Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Questão 1/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia a citação a seguir: “Do outro lado da cerca, pelos espaços entre as flores curvas, eles estavam tacando. Eles foram para o lugar onde estava a bandeira e eu fui seguindo junto à cerca. Luster estava procurado na grama perto da árvore florida. Eles tiraram a bandeira e a tacaram outra vez. Então puseram a bandeira de novo e foram até a mesa, ele tacou e o outro tacou. Então eles andaram e eu fui seguindo junto à cerca. Luster veio da árvore florida e nós seguimos junto à cerca e eles pararam e nós paramos e eu fiquei olhando através da cerca enquanto Luster procurava na grama” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FAULKNER, William. O som e a fúria. Trad. Paulo Henriques Brito. São Paulo: CosacNaify, 2004, p. 5. O fragmento reproduz o início do romance de Faulkner, O som e a fúria. Nesse início de romance, o narrador é alguém que sofre de deficiência mental. No decorrer do livro, aparecerão outros narradores, cujas histórias não correm linearmente nem em espaços comuns. Esses recursos de alguma forma buscavam exprimir a falta de sentido decorrente dos efeitos da Primeira Guerra Mundial, da crise econômica, entre outros eventos que abalaram a vida na Europa e nas Américas nas primeiras décadas do século XX. Considerando essas informações, o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base História da Literatura Universal sobre o Modernismo, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A O Modernismo reforçou o uso de um formato literário muito semelhante ao do Romantismo. B O romance de Faulkner, O som e a fúria, utiliza uma cronologia narrativa tradicional, marcada por uma linearidade que busca dar sentido ao caos gerado pelas duas grandes guerras mundiais. C O Modernismo foi marcado pelo sentimento de saudosismo e melancolia em relação ao passado. D As obras modernistas valorizavam a vida no campo (bucolismo) e criticavam a vida nos centros urbanos. E O Modernismo buscou negar os padrões e linguagem considerados tradicionais. Você acertou! Comentário: A afirmativa está correta porque a ruptura com os modelos literários tradicionais estava no centro das aspirações modernistas. Entre essas rupturas, estava o rompimento dos padrões usuais da linguagem literária, como no livro de Faulkner, que dá a palavra a um narrador com problemas mentais: “Os escritores dessa época negavam e evitavam os tipos formais e tradicionais. É um momento de revolução e busca de novos caminhos e novos formatos literários: a grande onda cultural do modernismo, que surgiu na Europa e depois se espalhou para os Estados Unidos nos primeiros anos do século XX e expressava um desejo de ruptura brusca com o passado” (livro-base, p. 254, 255). Questão 2/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto: “Em seu ensaio machadiano, quase todo voltado a ‘Brás Cubas’ – modelo que segue na maior parte do livro, o da escolha de um romance ou até um personagem de cada ‘gênio’ analisado –, ele reforça outra das ‘maestrias’ do escritor. ‘Divirto-me, e não me entedio, diante da constatação de que, muito em breve, hei de vivenciar o meu próprio esquecimento [...]. ‘Memórias Póstumas', escritas do túmulo, tornam o esquecimento singularmente divertido’[...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FOLHA DE S. PAULO. Para Harold Bloom, Machado de Assis é um milagre. Ilustrada, Folha de S. Paulo (versão on-line), 03/05/2003. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u32616.shtml>. Acesso em 07 out. 2017. Depois que suas obras começaram a ser traduzidas para o inglês, Machado de Assis começou a ser conhecido pela crítica literária europeia e norte-americana. Assim como Susan Sontag, Julian Barnes, Woody Allen, o crítico britânico Harold Bloom manifestou a admiração pelo escritor brasileiro, que, pouco a pouco, vem sendo lido e colocado lado a lado dos grandes escritores do século XIX. A partir do trecho citado e das informações contidas no livro-base História da Literatura Universal sobre a obra de Machado de Assis, analise as afirmativas: I. Ambivalência, humor e ironia são artifícios recorrentes na obra de Machado, como formas de exercício crítico da sociedade. II. Seu estilo sóbrio e convencional o fez ser admirado por seus contemporâneos, que ocuparam as ruas do Rio de Janeiro para acompanhar seu funeral. III. O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas representa a virada em sua obra, pois, nele, deixa para trás as obras ligadas à formação do “eu”. São corretas apenas as afirmativas: Nota: 10.0 A I B I e II C II e III D III E I e III Você acertou! As afirmativas I e III estão