho observado com FDNfe de 13%, devido ao aumento da fibra 
· Ao aumentar fibra, diminui-se a densidade nutricional da dieta, ou seja, há redução do teor de nutrientes 
· Dietas com valores de FDNfe abaixo de 13% também culminaram na redução do ganho médio diário, em relação ao ganho observado com FDNfe de 13%, devido à redução da fibra 
· Encontra-se muitos nutrientes altamente fermentáveis, mas devido ao baixo teor de fibra o rúmen não consegue estabilizar pH num cenário de alta concentração de nutrientes 
· O teor de FDNfe de 13% na dieta é considerado o “ponto ótimo”, pois não reduz o teor de nutrientes e não prejudica a estabilização do pH ruminal 
· Variação do teor de FDNfe de acordo com o processamentodo ingrediente: 
· O tipo de processamento do ingrediente influencia no teor de FDNfe adequado para a dieta 
· Numa dieta de confinamento, o tipo de ingrediente mais inserido é o energético, sendo o milho mais utilizado 
· Eixo Y: CMS (consumo de matéria seca em kg/dia) 
· Eixo X: porcentagem de FDNfe na MS 
· Milho moído (fubá)
· Quando utilizou o milho moído, a melhor resposta de consumo de MS foi associada à 11,3% de FDNfe na dieta 
· Grão úmido 
· Quando utilizou o grão úmido, a melhor resposta de consumo de MS foi associada à 13,7% de FDNfe na dieta 
· Em casos de dietas mais digestíveis e muito fermentáveis, pode-se aumentar o teor de fibra fisicamente efetiva 
· Em casos de dietas menos digestíveis e pouco fermentáveis, pode-se reduzir o teor de fibra fisicamente efetiva 
· De acordo com esses autores, o “ponto ótimo” de teor de FDNfe na dieta fica entre 10 a 18%, e é dependente do tipo de processamento dos ingredientes 
· O correto teor de FDNfe na dieta é extremamente importante para garantir a otimização dos processos no ambiente ruminal (ruminação, salivação, tamponamento e motilidade), porém não pode ser excessivo e nem escasso, senão a redução do ganho de peso médio diário será uma consequência
· O correto teor de FDNfe reduz o risco de acidose ruminal em dietas ricas em concentrado 
· Se fosse priorizar a estabilidade do pH ruminal, o ideal seria teores de FDNfe próximos a 25%, porém NÃO SE TRABALHA com esse valor, pois apesar de ser ruminante com microbiota ruminal muito saudável, haverá uma brusca redução no desempenho em ganho de peso do animal 
· OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM CONFINAMENTO: 
· Os maiores problemas de enfermidades e mortalidade dentro de um confinamento ocorrem na fase inicial (até 45 dias – terço inicial) 
· A acidose é uma doença ocorrida principalmente na primeira e segunda semana 
· A pneumonia e doenças em sistema digestório/metabólicas são os principais desafios sanitários encontrados em confinamento
TIPO DE ANIMAL IDEAL PARA CONFINAMENTO: 
· Animais específicos para corte 
· Boa saúde e potencial para ganho de peso 
· De preferência jovens e de raças especializadas 
· Peso de entrada definido com base na estratégia de cada fazenda (o mais comum é em torno de 360 kg (média de 12@), que são animais provenientes de recria) 
· O mais importante para que o confinador consiga lucrar, é comprar o animal pelo menor valor possível 
CATEGORIAS CONFINADAS (TIPO DE ANIMAL): 
· Bezerros desmamados (super-precoces): 
· Animais em torno de 1 ano de idade 
· Novilhos super-precoces 
· Abate mais rápido
· O bezerro entra no confinamento após ser desmamado, tendo passado pela cria com creep feeding 
· Ganham peso eficientemente por estarem em fase de recria, onde se tem alta eficiência de deposição de tecidos (categoria mais eficiente no ganho de peso) 
· Período de confinamento longo (130 a 160 dias), pois o animal entra mais leve devido à fase de vida em que se encontra 
· Raças especializadas e desmamados o quanto mais pesado possível (8@ em média) 
· Produção desafiadora (requer alto investimento e alto nível de tecnificação)
· Sistema super-precoce de produção (abate aos 12-13 meses): 
· O animal nascerá em outubro com a média de 35 kg (PN – peso ao nascer), ficando 7 meses no período de cria sendo aleitado pela mãe e em sistema creep feeding. Em maio será desmamado com 240 kg (PD – peso à desmama), tendo ganho de peso diário de 976 g/dia na cria. Ao ser desmamado, o animal já é destinado ao confinamento, onde ficará em torno de 5 meses (140 dias de confinamento), fase em que terá ganho de peso diário de 1,6 g/dia, contabilizando mais 220 kg de peso vivo durante esse período, de forma que será abatido aos 12 ou 13 meses de idade no mês de outubro com 460 kg (peso de abate), constituído por 240 kg de peso vivo à desmama (PD), somados à 220 kg de peso vivo obtidos no confinamento
· Esse tipo de animal deve ser abatido inteiro!
