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Imunidade Inata

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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
Imunidade Inata 
Introdução 
- A imunidade inata, imunidade natural ou ainda 
imunidade nativa é a primeira etapa essencial na 
defesa do hospedeiro contra as infecções; 
- A resposta imune inata é capaz de combater 
microrganismos imediatamente na infecção, 
controlando e, até mesmo erradicando as 
infecções; 
- Além disso, essa resposta instrui o sistema 
imunológico adquirido a responder aos diversos 
microrganismos de maneira eficaz para o seu 
combate, e é capaz de eliminar células 
danificadas, sendo peça-chave na depuração de 
tecidos mortos e na inicialização do reparo; 
- As células e moléculas responsáveis pela 
imunidade inata constituem o sistema imunológico 
inato; 
- As agressões ao organismo combatidas pela 
imunidade inata podem ser físicas, químicas, 
mas também biológicas, causadas por 
microrganismos. Dentre os agentes que causam 
doenças destacam-se cinco grupos: vírus, 
bactérias, fungos, protozoários e helmintos. As 
doenças causadas por esses microrganismos 
diferem em: local de replicação, sintoma e 
desfecho, por exemplo; 
 
OBS.: Alguns microrganismos crescem dentro dos 
macrófagos – fagocitam mais não matam – 
driblando o sistema imune. Ex.: Leishmania. 
- Os patógenos podem lesar os tecidos de várias 
maneiras, por mecanismos diretos e indiretos; 
 
 
- Para combater os patógenos, a imunidade inata 
desenvolve dois tipos de resposta: defesa 
inflamatória – citocinas, recrutamento de 
leucócitos, ingestão e morte de microrganismos – 
defesa antiviral – produção de interferons alfa e 
beta, citotoxicidade por células NK, aumento da 
produção de moléculas de MHC I (complexo de 
histocompatibilidade maior), ativação de vias de 
morte apoptótica; 
OBS.: As MHC são moléculas muito variáveis, 
mesmo entre indivíduos da mesma espécie, sendo 
relacionadas com a dificuldade de se encontrar 
doadores compatíveis. São nessas moléculas que 
os antígenos são apresentados para o sistema 
imune adaptativo. 
- Para estabelecer um foco de infecção, os 
agentes infecciosos devem superar as defesas 
inatas do hospedeiro. 
Reconhecimento 
- O sistema imune inato vai reconhecer os PAMPs 
– padrões moleculares associados aos patógenos. 
Existem diversas classes de moléculas que 
podem ser entendidas como PAMPs. Ex.: Ácidos 
nucleicos – ssRNA, dsRNA, CpG – proteínas – 
pilina, flagelina – lipídios da parede celular – 
LPS, ácido lipoprotéico – carboidratos – manose, 
glucanas; 
- Esses PAMPs são, muitas vezes, essenciais 
para a sobrevivência dos microrganismos, de 
maneira que eles não têm como abrir mão; 
- Além dos PAMP’s, existem os DAMPs – padrões 
moleculares associados ao dano. Esses DAMPs 
são moléculas endógenas, produzidas ou 
liberadas por células danificadas ou mortas 
como forma de sinalização para o sistema imune 
inato – sinalizar uma infecção ou lesão estéril 
(toxina química, queimadura, redução do 
suprimento sanguíneo, trauma). Ex.: Proteínas 
induzidas por estresse – HSP’s (proteínas de 
choque térmico) – cristais – urato monossódico – 
proteínas nucleares – HMGB1 (são translocadas 
para o citoplasma, onde vão ativar mecanismos 
associados a inflamação, num processo chamado 
de autofagia); 
→ Como o Sistema Imune Inato Reconhece os 
PAMPs e os DAMPs? 
