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Manual de Semiologia

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ALAN R F PAZ JÚNIOR 
2021 
 
APOSTILA DE SEMIOLOGIA MÉDICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.0 INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 Teoria Geral dos Sistemas (TGS) 
Surgiu com os trabalhos do biólogo Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 
1968, e não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim 
produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicação 
na realidade dos múltiplos conhecimentos existentes. Teoria de sistemas pode ser 
uma maneira mais abrangente de estudar os campos não físicos do conhecimento 
científico, especialmente, as ciências sociais. Com isso, consegue-se analisar mais 
variáveis que influenciam o todo, sem um olhar focar e segmentado de apenas um 
ponto de vista ou área do conhecimento. 
Objetiva a unidade das diferentes ciências de forma a transformá-las numa 
ferramenta do saber, fruto da educação científica. Necessita de uma avaliação como 
um todo. Integra assuntos que são de naturezas diferentes. É, portanto, uma 
tendência que tenta integrar as áreas do conhecimento, e assim produzir teorias e 
conceitos com utilidade prática. 
 
1.2 Comunicação 
É um pilar da profissão médica, e representa o veículo das manifestações 
observáveis em uma relação. Ou seja, se o veículo for ruim, as mensagens não são 
trocadas e por consequência não se obtém as informações muitas vezes cruciais no 
exame clínico e em qualquer conversa. 
Esse veículo pode ser descrito por cinco inerentes axiomas da comunicação, que são: 
• I - A impossibilidade de não comunicar 
Mesmo inerte e sem comunicação visual ou verbal, o paciente está comunicando 
algo. Todo gesto leva uma mensagem. 
• II - O conteúdo e níveis de relação da comunicação 
A comunicação sempre que se estabelece tem material, dados, e uma 
hierarquia, que impõe comportamento (entrevistado x entrevistador). 
• III - Pontuação da sequência de eventos 
A comunicação respeita uma série de trocas de informações que ditam o tom e 
aonde se chegará. Depende da postura de cada um dos elementos da 
comunicação. 
• IV - Comunicação digital e analógica 
Toda comunicação tem um meio e fazem parte, para os humanos, formas 
verbais e não verbais de comunicação. 
• V - Interação simétrica e complementar 
Quando duas pessoas divergem o tom e o resultado da comunicação será 
diferente do que se elas concordassem. Pode ser, portanto, simétrico ou 
complementar. 
 
1.3 Princípios de Bates 
O livro de semiologia médica de Bates elenca seis princípios que considera 
fundamentais serem de domínio do médico para conseguir extrair o máximo de 
informações com qualidade do seu paciente. São elas: 
• Facilitação 
Dando opções, o paciente consegue descrever melhor o seu problema. 
Obrigatoriamente ele terá que optar, e para isso, toma uma decisão consciente. 
• Reflexão 
Conduzir o diálogo de maneira a haver sentido, com ordem e veracidade. Questionar 
se alivia ou piora com alguma conduta. 
• Esclarecimento 
Questionar o paciente sobre o que ele disse. Eu entendi certo? Foi assim mesmo? 
• Confrontação 
Questionar é fundamental, buscando inconsistências no que o paciente relata. 
• Interpretação 
Quando não entender, elabore. “Dor no lombo” pode não ser lombalgia, gírias devem 
ser sempre interpretadas. 
• Respostas empáticas 
Estabelecer contato visual e com gestos, concordando com o paciente, sacudindo a 
cabeça e expressando curiosidade faz com que se evolua na relação médico-paciente 
com mais facilidade. 
 
