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Apostila de Introdução à Bioética

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INTRODUÇÃO À
BIOÉTICA
Apostila de Bioética I
Conceitos básicos
Tha ís H. Ambrósio
Medicina FASM
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
1
z 
Sumário 
Introdução à Bioética ............................................................................................................. 2 
Introdução aos Direitos Humanos ............................................................................................ 3 
Relação médico-paciente e o Novo código de ética ........................................................................ 8 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
2
z 
Introdução à Bioética 
1962: Talidomida 
Droga oferecida gratuitamente às mulheres nos 
postos de saúde, a fim de aliviar o enjoo. Apresenta 
efeito teratogênico, mas hoje é utilizada para tratar o 
mal de Hansen (Lepra). 
1966: Henry K. Beecher 
Relatou experimentos feitos em alguns hospitais: 
- Injeção de células cancerosas em idosos para 
verificar a resposta imunológica (Caso Brooklyn); 
- Injeção de vírus hepatite em centenas de crianças 
órfãs portadoras de retardo mental (Caso 
Willowbrook). 
1932-1972: Caso Tuskegee 
Observar a progressão da sífilis em um grupo de 
mais ou menos 600 pessoas, sendo 399 infectadas e 
sem tratamento. A penicilina existia desde 1950. 
Em um hospital no Alabama, trocavam um prato de 
comida por amostra de sangue. Introduziam sífilis em 
pessoas negras, que recebiam assistência funeral 
gratuita. 
1974: Criação da Comissão de proteção ao ser 
humano pelo Congresso Americano. 
1978: Relatório Belmont 
Baseado nas descobertas dos casos anteriores; 
pesquisas científicas realizadas nos EUA. 
- Princípios éticos que devem guiar as pesquisas: 
Beneficência, respeitar a pessoa e justiça. 
1946 – 1951: Hospital Vipeholm (Suécia) 
Evolução da cárie em crianças com retardo mental. 
O experimento consistia em ingestão de balas com 
grande quantidade de açúcar. Como as pessoas não 
aceitavam, os pesquisadores foram para um 
orfanato. Essa pesquisa foi financiada pela Colgate. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA PRÁTICA CLÍNICA ASSISTENCIAL: 
 
AUTONOMIA 
Pensar, decidir e agir de modo livre. 
 
BENEFICÊNCIA 
Fazer o bem; obrigação moral de agir em benefício 
dos outros. 
 
NÃO MALEFICÊNCIA 
Não causar dano intencional. 
 
JUSTIÇA 
- Justiça distributiva: distribuição justa, equitativa e 
apropriada na sociedade. 
→Princípios da bioética e do biodireito 
➔ Temas: diagnóstico pré-natal; conselhos 
genéticos; eugenia fetal; terapia genética. 
. Práticas abortivas, esterilização masculina e 
feminina. 
 . Estupro e risco de vida materna 
. Reprodução humana assistida em todas as 
suas modalidades e técnicas. 
. Terapia e manipulação genética. 
. Experiências com seres humanos, embriões e 
cadáveres em qualquer fase do ciclo vital. 
. Experiências com animais. 
. Suicídio e ajuda ao suicídio. 
. Informações clínicas ao paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
3
z 
Introdução aos Direitos 
Humanos 
Os direitos humanos são os direitos fundamentais de 
todo ser humano, sem nenhuma discriminação, seja 
étnica, social, econômica, jurídica, política ou 
ideológica. Eles constituem condição indispensável 
para se alcançar uma convivência em que todos sejam 
respeitados indistintamente. 
- O Brasil é signatário dos direitos humanos. 
 