corretas, porque Machado de Assis “Tentou não ser convencional, encarou as dificuldades de ser mulato, gago, epilético e tímido e teve como armas o humor, as ambivalências, a oculta sensualidade e a ironia. Memórias póstumas de Brás Cubas é o marco divisor de sua obra. O defunto-autor Brás Cubas exibe peças de cinismo e indiferença com que via montada a história dos homens” (livro-base, p. 247). A afirmativa II está errada por essas mesmas razões, uma vez que a obra de Machado – sobretudo a da chamada segunda fase – fugiu absolutamente do convencional em relação ao contexto de sua época (p. 247). Questão 3/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia a citação: “O domínio próprio da tragédia situa-se nessa zona fronteiriça onde os atos humanos vêm articular-se com as potências divinas, mas onde revelam seu verdadeiro sentido, ignorado até por aqueles que os praticam e por eles são responsáveis, inserindo-se numa ordem que ultrapassa o homem e a ele escapa”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988. p. 17. A citação de Jean Pierre Vernant e Pierre Vidal-Naquet comentam sobre o sentido da tragédia. Na Poética, Aristóteles descreve as características da tragédia, mencionando a catarse como um dos seus elementos centrais. Considerando a citação e os conteúdos do livro-base História da Literatura Universal sobre a catarse, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A é o processo de alívio e purificação experimentado pelo público diante da punição da personagem que cometeu uma ação incorreta aos olhos dos deuses. Você acertou! A tragédia para Aristóteles deve levar ao bem. Nesse sentido, a catarse ocorre no momento decisivo da tragédia em que uma personagem que violou uma lei divina, ainda que a desconheça, é punida, e tal punição é sentida como um alívio pelo público por não estar no lugar dela: “Quando o público se depara com as ações incorretas do vilão e o vê sendo castigado, ao se identificar com esse personagem, teme ser punido como ele, sente alívio por não estar em seu lugar e passa por um processo de purificação, que o faz querer imitar apenas as ações virtuosas do herói [...]” (livro-base, p. 52). B é o sentimento de satisfação em face da identificação do público com uma personagem virtuosa da tragédia, a qual segue estritamente as regras prescritas pelos deuses. C é o sentimento de ódio ao vilão da tragédia que cometeu uma ação considerada radicalmente estranha à cultura do público. D é a revolta do público pela condenação injusta sofrida pela personagem, sinalizando uma ruptura em relação às regras divinas. E é o amor que a personagem principal tem pelo vilão da tragédia, como ocorre com Medeia em relação a Jasão. Questão 4/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto: “Em seu ensaio machadiano, quase todo voltado a ‘Brás Cubas’ – modelo que segue na maior parte do livro, o da escolha de um romance ou até um personagem de cada ‘gênio’ analisado –, ele reforça outra das ‘maestrias’ do escritor. ‘Divirto-me, e não me entedio, diante da constatação de que, muito em breve, hei de vivenciar o meu próprio esquecimento[...]. ‘Memórias Póstumas', escritas do túmulo, tornam o esquecimento singularmente divertido’[...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FOLHA DE S. PAULO. Para Harold Bloom, Machado de Assis é um milagre. Ilustrada, Folha de S. Paulo (versão on-line), 03/05/2003. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u32616.shtml>. Acesso em 30 set. 2019. Depois que suas obras começaram a ser traduzidas para o inglês, Machado de Assis começou a ser conhecido pela crítica literária europeia e norte-americana. Assim como Susan Sontag, Julian Barnes, Woody Allen, o crítico britânico Harold Bloom manifestou a admiração pelo escritor brasileiro, que, pouco a pouco, vem sendo lido e colocado lado a lado dos grandes escritores do século XIX. A partir do trecho citado e das informações contidas no livro-base História da Literatura Universal sobre a obra de Machado de Assis, assinale a única alternativa correta: Nota: 10.0 A Ambivalência, humor e ironia são artifícios recorrentes na obra de Machado, como formas de exercício crítico da sociedade. Você acertou! Comentário: A afirmativa está correta, porque Machado de Assis “Tentou não ser convencional, encarou as dificuldades de ser mulato, gago, epilético e tímido e teve como armas o humor, as ambivalências, a oculta sensualidade e a ironia. Memórias póstumas de Brás Cubas é o marco divisor de sua obra. O defunto-autor Brás Cubas exibe peças de cinismo e indiferença com que via montada a história dos homens” (livro-base, p. 245). B Seu estilo sóbrio e convencional o fez ser admirado por seus contemporâneos, que