1.4 O exame clínico 
O exame clínico do paciente ao ser atendido é composto de duas grandes partes, a 
anamnese e o exame físico. 
EXAME CLÍNICO = ANAMNESE + EXAME FÍSICO 
Diferentemente da matemática, a ordem dos fatores altera o produto. Não se inicia 
um exame clínico pelo exame físico. A anamnese é fundamental para nortear o 
processo, onde se obtém informações riquíssimas que nortearão todo o atendimento 
e permitirão um exame físico focado e que corrobore informações da história que o 
paciente relata e de sintomas que apresenta. Isso não quer dizer que durante o 
exame clínico não se faça perguntas complementares, apenas que o exame deve 
seguir uma lógica. 
Por exemplo, um paciente de 76 anos presenta-se na emergência com uma face 
demonstrando dor, dificuldade respiratória, hipotenso, com dor nas costas e na 
cabeça. Qual a conduta? Uso de máscara nasal com O2 a 100%? Uma droga 
vasopressora? Um analgésico? 
Óbvio que não! É necessário conversar com esse paciente ou acompanhante e 
coletar uma história simples e rápida que indicará um diagnóstico ou hipótese 
diagnóstica rapidamente. 
Voltemos ao caso. Você descobre que o paciente começou a sentir falta de ar, e 
você, atento à dispneia do paciente, resolve aferir a frequência respiratória e 
descobre que ele está taquipneico, com 26 incursões por minuto, e com taquicardia, 
com 115 batimentos por minuto. Pressão arterial de 80/50 mmHg e pulso radial fino. 
Sua hipótese diagnóstica é Infarto Agudo do Miocárdio. Afinal, aprendeu nas aulas 
de cardiologia que dor no peito que irradia para as costas e para o mento, com 
dispneia, hipotensão e taquicardia pode ser um Infarto. Solicita um 
Eletrocardiograma (ECG) e enzimas cardíacas, além de um hemograma completo. 
Rapidamente descobre que não haviam alterações no ECG condizentes com a 
hipótese diagnóstica, o que lhe deixa confuso. Após 6 horas, retorna o resultado do 
hemograma e você fica surpreso ao observar uma leucocitose com desvio a 
esquerda. Corre até o paciente, que nesse momento se encontrava mais hipotenso 
e com alteração da consciência. 
Três perguntas seriam simples nesse caso e teriam dado um desfecho 
completamente diferente ao caso: 
• Desde quando você está com falta de ar? 
• Como é a sua dor? 
• O que mais o senhor sente? 
Um quadro de falta de ar de evolução de 5 dias, progressiva, com tosse e chiado no 
peito e expectoração mucopurulenta, certamente não é Infarto do Miocárdio! Com 
essas informações e com um exame físico respiratório bem feito, a hipótese 
diagnóstica mesmo sem febre e sem o hemograma, seria de pneumonia. 
Diante de uma pneumonia grave como essa, em um paciente idoso, provavelmente 
séptico, cabe ao médico extrair as informações corretas e não se deixar enganar. 
Lombalgia e cefaleia são queixas extremamente comuns que, nesse caso, 
confundiram o médico em seu diagnóstico. 
 
Responda, marcando X na alternativa verdadeira. 
 
 
 
 
Você está em Bagé/RS e avista um mamífero herbívoro de 4 patas com 1,5 
metro de altura, que galopa, come grama, tem pelo curto e ralo, orelhas 
levantadas e pontudas, com crinas macias. Você está diante de um(a): 
a. ( ) Cavalo. 
b. ( ) Zebra. 
 
 
1.5 Anamnese 
 
 
A anamnese é uma entrevista que deve guiar para o diagnóstico de uma doença. É o 
início do raciocínio clínico, sendo um processo dinâmico e interativo. Tem por 
objetivo iniciar a relação médico-paciente, coletar a história e os antecedentes deste 
paciente, direcionar o exame físico, definir a estratégia dos exames complementares 
e possibilitar a escolha dos procedimentos mais adequados ao paciente levando em 
vista o contexto, como nível intelectual, escolaridade, renda, condições 
socioeconômicas e outras. 
 
Princípios básicos da anamnese: 
• Estabelecer uma cronologia; 
• O paciente não sabe o que é importante. O médico deve saber; 
• O médico não é juiz de ninguém, e está a serviço do paciente; 
• Jamais estereotipar o paciente, o chamando de “vozinha” por ser uma senhora, por 
exemplo 
• Sintoma é o que o paciente refere. Sinal é o que 
você observa. A anamnese é composta por: 
• Identificação 
Nome, idade, sexo, cor (raça), estado civil, profissão (atual e anterior), local de 
trabalho, naturalidade, residência e procedência. 
 
• Queixa principal 
Motivo que levou o paciente à consulta. Importante não tentar traduzir a queixa, 
deve-se abordar a partir de como ele a traz. Sempre coletar a duração da queixa 
(minutos, horas,dias, anos...). 
Importante! Sintoma é uma queixa subjetiva referida pelo paciente, porém não 
menos importante. Ex: Dor, náuseas... 
Sinal é um achados objetivo que podem ser observados pelo 
examinador. Ex: febre, icterícia... 
• História da doença atual (HDA) 
Determinar um sintoma-guia e explorá-lo, buscando conhecer como começou, 
evoluiu, o que piora e melhora. Aqui é preferível utilizar termos técnicos, 
enfatizando no principal, estabelecendo relações entre sintomas. Abordar a 
localização e irradiação, caráter, quantidade, intensidade, cronologia, situação em 
que ocorre, fatores atenuantes e agravantes, manifestações associadas, estado atual. 
 
• Interrogatório Sintomatológico 
Permite levantar possibilidades que não guardam relação com o quadro 
sintomatológico registrados na HDA, e que por ventura o paciente tenha esquecido 
de relatar. Afasta ou aproxima hipóteses levantadas pelos sintomas. Busca-se 
sintomas gerais, em cabeça e pescoço, no tórax, abdome, sistema gastrintestinal, 
geniturinário, hemolinfopoiético, endócrino, musculoesquelético, nervoso e psíquico. 
 
