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Moeda e Politica Monetária

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Moeda e Política Monetária - Operações Compromissadas
Políticas Monetárias	
As Políticas Monetárias são instrumentos de controle da inflação utilizados pelo Banco Central.
A inflação está diretamente ligada à quantidade de moeda em circulação no País. Quanto mais moeda estiver em circulação, mais os preços das coisas irão se elevar. Quanto menos moeda estiver em circulação, mais os preços tendem a se estabilizar (lei da oferta e demanda).
As Políticas de controle da moeda servem para injetar ou para retirar moeda de circulação no País, e para isso se valem de alguns artifícios. 
Mas antes de falar sobre as Politicas Monetárias em si, precisamos entender o que é a Taxa Selic.
Taxa SELIC
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela é definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do BACEN) em reunião ordinária realizada a cada 45 dias.
Ela está ligada aos juros dos Títulos Públicos que o governo oferece às instituições financeiras, pois os mesmos rendem de acordo com a Selic.
Ou seja, quando o governo quer arrecadar mais empréstimos através dos Títulos Públicos para pagar suas dívidas, ele eleva a taxa Selic, para tornar esse tipo de investimento mais atraente para as instituições financeiras.
A taxa Selic também influencia todas as demais taxas de juros da economia brasileira, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e retorno de investimentos.
Existem 2 tipos de taxa Selic: a Taxa Selic Over e a Taxa Selic Meta, vamos nos focar na segunda.
Taxa Selic Meta
É a que sempre ouvimos no noticiário: a taxa básica da economia Brasileira. Ela serve de parâmetro para outras taxas praticadas no mercado, e tende a ser a menor taxa na economia.
Como já mencionado, esta taxa meta da Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM, que se baseia em vários indicadores econômicos. Nessas decisões, a taxa pode tanto ser alterada para mais ou menos, como pode se manter estável (igual).
Em julho de 2021, o valor dessa taxa atualmente está em 4,25% ao ano.
Agora vamos falar sobre as Politicas de Controle Monetário, convencionais e não convencionais.
Política Monetária Convencional
São as políticas mais comumente aplicadas, por isso convencionais. São elas:
Alterações da Taxa Básica de Juros (Selic)
A principal função da Taxa Selic é ser uma política monetária de controle da inflação, pois qualquer mudança dessa taxa resulta em uma alta ou queda da inflação.
· Ao aumentar a taxa Selic, o Banco Central tem como objetivo desacelerar o consumo dos brasileiros, visto que com taxas maiores de juros, menos pessoas irão tomar empréstimos e financiamentos, e menos irão consumir produtos. Dessa forma a oferta se torna maior ou igual à demanda, os preços diminuem ou se mantêm estáveis, ou seja, a inflação diminui ou se mantém estável.
· Ao diminuir a taxa Selic, o Banco Central tem como objetivo estimular o consumo e aquecer a economia, visto que com taxas menores de juros mais pessoas irão contrair empréstimos e financiamentos, e mais irão consumir produtos. Dessa forma a oferta de torna menor ou igual à demanda e os preços elevam ou se mantém estáveis, ou seja, a inflação se eleva ou se mantem estável.
Depósitos Compulsórios
O depósito (ou recolhimento) compulsório obriga os bancos e demais instituições financeiras a depositarem, no Bacen, parte de suas captações à vista, a prazo ou na poupança. 
Isso é feito para impedir que os bancos emprestem todo esse dinheiro captado dos seus clientes e fiquem sem caixa para cumprir com as obrigações de curto prazo, colocando o sistema financeiro em risco.
A porcentagem dos depósitos que devem ser retidos no BC varia, a depender do tipo (se à vista, prazo ou poupança) e são definidas pelo Banco Central. 
Taxa de Redesconto
A taxa de redesconto consiste em uma taxa cobrada pelo Bacen pelos empréstimos feitos aos bancos comerciais. É por esse motivo que ele é chamado de “Banco dos Bancos”.
É uma politica monetária porque, quanto maiores forem as taxas de redesconto, maiores serão as taxas de empréstimo que os bancos cobrarão de seus clientes. 
Dificultando assim a aquisição desses empréstimos pelos clientes dos bancos comerciais, menos moeda irá circular na economia, impactando na inflação.
Já quando o Bacen nota que é preciso de mais moeda circulando na economia, essas taxas são reduzidas.
Política Monetária não-convencional
São políticas menos comum de serem aplicadas, por isso são não-convencionais. São normalmente aplicadas em momentos de forte recessão da economia, como em crises econômicas.
1. Auxílio Emergencial
Diante da grave pandemia do coronavírus iniciada em 2020, vários setores da economia em todo o mundo foram atingidos.
Devido ao contagio da doença, as relações de trabalho precisaram ser modificadas para possibilitar o isolamento social. O isolamento social por sua vez acabou gerando aumento do desemprego.