ocuparam as ruas do Rio de Janeiro para acompanhar seu funeral. C O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas representa a virada em sua obra, pois, nele, Machado de Assis inaugura sua fase romântica. D Machado de Assis foi um dos grandes representantes da poesia modernista. E Uma marca das obras de Machado de Assis foi a idealização e a nostalgia com que retratou a sociedade do Rio de Janeiro do final do século XIX. Questão 5/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia a passagem a seguir: “Minha vida começou a ser um mosaico de profissões; aqui onde me veem, fui mascate, agente do foro, guarda-livros, lavrador, operário, estalajadeiro, escrevente de cartório; algumas semanas vivi de tirar cópias de peças e papéis para teatro. Trabalhava com energia, mas a fortuna não correspondia à constância, e o melhor dos anos gastei-o em luta áspera e desigual. Uma compensação havia, a mais doce de todas: era o amor e o contentamento de Ângela, a igualdade do ânimo com que ela encarava todas as vicissitudes. Pouco tempo depois da nossa fuga, havia outra compensação mais: era Helena. Essa menina nasceu em um dos momentos mais tristes da minha vida”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ASSIS, J. M. Machado de. Hedlens. In: Domínio Público, p. 80. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000079.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2017. A passagem acima é narrada por Salvador, pai de Helena, do romance homônimo. Machado de Assis foi também um grande leitor e intérprete da realidade social de seu tempo. Retratou de perto segmentos importantes e diferentes da sociedade brasileira. Considerando a passagem acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, em Helena, Machado retrata com minúcia os dilemas de qual grupo social? Assinale a alternativa correta: Nota: 0.0 A Os escravos. B A classe dirigente brasileira. C Os intelectuais e artistas. D A população pobre e livre. Os chamados quatro romances da primeira fase machadiana – Ressurreição, A mão e a luva, Helena e Iaiá Garcia – tratam de personagens que não pertencem nem à elite nem são escravos: são pobres e livres. Essas personagens giram em torno dos proprietários, das classes abastadas, em busca de ascensão social, muitas vezes frustradas como no caso de Helena. “Um dos temas centrais da obra machadiana é o destino da população pobre e livre, que tem uma inserção social precária no século XIX. Trata-se daquela mesma população que é protagonista no romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e que comparece em peso na ficção de José de Alencar. Machado deteve-se em grande medida nos dilemas desse grupo social, principalmente em seus quatro primeiros romances” (livro-base, p. 115) E Os membros do clero. Questão 6/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “Do outro lado da cerca, pelos espaços entre as flores curvas, eles estavam tacando. Eles foram para o lugar onde estava a bandeira e eu fui seguindo junto à cerca. Luster estava procurado na grama perto da árvore florida. Eles tiraram a bandeira e a tacaram outra vez. Então puseram a bandeira de novo e foram até a mesa, ele tacou e o outro tacou. Então eles andaram e eu fui seguindo junto à cerca. Luster veio da árvore florida e nós seguimos junto à cerca e eles pararam e nós paramos e eu fiquei olhando através da cerca enquanto Luster procurava na grama”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FAULKNER, William. O som e a fúria. Trad. Paulo Henriques Brito. São Paulo: CosacNaify, 2004, p. 5. O fragmento reproduz o início do romance de Faulkner, O som e a fúria. Nesse início de romance, o narrador é alguém que sofre de deficiência mental. No decorrer do livro, aparecerão outros narradores, cujas histórias não correm linearmente nem em espaços comuns. Esses recursos de alguma forma buscavam exprimir a falta de sentido decorrente dos efeitos da Primeira Guerra Mundial, da crise econômica, entre outros eventos que abalaram a vida na Europa e nas Américas nas primeiras décadas do século XX. Considerando essas informações, o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base História da Literatura Universal sobre o Modernismo, leia as afirmativas a seguir: I. O Modernismo buscou negar os padrões e linguagem considerados tradicionais. II. O desejo de ruptura com o passado foi uma das marcas do Modernismo III. O Modernismo foi marcado pelo sentimento de saudosismo e melancolia em relação ao passado. IV. A reinvenção de formas artísticas é uma maneira de expressar novos sentidos para um mundo que se transformara radicalmente. Estão corretas apenas as afirmativas: Nota: 10.0 A I, II e III B I, II e IV Você acertou! As