CONCEITOS, FUNDAMENTOS E CARACTERÍSTICAS 
Os direitos humanos são os direitos e liberdades 
básicos de todos os seres humanos. Normalmente o 
conceito tem a ideia também de liberdade de 
pensamento e de expressão, e a igualdade perante a 
lei. 
“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter 
direitos”. Hannah Arendt 
“Os direitos do homem, por mais fundamentais que 
sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em 
certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em 
defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e 
nascidos de modo gradual, não de uma vez e nem de 
vez por todas”. Noberto Bobbio 
Os direitos humanos, baseados no conceito de 
inerente dignidade humana (Carta das Nações Unidas, 
DUDH e Pactos de 1966), são: inalienáveis; universais; 
individuais; interdependentes; indivisíveis; naturais e 
obrigatórios. 
- Todas as pessoas devem ter a mesma dignidade; 
- Sua origem não é o Estado ou as leis, mas a própria 
natureza humana; 
- Nenhuma pessoa pode renunciar a eles ou negociá-
los, e o Estado não pode dispor dos direitos dos 
cidadãos; 
- Não podem ser destruídos, o que constituiria 
um atentado contra a pessoa; 
- Impõem às pessoas e ao Estado a obrigação de 
respeita-los, mesmo que não exista uma lei que assim 
o estabeleça; 
- Suprimir qualquer um deles põe em risco o 
respeito aos demais. 
Apresenta diferentes dimensões, categorias ou 
gerações: direitos civis e políticos; direitos 
econômicos, sociais e culturais; direitos de 
solidariedade. 
Os direitos humanos devem ser distinguidos dos 
direitos dos cidadãos (dependentes da cidadania) e 
dos direitos das minorias (dependentes da qualidade 
de membro de um grupo minoritário). Esses direitos 
humanos estão limitados a membros desse grupo, 
não sendo, portanto, universais. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
A historicidade dos direitos humanos configura-se a 
partir do seu nascimento e evolução em determinadas 
circunstâncias históricas, caracterizadas pelas lutas 
por novos direitos e liberdades contra os velhos 
poderes. Portanto, ao longo da história da 
humanidade a concepção de direitos humanos tem 
sofrido variações, de acordo com o modo de 
organização da vida social e política de cada país. 
Isso é um grande debate até nos dias de hoje. 
- Questão: diversidade cultural e direitos humanos 
A diversidade cultural é um componente cultural da 
história humana. Cada cultura, grupo ou sujeito é uma 
perspectiva, uma localização, um modo de ver e se 
relacionar. 
- Conflito com a aplicação global dos direitos 
humanos. 
Exemplo: O que se faz quando um índio (que jamais 
teve contato com a civilização) quer enterrar viva uma 
criança deficiente, pois, segundo sua crença, sua 
sobrevivência é um motivo para os deuses se irritarem 
e destruírem toda a tribo? Deve-se proteger a vida? 
Ou deve-se proteger a autodeterminação dos povos? 
Os dois direitos são protegidos pela Declaração 
Universal dos Direitos do Homem (artigos 3º e 27, 
respectivamente). 
O elenco dos direitos dos homens se modificou com 
as mudanças das condições históricas, o que é 
fundamental em uma época histórica e em uma 
determinada civilização, não fundamental em outras 
épocas e em outras culturas, etc. 
Historicamente, podemos dizer que os direitos 
humanos podem estar dispostos cronologicamente 
em diversas fases ou gerações. 
Os direitos humanos, ao surgirem, fazem uso do 
novo conceito jurídico elaborado pela modernidade. 
- CÓDIGO DE HAMMURABI (Mesopotâmia, 1690 
a.C.) → 1ª codificação a consagrar rol de direitos 
comuns a todos os homens livres (vida, propriedade, 
honra, dignidade, família). 
- GRÉCIA ANTIGA → igualdade e liberdade; 
participação política (Péricles: democracia direta), 
supremacia do «direito natural» (Sófocles e 
“Antígona”, 441 a.C.; sofistas e estoicos). 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
4
z 
- LEI DAS DOZE TÁBUAS (ROMA)→ interditos para a 
tutela dos diretos individuais frente ao arbítrio da 
autoridade. 
- CRISTIANISMO → igualdade essencial entre os 
homens. Dignidade da pessoa humana (“Digo-lhes a 
verdade: Os publicanos e as prostitutas estão 
entrando antes de vocês no Reino dos Céus.” 
– (Mt 21, 31-32). 
- MAGNA CHARTA LIBERTARUM (Inglaterra, 
15.06.1215) → João Sem-Terra. Liberdade da Igreja, 
restrições tributárias, proporcionalidade entre delito e 
sanção, liberdade de locomoção, livre acesso à Justiça 
e devido processo legal. 
- PETITION OF RIGHTS (Inglaterra,1628) → 
ilegalidade dos tributos sem ato do Parlamento; 
abolição das prisões ilegais. 
- HABEAS CORPUS ACT (Inglaterra, 1679) → 
regulamentação do habeas corpus, que já existia na 
Common Law. 
- BILL OF RIGHTS (Inglaterra, 1689) → princípio da 
legalidade (contra a suspensão real de leis ou de sua 
execução); direito de petição; liberdade de eleição e 
imunidades parlamentares; vedação das penas cruéis. 
- CONSTITUIÇÃO FRANCESA (24.06.1793). Igualdade, 
liberdade, segurança, propriedade, legalidade, livre 
acesso aos cargos públicos, direito de petição, direitos 
políticos, garantias penais, devido processo legal e 
ampla defesa. 
- CONSTITUIÇÃO FRANCESA (04.11.1848) → 
Ampliação do rol dos direitos humanos fundamentais 
(em direção aos direitos sociais): liberdade do 
trabalho e da indústria, assistência social (aos 
desempregados, às crianças abandonadas, aos 
enfermos e aos idosos sem recursos). 
- CONSTITUIÇÃO MEXICANA (31.01.1917). Direitos 
trabalhistas (= direitos sociais stricto sensu) e 
efetivação do direito à educação (direito social lato 
sensu). 
- CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR (11.08.1918) → Parte 
II: Direitos e deveres fundamentais dos alemães. 
Seções I a V: direitos e garantias individuais (I), 
direitos relacionados à vida social (II), direitos 
relacionados à religião e à Igreja (III), direitos 
relacionados à educação e ensino (IV) e direitos 
relacionados à vida socioeconômica (V). Seção II: 
proteção da família, igualdade de direitos entre 
homens e mulheres e entre filhos legítimos e 
ilegítimos. Seção V: propriedade, sucessão e liberdade 
contratual; proteção geral do trabalhador, liberdade 
de associação sindical e seguridade social. 
A evolução dos direitos humanos não se deu de uma 
forma tão harmoniosa. Inseridos na dinâmica 
histórica, em contextos determinados, esses não 
foram conquistados sem luta e sem conflitos de 
interesses, quer entre indivíduos, classes e países. 
Os avanços que vêm se processando nessas últimas 
décadas, manifestaram-se por meio de novas 
conquistas e pela ampliação do conceito de direitos 
humanos, abrangendo novas aspirações coerentes 
com o mundo moderno. Universalização dos direitos 
humanos é mais uma consequência da globalização. 
 
FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS 
Podemos dizer que há três grandes fundamentações 
teóricas em torno dos direitos humanos. A primeira 
concepção metafísica e abstrata identifica os direitos 
humanos a partir de valores transcendentais, que se 
manifestam por meio da vontade divina. Essa visão 
predominou durante o período feudal, ou da razão 
natural humana, ideia defendida pelos autores 
jusnaturalistas, no século XVII. 
A concepção metafísica defende a ideia de que os 
direitos humanos são inerentes ao homem, 
independentemente do seu reconhecimento pelo 
estado. 
A segunda concepção, positivista, defende que os 
direitos humanos só podem ser considerados 
fundamentais e essenciais quando reconhecidos por 
ordenamento jurídico. Assim, os direitos não seriam 
inerentes ao homem, mas o resultado de lutas e 
conquistas e conquistas políticas e sociais. 
A terceira concepção, materialista-histórica, que 
teve como grande teórico Karl Marx, surge no século 
XIX como uma crítica ao pensamento liberal. Essa 
concepção considera que os direitos humanos, 
enunciados na Declaração dos Direitos do Homem de 
1789, são expressão das lutas sociais da época que 
culminaram com a ascensão da burguesia ao poder, 
derrotando o Antigo Regime. 
Assim, podemos observar que, segundo as 
diferentes concepções, uns entendem que os direitos 
humanos, também chamados de direitos dos homens 
e fundamentais, são inerentes à natureza humana, já 
para outros, os direitos humanos são a expressão de 
conquistas sociais que ocorrem por intermédio das 
políticas. São divididos em três gerações. 
Portanto, na primeira geração dos direitos humanos, 
a luta pela conquista dos direitos individuais ou de 
liberdade desenvolveu-se nos séculos XVII e XVIII. 
Os documentos mais famosos produzidos nesse 
período e que refletem o modo como a sociedade 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
5
z 
estava pensando os direitos humanos são a 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da 
Revolução de 1789 e a Declaração dos Direitos do 
Estado da Virgínia na Independência Americana, em 
1776. Esses dois documentos exprimem o desejo do 
povo de lutar contra a opressão que sofria por parte 
de seus governantes. Os direitos dos homens deixam 
de ser vistos apenas como vontade divina. 
Já a segunda geração dos direitos humanos foi 
formulada nos primeiros 70 anos do século XIX, 
quando ocorre o desenvolvimento de uma economia 
industrial e proletariado, uma classe de trabalhadores 
explorados e espoliados de sua força de trabalho pela 
burguesia. Diante da pobreza e da expropriação que 
era imposta a esses trabalhadores, aqueles ideais de 
igualdade de direitos e de liberdade para todos 
passaram a ser questionados. Na realidade, havia uma 
distância muito grande entre os direitos humanos 
formalizados no papel e aqueles que eram vividos na 
realidade. Havia uma diferença muito grande entre os 
direitos formais e os direitos reais. 
Nessa 2ª geração de direitos humanos foram 
considerados como direitos fundamentais “os direitos 
sociais, econômicos e culturais”. 
- Direitos sociais, econômicos e culturais: vida; 
educação; moradia; educação gratuita; remuneração 
digna; greve; serviços públicos; segurança; proteção 
da infância e lazer. 
Finalmente, a terceira geração dos direitos humanos 
foi marcada por uma ampliação da noção de direitos. 
Ela se desenvolveu no período após a segunda GM, 
quando todos pediam pelo fim dos crimes contra a 
humanidade. Foram incorporados, nessa geração: 
direitos à paz; direito à autodeterminação dos povos; 
direito ao meio ambiente saudável e ecologicamente 
equilibrado. 
- Direitos civis: Direitos à vida; à propriedade privada, 
liberdades de pensamento, de expressão, de crença, 
igualdade formal, ou seja, de todos perante a lei, 
direitos à nacionalidade, de participar do governo 
do seu Estado, podendo votar e ser votado, entre 
outros, fundamentados no valor liberdade. 
- Direitos econômicos: direito ao trabalho, à 
educação, à previdência social. À moradia, à 
distribuição de renda fundamentada na igualdade, 
saúde, entre outros valores. 
- Direitos de solidariedade: direito à paz, ao 
progresso, autodeterminação dos povos, direito 
ambiental, direitos do consumidor, direitos de 
inclusão digital, entre outros fundamentos no valor da 
fraternidade. 
Cada vez mais se amplia o entendimento de que 
essas três gerações de direitos são complementares 
umas às outras. Sendo assim, as gerações de direitos 
não podem ser hierarquizadas, nem a compreensão 
sobre o que são os direitos humanos pode ser 
fragmentada. Assim, os direitos nascem quando 
devem ou podem nascer. 
Nascem quando há um aumento do poder do 
homem pelo homem, ou cria novas ameaças à 
liberdade do indivíduo. 
 