• Antecedentes Pessoais e Familiares 
Acidentes, imunizações, doenças prévias, genéticas, sexarca, ciclo menstrual, 
gestação e nascimento, climatério (idade da menopausa). 
 
• Hábitos de vida e condições socioeconômicas 
Estilo de vida, alimentação, moradia, lazeres, trabalho, religião, vida conjugal, 
história ou tabagismo ativo. 
 
1.6 Exame Físico 
 
 
Feito depois da anamnese, o exame físico é guiado pelas informações que o médico 
tem. Com isso, utiliza do seu conhecimento para reconhecer sinais e sintomas, 
utilizando equipamentos e técnicas semiológicas. 
Faz-se primeiro o exame físico geral, a ectoscopia. 
• Estado geral 
Primeira impressão ao ver o paciente: bom, regular ou ruim. 
 
 
• Nível de consciência 
De virgília à coma. Se avalia a perceptividade (LOTE – lúcido e orientado 
em tempo e espaço), a reatividade a estímulos, deglutição e reflexos. 
 
Perceptividade: Lúcido e orientado no tempo e 
espaço (LOTE) Consciente: responsivo 
Sonolento: se não requisitado, 
dorme Obnubilado: sonolento e 
desorientado 
Estupor: só abre os olhos por estímulo doloroso 
Coma: superficial, profundo, decorticação, 
decerebração Escala de Coma de Glasgow: 
mais utilizada no trauma. 
 
• Fala e linguagem 
Disfonia ou afonia: alteração no timbre de voz. Ex: voz rouca, 
fanhosa, bitonal Dislalia: alteração no ritmo de fala. Ex: gaguejar 
Disartria: alteração nos MM da fonação, incoordenação cerebral, 
hipertonia, paralisia Disfasia: perturbação na elaboração cortical da fala 
Disgrafia: perda da capacidade de 
escrever Dislexia: perda da 
capacidade de ler 
 
• Estado de hidratação 
Hidratado, hiperidratado, desidratado... pele, elasticidade, turgor, mucosas, olhos, 
urina. 
 
 
• Estado de nutrição 
Alterações no peso, musculatura, panículo adiposo, desenvolvimento físico, 
estado geral, pele e olhos. 
 
• Desenvolvimento físico 
Análise da idade e do sexo com relação ao físico. Pode ser acromegálico, 
normal, infantilismo, anão... 
 
• Fácies 
Dados exibidos a face através de traços anatômicos, expressão fisionômica e 
elementos patológicos. Normal, hipocrática, renal, leonina, mixedematosa... 
 
• Atitude e decúbito 
Posição no leito ou fora dele, voluntárias ou involuntárias. Posição 
ortopnéica, genupeitoral, cócaras... 
 
• Mucosas 
Conjuntivas, labiobucal, lingual e gengival. Se observa coloração, umidade e lesões. 
 
 
• Pele e Fâneros 
Análise de como estão (coloração, integridade, umidade, elasticidade, consistência, 
brilho...) 
 
 
• Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo 
Avalia-se a distribuição (diferente entre as idades e os sexos), e quanto á 
quantidade (normal, aumentada...). 
 
• Linfonodos 
Se analisa localização, tamanho ou volume, consistência, mobilidade, 
sensibilidade e alterações da pele adjacente. Se avalia os grupos da cabeça e 
pescoço (submentonianos, submandibulares, amigdalianos, cervicais 
superficiais, profundos e posteriores, occipitais, auriculares), supraclaviculares, 
axilares e supratrocleares, inguinais. 
 
• Medidas 
antropométricas 
Peso, altura e IMC. 
 
• Biotipo 
Ângulo de Charphy (ângulo entre as costelas inferiores com o osso esterno). 
Longilíneo, mediolíneo ou brevelínio. 
 
• Sinais Vitais 
FC (60-100 bpm/min) Temp. (35,5 – 37ºC) FR (12 a 20/min) Pulso 
 
 
Interpretação é diferente de observação. Quando o paciente refere dor no peito, 
pode ser uma angina, uma dor muscular, um trauma, uma pneumonia... Se ele diz 
dor no peito, é dor no peito. Interpretações precipitadas de observações realizadas 
levam à falha diagnóstica! 
Depois que for feito o exame físico geral, se faz o Exame Físico dos Aparelhos. 
Em uma situação geral, de rotina clínica, em um paciente que não traz queixas 
específicas, deve-se coletar uma boa história para nortear o exame físico, 
primariamente. Se não, faz-se um bom exame físico geral, analisando a aparência do 
paciente, membros inferiores... e os aparelho respiratório, órgãos abdominais e 
cardiovasculares. 
 
