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3 Meningoencefalites

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LARISSA MENEZES – AISCA II 
 
MENINGOENCEFALITES NA INFÂNCIA 
 
• Meningite: Processo inflamatório do espaço 
subaracnóidea e das meninges que envolvem 
o encéfalo e a medula espinhal 
• Encefalite: Processo inflamatório do 
parênquima cerebral 
• Meningoencefalite: sinais meníngeos e de 
inflamação cerebral 
• Crianças de 1 mês até 5 anos de idade 
correspondem por 90% dos casos de 
meningite 
• A maior parte dos acometidos são crianças, 
são mais suscetíveis por características 
imunológicas 
 
• Colonização da nasofaringe: enquanto está só 
colonizada não tem problema, até o ponto que 
não provocam doença 
• Pneumococo, Meningococo, Hemophilus 
influenza 
• Por algum motivo, por perda da integridade da 
mucosa nasal ou perda da imunidade nasal ou 
uma cepa mais patogênica, favorecem uma 
invasão local, caindo na circulação sanguíneo, 
causando a bacteremia 
• As bactérias enfrentem então uma 2ª linha de 
defesa, as células sanguíneas. Em algumas 
pessoas, as bactérias conseguem invadir a 
meninge, geralmente pelo Plexo coroide 
• 
• No SNC, nas meninges, as bactérias encontram 
local propicio para se replicar e inflamar o 
espaço subaracnóideo porque não tem 
leucócitos nem estruturas de defesa 
• O sistema imunológico percebe e joga células 
de defesa nesse local, para fazerem lise 
bacteriana. Ao provocar a lise, libera 
lipopolissacarideos e peptidoglicanos na 
membrana, ativando mais o sistema 
imunológico. Liberando citocinas pró-
inflamatórias (TNF alfa e IL-1) em algo que já 
está inflamatório, estimulando mais ainda; 
causando o edema vasogenico, citotóxico e 
intersticial, com aumento da PIC 
 
 
• Agentes etiológicos bacterianos, segundo a 
faixa etária: 
IDADE DO 
PACIENTE 
AGENTE ETIOLOGICO MAIS 
COMUM 
Até 30 
dias 
S. agalactiae; E. coli e outros Gram 
negativos; L. monocytogenes 
(agentes da flora materna) 
1 mês a 3 
meses 
S. pneumoniae; H. influanzae; N. 
meningitidis; S. agalactiae; L. 
monocytogenes 
3 meses a 
5 anos 
N. meningitidis; S. pneuumoniae; H. 
influenzae 
5 anos a 
18 anos 
N. meningitidis; S. pneumoniae 
LARISSA MENEZES – AISCA II 
 
PNEUMOCOCO 
o Maior gravidade 
o Letalidade 15-30% 
o Deixa sequelas 
MENINGOCOCO 
o Menor gravidade 
o Letalidade 5-15% 
o Geralmente não deixa sequelas 
o Pode causar Menigococcemia ou Doença 
meningocócica: coagulação intravascular 
disseminada com formação de trombos e 
petéquias, podendo chegar a amputação de 
membros 
o Sistema complemento 
HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B 
o Menor letalidade 5-15% 
o Deixa sequelas 
STAPHYLOCOCCUS AUREUS E S. 
EPIDERMIDIS 
o Procedimentos cirúrgicos: porta de entrada 
o Bactérias que normalmente colonizam a pele 
 
• Presença de 2 síndromes deixa o diagnostico 
sugestivo de meningite ou meningoencefalite 
SÍNDROME TOXÊMICA 
o Conjunto de sinais e sintomas associadas a um 
quadro infeccioso qualquer 
o Febre alta 
o Mal-estar 
o Prostração 
o Agitação psicomotora 
o Sinal de Faget 
o Rash cutâneo hemorrágico (petéquias não 
desaparecem a vitropressão) 
 
 
 
 
o Lactente: choro intenso e persistente, recusa 
alimentar 
o As encefalites se diferenciam das meningites 
por caracterizarem alteração funcional do 
SNC: alterações do nível de consciência, 
alterações cognitivas tais como mudança de 
comportamento ou de personalidade, 
distúrbios no movimento ou na fala, déficits 
motores ou sensitivos 
SÍNDROME DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA 
o Vê os sinais clássicos de meningite 
LARISSA MENEZES – AISCA II 
 
o Rigidez de nuca (acompanhada de dor ou não): 
flexão do pescoço sobre o tronco, encostar o 
queixo no peito 
o Sinal de Kernig: flexão da perna sobre a coxa e 
da coxa sobre o quadril e o paciente refere dor 
 
