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LARISSA MENEZES – AISCA I ICTERÍCIA NEONATAL Em adultos ou crianças maiores é sempre patológico No período neonatal muitos ficam ictéricos por algo fisiológico, alguns casos são patológicos DEFINIÇÃO Acumulo de pigmento bilirrubinico não conjugado (BI) Bilirrubina indireta é lipossolúvel Hiperbilirrubinemia: o Indireta: geralmente quando BI acima de 5mg/dL o Direta: TORCHS (infecções congênitas perinatais – toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, HIV, sífilis), colestase, maior gravidade; sempre patológica EPIDEMIOLOGIA METABOLISMO DA BILIRRUBINA Grupamento heme: é derivado da hemoglibiana (75%) e de outras proteínas (25%) como a mioglobina, citocromo, catalases e peroxidades Hemácia → Hb quebrada → Heme + Fe + Globina Fe e globina são reaproveitados, mas o Heme sobra e sofrerá 2 processos: redução (hemeoxigenase) em biliverdina → Oxidação (biliverdina redutase) → Bilirrubina indireta (toxica, lipossolúvel e fotossensível) Enzimas responsáveis pela transformação do grupamento heme em bilirrubina indireta: hemeoxigenase e biliverdina redutase A bilirrubina indireta é carreada pela albumina Conjugação: processo de transformação da bilirrubina indireta em direta através da enzima uridina-difosfato-glicuronil- transferase. Responsável pela coloração escura das fezes A bilirrubina indireta/livre/não conjugada precisa ser transportada para o fígado a fim de se tornar hidrossolúvel (não passar mais pela BHE) → Albumina No fígado, é recebida pelas ligandinas (“proteínas Y e Z”) e unida ao acido glicuronico, passando a ser conjugada (deixa de ser indireta/livre). Uridina- difosfato-glicuronil-transferase é a enzima; conjugação é a reação. Hidrossolúvel! Direta é liberada pela urina e pelas fezes. Excretada como urobilinogênio → fezes (em forma de estercobilina) e urina (urobilina) Circulação entero-hepática: processo de conversão da bilirrubina direta em indireta no intestino sob ação da enzima betaglicuronidase e posterior reabsorção. A enzima pode está mais exacerbado com maior intensidade no RN, aumentando a reabsorção no intestino Maior suscetibilidade do RN a icterícia: LARISSA MENEZES – AISCA I o Maior carga de BI para o hepatócito: maior volume eritrocitário, menor vida-média das hemácias, doenças hemolíticas o Redução do clearance hepático e entérico de bilirrubina: menor capacidade de captação e conjugação da bilirrubina hepáticas, aumento da circulação entero-hepática OBS: RN nasce com muita hemácia, maior volume eritrocitário. Trato gastrointestinal do RN é estéril: menor flora, maior atividade da betaglucuronidade: aumento da conversão de BD em BI e reabsorção de BI pela circulação entero-hepatica ETIOLOGIA Icterícia fisiológica: tardia, a partir das 24 horas de vida Icterícia pelo aleitamento materno Síndrome da icterícia do leite materno Hiperbilirrubinemia indireta patológica: geralmente precoce, antes das 24 horas ICTERÍCIA NEONATAL Causas: o Aumento da carga de bilirrubina a ser metabolizada o Competição ou bloqueio da enzima UDP- glicuroniltransferase por substancias ou drogas o Exacerbação da circulação enterro- hepatica por jejum e demora na eliminação do mecônio: não tem peristalse o Aumento da captação e conjugação hepáticas pelos sistemas enzimáticos o Presença de defeitos genéticos que acarretem ausência ou diminuição da glicuronil transferase ou defeitos de captação pelo hepatócito: A. Síndrome de Jubert B. Síndrome de Cliger-Naja o Não causa icterícia neonatal: aumento da captação e conjugação hepáticas pelos sistemas enzimáticos OBS: Acolia e coliúria relacionam-se à BD Outras causas: Características ICTERÍCIA FISIOLÓGICA • Fatores de risco: o Idade materna acima de 25 anos o Asiáticos o Diabetes