• Respiratório 
Inspeção, se analisa presença de deformidades, lesões de pele, 
mamas, musculatura. Palpação, se analisa expansibilidade torácica, 
tônus muscular, edema, abaulamento. Percussão, se analisa o tipo de 
som (timpânico, atimpânico, maciço, submaciço). 
Ausculta, se analisa presença e simetria do murmúrio vesicular e modificações 
patológicas (diminuição, ruídos adventícios, roncos, sibilos, atrito...). 
• Cardiovascular 
Inspeção, presença de abaulamentos, retrações e deformidades pré-codiais. 
Pulsos visíveis. Ictus cordis. Pulsação carotídea ou epigástrica. 
Palpação, descrever o ictus cordis e a presença de frêmitos na região pré-
cordial não relacionados à respiração. Se presentes, pesquisar irradiação. 
Percussão, não é feita. 
Ausculta, descrever ritmicidade, frequência, intensidade das bulhas, presença 
de 3º ou 4º bulha, sopros.... 
 
• Abdome 
Ausculta, se avalia presença de ruídos hidroaéreos e frequência. 
Inspeção, se avalia o tipo de abdome (plano, globoso...), simetria, coloração, 
cicatrizes, abaulamentos, circulação colateral... 
Palpação, se faz superficial (tensão, sensibilidade, nodulações, herniações) e 
profunda (descrição das vísceras, massas palpáveis, fígado e sua posição em 
relação ao rebordo costal direito, consistência, além dos 6 sinais principais). 
Percussão, se busca um som timpânico, que pode estar diminuído ou aumentado. 
 
 
Em pacientes específicos, cuja queixa orienta uma avaliação mais 
direcionada, busca-se um exame físico também direcionado à 
queixa, analisando: 
• Sintomas gerais: febre, astenia, alterações no peso, sudorese, 
calafrios, prurido, alterações cutâneas, alterações no desenvolvimento. 
 
• Cabeça e pescoço: Crânio, Face e Pescoço (dor, paralisias, tiques, 
movimentos involuntários, tumorações, alterações nos movimentos); 
Olhos (acuidade visual, dor, sensação de corpo estranho, 
lacrimejamento, olho seco, diplopia, fotofobia, escotomas, secreção, 
nistagmo, visão colorida); Ouvidos (acuidade auditiva, dor, otorréia, 
otorragia, zumbidos, vertigem); Nariz e Seios Paranasais (obstrução, 
dor, rinorréia, espirros, prurido, epistaxe, hiposmia, anosmia, 
cacosmia); Cavidade Oral e Faringe (sialorreia, xerostose, halitose, 
dor, gengivorralgias, lesões, glossodíneas, odinofagia, disfagia, 
pigarro, tosse, vômica. 
 
 
• Tórax: Mamas (mastalgia, secreção mamilar, nódulos palpáveis); 
Sistema Cardiorespiratório (precordialgia, palpitações, dispneia, 
cianose, edemas, dor torácica, tosse, expectoração, disfonia, 
hemoptise, chiado, vômica. 
• Abdome: Parede Abdominal (dor, alterações da forma e volume); 
Sistema Gastrointestinal (disfagia, odinogaria, epigastralgia, dor, 
pirose, regurgitação, eructação, soluço, hematêmese, náuseas e 
vômitos, dispepsia, hábito intestinal, diarreia, esteatorréia, cólicas,distenção abdominal, flatulência, hemorragia digestiva, icterícia, 
obstipação intestinal, sangramento anal. 
 
 
• Sistema Genitourinário: dor, incontinência urinária, retenção, 
modificações no jato urinário, oligúria, anúria, poliúria, polaciúria, 
noctúria, urgência, disúria, urina turva, hematúria, mau cheiro. 
Homens lesões genitais, corrimento uretral, impotência, ejaculação 
precoce, diminuição da libido. Mulheres polimenorréia, 
oligomenorréia, amenorreia, hipermenorréia, hipomenorréia, 
menorragia, dismenorreia, corrimento, prurido, dispareunia, frigidez, 
menopausa, climatério. 
 
• Sistema Hemolinfopoiético: palidez, hemorragias (petéquias), 
adenomegalias, espleno e hepatomegalia. 
 
 
• Sistema Endócrino e Metabolismo: hipersensibilidade ao calor ou frio, 
aumento ou diminuição da sudorese, tremores, irritabilidade ou 
apatia, insônia ou sonolência, parestesia ou tetania, cãibras, 
convulsões, poliúria, polifasia, polidipsia. 
 
• Sistema Músculoesquelético: artralgias, edema, calor, rubor, dor, 
limitação de movimentos, deformidades, rigidez matinal. 
 