o Sinal de Brudzinski: flexão do pescoço sobre o 
tronco com o paciente em decúbito dorsal, o 
paciente faz uma flexão reflexa, involuntário 
da perna sobre o quadril 
 
o Sinal de Lasegue: paciente sentado, elevação 
da perna estendida e o paciente refere dor a 
nível de coluna lombossacra 
 
o Sinal do desconforto lombar 
o Metade das crianças pequenas e lactentes não 
apresentam sinais de irritação meníngea 
SÍNDROME DE HIPERTENSÃO 
INTRACRANIANA 
o Sinais de aumento da PIC, como vômitos em 
jato (não precedidos de náuseas) 
o Cefaleia holocraniana 
o Náuseas, vômitos em jato 
o Abaulamento de fontanela 
o Fotofobia 
o Confusão mental 
o Crises convulsivas 
 
o Hemograma 
o Proteína C Reativa 
o Hemocultura 
o Eletrólitos 
o Glicemia: a glicose do liquor deve ser 50-60% 
da glicose sanguínea. Se tiver para menos 
presume que tem algum organismo (bactérias 
ou fungos) consumindo essa glicose 
o Coagulograma: 
▪ Tempo de protrombina 
▪ Tempo de tromboplastina parcial ativada 
o Exame de imagem: se sintomas de muita 
hipertensão intracraniana; faz antes de colher 
o líquor para evitar herniação cerebral 
(iatrogenia) 
 
 
 
LARISSA MENEZES – AISCA II 
 
 
INDICAÇÕES DIAGNÓSTICAS 
o Infecção aguda ou crônica do SNC 
o Hemorragia subaracnóidea com TC crânio 
normal 
o Polirradiculoneurite – Sd de Guillain-Barré 
o Doenças desmielinizantes 
o Meninges carcinomatosas 
o Exames radiológicos contrastados 
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
o Pseudo tumor cerebral 
o Antibiótico intratecal 
o Quimioterapia intratecal 
CONTRAINDICAÇÕES DA PUNÇÃO 
LIQUÓRICA 
o Hipertensão intracraniana com processo 
expansivo 
o Infecções cutâneas no local de punção 
o Abscessos epidurais 
o Distúrbios de coagulação (plaquetas < 30.000): 
contraindicação relativa 
o Compressão medular 
TÉCNICAS DE PUNÇÃO LIQUÓRICA 
o Punção lombar: mais realizada na pediatria 
o Punção occipital 
o Punção ventricular: em crianças com a 
fontanela aberta 
CUIDADOS E PREPARATIVOS PRÉ 
PUNÇÃO 
o Contensão/Sedação 
o Posicionamento 
o Material de punção – agulhas 
o Material de coleta 
o Assepsia 
o Analgesia tópica 
PUNÇÃO 
o Posição fetal em decúbito lateral com pernas e 
coxas fletidas sobre a pelve e toda região 
superior fletida sobre o tronco, para máxima 
abertura dos espaços intercostais. Punciona a 
nível da crista ilíaca na coluna (palpando o 
espaço intervertebral nesse nível), posiciona a 
agulha na borda inferior. A sensação do 
subaracnóideo é a mesma sensação de 
ultrapassar um TNT, sente um creck na mão e 
já goteja liquor no orifício da agulha 
 
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA X 
ACIDENTE DE PUNÇÃO 
 HSA ACIDENTE 
Prova dos 3 
tubos (Tuffier 
Millian) 
Igual nos 3 
tubos 
Tendencia é 
clarear 
Após 
centrifugação 
Xantocrômico Incolor 
Coágulos Ausentes Presentes 
Macrófagos 
com 
hemossiderina 
Presente Ausente 
Hemoglobina 
X 
Bilirrubina 
Predomínio 
de bilirrubina 
Predomínio 
de 
hemoglobina 
EXAME BIOQUÍMICO 
o Glicose 
o Proteínas 
o Cloretos 
o Ureia 
o Lactato 
o Eletrólitos: Na 
o Desidrogenase láctica – HDL 
o Bilirrubinas 
o Ferritina (infiltrações leucêmicas) 
o Aminoácidograma (EIM) 
o Enzimas (CPK e Guanase) 
o Dosagem de albuminas 
EXAME BACTERIOLÓGICO 
LARISSA MENEZES – AISCA II 
 