· No geral, atualmente a porcentagem de animais castrados para abate no Brasil é muito baixa 
· Garrotes de 15 a 20 meses (precoces): 
· Animais entre 1 ano e 1 ano e meio de idade 
· Ainda apresentam bom crescimento corporal (massa muscular) 
· Animal em fase de puberdade 
· Final da fase de crescimento (ganho de peso ainda eficiente) 
· Desempenho menor que os super-precoces, porém, muito eficiente 
· Animais inteiros x animais castrados 
· Preferência por animais de raças mais especializadas 
· Período de confinamento de 100 a 120 dias 
· Produção mais equilibrada (consegue-se produzir animais de ótima qualidade, porém com menor nível de intensificação aplicado) 
· Na produção de novilhos super-precoces é necessário fornecer o creep feeding para os animais, já nesse caso dos garrotes precoces é uma opção, porém não é necessidade (ao invés de fornecer o creep feeding, pode-se trabalhar com uma suplementação à pasto mais carregada antes do animal ir para o confinamento, por exemplo) 
· Bois de 24 a 30 meses: 
· Animais entre 2 anos e 2 anos e meio de idade 
· Principal categoria encontrada nos confinamentos atuais 
· Saem da recria com 12@ de média e entram no confinamento 
· Já encerraram a fase de crescimento e são mais eficientes no ganho de gordura
· Limite para produção de carne com eficiência (animal já está atingindo a fase de maturidade, onde a deposição de tecidos se torna menos eficiente) 
· PV médio mais alto durante o confinamento (maior exigência de mantença) 
· Permite explorar ganho compensatório (comprar animais mais leves por menor preço) 
· Período de confinamento de 60 a 90 dias
· Bois com mais de 36 meses: 
· Animais acima de 3 anos de idade (bois mais “erados”) 
· No passado era a categoria preferida (valorização das arrobas estocadas) 
· Situações especiais (animais de boa qualidade, enxutos, musculosos) 
· PV médio inicial de 13 a 15@ e com “caixa” para atingir 17 a 18@ 
· Período de confinamento curto (40 a 80 dias), devido ao fato de entrarem mais velhos e consequentemente mais pesados 
· Vacas de descarte: 
· Ao desmamar os bezerros das fêmeas na época de maio, se tais matrizes estiverem vazias devem ser descartadas para liberar o pasto, e uma opção de descarte voluntário é inserir as vacas em confinamento 
· Categoria menos eficiente 
· Exploração do máximo ganho compensatório (caso o animal chegar magro) 
· Situações especiais (animais magros e enxutos) 
· Período de confinamento curto (30 a 60 dias) 
· Ganha menos peso, mas em alguns casos pode ser mais rentável pois é comprada por menor preço, permanece por menor tempo em confinamento e não requer muito investimento 
· Carne bem avermelhada (animais mais velhos: ↑ mioglobina) e com gordura mais amarelada
· Novilhas jovens:
· Ainda na fase final de crescimento – ganho de peso eficiente 
· Por ser fêmea, ganha menos peso e deposita mais gordura em comparação com os novilhos jovens (machos) 
· Atingem grau de terminação rapidamente (fêmeas possuem deposição de gordura mais eficiente) 
· Maior giro 
· São abatidas mais leves, pois a terminação da carcaça é mais rápida (deposição de gordura precoce) 
· Frigoríficos pagam preço de @ de boi (abate com 13@)
· Carne de excelente qualidade (animal jovem e com ótima deposição de gordura) 
· São animais difíceis de serem encontrados para compra, pois geralmente estarão inseridas na reprodução
ROTINA DO CONFINAMENTO: 
· CHEGADA DOS ANIMAIS NO CONFINAMENTO: 
· Reposição de água 
· O animal chega desidratado, estressado e com fome, devido ao longo período de transporte
· Melhora da imunidade 
· Estabelecimento de hierarquia social 
· Formação de novos lotes de acordo
com as categorias animais “Refugo de cocho”: 
Animais que não se alimentam no confinamento, pois consumiram apenas pasto a vida inteira, e estranham o cocho e a nova alimentação fornecida. Se não retirar esse animal ele morrerá de fome, então as alternativas são vender para outro produtor ou colocá-lo no pasto e depois mandar para o abate. Os animais mais velhos e mais adaptados ao sistema de pastejo são os que apresentam maior índice de “refugode cocho”, principalmente as vacas de descarte.