Empresas fizeram cortes em seu quadro profissional e muitas acabaram falindo devido à grande baixa na demanda por consumo. Com isso a economia passou a dar rapidamente sinais negativos, apontando para uma futura recessão.
A alternativa encontrada pelo governo para frear a recessão foi a adoção do Auxilio Emergencial, no valor inicialmente de R$600,00, para aqueles que perderam seus empregos ou que ganhavam uma baixa quantia mensal por família.
A fonte de financiamento desse auxilio é a emissão de títulos da dívida pública pelo Tesouro Nacional, aumentando assim a dívida pública, para custear o auxílio e as demais ações de enfrentamento à pandemia, como construção e ampliação de hospitais, aquisição de insumos e equipamentos, contratação de pessoal, disponibilização de linhas de credito para empresas, etc.
Quantitative Easing (QE)
O Quantitative Easing (Flexibilização Quantitativa) é uma estratégia de política monetária não-convencional arrojada, usada em ultima instancia quando as demais políticas não são suficientes para lidar com o momento de crise.
Consiste na emissão de uma grande quantidade de dinheiro, para injetar na economia através da compra de títulos públicos e privados pelo Banco Central de um país.
Para colocar essa estratégia em pratica, o Banco Central emite uma quantidade alta de moeda de forma eletrônica para adquirir os títulos.
Como quem mais detém títulos públicos são os bancos, essa estratégia acaba por injetar bastante capital nessas instituições.
Com mais dinheiro em caixa, a tendencia é que os bancos reduzam os juros cobrados por solicitações de crédito (cartões, financiamentos, empréstimos), o que facilita o acesso da população a esses serviços, que por sua vez estimula o consumo e a atividade econômica no País.
Com o aumento do consumo pela população, os preços sobem, ajudando a reverter a deflação causada anteriormente pela queda no consumo.
Riscos do Quantitative Easing
Por ser uma estratégia de criação artificial de moeda, existe a preocupação com as desvantagens desse tipo de método:
· Hiperinflação: pode acarretar um aumento da inflação maior do que o imaginado, e 
· Desvalorização da Moeda: pode gerar outros problemas no mercado de câmbio, devido a perda de valor do real frente às moedas de outros países, o que é prejudicial para empresas importadoras no País, que precisarão pagar mais caro por produtos de fora.
Ainda assim, o Quantitative Easing tem sido usado com sucesso (até o presente momento) por alguns países para conter crises, como os Estados Unidos na crise do Subprime em 2008 e a União Europeia na crise do Euro.
Operações Compromissadas e a Taxa SELIC
 
Operações compromissadas são títulos de investimentos de renda fixa, que funcionam como uma espécie de empréstimo com garantia. Ou seja, o banco vende os títulos com a promessa de recomprá-lo depois de um determinado tempo, pagando juros a quem fez a aplicação.
As operações compromissadas podem ser pré-fixadas – isto é, com rendimento exato conhecido no momento da aplicação – ou pós-fixadas. Neste último caso, normalmente elas têm seu rendimento atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é a taxa de juros que os bancospraticam entre si em empréstimos de um dia, ou seja, tem valor igual à Taxa Selic Over.
Os títulos que podem ser negociados em operações compromissadas pelos bancos são:
· Títulos Públicos;
· CDBs (Certificado de Deposito Bancário);
· LCI (Letras de Crédito Imobiliário);
· LCA (Letras de Crédito do Agronegócio);
· Debêntures;
· CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários);
· CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio);
· Letras Hipotecárias.
Também são importantes as operações compromissadas realizadas pelo Banco Central com títulos públicos, pois é uma das maneiras que o Bacen utiliza para gerenciar a liquidez bancária e enxugar o dinheiro em circulação.
1. Open Market e Taxa Selic Over
O Banco Central utiliza as operações compromissadas (Open Market) para equacionar o montante de dinheiro disponível no caixa dos bancos e manter a taxa Selic em sua meta.
Aqui cabe entender um pouco sobre a Taxa Selic Over, mencionada no início deste estudo:
Diariamente, os bancos comerciais precisam fechar seus caixas no azul. Mas quando o saldo das instituições fica negativo, é necessário fazer uma espécie de empréstimo entre os bancos.
Assim, os bancos que estão com mais dinheiro em caixa cedem valores para aqueles que estão precisando. Esta operação deve acontecer com prazo máximo de um dia, em um procedimento chamado de “overnight”. Portando, o tomador deve pagar o valor emprestado no dia seguinte.
Evidentemente, existe uma cobrança de juros nessa operação entre bancos diferentes. Além disso, essas instituições devem fornecer uma garantia para a transação. Nesse caso, as instituições que emprestam os valores pegam Títulos Públicos como garantia.
A Taxa Selic Over é o valor médio dessas operações que acontecem de um dia para o outro. Ou seja, é uma taxa que pode mudar diariamente, diferente da Selic Meta, que é definida em reuniões do COPOM a cada 45 dias. 
