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QUESTIONÁRIO BOVINOCULTURA DE CORTE 1. Qual a importância do manejo reprodutivo para bovinos de corte? O que se quer através do maior e melhor conhecimento é a aplicação das técnicas pecuárias avançadas e intensificar as parições de forma que, cada vaca em idade reprodutiva, produza um bezerro por ano e este deva ser criado de forma sadia e desmamado com bom peso. Desse modo, os animais conseguirão atingir pesos maiores em um menor intervalo de tempo, aumentando retorno econômico da propriedade. 2. Em que consiste a estação de monta e qual seu objetivo? A estação de monta (EM), ou período de monta, é uma prática da criação de bovinos em que as fêmeas em reprodução são expostas ao touro ou à inseminação artificial (IA) durante um determinado período do ano, com o objetivo de concentrar os partos e, em sequência, as operações (desmama, vacinações, vermifugações, etc.). A adoção da EM possibilita a identificação de fêmeas de melhor desempenho reprodutivo, sendo que as vacas que parem no início da estação de partos normalmente ficam gestantes mais cedo dentro da EM, além de desmamarem bezerros mais pesados. 3. Quais as vantagens da estação de monta? Estabelece uma estação de nascimentos. Estabelece uma estação de desmama (E.D.). Forma lotes uniformes. Facilita o manejo, pela concentração de certas tarefas em determinadas épocas, liberando mão- de-obra para outras tarefas. Em 45 dias após o término da E.M. já se sabe quais animais estão com prenhez positiva e com isto fazendo uma pressão de seleção no rebanho. 4. Comente sobre o preparo das matrizes para a estação de monta. As vacas que parem em boa condição corporal e no início da estação de nascimento não necessitam de nenhum manejo especial. Entretanto, aquelas que o fazem mais tardiamente dentro da estação não terão tempo de exibir cio fértil antes da retirada dos touros e certamente serão as futuras vacas falhas. Nestas últimas, algum manejo adicional pode ser aplicado (desmama temporária, restrição das amamentações para uma vez ao dia, entre outros), com o objetivo de antecipar o primeiro cio fértil, de forma que ele apareça antes de 70 dias do parto. Além do mais, estas fêmeas retardatárias necessitam ter um intervalo entrepartos menor do que 365 dias, visando antecipar a próxima parição, obtendo-se, sucessivamente, a cada ano, posições mais confortáveis quanto à data de parição. Um resultado positivo depende de um bom tratamento das vacas. A vacinação precisa estar em dia. Além disso é possível contar com medicamentos que aumentam a ovulação e sincronizam o cio. Submetermos as matrizes ao acasalamento somente na época do ano em que temos as melhores condições nutricionais, 5. Comente sobre a utilização de touros (monta natural) e o uso da inseminação artificial. Monta Natural Vantagens: ● Redução de mão-de-obra – A Monta Natural tem como principal vantagem a diminuição da mão-de-obra, já que exclui a necessidade de observação de cio bem como o treinamento de pessoal (4). Desvantagens: ● As cópulas ocorrem livremente, sem interferência do homem e também à noite, portanto as anotações ficam prejudicadas (3, 4). ● O touro pode transmitir doenças às fêmeas, pois a dificuldade de controle sanitário é maior (4). ● Risco de ocorrer acidentes quando a fêmea for coberta por um touro muito grande ou pesado ou mesmo com as pessoas quando o macho apresentar comportamento agressivo (4). ● Aumenta a possibilidade de acidentes com o próprio touro (4). ● Menor aproveitamento do macho – utiliza um baixo número de fêmeas (aproximadamente 30 por ano) por touro, produzindo poucos descendentes (4,5). ● Consertos e manutenção de cercas. ● Perda de bezerras e novilhas por dificuldade de parto (1,7). ● Risco na utilização de touros não comprovados como geneticamente superiores, reduzindo a produção. ● Diminui a vida útil do touro, devido ao excesso de montas (4). Inseminação Artificial Vantagens: ● Melhoramento genético proporcionado ao rebanho, já que são usados touros selecionados, geneticamente superiores 2,4,7. Além disso, possibilita o melhoramento genético entre raças, pois permite cruzar fêmeas zebuínas com machos taurinos ou vice- versa, o que muitas vezes é dificultado pelas condições climáticas, que não são favoráveis aos animais europeus. Se o rebanho é constituído por fêmeas com diferentes graus sanguíneos, facilita o controle do acasalamento, já que em um mesmo botijão pode haver sêmen de vários touros (1)(7). ● Evita a disseminação de doenças, pois não ocorre o contato físico entre os