· Após a formação, nenhum lote pode
ser alterado ou desfeito, pois há o
estabelecimento de uma hierarquia
entre os animais 
· Quando os animais chegam no confinamento são separados de acordo com o grupo genético e peso. Uma vez iniciado o confinamento, os animais só sairão do curral ou piquete de confinamento no dia do embarque para o abate 
· Adaptação dos microorganismos do rúmen
· Período de adaptação do animal à nova dieta fornecida (concentrado)
· No primeiro dia de confinamento, geralmente já se trabalha com dieta 50% concentrado / 50% volumoso 
· Pasto de descanso: 
· Para minimizar todo o estresse inicial da chegada ao confinamento, indica-se colocar os animais em piquetes com forragens. Caso não for possível, devem ser colocados para descanso em currais de confinamento com oferta de silagem (dieta mais próxima do capim) até se hidratarem e encherem o rúmen, para depois serem submetidos ao manejo de entrada, que deve ser feito o quanto antes 
· Quando os lotes chegam, são reidratados e vão para curral de manejo para passar por todo o protocolo de entrada 
· O ideal é que esses animais esperem até no máximo 24 horas para serem manejados 
· O animal chega com muita sede, então a água deve ser fornecida antes da realização de qualquer manejo 
· Protocolo sanitário, identificação e pesagem individual → formação dos lotes 
· Geralmente os confinamentos trabalham com rastreabilidade (SISBOV) para garantir maior agregação de valor ao produto e permitir exportação, por isso a identificação individual é muito importante 
· MANEJO DO TMR (dieta total misturada): 
· TMR: “total mixed ratio” → dieta total misturada 
· Mistura homogênea de volumoso + concentrado + nutrientes 
· Dieta dos animais no confinamento 
· Fundamental (70 a 80% dos custos diários) 
· No custo diário o valor da dieta é o principal representante, porém quando se fala em custo total, o principal é o valor de compra do animal 
· Irrestrita disponibilidade de alimento (à vontade)
· Quanto mais o animal comer num confinamento, melhor será seu desempenho!
· Número de tratos (???) 
· O número de tratos não é fixo, pois dependerá da realidade e possibilidade de cada confinamento (maquinários e mão-de-obra), mas geralmente o mais encontrado é a realização de 4 tratos (2 de manhã e 2 à tarde) 
· Quanto maior o número de tratos, maior é o estímulo sobre o consumo do animal e maior a performance produtiva 
· Evitar sobras (fornecer o máximo que o animal consegue comer, sem deixar sobras) 
· Retirar as sobras e fezes de dentro do cocho (para inserir o novo trato, o cocho deve estar vazio, senão ocorrerá fermentação e o alimento será desperdiçado) 
· Em casos de chuva, o escore de cocho do dia pode ser ignorado e o conteúdo molhado deve ser retirado do cocho 
· Leitura de cocho: 
· Medição das sobras (leitura da quantidade que está sobrando no cocho)
· Funcionário específico (leitor de cocho)
· Diferença entre o último trato do dia e o primeiro trato do dia subsequente 
· A primeira leitura do dia é feita antes do primeiro trato (por volta de 7:00), verificando em quais lotes houve sobra de alimento 
· A leitura é enviada para o sistema, onde será feita a análise se é necessário aumentar, diminuir ou manter a quantidade de alimento fornecida 
· As dietas de confinamento devem ser o mais homogêneas possível e a oferta deve ser à vontade, mas sem desperdícios. Para isso, a leitura de cocho é uma ferramenta muito importante para realizar as correções da quantidade ofertada diariamente aos animais 
· Escore de cocho (importantíssimo!) 
· Comportamento animal:
· Avaliar a tranquilidade ou agressividade dos animais (animais tranquilos e calmos demonstram que estão saciados) 
· Agressividade no cocho (geralmente o animal com muita fome estará agressivo na frente do cocho, mostrando que quer alimento) 
· O ideal é que os animais sempre estejam tranquilos e descansando 
· A avaliação do comportamento do animal no momento do trato é de suma importância para fazer a tomada de decisão da necessidade ou não de mudança da quantidade de alimento ofertada ao lote de animais confinados 
· Regra geral:
· 25% dos animais esperando a comida no cocho (são os animais que apresentam maior ganho de peso); 50% dos animais em pé e a caminho do cocho; 25% dos animais se levantando 
· Para fazer qualquer alteração na quantidade de trato fornecido, deve-se avaliar pelo menos 2 episódios subsequentes (ex: durante 2 dias seguidos sobrou trato no cocho, significando então que pode reduzir a quantidade de alimento ofertado para esse determinado lote)
· No primeiro e último trato devem ser fornecidas maiores quantidades de alimento 
· A linha de cocho deve ter um dimensionamento adequado para evitar competição dentro da hierarquia social dos dominantes sobre os dominados 
· Se faltar linha de cocho, os dominantes consumirão mais que os dominados, e ao abate terão lotes desuniformes 
· PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO (relação concentrado:volumoso ou limitação do consumo de MS): 
