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LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) FARMÁCIAS ANTI- HIPERTENSIVOS AULA 1 E 2 DE FARMACOLOGIA ✓ Hipertensão arterial: condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos maiores ou iguais a 140 e/ou 90 mmHg. ✓ Consequências: aumento dos riscos de doenças cardiovasculares: DAC, ICC, AVCI/H, IR, DAP; ✓ Fatores de risco: — Questão genética; — Idade: 65% → 60 anos (redução da complacência do leito vascular, era tido como natural haver um aumento da pressão arterial com o aumento da idade ➔ hoje, você não vê assim, há idosos saudáveis e ativos, nesses casos, você deve buscar níveis normais entre adultos mais novos); — Sexo: homens jovens, mulheres com mais de 60 anos; — Etnia: negros (apesar disso, o vigitel 2018 mostrou que não houve uma diferença muito grande) → não são todas as referências que mostram isso; LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) — Fatores socioeconômicos e hábitos de vida! ➔ Ingestão alta de sal + ingestão de álcool; A abordagem terapêutica da PA elevada inclui medidas não medicamentosas e o uso de fármacos anti-hipertensivos, a fim de reduzir a PA, proteger os órgãos-alvo, prevenir desfechos CV e renais. A meta é individualizada! ATUALIZAÇÕES 2020: A hipertensão arterial (HA) é definida por valores de PA maiores ou igual a 140x90 mmHg, em pelo menos 2 ocasiões diferentes! Os números que definem a HA são arbitrários, mas se caracterizam como valores em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos. Fazem parte da avaliação: a medida da pressão arterial (PA) no consultório e/ou fora dele, utilizando-se de técnica adequada e equipamentos validados e calibrados, a obtenção de história média (pessoal e familiar), a realização do exame físico e a investigação clínica e laboratorial. Propõem-se avaliações gerais a todos os hipertensos e avaliações complementares para grupos específicos. • MAPA (Monitorização Ambulatorial da PA); • MRPA (Monitorização Residencial da PA); • AMPA (Automedida da PA); E por que usar o MRPA, por exemplo? POIS AS MEDIDAS FORA DO CONSULTÓRIO CONSEGUEM DIAGNOSTICAR A HIPERTENSÃO MASCARADA E A HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO. Além disso, a MAPA e a MRPA demonstraram ser melhores preditores de risco CV e de desenvolvimento de lesões de órgãos-alvo do que a PA de consultório! Para pacientes jovens e sem FR, podem-se alcançar valores inferiores a 130/80 mmHg! Quando utilizadas as medidas de consultório, o diagnóstico de HA deverá ser sempre validado por medições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais visitas médicas em intervalo de dias ou semanas; ou de maneira mais assertiva, realizando-se o diagnóstico com medidas fora do consultório (MAPA ou MRPA), excetuando-se aqueles pacientes que já apresentam LOA ou doença CV. Define-se a classificação de acordo com a PA do consultório e pelo nível mais elevado de PA, sistólica ou diastólica. LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) ATUALIZAÇÕES EM RELAÇÃO À DBHA 2017: PA normal passa de denominar PA ótima; Pré-hipertensão → PA normal e pré-hipertensão; PAS 130-139 E PAD entre 85-89 ➔ pré-hipertensão; DBHA – 2020 ↑ DBHA – 2017 ↑ DBHA – 2020 ↑ LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) DBHA – 2017 ↑ • OUTRA DIFERENÇA: a importância do pré-hipertenso (já considera MAPA ou MRPA) LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) DBHA – 2017 ↑ DBHA – 2020 ↑ E QUAIS AS METAS? ✓ PRINCIPAL DIFERENÇA: MAIOR ESPECIFICAÇÃO DAS METAS • NO GERAL, VALORES MENORES QUE 140/90 mmHg; • JOVENS SEM FR, 130/80 mmHg; • HIPERTENSOS DE RISCO CV BAIXO OU MODERADO: < 140/90 mmHg. No Alto risco, < 130/80 mmHg • HIPERTENSO COM DAC → <130/80 mmHg, mas a PAD deve ser mantida acima de 70 mmHg (pelo risco de hipoperfusão coronariana, você pode precipitar ma isquemia cardíaca), lembrar da curva em J; LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) • HAS + IC ou AVE, meta <130/80 mmHg, mas a concomitância de DAC e idade avançada nessa população, limita a redução da PA até 120x70 mmHg; • HAS + DM ou DRC, meta <130/80 mmHg (diabéticos evitar reduzir para 120x70 mmHg); DBHA – 2017 ↑ ATUALIZAÇÃO: Para hipertensões de baixo risco, manteve a meta geral; Para hipertensão de alto risco, reduziu ainda mais a meta (130/80 mmHg → 120-129/70-79 mmHg); E PARA IDOSOS? • IDOSOS HÍGIDOS (incluindo fragilidade leve): limiar para início de tratamento = PA maior ou igual a 140/90 mmHg; meta pressórica: PAS 130-139, PAD 70-79 mmHg; • IDOSOS FRÁGEIS (fragilidade moderada a severa): limiar para início de tratamento = PA maior ou igual a 160/90 mmHg, meta pressórica: PAS 140-149 e PAD 70-79 mmHg DBHA 2017: Não há evidências avaliando o impacto da terapia anti-hipertensiva nesse grupo com PAS basal entre 140 e 159 mmHg. Talvez em função de critérios de inclusão dos principais estudos, o valor de PA para entrada foi maior que 160 mmHg. Recomenda- se o início de terapia com PAS maior ou igual a 140 mmHg, desde que bem tolerado. O limite para início de terapia entre idosos com mais ou com 80 anos é de uma PAS maior ou igual a 160 mmHg. DBHA 2020: Na maioria dos ensaios clínicos que mostraram benefício do tratamento da PA em pacientes idosos, o alvo para a PAS variou ente 140 e 150 mmHg, em que se observou a maior redução de eventos CV e fatais. Autores demonstram que PA < 150/90 mmHg trazem redução da mortalidade, AVC e eventos cardíacos em idosos. De maneira geral, a recomendação é de metas para pacientes idosos brasileiros com mais de 60 anos é alcançar valores de acordo com sua condição global (hígidos ou frágeis). HAS resistente ou refratária? ✓ PRINCIPAL DIFERENÇA: MAIOR ESPECIFICAÇÃO DO QUE SERIA A HIPERTENSÃO REFRATÁRIA; • HAS resistente = PA maior ou igual a 140/90 mmHg, mesmo com o uso de 3 ou mais classes de anti-hipertensivos, em doses máximas toleradas, sendo um deles um diurético tiazídico. LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) • Já a HAS refratária (subgrupo da HAR) é definida como PA não controlada mesmo estando em uso de 5 ou mais fármacos anti-hipertensivos, incluindo espironolactona e um diurético de longa ação. ↑DBHA 2020 LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) ↑DBHA 2017 QUANTO TRATAR COM MEDICAMENTOS? SÃO CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEISD DO FÁRMACO ANTI-HIPERTENSIVO: • Ter demonstrado a capacidade de reduzir a morbidade e a mortalidade CV; • Ser eficaz por via oral; • Ser bem tolerado; • Ser administrado preferencialmente em dose única diária; • Pode ser usado em associação; • Ter controle de qualidade em sua produção; LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) • Utilizar por um período mínimo de 4 semanas, antes de modificações, salvo em situações especiais; • Ter controle de qualidade em sua produção; ATUALIZAÇÕES 2020: • Não utilizar medicamentos manipulados, pois não são submetidos a controle da farmacocinética e farmacovigilância; COMENTÁRIO DA PROFESSORA; se for um trabalho confiável, eu particularmente não vejo como problema o uso de manipulados, uma vez que facilita o acesso econômico. • O paciente deverá ser orientado sobre a importância do uso contínuo da medicação anti-hipertensiva, da eventual necessidade de ajuste de doses, da troca ou da associação de medicamentos e ainda do eventual aparecimento de efeitos adversos; • Não há evidências suficientes para a recomendação rotineira da administração noturna de fármacos anti-hipertensivos, exceto em condições especiais. COMENTÁRIO DA PROFESSORA: se for alfa-bloqueador, por estar próximo da situação de dormir, situações como a hipotensão ortostática seriam evitadas (paciente já estaria deitado), então talvez seja bom o uso noturno. PONTOS DA REGULAÇÃO ARTERIAL LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) OS FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS • Diuréticos* (usado em monoterapia) → pode gerar resistência insulínica e aumentar os níveis de ácido úrico: pacientes nesse contexto devem ter uso do DIU de forma ponderada, ver custo-benefício; • Inibidoresadrenérgicos: o Ação central – agonistas alfa-2 centrais; o Betabloqueadores; o Alfabloqueadores; • Vasodilatadores diretos – muito interessante em crises hipertensivas, porém grande parte dos hipertensos não irão chegar nesses fármacos; • Bloqueadores de canais do cálcio; • Inibidores do ECA; • Antagonistas de receptor AT1 para angiotensina II (mesmo mediador que a IECA); • Inibidor direto da renina; EM NEGRITO = OS PREFERÍVEIS QUAIS AS NOVIDADES DO TRATAMENTO (DIRETRIZ – 2020)? • Tratamento não medicamentoso para TODOS: ➢ Cessação de tabagismo (não pela hipertensão em si, mas pelo aumento do risco CV) ➢ Dieta DASH (aumento no consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura e cereais integrais. Redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com açúcar e carnes vermelhas); ➢ Restrição no consumo de sódio para <2 g/dia; ➢ Perda de peso (manter IMC < 25 kg/m2) → principal medida não farmacológica para controle da HAS; ➢ 150 minutos/semana de atividade física moderada; • MONOTERAPIA → Quando considerar? LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) — HA estágio 1 + risco CV baixo — Pré-hipertensos (PA 130-139/85-89 mmHg) de risco CV alto — Indivíduos idosos e/ou frágeis **As classes de anti-hipertensivos consideradas preferenciais para o controle da PA em monoterapia são: DIU tiazídicos, BCC, IECA e BRA • COMBINAÇÃO DE MEDICAMENTOS: ✓ Estratégia inicial recomendada para: o HIPERTENSOS ESTÁGIO 1 DE MODERADO OU ALTO RISCO CV; o HIPERTENSOS ESTÁGIOS 2 E 3; ✓ O início do tratamento deve ser com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismo de ação distintos; ✓ CASO A META PRESSÓRIA NÃO SEJA ALCANÇADA EM PERÍODO MÍNIMO DE 4 SEMANAS, ajustar doses ou combinação tripla estarão indicados. ✓ RECOMENDAÇÕES GERAIS: 1. ALTO RISCO CV NÃO OBESOS → IECA + BCC di-idropiridínico > IECA + DIU Tiazídico (NE B/GR I); 2. COMBINAÇÃO TRIPLA → Opções: IECA ou BRA, associado a DIU tiazídico ou similar e BCC (NE A/GR I); 3. SE COM 3 FÁRMACOS NÃO OCORRER CONTROLE, ADICIONAR ESPIRONOLACTONA (NE B/GR I) LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) DBHA 2017 ↑ (observe que não há especificação de espironolactona) LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) • IECA não se associa com BRA ➔ mecanismo parecido; • A associação manteve-se igual nas duas diretrizes; SIMPATICOLÍTICOS ALFA-AGONISTAS ALFA-1: Contração de músculo liso vascular, genitourinário, TGI, maior inotropismo e excitabilidade; maior glicogenólise e gliconeogênese; BLOQUEIO ALFA-1: relaxamento dos músculos... ALFA-2: Menor secreção de insulina, maior agregação plaquetária, menor liberação de norepinefrina, maior contração de músculo liso vascular BLOQUEIO ALFA-2: relaxamento de músculo liso vascular. • Agonistas alfa-2: o Alfa-metildopa (Aldomet ®) ➔ preferido em gestantes; o Clonidina (Atensina ®, Clonidin ®); o Guanabenzo (Lisapres ®); o Rilmenidina (também é inibidor dos receptores imidazolínicos); • Fármacos de ação central; • Menor liberação de NA das terminações adrenérgicas, frequência cardíaca e RVP; • Efeitos adversos: sonolência, hipotensão postural, boca seca, disfunção sexual; ANTAGONISTAS ALFA-1 ➢ Relaxamento do músculo liso; • Pode aparecer tolerância (tafilaxia) → precisar de associações ou aumento de posologia; • Tansulosina* = HPB; • Efeitos adversos: tonrua, hipotensão ortostática, fraqueza, sonolência, cefaleia, palpitaã, congestão nasal, ejaculação retrógrada, hipotensão e síncope; BETABLOQUEADORES Promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, havendo readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Os fármacos de terceira geração (carvedilol, nebivolol) além das ações