PADRÕES DE DIREITOS HUMANOS A NÍVEL 
UNIVERSAL 
Proteção jurídica internacional dos direitos 
humanos: constituição de um sistema internacional 
de proteção aos direitos humanos. O rápidodesenvolvimento de novos direitos foi uma resposta 
às mudanças do século XX, onde a preocupação com o 
ser humano tornou-se o epicentro para o surgimento 
de leis e acordos que têm como principal inquietação 
o bem-estar humano. Urgência de se eliminar tudo 
que se oponha aos direitos humanos. 
- 1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
- 1948: Convenção para a Prevenção e Punição do 
Crime de Genocídio. 
- 1949: Convenção contra o genocídio. 
- 1965: Convenção internacional sobre a eliminação 
de todas as formas de discriminação racial. 
- 1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e 
Políticos. 
- 1966 Pacto Internacional sobre os Direitos 
Económicos, Sociais e Culturais. 
- 1979: Convenção sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra mulheres. 
- 1984: Convenção contra a tortura e outras penas 
ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. 
- 1989: Convenção sobre os direitos da criança. 
- 1990: Convenção internacional sobre a proteção 
dos direitos de migrantes e dos membros de suas 
famílias. 
- 1993: Declaração de Viena 
- 2006: Convenção sobre os direitos das pessoas 
com deficiência 
- 2006: Convenção internacional para a proteção de 
todas as pessoas contra os desaparecimentos 
forçados. 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
6
z 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(DUDH). 
- Resolução 1314 da Assembleia Geral da ONU, de 
10/12/1948. 
Adotada pela ONU em 1948, a DUDH é um dos mais 
importantes documentos já escritos. Trata-se da 
primeira proclamação internacional dos direitos 
básicos dos indivíduos no que se refere a direitos 
políticos, econômicos e sociais. Ela retoma os ideais 
da Revolução Francesa de igualdade, liberdade e 
fraternidade, porém, em um âmbito universal. 
Aceita e respeitada internacionalmente, a 
declaração foi usada como base para a elaboração de 
muitas constituições ao redor do mundo e é 
considerada uma referência fundamental para 
qualquer outra certificação. 
A DUDH não passa de uma resolução da A.G., ou 
seja, não possui força jurídica. 
 