afirmativas I, II e IV estão corretas porque a ruptura com os modelos literários tradicionais estava no centro das aspirações modernistas. Entre essas rupturas, estava o rompimento dos padrões usuais da linguagem literária, como no livro de Faulkner, que dá a palavra a um narrador com problemas mentais: “Os escritores dessa época negavam e evitavam os tipos formais e tradicionais. É um momento de revolução e busca de novos caminhos e novos formatos literários: a grande onda cultural do modernismo, que surgiu na Europa e depois se espalhou para os Estados Unidos nos primeiros anos do século XX e expressava um desejo de ruptura brusca com o passado” (livro-base, p. 254, 255). Por essas razões, a afirmativa III está incorreta, já que não havia sentimento nostálgico entre os modernistas. C II, III e IV D I, III e IV E I e IV Questão 7/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “A literatura que se escreve no Brasil é já a expressão de um pensamento e sentimento que se não confundem mais com o português e em forma que, apesar da comunidade da língua, não é mais inteiramente portuguesa. É isto absolutamente certo desde o Romantismo, que foi a nossa emancipação literária, seguindo-se naturalmente à nossa independência política”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: VERÍSSIMO, José. História da 1 brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves; Paris: Livraria Aillaud e Bertrand, 1916, p. 1. Um dos problemas que se impõe ao domínio do estudioso de História da literaturabrasileira é definir, primeiramente, quando ela começou. Nesse sentido, ao longo dos estudos de literatura do Brasil, que se iniciam com Silvio Romero em 1888, diferentes marcos iniciais foram sugeridos. Considerando o fragmento de texto acima e os conteúdos abordados no livro-base Literatura Brasileira sobre os marcos iniciais da literatura brasileira, leia as afirmativas abaixo: I – Silvio Romero escolheu como marco inicial o ano de 1500, embora sugira outras quatro alternativas para delimitar o início de nossa literatura. II – José Veríssimo escolheu o poema Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, como o autor que marca o início da literatura brasileira. III – José Veríssimo escolhe Prosopopeia como marco inicial da literatura brasileira porque antes desta obra não havia imprensa no Brasil, tecnologia que chega aqui em 1601. IV – O crítico e historiador da literatura Antonio Candido elege o romantismo e o arcadismo como “momentos decisivos” da formação da literatura brasileira. V – Para Antonio Candido apenas no arcadismo e no romantismo surgem as condições necessárias para a constituição de um sistema literário: autor, obra e público. Estão corretas apenas: Nota: 10.0 A as afirmativas I, II e III. B as afirmativas II e III. C as afirmativas I, II, IV e V. Você acertou! As afirmativas I, II, IV e V estão corretas porque “O principal problema que se impõe ao estudioso da história literária brasileira é delimitar o momento em que nossa literatura começou. Sílvio Romero, nosso primeiro historiador literário, optou pelo ano de 1500, embora tenha oferecido no prefácio à segunda edição (1903) de sua História da literatura brasileira (1888) outras quatro alternativas de marco inicial. José Veríssimo, autor de outra História da literatura brasileira (1916), escolheu o poema Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, como o início da literatura brasileira. [...] Antonio Candido elege o arcadismo e o romantismo como os momentos decisivos da formação da literatura brasileira. Para o crítico literário, é somente nesses momentos históricos (ou seja, a partir do século XVIII) que surgem as condições necessárias para a constituição de nossa literatura. Quais seriam essas condições? [...] O ‘sistema literário’ — constituído por autor, obra e público — só toma forma na história literária brasileira a partir do arcadismo e do romantismo. E a consolidação da literatura brasileira, para continuarmos na perspectiva de Antonio Candido, só se realiza completamente com Machado de Assis” A questão III está incorreta porque a imprensa só chega ao Brasil no século XIX, com a instalação da Corte de D. João VI no Brasil, em 1808” (livro-base, p. 15,16,17). D as afirmativas III e IV. E as afirmativas I e V. Questão 8/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia os versos a seguir: “A glória de quem tudo o mais comove pelo universo penetra e resplende e mais, e menos, suas partes move. No alto céu onde mais a luz se incende eu fui, e vi tais coisas, que dizer não sabe ou pode quem de lá descende; porque apressurando-se ao querer sumo, o intelecto se aprofunda tanto que a memória não segue o seu