· Geralmente o protocolo de adaptação é feito durante 15 a 20 dias, dependendo do período total que o animal ficará em confinamento 
· Animais que ficarão confinados por longos períodos, também devem passar por um período de adaptação maior, pois devem estar com a microbiota ruminal bem adequada para passar por uma dieta desafiadora por muitos dias 
· Quanto menor o período de adaptação, maior será o risco de desenvolver problemas e maior deve ser o controle e avaliação do consumo diário do animal 
· Relação concentrado:volumoso
· Início com dieta com maior teor de volumoso e menor teor de concentrado, de forma a aumentar a concentração de concentrado e diminuir a de volumoso até chegar na relação final desejada (80% de concentrado e 20% de volumoso) 
· Por trabalhar com grandes quantidades de concentrado, indica-se inserir moduladores de pH ruminal e tamponantes na dieta 
· Exemplo de 21 dias de período de adaptação:
· 1ª semana – 50:50 durante 7 dias 
· TMR 50:50
· 2ª semana – 65:45 durante 7 dias 
· 3ª semana – 80:20 durante 7 dias 
· 4ª semana – 90:100 → ração final 
· Esse protocolo também é conhecido como “método escada”, pois consiste em aumentar a concentração de concentrado à medida que diminui a concentração de volumoso, e ao demonstrar num gráfico fica semelhante aos degraus de uma escada 
· Limitação do consumo de MS 
· Início com dieta já com a relação concentrado:volumoso estabelecida, porém fornecida em menor quantidade, aumentando-se gradativamente 
- Relação concentrado:volumoso já estabelecida
- Aumento de 0,05% do peso vivo/dia na quantidade de MS ofertada durante 14 dias
· Comparação entre o tipo de protocolo de adaptação (escada ou restrição), o período de adaptação (14 ou 21 dias) e o desempenho e características de carcaça dos animais: 
· Foi constatado que não houve diferenças de desempenho entre os protocolos de adaptação (escada ou restrição), mas houve diferenças de desempenho entre o período de adaptação (14 ou 21 dias) 
· Os animais submetidos a 14 dias de adaptação apresentaram melhor performance, demonstrando que esse período foi suficiente para adaptação ruminal 
· Recomendações: 
· Melhores resultados → período de 14 dias, independente do tipo de protocolo adotado 
· Se o confinamento possuir excelente manejo de cocho e distribuição de ração, com controle diário do CMS (consumo de matéria seca) por baia, pode-se reduzir esse período (9 dias), independente do protocolo utilizado 
· O período de adaptação menor que 9 dias pode aumentar a incidência de rumenites e causar a queda de desempenho dos bovinos 
· A adaptação possui impacto sobre o desempenho, pois quanto maior o tempo com dieta de adaptação (menor densidade nutricional), menor será o desempenho total do animal, tendo então impacto sobre o tempo de confinamento. De forma geral, indica-se que o período de adaptação não exceda a 20% do tempo total de confinamento, sendo que atualmente os períodos mais adotados são entre 14 a 21 dias 
· Ex: considerandouma categoria animal que fique no confinamento por 100 dias, preconiza-se que seu período de adaptação seja no máximo 20 dias (20% de 100 dias = 20 dias), então de 100 dias confinado, 20 dias serão de adaptação 
· Mudança da dieta de adaptação após CMS > 8 kg/cab/dia 
· Considera-se que os animais possuem estabilização do consumo em torno de 8 kg MS/cabeça/dia, significando que o animal se adaptou à dieta 
· A escolha do tipo de protocolo de adaptação à dieta de bovinos confinados pouco influencia na performance produtiva do confinamento. O que mais deve ser avaliado e estudado, é a definição de um período de adaptação o mais curto possível e que seja eficiente em realmente adaptar a microbiota ruminal à dieta do confinamento 
CONSIDERAÇÕES INERENTES À DIETA: 
· Floculador: equipamento com mecanismo de ação baseado na pressão e umidade, onde se coloca o milho com o intuito de realizar o cozimento do grão para aumentar a digestibilidade e gelatinizar o amido, aumentando sua disponibilidade, assim como a silagem de grão úmido, que também aumenta a gelatinização do amido 
· O grão não é moído, mas sim expandido para que se aumente a superfície de contato 
· Temperatura em torno de 95°C (não exceder 100°C!) durante 1 hora 
· Após o grão sair do floculador, deve ser utilizado em até 24 horas
· A digestibilidade do grão úmido e do grão floculado é semelhante 
· É um equipamento de custo elevado, possuído por poucos confinamentos 
· É possível flocular o grão de sorgo também, porém a distância entre os rolos do floculador deverá ser menor 
· Relação entre teor de amido fecal (%) e a digestibilidade do amido no trato total (%):
· Mensuração de amido fecal 
· Eixo Y: digestibilidade de amido (%) 
· Eixo X: amido fecal (%) 
· Quanto maior a digestibilidade do amido, menor será a porcentagem de amido fecal (teor de amido nas fezes) 
· “Canjica” de milho sendo encontrada nas fezes significa perda de dinheiro! 