- Soft law – lei branda 
“As normas do direito internacional, especialmente 
as contidas nos tratados internacionais, serão 
consideradas soft se possuírem uma ou várias das 
seguintes características: propriamente disposições, 
obrigações genéricas de modo a criar princípios e não 
jurídicas; linguagem ambígua ou incerta, 
impossibilitando a identificação precisa de seu 
alcance; conteúdo não exigível, como simples 
exortações e recomendações; ausência de 
responsabilização e de mecanismos de coercibilidade 
(tribunais)”. 
- Declaração pode ser acatada como a maior prova 
de que existe um consenso entre os seres humanos 
quando a pauta se relaciona com a promoção e 
proteção de seus direitos. Contudo, todas essas 
conquistas não foram tão fáceis de serem alcançadas. 
Capitalismo X Socialismos 
Disparidades com os Estados orientais e com as 
nações que ainda se enquadravam como colônias dos 
países ocidentais. 
É inegável a representatividade da Declaração para a 
proteção dos direitos humanos. 
A DUDH foi o primeiro documento internacional que 
dedicou ao tema dos direitos humanos a importância 
e abrangência merecida, integrando os direitos civis, 
políticos, econômicos, sociais e culturais em um único 
patamar, inaugurando assim a concepção 
contemporânea do direito internacional dos direitos 
humanos. 
Os direitos e liberdades expressos no documento 
são amplamente conhecidos, servindo de inspiração 
para a defesa da vida, da liberdade, da segurança, da 
luta contra a escravidão, do reconhecimento da 
igualdade jurídica e de direitos entre homens e 
mulheres, e de diversos outros requisitos para que o 
ser humano tenha uma vida digna e com qualidade. 
 
IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS 
UNIVERSAIS DE DIREITOS HUMANOS 
Os Estados têm o dever... 
...de respeitar os direitos humanos: nenhum órgão 
do Estado os pode violar. 
... de proteger os direitos humanos: o Estado deve 
prevenir violações de direitos humanos, junto da 
população do seu território. 
... de implementar os direitos humanos: as 
obrigações internacionais devem ser implementadas e 
transformadas em direito nacional para que qualquer 
indivíduo os possa reivindicar. 
- Os indivíduos têm obrigações para com a 
sociedade (Art.º 29º n.º1 DUDH). 
As restrições dos direitos humanos pelo Estado são 
possíveis, mas apenas por lei, para garantir o respeito 
pelos direitos dos outros, proteger a moral, a ordem 
pública e o bem-estar público (Art.º 29º n.º 2 DUDH). 
Os direitos humanos não podem ser utilizados para 
violar outros direitos humanos (Art.º 30º DUDH). 
Os Sistemas Regionais de proteção e promoção 
podem... 
... resolver as queixas de forma mais eficiente. 
... mostrar uma maior sensibilidade para com 
preocupações culturais e religiosas. 
... resultar em sentenças vinculativas e com 
indemnizações para o indivíduo. 
...resultar na alteração das leis nacionais 
potencialmente violadoras. 
Nas Américas: 
- 1928 Comissão Interamericana de Mulheres. 
- 1948 Declaração Americana dos Direitos e Deveres 
do Homem. 
- 1959 Comissão Interamericana dos Direitos 
Humanos. 
- 1969 Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos com o Prot. Adicional de 1988 em Matéria 
de Direitos Económicos, Sociais e Culturais e o Prot. 
Adicional de 1990 referente à Abolição da Pena de 
Morte. 
- 1979 Tribunal Interamericano dos Direitos 
Humanos. 
- 1994: Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
7
z 
- 1999 Convenção Interamericana para a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Pessoas Portadoras de Deficiência. 
 