animais e os touros doadores são submetidos a rigorosos testes, preservando, assim, a condição sanitária do rebanho (1)(7). ● O sêmen, quando congelado, conserva a sua viabilidade por tempo indefinido, não sendo necessária a utilização do sêmen fresco, imediatamente após a sua coleta (1). ● Uso de touros após a morte – Permite utilizar touros com problemas adquiridos que impossibilitem a monta ou mesmo após a sua morte (1, 2,7). ● Multiplicação de genética – A diluição do sêmen permite que em uma coleta sejam produzidas várias doses, aumentando muito o número de filhas de um mesmo touro (1,7). ● Os custos da inseminação são superiores aos da monta natural, mas os ganhos em produtividade devido ao melhoramento genético propiciado ao rebanho compensam o investimento (1). Além disso, o custo unitário é reduzido com o maior número de inseminações. ● Prevenção de acidentes com fêmeas, principalmente as novilhas, em cruzamentos com touros pesados (1,7). ● Prevenção de acidentes com pessoas, devido ao comportamento agressivo de alguns touros (1,7). Animais de temperamento calmo ,podem, também, repentinamente, avançar sobre a pessoa mais próxima. ● Redução da dificuldade de parto – Reduz a dificuldade de parto pelo uso de touros que, comprovadamente, produzem filhos de pequeno porte ao nascimento, mas que tem o crescimento normal após este. Portanto, além de reduzir o risco de perder a fêmea, ainda produz filhas superiores a ela (1, 7). ● Melhora do controle zootécnico do rebanho – Este aspecto constitui uma prática de grande importância, pois a anotação correta dos dados possibilita realizar uma avaliação rigorosa do desempenho reprodutivo resultante do programa de IA, permitindo alcançar as metas estabelecidas (1). ● Permite realizar acasalamentos corretivos. Através de dados dos reprodutores, obtidos através do teste de progênie, é possível direcionar o acasalamento de maneira a aumentar a produção e corrigir características lineares (1, 7). ● Democratização do melhoramento genético: A IA democratiza o melhoramento genético, beneficiando tanto os pequenos, quanto os médios e grandes produtores (4, 7). ● Permite a padronização do rebanho, já que é possível utilizar pequena quantidade de reprodutores em um grande número de fêmeas, resultando em homogeneidade do rebanho facilitando assim, a comercialização da produção (7). 6. Quais os cuidados com o par vaca/bezerro logo após o parto? Assim que o bezerro nasce, a mãe o lambe, retirando as membranas fetais e mucos. Simultaneamente, o seu corpo é massageado, o que é muito importante para o recém-nascido. Portanto, a intervenção só deverá acontecer após essa massagem. Se a vaca não der atenção ao bezerro, deve-se recolhê-lo para um local protegido e proceder às massagens em seu corpo. Por fim, deve-se remover as membranas fetais e o excesso de muco do nariz e boca do bezerro. a) Ingestão de colostro para ganhar imunidade b) Cura do umbigo para evitar infecções: deve ser feita após a mamada do colostro. O cordão umbilical deve ser cortado 2 a 3 dedos abaixo de sua inserção, não devendo ser feito se este já for muito curto. Após o corte lavar o umbigo com solução de iodo, sendo esta lavagem repetida pelo menos uma vez ao dia durante 3 dias. c) Análise do comportamento para detectaranormalidades: animais que se mostram quietos e sem vivacidade devem ser observados com mais cuidado, pois podem estar doentes e precisando de cuidados veterinários d) Descorna para prevenir que uns machuquem os outros: Feita aos 45 dias de idade, com o uso de um ferro quente ou bastão de soda cáustica. Após a descorna, deve-se cauterizar o local a aplicar uma pomada repelente para evitar o aparecimento de bicheiras. e) Uso de amas de leite para alimentar os bezerros órfãos: são escolhidas as matrizes mais mansas e tranquilas, que aceitem alimentar bezerros que não sejam seus. Pode-se também armazenar o colostro de vacas muito produtivas em garrafas pet. 7. Em que consiste o “creep-feeding”? O creep-feeding é um cercado onde há limites na largura e altura para que só entrem animais jovens nesse espaço com uma alimentação específica. Além do leite da matriz, o bezerro precisa de alimentação complementar com ração e suplementos próprios para a idade. Esses itens são diferentes dos oferecidos aos animais adultos. 