anteriores, têm efeito vasodilatador por mecanismos diferentes: o carvedilol, pelo seu efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico; e o nebivolol, por aumentar a síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular. O propranolol mostra-se também útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) BETA-1: maior cronotropismo, maior velocidade de condução do nó AV, maior secreção de renina; BLOQUEIO BETA-1 → BRADICARDIA BETA-2: relaxamento do músculo liso BLOQUEIO BETA-2 → CONTRAÇÃO (broncoespasmo?); 1. Não-seletivos: beta-1 (miocárdio) e beta-2 (músculo liso, pulmões, vasos sanguíneos e outros órgãos); a. Propanolol → mostra-se útil também em pacientes com tremor essencial, prolapso de válvula mitral, síndromes hipercinéticas (hipertireoidismo e síndrome do pânico), cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. b. Nadolol; c. Pindolol → atividade simpatomimética intrínseca, agindo como um agonista adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia; 2. Cardiosseletivos: beta-1 adrenérgicos; a. Atenolol; b. Metoprolol; c. Bisoprolol; d. Nebivolol → o mais cardiosseletivo; maior produção de óxido nítrico; NAdolol x NEbivolol: NA de NÃO ➔ não é cardiosseletivo; “NE” de sim em coreano (KKKKKKKKKK); 3. Com ação vasodilatadora: antagonismo ao receptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção do óxido nítrico (nebivolol) ➔ menor propensão de alteração metabólica (os de 1° e 2° geração podem levar a uma hipertrigliceridemia). • METANÁLISE QUE INCLUIU 130 MIL PACIENTES COM HIPERTENSÃO PRIMÁRIA COMPAROU os BB a outras classes (DIU, BCC, IECA, BRA), os BB aumentam em 16% o risco de AVE, uso deve ser específico. • USOS GERAIS: LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) ➢ Pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina do peito; ➢ IC com fração de ejeção reduzida (ICEFr), para o controle da frequência cardíaca (FC) e em mulheres com potencial de engravidar. • EFEITOS COLATERAIS: desatenção, sensação de cansaço, capacidade de exercício diminuída, disfunção sexual, broncoconstrição, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular. A retirada abrupta dos BB deve ser evitada, pois pode provocar taquicardia reflexa e mal-estar! o Vasoconstrição periférica → fenômeno de Raynaud; o Intolerância à glicose e hipertrigliceridemia (não observado na 3° geração). VASODILATADORES DIRETOS • Atuam na musculatura, promovendo relaxamento muscular da parede vascular; Efeitos: taquicardia reflexa, retenção de sódio; • HIDRALAZINA → EFEITO DIRETO sobre a musculatura lisa, mas mecanismo desconhecido. Efeitos colaterais: cefaleia, flushing, taquicardia reflexa e reação lúpus-like (dose-dependente). Seu uso também pode acarretar, anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Pode ser usada em gestantes (eclâmpsia e pré-eclâmpsia). • MINOXIDIL → Hiperpolarização da membrana por meio da abertura dos canais de potássio. O Hirsutismo gerado como efeito colateral, aparece em 80% dos paciente, foi usado para tratamento da calvície. INIBIDORES DOS CANAIS DE CÁLCIO • Fenilalquilaminas: verapamil (ATUA BEM NO CORAÇÃO); o Verapamil → ação preferencialmente cardíaca; o Efeitos crono/inotrópicos negativos; o Diminuição da velocidade de condução → pode causar bradicardia, bloqueio AV e IC; o Inibe a formação de focos arritmogênicos supraventriculares; o EFEITOS ADVERSOS: Hipotensão, taquicardia reflexa sinusal inicial, constipação intestinal, bradicardia; • Benzotizepinas: diltiazem (ATUA NO CORAÇÃO E VASOS → meio caminho); LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) o Diltiazem; o Ação intermediária; o EFEITOS ADVERSOS: bradicardia, hipotensão; • Diidropiridínicos: anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino, levanlodipino, lercanidipino, lacidipino (ATUA EM VASO); o Ação preferencialmente vascular, vasodilatação de leitos arteriais e coronariana; o Podem causar ativação simpática