- Através de receptores PRR – receptor de 
reconhecimento de padrões. Estes receptores 
podem estar associados às células – membrana 
plasmática, membrana endossomal, citosol – ou 
serem solúveis – plasma e alvéolos; 
- Receptores do tipo Toll (TLRs): Presentes 
na membrana plasmática e endossomal das 
células dendríticas, fagócitos e células B, células 
endoteliais e muitos outros tipos celulares. Se 
ligam a várias moléculas microbianas, incluindo 
LPS bacteriano e peptidoglicano, ácidos nucleicos 
virais. Ex.: TLRs 1-9; 
- Receptores do tipo NOD (NLRs): Presentes 
no citosol de fagócitos, células epiteliais – 
inclusive no epitélio da mucosa oral – e outras 
células. Reconhecem peptidoglicanos de parece 
celular bacteriana, cristais intracelulares – urato e 
sílica – mudanças nas concentrações citosólicas 
de ATP e íon, dano lisossomal. Ex.: NOD 1/2; 
- Receptores do tipo RIG (RLRs): Presentes 
no citosol de fagócitos e outras células. 
Reconhecem RNA viral. Ex.: RIG-1, MDA-5; 
- Sensores de DNA Citosólico (CDSs): 
Presentes no citosol de muitos tipos celulares. 
Reconhecem DNA bacteriano e viral. EX.: AIM2, 
CDSs associados a STING; 
- Receptores de Lectins tipo C (CLRs): 
Presentes na membrana plasmática de fagócitos. 
Reconhecem carboidratos de superfície 
microbiana com terminal manose e frutose, 
glucanas presentes nas paredes celulares 
fúngicas. Ex.: Receptor de manose, Dectina; 
- Receptores Scavenger: Presentes na 
membrana plasmática de fagócitos. Reconhecem 
diqcilglicerídeos microbianos. Ex.: CD36; 
 
- Pentraxinas: Presentes no plasma. 
Reconhecem fosfotidilcolina e fosfatidilserina 
microbianas. Ex.: Proteína C-reativa – proteína de 
fase aguda; 
- Colectinas: Presentes no plasma e nos 
alvéolos. Reconhceem carboidratos com manose 
e frutose terminais. Ex.: Lectina ligante de manose 
– plasma – e proteínas surfactantes SP-A e SP-D 
– alvéolos; 
- Ficolinas: Presentes no plasma. 
Reconhecem N-acetilglucosamina e ácido 
lipoteicoico componentes das paredes celulares 
das bactérias Gram-negativas. Ex.: Ficolina; 
- Complemento: Presentes no plasma. 
Reconhecem superfícies microbianas, fazendo a 
opsonização delas – marcação com moléculas na 
superfície que visa facilitar a fagocitose. Ex.: 
Várias proteínas do sistema complemento; 
 
→ Imunidade Inata x Imunidade Adaptativa 
- Receptores do Sistema Imune Inato: 
Especificidade herdade no genoma – todos os 
receptores são herdados do genoma – são 
expressos por todas as células de um 
determinado tipo – ex. macrófagos – todos 
ativam uma resposta imediata – natural – 
reconhecem ampla gama de patógenos e 
interagem com uma gama de estruturas 
moleculares de um determinado tipo; 
- Receptores do Sistema Imune Adaptativo: 
São codificados por múltiplos segmentos gênicos, 
requerem rearranjo gênico, são capazes de 
reconhecer ampla variedade de estruturas 
moleculares. 