correr”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALIGHIERI, Dante. Canto I. In: CAMPOS, Haroldo. Pedra e luz na poesia de Dante. Rio de Janeiro: Imago, 1998, p. 85 Os versos citados abrem a última parte da Divina Comédia, de Dante Alighieri. Esta obra é considerada como a síntese da mentalidade medieval ao mesmo tempo que já aponta para a visão do mundo renascentista, que valoriza o homem e a arte greco-romana da Antiguidade. Tendo como referência o texto e a leitura do livro-base História da Literatura Universal sobre a Divina Comédia, assinale a única alternativa correta: Nota: 10.0 A A obra é dividida em três livros: Inferno, Purgatório e Paraíso. Você acertou! Comentário: a afirmativa está correta porque a Divina Comédia é dividida em três partes – Inferno, Purgatório e Paraíso. Virgílio conduz Dante pelo Inferno e pelo Purgatório e Beatriz, pelo Paraíso. Segundo a autora do livro-base, o Inferno é a parte mais envolvente: “o sofrimento dos penitentes é narrado em um contexto vibrante (daí o termo dantesco) e se tornou mais popular que os outros dois livros, o ‘Purgatório’ e o ‘Paraíso’, que contêm reflexões mais sofisticadas” (livro-base, p. 109). B A passagem de Dante pelo Inferno é conduzida por Beatriz, eterna amada e inspiração do poeta. C A divina comédia pode ser considerada a primeira obra cômica da História. D A descrição do Inferno é a menos envolvente, descrita com poucos detalhes pelo autor e, por isso, se tornou menos popular que os outros dois livros. E A passagem de Dante pelo Paraíso é conduzida por pelo poeta Virgílio. Questão 9/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia a passagem abaixo: “Pelo hábito de frequentar a igreja tomara conhecimento e travara estreita amizade com um pequeno sacristão que, digamos de passagem, era tão boa peça como ele; apenas se encontravam limitavam-se a trocar olhares significativos enquanto o amigo andava ocupado no serviço da igreja; assim porém que se acabavam as missas, e que saíam as verdadeiras beatas, reuniam-se os dois, e começavam a contar suas diabruras mais recentes, travando o plano de mil outras novas. Por complacência, ou antes por prova de decidida amizade, o companheiro confiava ao nosso gazeador um caniço, e faziam juntos o serviço e as maroteiras: a mais pequena que faziam era irem de altar em altar escorropichando todas as galhetas, o que lhes incendia mais o desejo de traquinar”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um sargento de milícias. Domínio Público, p. 32. < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000235.pdf>. Acesso em 07 de ago. 2017. A passagem acima foi extraída do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Romance de costumes, a obra trouxe para a ficção os ambientes mais populares do Rio de Janeiro e seus moradores, escolhendo como protagonistas os homens pobres, mas livres, do século XIX. Nesse romance é possível enxergar um modo de sociabilidade que Antonio Candido percebeu como estrutural daquela sociedade e da sociedade brasileira em geral. Considerando o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, Candido chamou esse tipo de sociabilidade de: Nota: 10.0 A malandragem. Você acertou! “A grande contribuição desse romance de costumes está na aposta de ficcionalizar o mundo popular do Rio de Janeiro. [...] Ao enquadrar essa população sem eira nem beira, Memórias de um sargento de milícias revela certo tipo de sociabilidade local até então não percebida por Teixeira e Sousa ou Macedo e que Antonio Candido, a certa altura, denominou de malandragem (livro-base, p. 100-101). B marginal. C aristocrática. D convencional. E civilizatória. Questão 10/10 - História da Literatura e Literatura Brasileira Leia os fragmentos do poema abaixo: I “No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.” ........................................................................... IV “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci;” .................................... Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionouchamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa: Nota: 0.0 A é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema. Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85) B é o efeito que ocorre em poemas compostos por estrofes de quatro a seis versos, com cinco ou sete sílabas. C é o tipo de assimilação vocálica, em que as vogais de uma palavra se tornam foneticamente semelhantes a outra vogal da mesma palavra. D é a correspondência harmônica que ocorre em poemas de 14 versos, formados por duas estrofes de quatro versos e duas de três. E é o efeito que se obtém em composições poéticas populares antigas, acompanhadas ou não de música. ·
Compartilhar