reflexa → COMEÇAR COM PEQUENA POSOLOGIA; o EFEITOS COLATERAIS: ▪ Vasodilatação excessiva: tonteira, hipotensão, cefaleia, rubor, náuseas, tosse, edema de membros inferiores, edema pulmonar, hiperplasia gengival;▪ Menos comuns: exantema, sonolência, aumento das enzimas hepáticas; Essa classe de medicamentos bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas, reduz a disponibilidade do cálcio no interior das células, dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminuindo a RVP por vasodilatação. Geralmente, separa-se em dois grupos: Di-hidropiridínicos e Não Di- hidropiridínicos. Os di-hidropiridínicos (anlodipino, por exemplo) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos. Os BCC não di-hidropiridínicos têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíacos. Por isso, reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica (sobretudo IC de fração de ejeção reduzida), devendo ser evitados nessa condição. O edema maleolar costuma ser o efeito colateral mais registrado e resulta da própria ação vasodilatadora (mais arterial que venosa), promovendo a transudação capilar. A cafaleia latejante e as tonturas são comuns. O Rubor facial é mais comum com os BCC di-hidropiridínicos de ação rápida. A hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) e a hipertrofia gengival são efeitos adversos ocasionais. Os efeitos adversos costumam ser dose-dependentes, podem causar intolerância aos BCC di-hidropiridínicos e, às vezes, resultam em resistência ao tratamento. Nesses casos, pode ser testada a utilização de BCC lipofílicos (manidipino, lercanidipinino, lacidipino) ou o levandipino em baixas doses. A Verapamila ou o dialtiazem podem agravar a IC, além de causar bradicardia e bloqueio atrioventricular. Observa-se a obstipação intestinal com a verapamila. LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) • São hipertensivos eficazes; • Reduzem morbimortalidade CV; • Alternativa para BB (pode ser usado em pacientes com HAS + DAC) ou associados com com BB no tratamento de angina refratária. EVITAR ESSA ASSOCIAÇÃO SE PACIENTE POSSUIR BRADICARDIA! INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA) São medicamentos anti-hipertensivos eficazes que têm como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, responsável a um só tempo pela transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasodilatadora). São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e mortalidade CV. • Úteis para ICFEr e antirremodelamento cardíaco pós- IAM, além de possíveis propriedades ateroscleróticas. • Retardam o declínio da função renal em pacientes com doença renal do diabetes ou de outras etiologias, especialmente na presença de albuminúria. • Uso cauteloso em adolescentes e mulheres em idade fértil; • Fármacos principais: Captopril e Enalapril (principalmente esse); • Efeitos gerais: promovem vasodilatação, diminuição da aldosterona, diminuição do remodelamento LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) cardíaco, diminuição da retenção de sódio e água e diminuição da RP e retorno venoso. • Efeitos colaterais: hipotensão, tosse irritativa, hiperpotassemia, elevação de renina e angiotensina, raros: IRA, angioedema. Contraindicado na gestação. Habitualmente, são bem tolerados pela maioria dos pacientes hipertensos, sendo a tosse seca (aumento de bradicinina) seu principal efeito colateral, acometendo 5 a 20% dos usuários. O edema angioneurótico e a erupção cutânea ocorrem mais raramente. Para pacientes com IR, ocorre queda da função renal no início por conta de um mecanismo protetor (adaptação hemodinâmica intraglomerular = vasodilatação da arteríola eferente e redução da pressão de filtração glomerular), gerando elevação da ureia e creatinina séricas. ➢ Mecanismo nefroprotetor: evitar a hiperfiltração glomerular e reduzir a progressão da DRC (IECA → menor Ang II → menor PA/ dilatação da arteríola aferente → menor