materna o Prematuridade o Extravasamentos (cefalohematoma, equimoses, mascara equimotica) o Perda de peso o Retardo para evacuas FATORES DE RISCO PARA ICTERÍCIA GRAVE Trabalho de parto não é um fator de risco para hiperbilirrubinemia grave em RN com 35+ semanas. No máximo acarreta alguns efeitos imediatos LARISSA MENEZES – AISCA I FATORES DE RISCO PARA ICTERÍCIA ICTERÍCIA FISIOLÓGICA X PATOLÓGICA Fisiológica: o Tardia (depois de 24h de vida e até 1 semana): entre 2º e 3º dias o Colostro dentro do esperado, urina normal, mama dentro do normal o É a exclusão o Hemólise acontece, mas o valor é insignificante o Icterícia mínima o Não chega a passar de 12 o A custas de BI Patológica: o Pode ser precoce (antes de 24h), alongada e à custa de BD o Na 1ª semana relativo do aleitamento materno: “do aleitamento” A. Insuficiente: ciclo enterro-hepático exacerbado (TGI parado → Desconjugação → BI). Icterícia do aleitamento materno B. Se está engordando, descarta! o Na 2ª semana relativo ao leite: A. [DDx de exclusão] Leite suficiente, porem com muita beta- glicuronidase ou redução da glicuronil-transferase (icterícia do leite materno) B. Tem que tomar cuidado na recomendação! Deficiência de G6PD precisa de hemólise, estaria com muitos reticulócitos (hemácias jovens) FATORES DE RISCO QUE ALERTAM PARA UMA ICTERÍCIA NÃO FISIOLÓGICA ICTERÍCIA NAS PRIMEIRAS 24H DE VIDA (PRECOCE/NÃO FISIOLÓGICA) Níveis elevados de bilirrubina Bilirrubina subindo a 5mg/dL nas 24h Icterícia persistente Sinais de colestase Exames obrigatórios: o Bilirrubina total e frações o Tipagem sanguínea o Coombs direto: no pré-natal pede o indireto pesquisando se a mãe tem anticorpos para as células sanguíneas. O direto é do samgue do RN ou do cordão pesquisando complexos antígeno-anticorpos (hemácias ligadas LARISSA MENEZES – AISCA I a anticorpo, significa bebe sofrendo hemólise) o Hematócrito ou hemoglobina o Hematoscopia o Contagem de reticulócitos AVALIAÇÃO CLÍNICA Quanto mais grave e intensa a icterícia, mais distal as zonas acometidas Zona I: forma leve Até zona 3 precisa de avaliação sérica da bilirrubina NORMOGRAMA DE BUTHANI Zona de risco baixo ou de risco intermediário baixo pode dá alta e pedir para retornar em 48 horas Acima da zona de risco alto é fototerapia LARISSA MENEZES – AISCA I GRÁFICO PARA INDICATIVO DE FOTOTERAPIA Se ficar acima da sua linha é indicativo de fototerapia BT>12 ou 13, deve conferir com a bilirrubina sérica! ICTERÍCIA POR INCOMPATIBILIDADE SANGUÍNEA PELO SISTEMA Rh Causa de icterícia patológica Antígeno D: Rh+ Anti-D: anti Rh RN é Rh+ e mãe Rh- e Du- para incompatibilidade. A mãe precisa ter sido sensibilizada em uma gestação previa ou ter tido uma transfusão sanguínea com sangue Rh+ Se a mãe já está sensibilizada não adianta a imunoglobulina anti-Rh, o feto já está com hemólise. Logo no começo da gestação ainda pode ter efeito mesmo com sensibilizada. O ideal é fazer no momento do parto da primeira gestação Não é Rh porque o coombs direto está negativo! ICTERÍCIA POR INCOMPATIBILIDADE PELO SISTEMA ABO Precoce, normalmente antes das 24h Hemolítica (sangue do bebê é incompatível com o da mãe) Incompatibilidade leva a hemólise Coombs direto pode ser negativo! ICTERÍCIA ASSOCIADA AO LEITE MATERNO LARISSA MENEZES – AISCA I Do leite materno surge mais tardiamente Do aleitamento materno é precoce porque o bebe não consegue mamar direito ICTERÍCIA POR COLESTASE ICTERÍCIA POR AUMENTO DE BD Sempre patológica! Inicio insidioso Valores de BD iguais ou superiores a 1,5- 2,0mg/dL ou maiores que 20% da BT Tratamento não é fototerapia Se prolongada: prurido, xantomas, deficiência devitaminas lipossolúveis Tratamento: TRATAMENTO DA ICTERÍCIA NEONATAL LARISSA MENEZES – AISCA I FOTOTERAPIA LARISSA MENEZES – AISCA I RESUMO