· Essas perdas devem ser minimizadas utilizando fontes de amido que sejam mais digestíveis
· Espectrometria fluorescente portátil por raio-X: 
· O equipamento emite um raio-X e toda molécula reflete uma certa onda 
· Pode ser utilizado para diversos produtos (mineralogia, produtos orgânicos, etc) 
· Mensuração do teor de amido fecal nas fezes 
· Estima a digestibilidade total aparente do trato digestório 
· A avaliação da digestibilidade permite a capacidade de medir a utilização geral de nutrientes dietéticos após alterações na dieta ou gerenciamento, e potencialmente detectar problemas antes do desempenho do crescimento animal ser afetado (deve-se minimizar as perdas digestivas de amido) 
· A eficácia da dieta dependerá da capacidade dos animais para digerir e 
absorver a ração ingerida 
CUSTOS TOTAIS DE CONFINAMENTO DE BOVINOS: 
· O maior custo total dentro de um confinamento se refere à compra dos animais (boi magro), então um dos fatores que contribuem para a eficiência da atividade é conseguir comprar animais mais baratos
· A alimentação representa o maior custo diário no confinamento, mas não é o maior custo total 
COMENTÁRIOS SOBRE A ESTRUTURA DE UM CONFINAMENTO: 
· O tipo de cocho mais encontrado é o de concreto, com a parte de fora mais alta que a de dentro, para evitar que o animal jogue alimento para fora 
· Altura do cocho em torno de 57 cm (lado de dentro) e 67 cm (lado de fora) 
· Deve ter uma declividade na pista de alimentação (onde o caminhão passará para deixar o trato) para permitir o escoamento da água e dejetos 
· O ideal é que tenha um sistema de drenagem de dejetos para uma lagoa de tratamento, para não ter contaminação 
· Analisar o consumo do animal no cocho é muito importante! 
· Uso de aspersores para redução da poeira
· Alterações bruscas de temperatura, juntamente com a baixa umidade do ar e poeira culminam em alta incidência de pneumonia 
· Sistema de tubulação, bombeamento e reserva de água 
· Serve para molhar a terra (evitando poeira), mas sem dar lama 
 
· Uso de cercas elétricas 
· Composteira 
· Todos os dejetos devem ir para compostagem 
· A composteira também pode ser utilizada como “cemitério”, sendo então o destino de animais mortos 
 
· Todo confinamento deve ter uma enfermaria para atender animais debilitados na chegada ou que apresentem algum problema durante a estadia no confinamento 
· A limpeza do curral de confinamento é realizada quando todos os animais saem juntamente para o embarque para o frigorífico 
· As máquinas retiram os dejetos, realizando a limpeza para a entrada de um novo lote 
· Os dejetos retirados são destinados à compostagem 
· OBS: animais de um mesmo lote entram juntos e saem juntos do curral de confinamento, e após entrar, os animais só saem do curral no dia do embarque para o frigorífico 
· O embarque dos animais deve ser feito preferencialmente nos horários mais frescos do dia, respeitando todas as normas de bem-estar animal 
ROTINA DE CONFINAMENTO JBS: 
· Os animais chegam ao confinamento em carretas da própria JBS, com capacidade de lotação aproximada de 38 cabeças (dependendo da categoria dos animais). O limite de distância permitida a ser percorrida com os animais é de até 600 km. Na chegada passam na balança onde é realizada a pesagem total dos mesmos. No momento do desembarque, o capataz faz a contagem dos animais, através do “contador”. Os animais que chegam no confinamento passam por processamento, que constitui de manejo de vacinação (carbúnculo, endo e ectoparasitas, doenças respiratórias), brincagem (rastreamento, bóton e identificação dos currais) e pesagem individual. Os bovinos que chegam no período da manhã ficam algumas horas em descanso, com água a vontade, para se hidratarem e não chegarem no curral com sede e assim correr o risco de faltar água. Estes são processados na parte da tarde do mesmo dia. Já os que chegam no período da tarde permanecem alojados no curral com bebedouro e feno até a manhã do dia seguinte. Os animais são separados em lotes homogêneos e em seguida, são encaminhados ao curral de confinamento, onde permanecerão até o dia do embarque para o abate
· Dias Filho (2011) recomenda uma disponibilidade de linha de cocho entre 0,50 a 0,70 m/animal
· Segundo Dias Filho (2011), as cercas podem ser construídas por diversos tipos de materiais, porém o mais recomendado seriam as cercas de arame liso, que apresentam economia na implantação e são bastante eficientes. No fundo dos currais devem ser feitas cercas com cinco fios de arame liso. A cerca possui seis fios de arame, sendo o terceiro fio de cima para baixo com choque para melhor contenção dos animais
· A fase de adaptação é importante para que os animais não sofram drasticamente a mudança da alimentação que antes era totalmente volumoso (pasto), para uma dieta composta também por concentrado. Os lotes na adaptação recebem bastante feno de Cynodon cv. tifton, além da ração no cocho. Esta fase dura em torno de 15 dias. O animal que durante esse período não se adapta, passa para o lote de rejeito, que recebe dieta mais volumosa (com feno à vontade e pouca ração). Os animais mais debilitados, que rejeitam até o feno, vão para o pasto de rejeito formado com capim Mombaça 