 
• Sistema Nervoso: distúrbios de consciência e memória, tontura, 
vertigem, convulsões, ausências, paresias, paralisias, parestesias, 
anestesias, distúrbios da marcha, do sono e das funções cerebrais 
superiores. 
 
• Exame Psíquico e Avaliação das Condições Emocionais: consciência, 
atenção, orientação humor, pensamento, ansiedade, choro frequente, 
irritabilidade, melancolia, desanimo. 
1.7 Semiologia Neurológica 
 
 
Como na abordagem psiquiátrica, criar um canal aberto de comunicação é 
primordial para o sucesso do exame neurológico. Só existe um sinal neurológico se 
há algum comprometimento neurológico. O exame neurológico deve conter: 
• História Neurológica: queixa atual, HDA, antecedentes, medicamentos e história social; 
• Exame Físico geral: nível de orientação, grau de hidratação e nutrição, sinais vitais; 
• Exame Físico Neurológico: estado mental, teste das funções dos nervos 
cranianos, exame da motricidade, força e sensibilidade. 
Se esta sequência sugerir manifestações patológicas, se fazem exames complementares. 
História Neurológica 
- Identificação do Paciente (padrão); 
• José dos Santos, 53 anos, casado, residente em Passo Fundo, profissão de contador. 
- Queixa principal, duração e características; 
• Dor de cabeça que vai e vem, só as vezes. Dói só um lado da cabeça, 
principalmente quando eu trabalho. Às vezes fico tonto. Parece que a cabeça 
vai explodir, e do nada alivia. Tem dias que eu até vomito. Já tomei remédio 
para dor mas sempre volta, e nos últimos meses está pior. 
- Fazer uma história geral (pessoal, familiar e social). Antecedentes traumáticos, 
prematuridade, doenças genéticas, uso de álcool, drogas e medicamentos de uso 
contínuo, são exemplos de dados neurológicos importantes; 
• Diagnóstico de HBV há 12 anos. Pai e mãe diabéticos. Irmão morreu de IAM 
aos 46 anos. Refere tabagismo há 20 anos e etilista eventual. Nega cirurgias e 
internações, mas teve doenças comuns da infância e diz não lembrar a idade 
da sexarca. Desenvolvimento neuropsicomotor normal. É sedentário, reside 
em casa própria de alvenaria com a esposa, a sogra e dois filhos. 
 
Exame Físico Geral 
- Inspeção (microcefalia, acromegalia, neurofibromas cutâneos, adenomas sebáceos, 
lesões herpéticas, fácies...) 
- Hidratação; 
• MUAA - mucosas úmidas, acianóticas e anictéricas 
- Sinais de insuficiência dos órgãos e sistemas; 
• Pressão Arterial Sistêmica de 150/90 mmHg no momento da consulta. Leve 
icterícia ocular. Pulsos periféricos palpáveis e simétricos 
• AC: BNF, RR, 2T S/S 
• AP: MVUD S/RA 
• Extremidades aquecidas e perfundidas, sem edema. 
 
 
Exame Físico Neurológico 
- Cada idade tem suas manifestações; 
- Múltiplas fontes neuroanatômicas potenciais para a queixa – saber produzir sinais; 
- Explorar bem e interpretar corretamente um sintoma é primordial. “Cefaleia súbita” 
difere muito de “cefaleia recorrente”. “Tontura” também é vago, pode ser vertigem, 
perda de consciência, ataxia de marcha... 
- São necessários três instrumentos: martelo + diapasão + oftalmoscópio; 
- A análise cutânea é relevante no estudo neurológico (lembrar da embriologia...); 
- Em resumo, se faz no exame físico neurológico: 
• 1 - Exame do estado mental; 
• 2 - Teste das funções dos nervos cranianos; 
• 3 - Exame da motricidade (força muscular e tônus motor); 
• 4 - Exame da sensibilidade; 
• 5 - Reflexos – profundos e superficiais; 
• 6 - Funções cerebelares; 
• 7 - Avaliação da marcha; 
• 8 - Exame das meninges; 
• 9 - Teste das funções corticais superiores; 
• 10- Exame das funções 
neurovegetativas; 1 – Exame do estado 
mental 
• Já na anamnese se verifica como está o paciente. Se ele coopera, 
responde, tem humor, atenção, orientação, memória, ou ainda, se manifesta 
alucinações; 
• Em suspeita de alteração do nível de consciência, aplicar a Escala de Glasgow; 
 
 
• Em suspeita de alteração do estado mental, aplicar o Mini Exame do Estado Mental; 
 
2 – Testes das Funções dos Nervos Cranianos 
OÓrgão Onde Tem Traumatismo AFunção Varia Grandemente Verificando Até 
Hemorragia. ÓLFATÓRIO – ÓPTICO – OCULOMOTOR – TROCLEAR – TRIGÊMEO 
– ABDUCENTE – FACIAL – VESTIBULAR – GLOSSOFARINGEO – VAGO – ACESSÓRIO 
– HIPOGLOSSO. 
• 1º Nervo Craniano – Olfatório 
- Pedir se sente cheiro; 
- Pedir para identificar diferentes aromas em cada narina (limão, chocolate, menta...). 
 