Componentes do Sistema Imune Inato 
→ Barreiras Epiteliais 
- Vão atuar na prevenção da entrada de 
microrganismos; 
- Pele e Superfícies mucosas – gastrointestinal, 
respiratória, urogenital; 
- Barreira Física: Junções entre as células, 
bloqueando a passagem dos microrganismos 
entre as elas, camada externa de queratina, 
bloqueando a penetração microbiana em camadas 
mais profundas da epiderme, muco – secreção 
viscosa contendo glicoproteínas chamadas de 
mucinas. A perda da integridade destas camadas 
epiteliais pelo trauma ou outras razões predispõe 
um indivíduo às infecções; 
- Substâncias Antimicrobianas: Peptídeos 
antibióticos, proteção química. Defensinas – são 
produzidas pelas células epiteliais das superfícies 
mucosas e pelos leucócitos contendo grânulos, 
incluindo neutrófilos, células NK e linfócitos T 
citotóxicos – catelicidinas – produzida pelos 
neutrófilos e pelas células da barreira epitelial da 
pele, trato gastrointestinal e trato respiratório; 
- Linfócitos Intraepiteliais: Presentes na 
epiderme da pele e no epitélio mucoso, são 
divididos em diferentes subgrupos distinguidos 
principalmente pelo receptor de antígenos – αβ ou 
γδ – eles têm uma diversidade limitada dos 
receptores e podem atuar secretando citocinas, 
ativando fagocitose e matando células infectadas; 
→ Fagócitos 
- Participam da defesa celular, sendo a primeira 
linha de defesa contra microrganismos que 
rompem as barreiras epiteliais; 
- Os neutrófilos e os macrófagos são os principais 
representantes desse grupo. Eles têm um papel 
essencial na resposta imune, por isso, numa baixa 
contagem desses agentes, há um aumento na 
taxa de infecções bacterianas e fúngicas; 
→ Células Dendríticas 
- Família heterogênea de células com longos 
processos citoplasmáticos do tipo dendritos; 
- Constitutivamente presentesno epitélio e na 
maioria dos tecidos do corpo; 
- Expressam mais tipos diferentes de receptores 
TLRs e PRRs do que qualquer outro tipo celular; 
- Mais versáteis sensores de PAMPs e DAMPs 
dentre todos os tipos celulares no corpo; 
- São as células que irão sinalizar para a 
imunidade adaptativa – células “fofoqueiras” – 
sobre a presença de um antígeno. Ela fagocita 
o patógeno no tecido, degrada ele e nos órgãos 
linfoides secundários ela apresenta o antígeno do 
patógeno em moléculas de MHC II – se associa 
com antígenos extracelulares – aos linfócitos; 
→ Células NK 
- Natural Killer, esse termo deriva do fato de que 
sua principal função é a matar das células 
infectadas. Elas matam as células infectadas e 
produzem IFN-γ, que ativa macrófagos para 
destuirem microrganismos fagocitados; 
OBS.: Essa função das células NK é similar as 
células killer do sistema imune adaptativo, os 
linfócitos T CD8+ ou citotóxicos (CTLs). 
- Elas desempenham importantes papéis nas 
respostas imunes inatas, principalmente contra 
vírus e bactérias intracelulares; 
- São as primeiras e mais bem descritas células 
linfoides inatas. Representam de 5% a 15% das 
células mononucleares no sangue e no baço; 
→ Mastócitos 
- Localizados na pele e no epitélio mucoso; 
- Expressam TLRs cujos ligantes podem induzir a 
degranulação; 
- Tem a função de secretar citocinas pró-
inflamatórias, mediadores lipídicos – como 
prostaglandinas – aminas vasoativas – como a 
histamina. Esses produtos dos mastócitos 
também fornecem defesa contra helmintos e 
são responsáveis pelos sintomas das doenças 
alérgicas; 
Sistema Complemento 
- O sistema complemento, juntamente com as 
Colectinas, Ficolinas e, constitui as moléculas 
de reconhecimento solúveis – presentes no 
sangue e nos fluidos extracelulares; 
- Essas moléculas atuam no reconhecimento de 
microrganismos de duas formas: Opsonização e 
Resposta Inflamatória; 
- O sistema complemento é composto por uma 
série de proteínas que quando são ativadas vão 
gerar uma cascata proteolítica – degradação de 
proteínas por enzimas (proteases) ou por digestão 
intramolecular – de proteínas plasmáticas. Estas, 
possuem três funções: opsonizar, recrutar 
fagócitos e matar diretamente – em alguns 
casos, no final da cascata é gerado um poro na 
membrana do microrganismo, isso faz com que 
ele perca o balanço eletrolítico e acabe morrendo; 
- As proteínas do complemento vão ser produzidas 
a partir do zimogênio – proenzima, um precursor 
enzimático que é produzido de forma inativa e 
precisa sofrer a ação de outra enzima para ser 
convertido em uma proteína ativa. Cascata de 
proteólise: 
Zimogênio 1 
Proteína ativa 1 
Zimogênio 2 
Proteína ativa 2 
Zimogênio 3 
Convertido 
Vai agir 
enzimaticamente 
Convertido 
Vai agir 
enzimaticamente 
... 