· Segundo Cardoso (1996) é muito importante que os animais sejam adaptados gradativamente à dieta do confinamento, especialmente aqueles mantidos anteriormente exclusivamente em pastagens. A não adaptação à dieta tem sido responsável por distúrbios como acidose e timpanismo nos confinamentos 
· Os balanceamentos das dietas e as proporções entre volumoso:concentrado, vão depender da qualidade do volumoso e da ração concentrada, como também da necessidade de ganho de peso diário para os animais. Maiores taxas de ganho de peso requerem maior concentração energética na dieta. Dietas a base de volumoso exclusivamente são utilizadas com eficiência muito baixa para o ganho de peso, ao contrário de dietas com alta concentração energética (relação V:C de 20:80) que podem ser utilizadas com eficiência muito maior para o ganho de peso
· A leiturade cocho é importante para se ter o controle de quanto o lote está consumindo de ração, e assim, regular corretamente a quantidade a ser fornecida, ou seja, evitando que os animais não passem fome e para que o desperdício excessivo de ração dos lotes que estiverem com baixo consumo seja evitado. No confinamento JBS são realizadas leituras de cocho noturna e matutina. A leitura noturna é realizada às 21hs, onde observa se o cocho está cheio 
· A leitura de cocho noturna é simples, dinâmica e normalmente é executada pelo vigia noturno ou o responsável pelo trato dos animais. Esses dados são basicamente um subsídio para a leitura da manhã, porém, quando bem executado, tem efeito muito positivo na eficiência de manejo de cocho. Esta leitura é realizada quatro horas após o último trato dos animais. Esta pode ser representada por letras, sendo elas: V (vazio) quando cocho está sem ração ou lambido, N (normal) e C (cheio) quando está com muita ração, parecendo que os animais não chegaram ao cocho no último trato ou ingeriram muito pouca ração (TAKIGAWA, 2012). A leitura de cocho matutina é realizada às 5 horas, onde se leva em consideração as notas dos três últimos dias e a leitura noturna anterior, além disso, deve-se considerar o comportamento dos animais (ou do lote), pois se na leitura noturna não houver registrado diferenças (como cocho vazio), e, por exemplo, na manhã o cocho estiver vazio com animais na beira do cocho, indica que estão com fome e a nota deve ser para que aumente um pouco a quantidade de ração para esse lote. Ou mesmo se o cocho apresentar um pouco mais de sobra de ração, mas tiver animais comendo, e até no horário de limpeza do cocho ou começar o trato esse lote conseguir comer toda ração, deve-se dar nota para que mantenha a quantidade fornecida. Do mesmo jeito, se acontecer de o cocho estar vazio e os animais estiverem todos tranquilos ou deitados, indica que comeram tudo, mas não estão com fome
· Segundo ALMEIDA (2004) uma forma para se decidir com relação ao aumento ou não da quantidade de ração é observar os animais no momento do início do trato pela manhã. Se cerca de 25% dos animais estiverem no cocho, 50% estiverem de pé no meio da distância entre o meio do curral e o cocho e 25% estiver levantando lentamente e se espreguiçando, isto significa que os animais estão recebendo a quantia adequada de comida, desde que não exista sobra no cocho. Porém se os animais, no momento do trato, formarem uma linha no cocho e outra linha logo atrás, isto significa que deve ser aumentada a quantidade de ração a ser fornecida, pois isto demonstra que os animais estão famintos. O leitor de cocho pode trabalhar por um sistema de notas conforme a quantidade de alimento que sobrou no cocho. Essa operação reduz os desperdícios de ração e evita a falta da mesma em determinados lotes. A experiência prática mostra que não deve haver grandes variações na quantidade de alimento oferecida de um dia para outro
· Logo após a leitura matutina é realizada a limpeza manual dos cochos, onde as sobras são jogadas para fora do cocho. Segundo TAKIGAWA (2012) a limpeza primordial é a da manhã e deverá ser realizada entre a leitura de cocho da manhã e o início do primeiro trato. O responsável pela limpeza deve ser treinado para identificar rações deterioradas e de qualidade boa (através da cor, cheiro, presença de insetos e material estranho), garantindo a limpeza daquele cocho. O ideal é manter sempre o cocho com comida de boa qualidade e sem resíduos de pedra ou terra