 
Anosmia = ausência de olfato; 
Hiposmia = olfato diminuído; 
Parosmia = olfato diminuído; 
Cacosmia = sente cheiro 
desagradável; 
 
• 2º Nervo Craniano – Óptico 
- Testar acuidade visual (cada olho individualmente, com a Tabela de Snellen, letras, 
dedos...). 
- Testar campos visuais (paciente fecha um olho e com o outro fixa na 
pupila do examinar, que afasta o dedo e pede para o paciente dizer quando 
enxerga nos 4 quadrantes... depois, com os dois olhos abertos testa-se o 
acompanhamento do olho aos movimentos das duas mãos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amaurose= cegueira; 
 
 
Hemianopsia = defeito na metade de um campo visual; Sehomônima, é no 
mesmo campo visual em ambos os lados. Se heterônima, em campos visuais 
opostos (binasais, bitemporais...). Quando for hemianopsia altitudinal, se 
trata de perda de visão acima ou abaixo da linha média do horizonte visual. 
- Fundo de olho: com um oftalmoscópio, se analisa a papila do olho, que é a 
ponta do nervo óptico. Um borramento alí pode indicar hipertensão 
intracraniana. Já os vasos retinianos permitem inferir como está a 
microcirculação corporal do paciente. Anormalidades na retina também podem 
indicar hemorragias intracranianas. 
 
• 3º, 4º e 6º nervos cranianos (musculatura ocular); 
 
*Nervo oculomotor faz também a inervação parassimpática da pupila; 
 
O exame destes três nervos cranianos engloba: 
• Inspeção ocular – exoftalmia, enoftalmia, existência do Anel de Kaiser 
Fleicher (sugestivo de doença de Wilson), ptose, miastenia gravis... 
aquilo que fica evidente apenas olhando o olho. 
• Inspeção pupilar – avaliar tamanho, forma, simetria e reflexos. O 
normal é dizer que são “pupilas normais, isocóricas e fotorreagentes”. 
- Tamanho: normal entre 3 e 5 mm; 
- Contração pupilar: cadeira parassimpática, III NC, m. esfíncter da pupila; 
- Dilatação pupilar: cadeia simpática, V NC, m. dilatador da pupila; 
- Reflexo fotomotor direto: aplicando luz em um dos olhos, a pupila 
deve contrair. Defeitos na contração ou dilatação sugerem falhas na 
inervação; 
- Reflexo fotomotor indireto: a iluminação de um olho provoca a 
constrição da pupila contralateral; 
- Reflexo de acomodação: olhar alvo distante e depois a 20 cm do 
olho – normal é constrição; 
- Pupilas isocóricas: mesma forma; 
- Pupilas discóricas: formas diferentes; 
- Pupilas anisocóricas: mesma forma mas tamanhos diferentes; 
- Pupila miótica: tamanho reduzido(idosos, intoxicação por 
opióide, lesões cervicais, migrânea...); 
- Pupila midriática: tamanho aumentado (AVE, herniação cerebral, 
aneurisma, uso de anfetamina, cocaína, morte encefálica ou paralisia 
do III NC); 
• Avaliação da motilidade ocular – pedir para o paciente seguir o 
movimento do dedo do examinador sem mexer a cabeça. 
- Músculos retos lateral, reto medial, reto superior e reto inferior: 
movimentam o olho no sentido da contração do seus feixes – “puxa 
para aquele lado mesmo”. Os retos superiores e inferiores apenas 
elevam e abaixam o olho quando desviados lateralmente. 
- Músculos oblíquos inferiores e superiores: fazem o contrário do que 
diz o nome, pois dão a volta no olho. O inferiores elevam e os 
superiores abaixam, ambos quando desviados medialmente. 
 