- O que inicia a cascata? 
- O zimogênio 1 é resultado do reconhecimento 
de moléculas na superfície de microrganismos. 
Esse reconhecimento não ocorre na célula do 
hospedeiro, nela existem moléculas que regulam 
negativamente essa cascata – se não existisse 
isso, a célula opsonizada seria fagocitada; 
- Essa ativação pode ocorrer por três vias 
diferentes: Via Clássica, Via Alternativa e Via da 
Lectina; 
- A primeira proteína descoberta pertence à via 
clássica. Proteínas nativas do complemento 
recebem designação numérica simples: C + 
Número, um exemplo é a proteína C3 – Zimogênio 
inativo. Quando se percebeu que essas proteínas 
sofriam proteólise, que geralmente gerava dois 
fragmentos, foi dada uma letra minúscula 
(sufixos) para cada fragmento (produtos de 
clivagem): C3b – fragmento maior (b) – C3a – 
fragmento menor (a); 
OBS.: Exceções – C2a (fragmento maior), C1q, 
C1r e C1s (não são produtos de clivagem e sim 
proteínas prontas que compõem C1). 
 
→ Classes Funcionais de Proteínas do 
Sistema Complemento 
- Iniciação da Via: 
- C1q: Se liga ao complexo antígeno-anticorpo e 
às superfícies do patógeno. Evento inicial da via 
clássica; 
- MBL, Ficolinas, C1q, Properdina (Fator P): Se 
ligam às estruturas de carboidrato – manose, por 
exemplo – nas superfícies microbianas; 
- C5b, C6, C7, C8, C9: Proteínas de ataque à 
membrana; 
- C1r, C1s, C2a, Bb, D, MASP-2: Enzimas 
ativadoras; 
- C4b e C3b: Proteínas ligadoras de membrana e 
opsoninas; 
- C5a, C3a, C4a: Peptídeos mediadores da 
inflamação; 
- CR1, CR2, CR3, CR4, CRig: Receptores do 
complemento; 
→ Via Clássica 
- Foi a primeira via descoberta; 
- Iniciada através do complexo C1q – proteína 
hexamérica, forma um complexo com as proteínas 
C1r e C1s – que detecta anticorpos ligados à 
superfície microbiana ou outras estruturas 
dessa superfície, e se liga à porção constante; 
OBS.: O sistema complemento recebeu esse 
nome exatamente porque ao ser descoberto, 
percebeu-se que a ação dele complementava a 
ação dos anticorpos. 
 
- Como se trata de uma cascata proteolítica, além 
da C1q, existem outras proteínas que participarão 
da via clássica: 
- C1: C1q – liga-se diretamente às superfícies do 
patógeno ou indiretamente ao anticorpo ligado aos 
patógenos, permitindo a autoativação de C1r – 
C1r – cliva C1s em uma protease ativa – C1s – 
cliva C4 e C2; 
- C4: C4b – liga-se covalentemente ao patógeno e 
opsoniza e liga-se a C2 para clivagem por C1s – 
C4a – peptídeo mediador da inflamação (atividade 
fraca); 
- C2: C2a – enzima ativa da vida clássica que faz 
parte de uma convertase C3/C5, ou seja, converte 
C3 e C5 nas suas formas clivadas – C2b – 
precursor da quinina C2 vasoativa; 
- C3: C3b – liga-se à superfície do patógeno e atua 
como opsonina, sendo a principal opsonina do 
complemento (produzida nas 3 vias, mudando 
apenas as formas de ativação), além disso, ela 
inicia a amplificação pela via alternativa e liga-se a 
C5 para clivagem por C2a – C3a – peptídeo 
mediador da inflamação (atividade intermediária); 
→ Via da Lectina 
- A lectina ligante de manose (NBL) é o 
complexo que inicia essa via tem a estrutura bem 
parecida com a do complexo C1 da via clássica. 