No Brasil: 
É importante reconhecer que no Brasil o processo de 
reconhecimento dos direitos humanos é contínuo e é 
necessário que haja a participação de diferentes 
atores sociais para que se trabalhe continuamente o 
reconhecimento de tais direitos. 
No Brasil, os direitos humanos são garantidos na 
Constituição Federal de 1988, o que pode ser 
considerado um grande avanço jurídico, já que o país 
conta com uma história marcada por episódios de 
graves desrespeitos a esses direitos, sobretudo no 
período do Regime Militar. 
Amais recente constituição garante os direitos civis, 
políticos, econômicos, sociais e culturais dos nossos 
cidadãos. Essas garantias aparecem, por exemplo, 
logo no primeiro artigo, onde é estabelecido o 
princípio da cidadania, da dignidade da pessoa 
humana e os valores sociais do trabalho. Já no artigo 
5º é estabelecido o direito à vida, à privacidade, à 
igualdade, à liberdade e outros importantes direitos 
fundamentais, sejam eles individuais ou coletivos. 
A Constituição defende princípios como: igualdade 
entre os gêneros, erradicação da pobreza, da 
marginalização e das desigualdades sociais, promoção 
do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
gênero, idade ou cor; racismo como crime 
imprescindível; propôs direito de acesso a saúde, 
previdência, assistência social, educação e cultura; 
reconhecimento de crianças e adolescentes como 
pessoas em desenvolvimento; estabelecimento da 
política de proteção ao idoso, ao portador de 
deficiência e aos diversos agrupamentos familiares; 
orientação de preservação da cultura indígena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os direitos humanos são frutos de um processo 
histórico marcado por lutas e reivindicações em 
momentos em que a dignidade humana esteve 
ameaçada, contextos que ficaram marcados na 
história evolutivado nosso planeta e que foram 
fundantes no processo de construção para uma 
cultura de direitos, na tentativa da promoção de uma 
cultura em prol da paz. 
No mundo atual, discutir questões relacionadas aos 
direitos humanos (DH) é cada vez mais relevante. A 
cada dia, as pessoas estão mais conscientes dos seus 
direitos, reivindicando-os e lutando para sua 
efetivação. 
Nesse sentido, discutir direitos humanos não é algo 
simples, mas é algo que deve estar inteiramente 
ligado às atividades de ensino, não só nas séries 
iniciais, mas também na educação superior, espaço 
onde estão sendo formados futuros multiplicadores 
do conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
8
z 
Relação médico-paciente 
e o Novo código de ética 
- Segue as bases principais da bioética: 
AUTONOMIA: no passado era um paternalismo. Tal 
princípio, na relação médico-paciente, é 
extremamente relevante, na medida em que o médico 
deve ter em mente que somente pode manipular, 
receitar, conduzir, etc., seus pacientes, se eles de fato 
estiverem aptos e cientes de aceitar tais 
procedimentos e atitudes. O Princípio da Autonomia, 
nesta relação, faz com que tanto médico quanto 
paciente desenvolvam, de maneira eficaz e confiável, 
diálogos e entendimentos capazes de dar à relação 
profissional uma forma respeitosa e aceitável ponto 
de vista médico, social e ético. 
BENEFICÊNCIA: duas importantes funções e regras: 
- Não causar o mal; 
- Maximizar os benefícios possíveis e minimizar os 
danos possíveis. 
Na relação médico-paciente, tal princípio é de 
observância contínua e irrestrita, haja vista que o 
paciente, ao procurar o profissional da área de saúde, 
busca a cura para o seu mal, e o profissional, por sua 
vez, tentará empreender todos os esforços para não 
agravar o mal do paciente e para curá-lo da doença 
que o aflige. O Princípio da Beneficência é que 
estabelece esta obrigação moral de agir em benefício 
dos outros. A Beneficência no contexto médico é o 
dever de agir no interesse do paciente, a fim de 
proporcionar-lhe o maior conforto possível e/ou o 
menor sofrimento ao seu mal. 
NÃO-MALEFICÊNCIA: é o mais controverso de todos. 
Muito autores o incluem no Princípio da Beneficência. 
Justificam tal posição por acharem que, ao evitar o 
dano intencional, o indivíduo já está, na realidade, 
visando ao bem do outro. Hipócrates, ao redor do ano 
430 AC, propôs aos médicos, "Pratique duas coisas ao 
lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o 
paciente". O Princípio da Não-Maleficência propõe a 
obrigação de não infligir dano intencional. Este 
princípio deriva da máxima da ética médica "Primum 
non nocere". O Juramento Hipocrático insere 
obrigações de Não-Maleficência e de Beneficência: 
"Usarei meu poder para ajudar os doentes com o 
melhor de minha habilidade e julgamento; 
abster-me-ei de causar danos ou de enganar a 
qualquer homem com ele". 
 
Portanto, o Princípio da Não-Maleficência, na relação 
médico-paciente, é aquele pelo qual o 
médico deve evitar produzir intencionalmente danos 
ou malefícios aos seus pacientes, 
tratando-os como gostaria de ser tratado. 
PRIVACIDADE: "Privacidade é a limitação do acesso às 
informações de uma dada pessoa, ao acesso à própria 
pessoa, à sua intimidade, envolvendo as questões de 
anonimato, sigilo, afastamento ou solidão. É a 
liberdade que o paciente tem de não ser observado 
sem autorização." Tal princípio, na relação médico-
paciente, é fundamental. É obvio que o médico deve 
abster-se de repassar as informações clínicas de seus 
pacientes para qualquer pessoa e também deve evitar 
a exposição pública de um caso particular levado ao 
seu conhecimento, pelo simples fato que existe nesta 
relação uma confiança muito grande dos pacientes no 
sigilo médico. Portanto, a base da relação, além dos 
princípios éticos anteriormente descritos, funda-se 
em uma relação de confiança, credibilidade e de 
intimidade que não permite a exposição da situação 
médica do paciente para pessoas não envolvidas com 
o seu tratamento. 
 