· O fornecimento do trato ocorre quatro vezes ao dia, onde o primeiro trato acontece às 7h, o segundo as 9h, o terceiro trato às 13h e o quarto trato às 15 horas, portanto, duas horas entre um fornecimento e outro. Maiores porcentagens de ração são fornecidas nos 1º e 4º tratos, sendo no 1º trato fornecido 25%, no 2º trato 20%, 3º trato também 20% e no 4º trato 35% da ração total fornecida por dia. Problemas como quebra de maquinário, falta de mão de obra na limpeza dos cochos, erro no fornecimento do trato, atraso do trato, chuva e barro são fatores que podem causar uma queda no consumo da ração pelos animais, o que leva ao desperdício de alimento
· Segundo Dias Filho (2011) o início e o final do dia são os períodos nos quais os animais mais ingerem alimento, desse modo, os tratos devem ser divididos de forma que as maiores porcentagens de ração sejam ofertadas nesses horários, por exemplo: 1º trato = 30%, 2º = 15%, 3º = 15%, 4º = 10% e 5º = 30%. A quantidade de tratos durante o dia é que determinará a quantidade de ração ofertada
· Ainda de acordo com os mesmos autores a observação das fezes é um fator muito importante e pode indicar seleção no cocho, ou seja, se para um mesmo lote de animais, existem fezes com variação em consistência, coloração e composição diferentes, provavelmente os animais estão consumindo ingredientes seletivamente, e esse consumo seletivo de ingredientes ricos em amido, por exemplo, pode resultar em distúrbios digestivos. Através da observação das fezes em todas as fases de dietas no confinamento, é possível detectar o que os animais estão consumindo, aproveitando, e se não apresentam distúrbios metabólicos 
· O embarque acontece normalmente no período da manhã, por ser um horário mais fresco e para que o abate ocorra no outro dia cedo. No dia anterior ao embarque não deve ser fornecido o 3º e 4º trato para os lotes que sairão, estes são fechados no curral e permanecem em dieta hídrica
· Com o uso do programa Tecnologia na Gestão de Rastreabilidade (TGR), a partir do momento que faz a leitura do brinco e lança o peso do animal, se obtém dados da entrada dos animais, controle de doenças e mortes, controle de tratamento de cada animal, controle de alimentação (mensal ou semanal), controle de trocas de rações, controle de embarque, fechamento do lote após abate, controle de manejo (vacinas, vermífugos, pesagens e outros), controle de saída do confinamento (pesagem, rendimento de carcaça), ganho de peso médio diário (GPMD)
· Os lotes que são embarcados são os mesmos que foram formados quando chegaram ao confinamento, para se evitar brigas. Os animais são manejados até o caminhão de forma tranquila, sem uso de ferrões a fim de evitar estresse e contusões. O transporte é realizado em carretas da própria JBS e os motoristas são treinados para conduzir carga viva
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
· A associação da negociação do boi magro e do boi gordo, e a otimização de dietas definem a lucratividade da bovinocultura de corte em confinamento 
· Confinamento: 
· Estratégia de intensificação do sistema 
· Melhorar a eficiência de produção
· Carcaça
· Giro de capital 
· Apesar das vantagens, os animais abatidos advindos de confinamento são minoria, pois é uma atividade de alto investimento, alta tecnificação e alto conhecimento 
PRODUÇÃO DE BOVINOS EM SEMI-CONFINAMENTO E TIP:
· Manutenção dos animais à pasto, porém com níveis elevados de concentrado na dieta 
· Em comparação com o confinamento, o semi-confinamento apresenta maior facilidade de manejo e possibilidade de muitos produtores adotarem esse tipo de produção, por ser mais acessível 
· Permite melhorar o ganho de peso e a qualidade de carcaça de animais criados em sistema de pastejo 
· A diferença entre um semi-confinamento e a terminação intensiva à pasto (TIP) é o nível de consumo dos animais 
· Semi-confinamento: 0,7 a 1,2% do peso vivo 
· Terminação intensiva à pasto (TIP): 2,0 a 2,4% do peso vivo 
· Na terminação intensiva à pasto (TIP) os níveis de concentrado são extremamente elevados (2,0 a 2,4% do peso vivo – maiores que os níveis de semi-confinamento), e a porção de volumoso entra apenas como o mínimo de FDNfe necessária para a saúde ruminal 
· Vale salientar que no período das águas esses níveis de concentrado podem ser reduzidos, pois terá maior quantidade de forragem de melhor qualidade 
· Período das águas: cocho coberto sempre! 
· VANTAGENS: 
· Menos problemas com sodomia (um macho montar no outro) 
· O macho montado acaba sofrendo lesões em pontos importantes dacarcaça (cortes de traseiro) e lesões de casco 
· Bem-estar animal 
· O animal se encontra em seu ambiente natural (pasto) 
· Menor perda de contusão (1 a 0,5 kg/animal)
· A perda de carcaça por hematomas é muito significativa 
· Facilidade do manejo de dejetos (esterco – matéria-orgânica) 
· Bom e acessível para pequeno produtor 
· As vantagens do semi-confinamento frente ao confinamento tradicional, seriam que o primeiro respeita o bem-estar animal, é uma técnica relativamente acessível a todos, não necessita do manejo de dejetos e tende a ter menores perdas de rendimento de carcaça por conta de hematomas 
· QUANDO FAZER SEMI-CONFINAMENTO?