Trata-se de uma proteína hexamérica composta 
por duas proteínas, MASP1 e MASP2; 
- A NBL inicia a via reconhecendo manose na 
superfície do microrganismo; 
 
- Uma outra proteína, a Ficolina, de estrutura 
semelhante, vai atuar reconhecendo a N-
acetilglicosamina na parede das bactérias; 
 
- Tanto a manose como a N-acetilglicosamina 
são PAMPs. Em resumo, nessa via, esses 
PAMPs vão ser reconhecidos por essas 
moléculas de reconhecimento solúvel – 
proteínas – e a ativação da via vai fazer com que 
haja a cascata proteolítica; 
OBS.: A ligação das cabeças globulares nos 
microrganismos, vai gerar algumas alterações 
conformacionais que ativam as serinoproteases 
MASP1 e MASP2. 
→ Via Alternativa 
- É a via mais antiga, embora só tenha sido 
descoberta depois da via clássica; 
- Pode ser ativada de duas formas diferentes: 
como uma amplificação da via clássica ou da 
via da lectina e por hidrólise espontânea: 
- Ação da Via Clássica ou da Via da Lectina: 
- O C3b é depositado pela convertase C3 da via 
clássica ou da via da lectina; 
- O fator B, da via alternativa, reconhece o C3b 
ligado à superfície do patógeno e se liga a ele; 
- Quando é formado o complexo entre o C3b e o 
fator B, o fator D cliva o fator B em Ba – fragmento 
menor – e Bb – fragmento maior; 
- É formado então o complexo C3bBb – uma 
convertase para C3. Esse complexo vai clivar mais 
C3, formando C3b e C3a, amplificando a produção 
deste; 
- Hidrólise Espontânea ou Tickover 
- Ocorre a produção de pequenas quantidades de 
C3(H2O) – C3 hidrolisado; 
- O componente C3 sofre hidrólise espontânea, 
virando C3(H2O), que se ligará ao fator B não 
covalentemente. Este fator B atrai o fator D, que 
atua clivando fator B em Ba – fragmento menor – 
e Bb – fragmento maior; 
- É formado o complexo C3(H2O)Bb – C3 
convertase de fase fluída – que tem o poder de 
clivar o C3, formando C3b e C3a; 
- Se esse complexo não encontrar moléculas de 
C3 ele é degradado, tendo vida curta;- Nas três vias há a formação de uma 
convertase C3, de um complexo que cliva C3, 
sendo essa a etapa central. Na via clássica e na 
via da lectina o complexo formado é o C42a, já na 
via alternativa o complexo formado é o C3bBb; 
- Não por acaso, o C3 é o componente do 
complemento mais abundante no plasma. 
Sendo a deposição de grandes quantidades de 
C3b – opsonina – na superfície do patógeno 
infectante o principal efeito da ativação do 
complemento; 
- A produção de C3b é um ponto principal, mas 
não é o último acontecimento da cascata 
proteolítica. O próximo passo é a produção da 
convertase C5; 
- Na via clássica e na via da lectina, a convertase 
é a mesma – C3b + C4b2a = C4b2a3b – na via 
alternativa, a convertase é a C3b2Bb, resultado 
da união da proteína C3b com a convertase 
C3bBb; 
- O C5 vai se ligar ao componente C3b das 
convertases e será clivado em C5a e C5b; 
- O C5b está relacionado com a ação final de 
formação de um poro na membrana do 
microrganismo. Depois que ele é clivado, vai 
atrair outras proteínas do sistema 
complemento – C6, C7 e C8 – essas moléculas 
começam a se unir e atrair outras proteínas – 
C9 – todas elas vão se agrupar e formar um 
poro na superfície do microrganismo, que 
causa a morte do patógeno; 
IMPORTANTE!!! 