Quando a Taxa Selic Over está se distanciando da Selic Meta definida pelo COPOM, o Banco Central faz intervenções no mercado. Para isso ele compra ou vende títulos públicos das instituições bancárias, a fim de trazer o valor da Selic Over para próximo da Meta definida.
No geral, a Selic Over fica alguns pontos abaixo da Meta.
	
Debate sobre os Depósitos Remunerados no Bacen
1. O que são os Depósitos Remunerados?
Recentemente foi sancionada a lei 14.185/2021, que autoriza o Banco Central a receber depósitos voluntários remunerados das instituições financeiras.
O Bacen anteriormente já recebia depósitos voluntários à vista de outros bancos, servindo de Banco dos Bancos, porém ele não remunerava esses depósitos. (cuidado para não confundir, esses depósitos voluntários são diferentes do depósito compulsório, que é obrigação dos bancos realizar)
Essa lei abre caminho para os depósitos voluntários a prazo, com a sua correspondente remuneração, o que até então o Bacen não recebia.
O objetivo dessa lei é dar ao Bacen uma ferramenta a mais de controle da moeda que tenha impacto menor sobre a dívida pública.
Até então, o principal instrumento usado pelo Bacen para controlar a liquidez bancária são as operações compromissadas que vimos anteriormente, que ocorre quando o órgão vende aos bancos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional exclusivamente para isso. O problema dessa operação é que ela é incluída na Dívida Pública. A nova lei vem no sentido de diversificar a forma de controlar essa liquidez bancária, sem afetar a dívida pública.
De acordo com essa lei, os depósitos voluntários vão funcionar como um instrumento alternativo às operações compromissadas, pois ao deixarem o dinheiro no Banco Central, os bancos reduzem a quantidade de moeda em circulação. A taxa de rendimento e as condições dos depósitos, se à vista ou a prazo, ainda serão definidas pelo BACEN.
Debate sobre os Depósitos Remunerados
O mecanismo de depósitos remunerados já são realidade há um bom tempo em várias partes do mundo, sendo usados pelos maiores bancos centrais, entre eles o Federal Reserve americano – Fed e o Banco Central Europeu – BCE. Mas no Brasil, ainda são motivo de discórdia e polêmica.
Atualmente o Bacen precisa recorrer ao Tesouro Nacional para que este emita os Títulos Públicos que serão usados para realizar politica monetária com as instituições financeiras, o que estabelece uma ligação benéfica entre as autoridades da Política Monetária e Política Fiscal do país.
Com a criação de um mecanismo que permita ao Bacen administrar a liquidez da economia sem necessidade de lastro dos títulos públicos, promove-se uma separação entre Bacen e Tesouro Nacional, ou seja, entre a política monetária e a política fiscal.
Levando em consideração que a emissão de títulos públicos é anexada à dívida pública, as operações compromissadas do Bacen, que vêm crescendo há décadas – chegando em agosto de 2020 a R$1,8 trilhão, o equivalente a 26% do PIB – representam um quinto da dívida pública bruta.
Com a nova política monetária de recebimento de depósitos voluntários à prazo, o Banco Central continuará a fazer dívida, porém essa dívida irá compor o passivo monetário da própria instituição, evitando assim a emissão de títulos públicos e, consequentemente, o aumento da dívida pública.
A forma de remunerar os depósitos (que não é expressa na lei, e fica à critério do Bacen formular) é o que alimenta as polêmicas e divergências, tanto entre os especialistas de esquerda quanto os de direita.
1. O que os especialistas de esquerda afirmam?
Segundo especialistas de esquerda, há temores de que o Bacen seja excessivamente generoso com os bancos, transferindo a eles recursos públicos que poderiam ser utilizados em outras prioridades, sobretudo sociais.
Porém, pelo fato de o passivo monetário do Bacen não ter nenhuma ligação com o orçamento fiscal, não há como haver desvio de recursos entre prioridades. Mas, de fato é necessário cuidado na fixação das taxas e prazos dos depósitos remunerados - cujo objetivo é unicamente o controle da liquidez de dinheiro na economia – para que não concorram com os títulos oferecidos pelo Tesouro Nacional – necessários para a rolagem da dívida fiscal.
O que os especialistas de direita afirmam?
Já entre os especialistas alinhados à direita, ao adotar a política de depósitos remunerados existe o risco de camuflar a magnitude da dívida pública, encobrindo um excesso de gastos públicos. A crítica desse grupo afirma que o novo mecanismo monetário configura uma autêntica pedalada fiscal, ao “esconder” parte do endividamento do governo.
Porém também é uma hipótese sem base na realidade, pois o projeto da lei obriga o Banco Central a prestar contas ao Senado de forma regular sobre a administração dos depósitos remunerados.

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