· Mais utilizado no período de seca 
· Efeito associativo de substituição (alto ganho de peso) 
· O pecuarista deve analisar se compensa fazer um semi-confinamento na própria fazenda ou enviar os animais para um confinamento 
· Supondo que o produtor vende seu boi magro para o confinamento, o confinador paga fixamente 50% de rendimento, porém na realidade sabe-se que dependendo da carcaça do animal, o rendimento de carcaça real será maior que 50% (média de 53% para animais zebuínos) 
· O animal suplementado tem 2 a 3% de rendimento de carcaça acima dos 50% tradicionais pagos pelo confinamento. Então numa situação em que o animal apresentou 53% de rendimento de carcaça e o produtor receberá apenas por 50% de rendimento pago pelo confinador, terá então um prejuízo de R$ 216,00 por animal 
· Nesse caso seria mais vantajoso fazer o próprio semi-confinamento do que enviar o boi magro para o confinamento 
· O produtor que opta pela venda dos seus animais de recria, que tiveram suplementação de mistura múltipla com consumo de 0,2% do peso vivo, a um confinador que irá pagar pelos animais considerando o rendimento de carcaça de 50% de peso vivo, certamente irá amargurar prejuízo 
· LOTES: 
· Igual confinamento
· 100 animais (0,8 a 1 UA/ha para semi-confinamento e 10 UA/ha para TIP) 
· ADAPTAÇÃO:
· Mais simples (o animal estará comendo capim também, então se torna mais fácil a estabilização ruminal) 
· Mínimo risco de acidose 
· Começar com 0,5% do peso vivo e elevar a cada 3 dias 
· TRATOS: 
· 1 a 2 tratos por dia 
· EXEMPLO FINANCEIRO DE UM SEMI-CONFINAMENTO: 
· “Vale a pena?” 
· Supondo que o animal ganhou 1,3 kg/dia e considerando 75% de rendimento no ganho (do peso ganho, o que realmente é carcaça), ou seja, desse 1,3 kg/dia de ganho de peso, 75% será ganho de carcaça efetivamente, então esse animal terá ganhado 0,975 kg/dia de carcaça. Ao considerar R$ 300,00 o valor da arroba, tem-se que o kg de carcaça vale R$ 20,00, então cada animal gerará R$ 19,50/dia de receita bruta (0,975 kg/dia x R$ 20,00 kg de carcaça). Dentro dos custos, tem-se o concentrado (R$ 1,80/kg) e levando em conta que cada animal necessita consumir 7 kg/dia de concentrado, conclui-se que terá um custo de R$ 12,60/dia. O arrendamento de pastagens também é outro custo (considerando que o produtor teve que arrendar), sendo R$ 50,00/cabeça/mês, e ao dividir por 30 dias do mês, tem-se um custo de R$ 1,50/dia. Subtraindo a receita bruta pelos gastos e multiplicando por 100 dias de semi-confinamento, tem-se uma rentabilidade de R$ 540,00/animal. 
· MOMENTO DE SAÍDA DO SEMI-CONFINAMENTO: 
· Escore de condição corporal 4 
· Sempre avaliar o ECC do animal para ter uma noção do acabamento da carcaça 
· Rápida queda do CMS (consumo de matéria seca)
· O animal reduz o consumo de matéria seca nos períodos finais de engorda 
· Meta = 1 kg de carcaça por dia 
· 30 dias finais: 
· CMS pode manter, mas o GPD reduz 
· Atenção à energia!!! 
· Aumentar o teor de gordura (energia) na dieta, para que mesmo comendo menos, o animal ainda apresente um satisfatório ganho de peso na fase final 
· VARIAÇÃO DO RENDIMENTO DE GANHO: 
· O que realmente interessa não é o ganho de peso diário, mas sim o ganho de carcaça, que pode ser estimado pelo rendimento de ganho 
· Rendimento de ganho: 
· Porção do ganho de peso vivo que se converteu em carcaça 
· No início do confinamento/semi-confinamento/TIP, o rendimento de ganho sempre será menor (60%, por exemplo), e nas fases finais há o aumento (75%, por exemplo) 
· Então a eficiência do confinamento não é analisada apenas pelo ganho de peso, mas também pelo rendimento de ganho, evidenciando o quanto de peso que o animal realmente converteu em carcaça 
· Atenção ao utilizar a métrica GPD – ganho de peso diário! 
· Muito se escuta falar sobre a medida produtiva de ganho de peso diário. 
No entanto, sabemos que o mesmo 
é influenciado pelos componentes 
não-carcaça. Muitas vezes quando não se atenta à essa condição, o desempenho produtivo no final pode não ser o esperado 
· DESAFIOS DA PESAGEM: 
· O conteúdo do trato gastrointestinal é variável de acordo com o tipo de capim 
· Forragens de alta qualidade: alimento mais digestível → maior taxa de passagem → rúmen mais vazio → menor diferença entre ganho de peso e ganho de carcaça (mais eficiente) 
· Forragens de baixa qualidade: alimento menos digestível → menor taxa de passagem → rúmen mais cheio → maior diferença entre ganho de peso e ganho de carcaça (menos eficiente) 
· A pesagem deve virar rotina na fazenda, sempre seguindo o mesmo padrão 
· Mínimo 4 vezes ao ano 
· Mesmo horário
· Em jejum (10%)
· Saber das metas

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