- C3b e C5a vão atuar atraindo fagócitos para o 
local da infecção. Num quadro de inflamação, 
ocorre um aumento da permeabilidade vascular, o 
que permite o extravasamento das proteínas do 
sistema complemento que estão no sangue. 
Quando ocorre a ligação no tecido infectado, os 
fragmentos menores de C3 e C5 atrairão os 
fagócitos; 
- A C3b é uma opsonina – se liga aos receptores 
dos fagócitos sinalizando para eles. Ela auxilia no 
reconhecimento do patógeno e posterior 
fagocitose dele; 
- Complexo de ataque a membrana (MAC), 
formação do poro final na superfície do 
microrganismo, que resultará na sua morte; 
→ Receptores do Complemento 
- Existem sete tipos conhecidos de receptores 
para os componentes do complemento, sendo que 
o CR1 é o receptor mais bem caracterizado; 
- Esses receptores vão participar da ação mais 
importante do complemento: facilitar a captação 
e a destruição dos patógenos pelas células 
fagocíticas. As células fagocíticas reconhecem os 
componentes do complemento por meio da 
ligação com os receptores do complemento. 
Resposta Inflamatória 
- A inflamação aguda vai ser a principal maneira 
pela qual o sistema imune inato lida com as 
infecções e lesões teciduais; 
- Ela se dá pelo acúmulo de leucócitos – 
neutrófilos (tipicamente mais abundantes) e 
macrófagos (mais importantes ao longo do 
tempo, podendo se tornar a população mais 
dominante em algumas reações) – e de proteínas 
plasmáticas – proteínas do complemento, 
anticorpos e proteínas de fase aguda (proteína 
C-reativa); 
- A distribuição destes componentes – do 
sangue para o tecido – depende de alterações 
reversíveis nos vasos sanguíneos em tecidos 
infectados – PAMPs – e danificados – DAMPs: 
- Variação do fluxo sanguíneo; 
- Aumento da adesividade de leucócitos à 
parede do endotélio; 
- Aumento da permeabilidade às proteínas; 
- Essas alterações são induzidas por citocinas 
– vão ter uma série de ações, atuando na indução 
da inflamação, inibindo a replicação viral e até 
mesmo limitando as respostas inatas – e por 
pequenas moléculas – como os fragmentos 
menores do complemento (C3a e C5a), 
mediadores presentes nos mastócitos; 
- As citocinas são secretadas pelos 
macrófagos ativados, células dendríticas e 
outras células. Dentre as citocinas e quimiocinas 
importantes secretadas em resposta a produtos 
bacterianos estão: IL-1β, IL-6, CXGL8, IL-12 e 
TNF-α; 
- Elas irão produzir uma série de efeitos, como a 
ativação do endotélio vascular, para que haja o 
aumento da permeabilidade e seja possível a 
entrada de anticorpos e proteínas do 
complemento, por exemplo, ativação dos 
linfócitos, quimiotaxia, ativação de células NK; 
→ Recrutamento de Leucócitos 
- Os macrófagos que encontram microrganismos 
nos locais de infecção produzem citocinas – TNF 
e Interleucina-1, por exemplo – que ativam as 
células endoteliais das vênulas próximas a 
produzir selectinas, ligantes para as integrinas 
e para secretar quimiocinas; 
- As selectinas são intermediárias de fraca 
ligação ao endotélio e no rolamento dos 
neutrófilos, as integrinas estimulam a forte 
adesão deles, e as quimiocinas ativam os 
neutrófilos, estimulando sua migração por meio 
do endotélio para o local da infecção; 
OBS.: Os monócitos e os linfócitos T ativados 
usam esses mesmos mecanismos para migrar 
para os locais de infecção. 