 
• 5º nervo craniano – trigêmeo 
 
 
- Toda sensibilidade da face e cavidade bucal (exceto gustação), couro cabeludo 
anterior e 2/3 anteriores da língua; 
- Motricidade de toda mastigação; 
- Na avaliação, se avalia: 
• Sensibilidade da face – testar sensibilidade tátil e dolorosa dos 3 
ramos (testa, nariz e mandíbula); 
• Reflexo córneo-palpebral – ao elevar a pálpebra e tocar o olho com 
um algodão, o normal é piscar bilateralmente (via aferente é V NC); 
• Musculatura mastigatória – pedir para o paciente morder para 
testar masseteres e temporais, didução para pterigóides; 
• Reflexo mandibular – percutir o lábio inferior com a boca aberta 
provoca reflexo em demências – pessoas normais tem arreflexia; 
 
• 7º nervo craniano – facial 
 
 
- Motricidade da mímica e do platisma; 
- Sensibilidade gustatória dos 2/3 anteriores da língua; 
- Na inspeção: 
• Na mímica, buscar sempre assimetrias entre um lado e outro (piscar, sorrir...); 
• Pedir pra enrugar a testa; 
• Pedir para fechar os olhos (examinador deve tentar abrir e não conseguir); 
• Sorrir; 
• Inflar as bochechas; 
• Enrugar o pescoço; 
*Na Paralisia Facial Periférica (neurônio motor inferior) = lesão entre o núcleo e o 
nervo. Causa a paralisia de Bell por inflamação do nervo – testa não contrai e olhos 
não fecham. 
*Na Paralisia Facial Central (neurônio motor superior) = lesão entre o córtex e o 
núcleo, geralmente por AVE ou tumor cerebral. 
• Sensibilidade gustatória geralmente não é testada, mas se for, coloca-se 
menta ou chocolate nos 2/3 anteriores da língua. 
 
• 8º nervo craniano – vestíbulo-coclear 
- Parte coclear: audição; 
- Parte vestibular: equilíbrio – conecta ao labirinto, tronco encefálico e cerebelo; 
 
 
§ Avaliação auditiva 
 
 
- Condução aérea normalmente é mais audível que a óssea. Por isso, se: 
• Surdez condutiva = condução óssea > condução aérea. 
• Surdez neurossensorial = ambas ruins, mas aérea > óssea, mesmo assim. 
- Teste de Rinne: vibra-se o diapasão em frente ao meato. Paciente deve ouvir. 
Ainda virbando, o diapasão é colocado sob o mastoide, e o paciente deve ouvir. 
Quando parar de ouvir, ele deve avisar, quando o examinador volta a colocar em 
frente ao meato. 
• Rinne Negativo = quando não se ouve o som no meato. Condução óssea > aérea. 
• Rinne Positivo = quando ambas são ruins, mas funcionam. Aérea > óssea. 
- Teste de Weber: diapasão é colocado no centro da testa. Paciente deve escutar o som 
bilateralmente. 
• Surdez de condução: se escuta melhor no lado afetado (isso ocorre pois a 
orelha afetada não escuta, e a boa sim. Como a condução vem pelo osso, só 
se escuta nessa, pois os outros sons atrapalham). 
• Surdez neurossensorial: se escuta melhor no lado normal, pois a outra 
funciona também, mas menos. 
 
§ Avaliação vestibular 
 
 
- Analisar se há nistagmo (oscilações rítmicas, repetidas e involuntárias do olho); 
- Avaliar se consegue ficar estático; 
- Avaliar marcha (ataxia = perda de controle da coordenação motora); 
- Nesses testes, se há lesão, o paciente se desequilibra para o lado da lesão. 
 
 
• 9º e 10º nervos cranianos – glossofaríngeo e vago 
 
 
- Sensibilidade do 1/3 posterior da língua em diante; 
- Inervação motora do palato e faringe; 
- Inervação motora das cordas vocais (vago); 
* Analisar tom de voz, disfagia, e dificuldade de deglutir; 
* Rouquidão sugere paralisia das cordas vocais – nervo laríngeo-recorrente (vago); 
* Pedir para abrir a boca e dizer “aaah” – analisar palato, úvula e faringe; 
* Testar reflexo de vômito com swab tocando o fundo da garganta; 
• 11 nervo craniano – acessório 
 
 
- Inervação motora do trapézio e esternocleidomastoideo (ECOM); 
* Testar a contração do ECOM forçando a cabeça do paciente para um lado com 
ele fazendo resistência. Analisar nos dois lados. 
* Testar uniformidade da contração do ECOM segurando a testa do paciente e 
pedindo para ele flexiona-la anteriormente. 
* Testar o trapézio forçando os ombros para baixo, pedindo ao paciente erguer contra a 
resistência. 
 
 
• 12º nervo craniano – hipoglosso 
 
 
- Função de movimentação da língua; 
* Fazer uma inspeção geral, analisando forma, tamanho, fasciculações, papilas e 
movimentação. Pedir para protrair e mobilizar bilateralmente. 
 
