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Maria Seiane – Medicina IESVAP Semiologia - Cefaleia Conceito: Significa dor de cabeça e é uma das queixas mais frequentes na prática médica. É sensação dolorosa percebida pelo paciente em uma região que vai dos supercílios até a base de implantação dos cabelos na nuca; Pode ser classificada de muitas maneiras; Deve-se primeiramente dividi-las em primárias, quando não há nenhuma outra doença subjacente, incluem enxaqueca, cefaleia tensional, cefaleia em salvas e cefalalgias autônomas trigeminais, e secundárias, quando a dor existe como sintoma de outra condição, causas estruturais, sistêmicas ou infecciosas subjacentes e são potencialmente fatais; O diagnóstico tem como base a cefaleia e o exame físico completa os dados, principalmente nas secundárias; A fim de se obterem dados mais precisos, os pacientes podem ser estimulados a escrever um diário da cefaleia, anotando a data, intensidade, localização, caráter e duração do(s) ataque(s), além de possíveis sintomas associados; Na cefaleia secundaria é importante detectar o que provoca-a; Características semiológicas: Anamnese Localização: Duração; Frequência Irradiação; Qualidade e caráter (definição da dor); Sintomas associados; Fatores predisponentes; Agravantes e de alivio; Medicamentos História pregressa, pessoal e familiar; Exame físico: Exame neurológico; Inspeção da cabeça e do pescoço; Palpação dos músculos cervicais e cranianos e das artérias carótidas, temporais e seus ramos; Palpação dos nervos occipitais maiores, supra e infraorbitários e das raízes cervicais; Exame das articulações temporomandibulares; Pesquisa da mobilidade cervical; pesquisa de anormalidades da sudorese, das pupilas e outras alterações autonômicas na cabeça e no tronco. Tipos: Cefaleia vascular: Existe uma série de cefaleias denominadas primárias - sem lesões estruturais claras que as determinem. As principais são as chamadas vasculares e a tensional. A principal característica das vasculares é o seu caráter pulsátil, latejante, pois acompanham os batimentos cardíacos. O melhor exemplo é a enxaqueca. Enxaqueca: É uma cefaleia geralmente hemicraniana (frontotemporal), de intensidade crescente (paroxística); Em aproximadamente 2/3 dos casos, a dor é unilateral, mas alternante, isto é, aparece ora de um lado da cabeça, ora do outro. Cefaleias diárias e contínuas têm poucas chances de ser unicamente enxaqueca. Às vezes precedida por alterações visuais transitórias (escotomas cintilantes, hemianopsias, escurecimento visual) ou por parestesias fugazes (dormência em uma das mãos, por exemplo). Dor pulsátil, de intensidade moderada a acentuada, piorando com exercícios físicos leves. Quase sempre outros sintomas acompanham a enxaqueca, como náuseas e vômitos, fotofobia, irritabilidade, hiperacusia, que levam o paciente a se recolher em quarto escuro e silencioso. Cada crise dolorosa dura de 4 até 72 h, no máximo. Maria Seiane – Medicina IESVAP A enxaqueca típica se manifesta por meio de crises intercaladas por períodos de acalmia de duração variável; Possíveis alimentos desencadeantes: queijos, chocolate, frutas cítricas e vinho; As crises podem acompanhar os ciclos menstruais, melhorando na gestação; A enxaqueca mais frequente é chamada enxaqueca sem aura (antiga enxaqueca comum). Caso as crises sejam associadas de alguma maneira a distúrbios neurológicos focais, deve ser considerada a possibilidade de enxaqueca com aura (antigamente denominada enxaqueca clássica, oftalmoplégica, hemiplégica, afásica, complicada). Cefaleia em salvas: Acomete principalmente os homens; A dor é unilateral fronto-orbitária, eventualmente temporal, caracteristicamente descrita como vindo detrás do olho; Nesse caso, episódios de dor muito intensa, de caráter pulsátil ou não pulsátil, na região frontotempororbitária, sistematicamente unilateral, ocorrem de tempos em tempos, com períodos de dor de 8 a 12 semanas. Os pacientes, na tentativa de obter alívio, batem a cabeça na parede, socam a própria cabeça, em constante agitação. Esses períodos, separados pelos de acalmia, são denominados salvas. Cada episódio de dor geralmente dura de 15 a 180 min e, frequentemente, ocorre durante a madrugada. Durante a crise álgica, o paciente refere rinorreia (corrimento nasal), congestão nasal, lacrimejamento, hiperemia conjuntival, sudorese frontal e intensa agitação. Raramente essas crises permanecem por meses ou anos sem acalmia, sendo, então, chamadas de cefaleia em salvas crônica. Cefaleia da hipertensão intracraniana: Quando aumenta a pressão no interior da caixa craniana, o sintoma principal é uma cefaleia pulsátil, que toma a cabeça toda. Geralmente, perdura dias ou meses, tornando-se cada vez mais intensa e, com o passar do tempo, resistente aos analgésicos. Quase sempre se exacerba pela manhã, quando passa a ser acompanhada de vômitos; Os sintomas associados mais comuns são náuseas e vômitos (estes podem ser abruptos, sem náuseas, projetados a distância e chamados de vômito em jato ou vômito cerebral), diplopia, diminuição da acuidade visual, convulsões, alterações psíquicas que variam desde a apatia e indiferença até a excitação e agressividade; Cefaleia tensional A dor é descrita como constritiva, em aperto, às vezes como um peso na cabeça. Em geral, há um fundo doloroso constante, de intensidade leve a moderada, com pioras ocasionais. Localiza-se preferencialmente nos músculos da nuca, podendo, entretanto, difundir-se; A dor típica é bilateral, do tipo pressão ou aperto, não pulsátil de intensidade leve a moderada, sem piorar com a atividade física rotineira. Não há náuseas nem vômitos; fono ou fotofobia podem estar presentes; Maria Seiane – Medicina IESVAP
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