→ Ingestão e Morte de Microrganismos 
- Uma vez que os fagócitos ingerem os 
microrganismos, as vesículas dentro deles irão 
produzir substâncias microbicidas – ROS 
(Espécies Reativas de Oxigênio), NO (Óxido 
Nítrico), Enzimas proteolíticas – que irão degradar 
o microrganismo; 
→ Consequências da Inflamação 
- As citocinas produzidas em locais de infecção e 
inflamação podem ter efeitos sistêmicos e locais; 
- Efeitos Sistêmicos: Relacionados principalmente 
com TNF, IL-1 e IL-6, podem ter ação protetora e 
patológica – se não houver uma regulação 
adequada das citocinas; 
- TNF e IL-1 agem nos leucócitos e endotélio para 
induzir inflamação aguda, e ambas as citocinas 
induzem a expressão de IL-6 pelos leucócitos e 
outros tipos celulares. Essas três citocinas 
medeiam efeitos protetores sistêmicos da 
inflamação, incluindo indução de febre, síntese 
de proteína de fase aguda pelo fígado e 
produção aumentada de leucócitos pela 
medula óssea; 
- TNF sistêmico pode causar anormalidades 
patológicas que levam ao choque séptico, 
incluindo função cardíaca reduzida, trombose, 
extravasamento capilar e anormalidades 
metabólicas atribuídas à resistência à insulina. 
Resposta Antiviral 
- A principal via é a indução da expressão de 
interferons tipo I. Os interferons tipo I são uma 
grande família de citocinas estruturalmente 
relacionadas, onde a ação mais importante é a 
inibição da replicação viral; 
→ Características dos Interferons tipo I 
- IFN-α: Inclui treze proteínas diferentes, mas 
intimamente relacionadas. Essas proteínas são 
produzidas por células dendríticas plasmocitoides 
e fagócitos mononucleares; 
- IFN-β: Proteína única produzida por muitos tipos 
celulares; 
- Os estímulos mais potentes para a produção 
de IFN tipo I são os ácidos nucleicos virais. 
Através da ligação de receptores de 
reconhecimento de padrão (PRRs) presentes 
no citoplasma – sensores de DNA e receptores 
do tipo RIG (RLRs) – e nas vesículas 
endossomais – TLR-3, TLR-5, TLR-8, TLR-9 – ao 
seu alvo, uma família IRF (fatores de transcrição) 
é ativada e, no núcleo, vão induzir a expressão 
de IFNs tipo I; 
- A resposta imunológica baseia-se exatamente na 
interação: Todas as células nucleadas tem 
receptores para IFN-α e IFN-β, pois todas estão 
susceptíveis a uma infecção viral, essa interação 
entre os interferons e esses receptores vai 
sinalizar para ativar fatores de transcrição – 
STAT1, STAT2 e IRF – e esses fatores vão 
induzir genes que contribuem para a defesa 
antiviral de várias maneiras: 
- Induzindo o Estado Antiviral: Ativando 
genes que conferem a célula resistência à 
infecção viral, como proteinoquinases serino-
treonina (PKR) – ativadas por RNA de fita dupla, 
atuam bloqueando a transcrição viral – 2’, 5’ 
oligoadenilatosintetases – estas promovem 
degradação do RNA viral – e RNase L – promove 
degradação do RNA viral; 
- Sequestro de Linfócitos: A molécula CD69 
inibe a saída dos linfócitos e os mantém nos 
órgãos linfoides, maximizando, a oportunidade 
para encontrar antígenos microbianos 
apresentados pelas APCs; 
- Aumento da Citotoxicidade: Ou seja, induz 
a morte celular de células infectadas por vírus, 
tendo as células NK – imunidade natural – e os 
linfócitos T CD8+ – imunidade adaptativa – 
fazendo isso. Além disso, a produção dos fatores 
de transcrição vai induzir as células T a se 
diferenciarem em umperfil inflamatório, uma 
subclasse de células TH1 – T helper 1 ou T 
auxiliares 1; 
- Regulação Positiva da Expressão de MHC 
de Classe I: O MHC I é a molécula que a célula 
vai usar apara apresentar os antígenos virais, 
logo, se há um aumento na produção dessa 
molécula haverá um aumento na probabilidade de 
que as células viralmente infectadas sejam 
reconhecidas e mortas pelos CTLs CD8+ 
 
- Todas essas ações vão agir de forma autócrina 
e de forma parácrina e combater de forma inata a 
infecção viral.

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