o Bacterioscopia por coloração de Gram ou de 
Ziehl-Neelsen 
o Meio de culturas: 
▪ Ágar chocolate 
▪ Sabouraud 
▪ Lowenstein 
IMPRESSÃO VISUAL DO LCR 
o Aspecto: 
▪ Límpido 
▪ Ligeiramente turvo 
▪ Turvo 
▪ Hemorrágico 
o Cor: 
▪ Incolor 
▪ Avermelhado 
▪ Xantocrômico 
▪ Acastanhado 
ALTERAÇÕES LIQUÓRICAS DAS 
PRINCIPAIS MOLÉSTIAS INFECCIOSAS 
DIAGNÓSTICO Nº 
CÉLS 
DIFERENCIAL 
Normal 0-5 Linfócitos 
M. bacteriana >500 PMN 
M. viral 10-500 Inicial e PMN 
após linfócitos 
M. fúngica 10-10³ Predomínio de 
linfócitos 
TB 20-500 Predomínio de 
linfócitos 
DIAGNÓSTICO GLICOSE PROTÉINAS 
Normal ≥50% 
sérico 
10 a 40 
M. bacteriana N ou baixa N a 600 
M. viral N N a 100 
M. fúngica N ou baixa Elevada 
TB Baixa Elevada 
 
AGENTES INFECCIOSOS SEGUNDO A 
BACTERIOSCOPIA 
AGENTES GRAM MORFOLO
GIA 
S. pneumoniae Positivo COCO 
S. do grupo B 
S. aureus 
N. meningitidis Negativo 
L. 
monocytogenes 
Positivo Bacilo 
H. influenza Negativo 
E. coli 
Shigella sp. 
o Meningite pneumococo: presença de 
Streptococos (fileiras de coco) Gram+ 
 
o Meningite meningocócica: presença de 
diplococos (pares de cocos) Gram + 
 
 
• Meningoencefalite é uma emergência medica! 
Não espera exame sair, se suspeitou colhe 
exames e inicia tto, mas não espera sair, 
porem tem que colher antes de inicia o tto 
• Até que se prove o contrário trata como 
meningite bacteriana 
• Muda ou suspende o atb de acordo com os 
resultados 
• Utiliza-se corticoide para todos os casos 
suspeitos de Meningite bacteriana (para 
substancias inflamatórias no processo de 
destruição das bactérias) 
▪ Aplica-se 15 a 30 min antes da primeira 
dose de ATB 
▪ Dexametasona 6/6h por 4 dias 
• Esquemas empíricos: 
FAIXA ETÁRIA OU 
CONDIÇÃO DE 
BASE 
ESQUEMA 
< 3 meses Ampicilina + 
Ceftriaxone ou 
Cefotaxima 
3 meses – 18 anos Ceftriaxone ou 
Cefotaxima + 
LARISSA MENEZES – AISCA II 
 
Vancomicina (res 
Pneumococo) 
18 – 50 anos Ceftriaxone ou 
Cefotaxima + 
Vancomicina (res 
Pneumococo) 
>50 anos ou 
adultos de 
qualquer idade 
portadores de 
doenças 
debilitantes 
Ampicilina + 
Ceftriaxone ou 
Cefotaxima + 
Vancomicina (res 
Pneumococo) 
Meningite intra-
hospitalar, pós-
trauma ou pós-
neurocirurgia, 
pacientes 
neutropenicos ou 
pacientes com 
deficiência da 
imunidade celular 
Ampicilina + 
Ceftazidima + 
Vancomicina 
OUTRAS MEDIDAS 
o Isolamento respiratório por 24 horas em 
meningite 
o Hidratação com solução isosmolar 
o Elevar a cabeceira da cama: redução da 
hipertensão intracraniana 
o Manitol: antidiurético que ajuda na diminuição 
da hipertensão intracraniana 
o Diazepam para tratamento de crises 
convulsivas 
o Repetir analise do LCR em 72h 
 
MENINGITE MENINGOCÓCICA 
o Contatos familiares e íntimos (creches, 
orfanatos, jardim de infância ou maternal) 
o Contatos que permaneceram 4h por dia por 5 
dias 
o Profissionais da área de saúde que entraram 
em contato com secreções respiratórias do 
paciente 
o Droga de escolha: Rifampicina 
o Mulheres gravidas: Ceftriaxone dose única 
MENINGITE POR HEMÓFILO 
o Contatos familiares quando houver uma 
criança <4 anos além do caso índice 
o Contatos íntimos é controverso 
o Droga de escolha: Rifampicina 
o Mulheres gravidas: Ceftriaxone dose única 
MENINGITE PNEUMOCOCÓCICA 
o Não tem indicação de profilaxia 
 
• Vírus mais comuns: Herpes, Caxumba, Epstein-
Baar, Enterovírus, Cocksackie, Echovírus, CMV, 
HIV 
• Quadro clínico semelhante 
• Particularidades de uma doença viral 
• Tratamento: suporte, a não ser que suspeite 
de encefalite viral (herpes vírus) 
• Suspeita de herpes: 
 
 
• Suspeita de encefalite viral: Aciclovir

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