Exceções legais ao Princípio da Privacidade 
A exceção à preservação de informações ocorre 
quando, por força de legislação existente, um 
profissional é obrigado a comunicar informações a 
que teve acesso em função de sua atividade, nas 
seguintes situações: 
- Ocorrência de doença de informação compulsória; 
- Ocorrência de maus-tratos em crianças ou 
adolescentes: anotar no prontuário a notificação do 
conselho tutelar. 
- Ocorrência de abuso aos cônjuges ou idosos; 
- Ocorrência de ferimento por arma de fogo ou de 
outro tipo, quando houver suspeita de que tal lesão 
tenha sido resultante de ato criminoso: notificar a 
delegacia. 
 
MODELOS DE RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE 
MODELO SACERDOTAL 
É o mais tradicional, pois baseia-se na tradição 
hipocrática. Neste modelo o médico assume uma 
postura paternalista com relação ao paciente. 
O médico exerce não só a sua autoridade, mas 
também o poder na relação com o paciente. Esse 
método não é mais utilizado, o paciente agora tem 
direito de decidir. 
O processo de tomada de decisão é de baixo 
envolvimento, baseando-se em uma relação de 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
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z 
dominação por parte do médico e de submissão 
por parte do paciente. 
 
MODELO ENGENHEIRO 
Coloca todo o poder de decisão no paciente. 
O médico assume o papel de repassador de 
informações e executor das ações propostas pelo 
paciente. 
O médico preserva apenas a sua autoridade, abrindo 
mão do poder, que é exercido pelo paciente. 
É um modelo de tomada de decisão de baixo 
envolvimento, que se caracteriza mais pela atitude de 
acomodação do médico que pela dominação ou 
imposição do paciente. O paciente é visto como um 
cliente que demanda uma prestação de serviços 
médicos. 
- Nesse modelo não há vínculo nem afetividade. 
MODELO COLEGIAL 
Não diferencia os papéis do médico e do paciente no 
contexto da sua relação. O processo de tomada de 
decisão é de alto envolvimento. 
Não existe a caracterização da autoridade do médico 
como profissional, e o poder é compartilhado de 
forma igualitária. A maior restrição a este modelo é a 
perda da finalidade da relação médico-paciente, 
equiparando-a a uma simples relação entre indivíduos 
iguais. 
- Dentro do atendimento médico deve haver uma 
diferenciação dessa relação. Muita intimidade destrói 
isso, então esse método não é ideal. Deve haver 
apenas a intimidade de confidencialidade. 
MODELO CONTRATUALISTA 
Estabelece que o médico preserva a sua autoridade, 
enquanto detentor de conhecimentos e habilidades 
específicas, assumindo a responsabilidade pela 
tomada de decisões técnicas. O paciente também 
participa ativamente no processo de tomada de 
decisões, exercendo seu poder de acordo com o estilo 
de vida e valores morais e pessoais. 
O processo ocorre em um clima de efetiva troca de 
informações e a tomada de decisão pode ser de 
médio ou alto envolvimento, tendo por base o 
compromisso estabelecido entre as partes envolvidas. 
- Modelo que mais se aproxima da relação médico-
paciente. 
 
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE 
“Tão importante quanto conhecer a doença que o 
homem tem, é conhecer o homem que tem a doença” 
(Osler,1898) 
- Acelerado processo de desenvolvimento científico e 
tecnológico na medicina. 
X 
- Ausências de políticas públicas eficazes 
- Deterioração dos serviços de saúde 
- Relações de trabalho inadequadas 
- Deficiências do ensino médico. 
 
- Falar a verdade 
- Prestar atendimento humanizado,com tempo e 
atenção necessários. 
- Saber ouvir o paciente, esclarecendo dúvidas e 
expectativas, com registro no prontuário. 
- Explicar detalhadamente, de forma simples e 
objetiva, o diagnóstico e o tratamento, seus 
benefícios, complicações e prognósticos. 
- Tratamento: respeitar autonomia do paciente. 
- Atualização científica. 
 