8. Comente sobre o “creep-grazing”. Já o creep-grazing funciona no mesmo sistema que o creep-feeding. Porém, nesse caso, o pasto que é de uso exclusivo aos bezerros. Assim, a melhor pastagem, aquela mais nutritiva, será consumida por esses animais que precisam estar bem nutridos para fortalecer a imunidade. Entre as forrageiras mais indicadas estão: colonião, coast-cross, milheto, estilosantes, Mineirão ou Leucena. O ideal é montar o creep-grazing no meio do pasto, com entrada exclusiva aos pequenos animais. Dessa forma, os bezerros não sairão do campo visual da matriz. E ao verem os bovinos de fora pastando, irão também fazer o mesmo. 9. Mencione e comente os cuidados com as crias. Cuidados com as bezerras recém-nascidas: - Fornecer somente colostro de qualidade conferida; - Fazer a cura do umbigo; - Analisar o animal afim de saber se há alguma anormalidade; Já os cuidados seguintes: - Fornecer ração para estimular o desenvolvimento do rumem; - Acompanhar o ganho de peso dos animais. Ao longo de seu desenvolvimento, bezerras e novilhas precisam de alimento de qualidade para que cheguem a um peso e idade estratégicos. Nas fases de Cria e Recria, também deve-se ter muito cuidado com as doenças de ocorrência mais comum 10. Quais os componentes que atuam na desmama? Componentes nutricional e psicológico. Com a separação, o bezerro é privado do leite que, apesar de pouco, é um alimento de alta digestibilidade e com relativa concentração de nutrientes. Na desmama o bezerro também perde, abruptamente, a companhia de sua parceira predileta, ficando naturalmente nervoso e estressado, até se ajustar ao novo ambiente. 11. Quais as medidas de ordem gerencial para as etapas da exploração de gado de corte? 12. Qual a importância da fase de recria? Essa fase é caracterizada pela grande formação de massa muscular e o desenvolvimento da estrutura óssea; Ao final desta fase, o bovino estará com o esqueleto totalmente formado e seu tamanho corporal estará definido, estando aptos para a terminação, ou, no caso de parte das fêmeas, aptas para o início da vida reprodutiva. É necessário garantir bons pastos, suplementados com mistura mineral apropriada e suplementação protéica na estação seca, para melhorar o aproveitamento do capim seco como alimento, e para que não ocorra perda de peso, assim como a realização de um eficiente programa sanitário. 13. Comente sobre as exigências nutricionais durante a fase de recria. O principal alimento dos animais neste momento é a pastagem, além de mistura mineral e água. Por isso, tradicionalmente os bovinos em recria têm o manejo alimentar bastante afetado pela sazonalidade da produção dos pastos, perdendo peso durante a seca, quando ocorre o declínio da qualidade do pasto, e recuperando depois, na estação chuvosa, caso tenha boa pastagem disponível. 14. Quais os efeitos da suplementação na fase de recria? A suplementação para bovinos em pastejo constitui o ato de fornecer uma fonte de nutrientes adicionais para o sistema, e isto seria refletido em mudanças no consumo de forragens, concentrações de nutrientes, disponibilidade de energia dietética, magnitude dos pools de precursores bioquímicos do metabolismo e desempenho animal. A suplementação é uma ferramenta importante para se aumentar a produção por animal e também com impacto positivo na eficiência de utilização da terra. Um programa de suplementação para animais em pastejo objetiva satisfazer as exigências dos animais por meio de uma ação interativa e associativa entre a forragem e as fontes suplementares. A otimização na utilização do pasto é obtida quando se aumenta o consumo da forragem através da maximização dos efeitos associativos positivos e minimizam-se as interações negativas. Entretanto, pode haver situações onde a redução no consumo de forragem em função da suplementação, seria desejável como meio de estender o suprimento de forragem ou possibilitar suporte a um maior número de animais por um dado período de tempo na unidade de pastejo. 15. Comente sobre a suplementação de fêmeas para reposição. Os objetivos da suplementação para fêmeas são: Primeiro, a alimentação de novilhas para crescimento e antecipação da idade ao primeiro parto, depois a alimentação estratégica de primíparas para diminuição do intervalo entre primeiro e segundo parto e, o terceiro objetivo, a suplementação de matrizes durante o período da seca para ganho ou manutenção da condição corporal ideal à parição. 