pressão intraglomerular → menor proteinúria e esclorese glomerular); OBS: Se perda renal ultrapassar 30%, retirar o fármaco e investigar a possibilidade de estenose bilateral das artérias renais ou estenose de artéria renal em rim único funcionante. ➢ IECA e BSRAA ➔ hiperpotassemia em pacientes com IR, sobretudo se diabéticos; uso contraindicado na gravidez (risco de complicações fetais); LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) BLOQUEADORES DOS RECEPTORES AT1 DA ANGIOTENSINA Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de aldosterona). No tratamento da HAS, especialmente em populações de alto risco CV ou com comorbidades, proporcionam a redução da morbidade e da mortalidade CV e renal (doença renal do diabetes). São incomuns os efeitos adversos relacionados com o BRA, sendo o exantema raramente observado. De forma semelhante aos IECA, os BRA podem promover a redução inicial da filtração glomerular por vasodilatação das AE. Pelas mesmas razões dos IECA, podem causar hipercalemia, especialmente na presença de insuficiência renal, e são contraindicados na gravidez, devendo os mesmos cuidados ser tomados em mulheres em idade fértil. • EFEITOS ADVERSOS: tonteira, fadiga, mialgia, cefaleia, tosse seca raramente, hipotensão, hiperpotassemia, IRA; Contraindicados na gestação. LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) DIURÉTICOS Classe mais utilizada devido sua eficácia e baixo custo, sendo considerado a classe de 1° linha em várias diretrizes. • Ação anti-hipertensiva devido seus efeitos diurético e natriurético; • Classificados de acordo com o local de ação no túbulo renal. INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA • Representantes: Acetazolamida, metazolamida e diclorfenamida; • Excreção: menor H+ e mais HCO3- → maior ph urinário → acidose metabólica; • Mais Na+, Cl-, K+ (trocado por Na+ na porção distal do néfron), fosfato; • Outras ações: menor humor aquoso DIURÉTICOS DE ALÇA • Atuam na alça de Henle; • Furosemida (Lasix ®), Bumetamida, Piretanida, Ácido etacrínico; DIURÉTICOS TIAZÍDICOS • Atuam no túbulo distal; • Hidroclorotiazida (Clorana ®), Clortalidona → HAS resistente ou refratária, Indapamida; • Antes, preferia-se mais a hidroclorotiazida, mas hoje já se indica mais a clortalidona pelo maior efeito dose a dose (quando comparados) e sua meia-vida ser mais prolongada. LAVÍNIA PRADO MEDICINA (VII) DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO • Atuam nos receptores da aldosterona nos túbulos distais; • Espironolactona (Aldactone ®), Amilorida (Diupress ®); ➢ Dar preferência aos tiazídicos ou similares (clortalidona, hidroclorotiazida, indapamida) → DOSES BAIXAS (mais suaves, maior tempo de ação); ➢ Os DIU de alça são utilizados em casos de insuficiência renal; ➢ Poupadores de K+ são utilizados em associação com outras duas classes anteriores ➔ HAS refratária ou resistente. O Mecanismo da ação anti-hipertensiva dos DIU relaciona-se inicialmente a seus efeitos natriuréticos, com a diminuição do volume circulante e do volume extracelular. Após quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente normatiza-se, e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP). Os DIU reduzem a PA e diminuem a morbidade e a mortalidade CV. Preferir os DIU tiazídicos e reservar os DIU de alça e poupadores de potássio de acordo às condições clínicas com retenção de sódio e água, como a IR (creatinina > 2 mg/dL ou o ritmo de filtração glomerular estimado < ou igual a 30 mL/min/1,73m2) e situações de edema (IC, síndrome nefrítica). Mesmo com vários estudos ainda não há definição da clortalidona como DIU preferencial, mas se pode utilizá-la quando se deseja maior efeito diurético, em especial na HAR, pois é mais potente que a hidroclorotiazida. OBS: EFEITOS ANTI-HIPERTENSIVOS NÃO VARIAM MUITO DEACORDO COM A DOSE, MAS EFEITOS COLATERAIS SIM!!
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