Direitos do paciente 
- O médico não pode abandonar o paciente, exceto 
em casos de deterioração da relação médico-paciente, 
desde que assegurada a continuidade do tratamento. 
- O paciente tem o direito de acompanhante nas 
consultas, internações, exames pré-natais e no 
momento do parto. 
- Recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários 
para tentar prolongar a vida. 
- O paciente tem direito a um atendimento digno, 
atencioso e respeitoso, sendo identificado e tratado 
pelo nome ou sobrenome. 
- Consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e 
esclarecida, com adequada informação, 
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a serem 
realizados. 
- A criança, ao ser internada, terá em seu prontuário a 
relação das pessoas que poderão acompanhá-la 
integralmente durante o período de internação. 
- É vedada a realização de exames compulsórios, sem 
autorização do paciente, como condição para 
internação hospitalar, exames pré-admissionais ou 
periódicos e ainda em estabelecimentos prisionais e 
de ensino. 
- O paciente tem o direito de gravar a consulta, em 
caso de dificuldades de entendimento. 
- O paciente tem o direito de optar pelo local de 
morte (conforme Lei Estadual válida para os hospitais 
do Estado de São Paulo). 
- Ser prévia e expressamente informado, em caso de 
pesquisa (Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do 
hospital ou instituição). 
 Thaís H. Ambrósio T XIV 
 
 
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z 
- Ter acesso ao seu prontuário médico. 
- O paciente pode desejar não ser informado do seu 
estado de saúde, devendo indicar quem deve receber 
a informação em seu lugar. 
- Direito de uma segunda opinião sobre o seu estado 
de saúde. 
- Ter resguardado o segredo sobre dados pessoais, 
(sigilo profissional), desde que não acarrete riscos a 
terceiros ou à saúde pública. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
XXI - No processo de tomada de decisões 
profissionais, de acordo com seus ditames de 
consciência e as previsões legais, o médico aceitará as 
escolhas de seus pacientes, relativas aos 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles 
expressos, desde que adequadas ao caso e 
cientificamente reconhecidas. 
XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o 
médico evitará a realização de procedimentos 
diagnósticos e terapêuticos desnecessários e 
propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os 
cuidados paliativos apropriados. 
XXIII - Quando envolvido na produção de 
conhecimento científico, o médico agirá com isenção 
e independência, visando ao maior benefício para os 
pacientes e a sociedade. 
XXIV - Sempre que participar de pesquisas 
envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o 
médico respeitará as normas éticas nacionais, bem 
como protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da 
pesquisa. 
 
RELAÇÃO COM MÉDICOS E FAMILIARES 
É vedado ao médico: 
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu 
representante legal de decidir livremente sobre a 
execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, 
salvo em caso de iminente risco de morte. 
Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de 
diagnóstico e tratamento, cientificamente 
reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente. 
Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus 
cuidados profissionais em casos de urgência ou 
emergência, quando não haja outro médico ou serviço 
médico em condições de fazê-lo. 
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, 
o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, 
salvo quando a comunicação direta possa lhe 
provocar danos, devendo, nesse caso, fazer a 
comunicação a seu representante legal. 
Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do 
prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no 
número de visitas, consultas ou quaisquer outros 
procedimentos médicos. 
Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados. 
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros 
procedimentos sem exame direto do paciente, salvo 
em casos de urgência ou emergência e 
impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, 
nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o 
impedimento. 
Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob 
seus cuidados profissionais. 
Art. 39 Opor-se à realização de junta médica ou 
segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu 
representante legal. 
Art. 40. Aproveitar-se de situações decorrentes da 
relação médico-paciente para obter vantagem física, 
emocional, financeira ou de qualquer outra natureza. 
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a 
pedido deste ou de seu representante legal. 
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir 
livremente sobre método contraceptivo. 
 
DIREITOS HUMANOS 
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente 
ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre 
o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco 
iminente de morte. 
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou 
consideração, desrespeitar sua dignidade ou 
discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer 
pretexto. 
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do 
direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu 
bem-estar, bem como exercer sua autoridade para 
limitá-lo. 
Art. 27. Desrespeitar a integridade física e mental do 
paciente ou utilizar-se de meio que possa alterar sua 
personalidade ou sua consciência em investigação 
policial ou de qualquer outra natureza. 
Art. 28. Desrespeitar o interesse e a integridade do 
paciente em qualquer instituição na qual esteja 
recolhido, independentemente da própria vontade.

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