16. Comente sobre as características particulares dos confinamentos brasileiros. De um modo geral, as principais características referentes às instalações dos confinamentos em todo o Brasil incluem: – Instalações à “céu aberto” com área de cerca de 10 a 20 m2 por animal; – Metragem de cocho entre 30 a 60 cm/animal; – Lotes de 80 a 150 animais; – Água de boa qualidade com disponibilidade de 60 litros/animal em bebedouros apropriados e limpos; – Terreno bem drenado para evitar formação de atoleiros, com declividade de 5%. Os bovinos confinados são, de idade média entre 2 a 3 anos, de porte médio a grande e com peso vivo de entrada no confinamento variando entre 350 a 400 kg. Há uma tendência de se confinar animais mais pesados, o que diminui o tempo necessário de confinamento. Também há uma preferência por animais castrados por serem mais dóceis e por apresentarem melhor acabamento de gordura. O ganho de peso médio gira em torno de 1,2 a 1,4 kg/animal/dia. O período total de confinamento é de cerca de 80 a 100 dias, podendo ser menor. O peso de abate, é de cerca de 480 à 510 kg, o que proporciona um peso médio da carcaça de 17 a 18 @. 17. Quais as vantagens e limitações da terminação no cocho? Vantagens Liberação de pastagens para outras categorias animais Liberação das áreas de pasto para animais mais eficientes Aumento do número de bovinos terminados Elevação sobre o retorno sobre o capital investido, antecipação das receitas e do giro de capital Viabilização de abate de bovinos mais jovens e/ou de bovinos com carcaças de maior grau de acabamento Melhor preço de venda Redução do custo de fornecimento da ração (xsemiconfinamento) Aumento do peso de abate (eficiência do frete) Redução dos custos de processamento nas fases de abate e desossa Animais abatidos padronizados (acabamento e idade) Concentração de esterco – melhor manejo e utilização Limitações Ingredientes das rações forem caros Valor da arroba for baixo Locais/período muito quentes e úmido (desempenho nos confinamentos pode ser menor que nas pastagens) Gerar possíveis problemas ambientais Se gerar riscos sanitários Riscos administrativos (know-how, capital, organização, capacitação) 18. Comente sobre a adaptação de bovinos confinados com dietasricas em grãos. Em confinamentos, “tempo é dinheiro”. Logo, existe uma preocupação em se adaptar os animais o mais rápido possível à dieta final, pois uma vez que os animais começam a ser alimentados com a dieta definitiva rica em grãos há aumento no ganho de peso diário (GPD) e melhora na eficiência alimentar. No entanto, a adaptação dos microorganismos e papilas ruminais às dietas ricas em concentrado requer tempo, com mudanças graduais e cautelosas. Essas mudanças, sendo bruscas, podem causar conseqüências a curto e/ou longo prazo, ou até mesmo mortes súbitas no confinamento. O confinador, junto ao seu nutricionista, deve tomar precauções para que os animais sejam adaptados adequadamente, ao mesmo tempo que o GPD seja adequado durante esse período. 19. Comente sobre os alimentos utilizados em fazendas de terminação. Dietas para bovinos em confinamento incluem alimentos volumosos, concentrados (grãos de cereais), minerais, vitaminas e aditivos. Observar a qualidade geral dos alimentos, nunca devem ser utilizados alimentos mofados, rancificados ou com qualquer outro indício de deterioração. A principal função dos volumosos é atender as exigências de fibra efetiva dos bovinos; dos concentrados, fornecer energia e proteínas; da mistura mineral e vitamínica suprir as necessidades nesses componentes. A ração dos bovinos em confinamento deverá ser servida em duas ou três porções diárias. O horário de fornecimento é outro fator de importância no manejo da alimentação, e não deve ser alterado durante todo o período do confinamento. Para evitar distúrbios digestivos e estresse dos animais, nos cochos deve haver sempre alimento à disposição. Usualmente, é o alimento volumoso que fica disponível à vontade no cocho, sendo o concentrado fornecido em quantidade controlada nos horários de refeição. A água fornecida aos animais deve ser de boa qualidade e estar sempre disponível. 20. Em que consiste as dietas de adaptação? Os alimentos novos da dieta devem ser incluídos à ração em proporções crescentes até atingirem a proporção final da ração balanceada a ser usada. Dependendo da dieta, são necessários de quinze a trinta dias para que o animal se adapte à dieta e o consumo de alimentos se estabilize. 21. Aborde os aspectos relacionados ao manejo da ração completa – escore de cocho? Esta técnica de manejo alimentar, por meio do planejamento e do controle do fornecimento da dieta, objetiva reduzir variações no consumo de ração por bovinos confinados. Os escores de cocho servem para indicar possíveis ajustes na quantidade de ração a ser fornecida aos piquetes durante o dia, e assim evitar desperdícios, ou falta de alimento.
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