3 – Avaliação Motora 
 
 
- Necessário avaliar os 4 membros, sempre comparando a simetria entre eles. 
• Inspeção: avaliar deformidades, atrofias, assimetrias, volume muscular, 
contrações involuntárias, fasciculações (contrações musculares pequenas), 
clônus (contrações musculares involuntárias devido à estiramento súbito); 
• Tônus: grau de tensão de um músculo em repouso. Testar flexão, rotação e 
extensão das articulações. Pode revelar uma hipotonia (pouca resistência aos 
movimentos passivos), hipertonia (super resistência aos movimentos passivos) 
; 
• Força muscular: pedir flexão e extensão das articulações contra a resistência do 
examinador; 
- Paresia: redução da força; 
- Plegia: ausência de força; 
- Paraparesia/paraplegia: redução ou perda da força nos MMII; 
- Hemiparesia/hemiplegia: redução ou perda de força em um lado do corpo; 
- Diparesia/diplegia: redução ou perda simétrica da força; 
• Postura e Equilíbrio: solicitar que fique em pé, junte os pés e feche os olhos. 
Normal é não balançar com olhos fechados. Se balançar muito, se chama 
“sinal de Romberg”, quando há déficits de propriocepção. 
• Marcha: pedir que caminhe em linha reta, na ponta dos pés, nos calcanhares, 
e pé ante pé. Pós AVE, será hemiplégica. Com doença cerebelar, será atáxica. 
Com Parkinson, festinante (aquela tremidinha antes). Com miopatias, será 
anserina (toda torta e custosa). 
*Síndrome do neurônio motor superior = lesão entre o córtex e o 2º neurônio. Fará 
sinal de Babinski positivo se há liberação piramidal (reflexo cutâneo plantar em 
extensão); 
§ Síndrome do neurônio motor inferior = lesão depois da medula. Fará flexão do 
pé em reflexo cutâneo plantar. 
 
4 – Reflexos 
 
 
• Reflexos tendinosos profundos; 
- Biciptal (C5) = nervo musculocutâneo. 
- Supinador (C5/C6) = nervo radial. 
- Triciptal (C6/C7) = nervo radial. 
- Patelar (L3/L4) = nervo femoral. 
- Aquileu (S1)= nervo poplíteo medial. 
• Reflexos superficiais; 
- Cutâneo-abdominal = passar objeto rombo de lateral para medial nos 4 
quadrantes abdominais. Exacerbado em ansiosos, ausente em lesões 
piramidais. 
- Cutâneo-plantar = passar ponta romba na planta lateral do pé curvando-se 
medialmente em direção ao dedão. Normalmente, flexão do hálux e 
pododáctilos. Extensão dos dedos e abertura em leque em lesões piramidais 
(sinal de Babinski). 
 
5 – Coordenação 
 
 
- Ataxia: perda da coordenação. Pode ser de origem cerebelar (ipsilateral) ou 
sensitiva (piora ao fechar os olhos). 
• Prova dedo-nariz (MS abduzido, pedir para tocar o indicador no nariz); 
• Prova calcanhar-joelho (apoiar o calcanhar no joelho e deslizar até o pé); 
• Prova dos movimentos alternados rápidos (pronação e supinação rápida dos MS sob a 
coxa); 
• Prova de ataxia de marcha (incapacidade de caminhar); 
 
6 – Sistema Sensitivo 
 
 
- Tato: usar ponta do dedo e chumaço de algodão;- Dor: alfinete; 
- Propriocepção: sensibilidade posicional; 
- Vibração: diapasão; 
- Testar sempre bilateralmente; 
• Hipoestesia: redução da sensibilidade; 
• Anestesia: ausência de sensibilidade; 
• Parestesia: sensação cutânea de ausência de estímulo; 
• Alodínea: estímulos não dolorosos dão sensação de dor; 
 
7 – Dermátomos 
 
 
- Até C5: inerva região lateral do ombro; 
- Até T8: inerva do ombro ao fim do rebordo costal; 
- Até T10: inerva umbigo; 
- Até T12: púbis; 
- Até L5: parte anterior do membro inferior; 
- S5: região perianal, escroto e membro inferior parte posterior; 
 
 
8 – Sinais de Irritação Meníngea 
• Rigidez de nuca 
• Sinal de Brudzinski 
• Sinal de Kernig 
 
 
 
 
 
 
1.7 Semiologia dos Linfonodos 
 
 
1.7.1 Apresentação do sistema linfático 
 
 
O sistema linfático é composto por vasos linfáticos e linfonodos que transportam a 
linfa dos tecidos aos vasos sanguíneos. Ao contrário do sangue, que é impulsionado 
através dos vasos pela força do coração, o sistema linfático não é um sistema 
fechado e não tem uma bomba central. A linfa depende exclusivamente da ação de 
agentes externos para poder circular. 
 
Fatores que determinam o fluxo linfático: 
• Pressão do líquido intersticial 
• Válvulas dos vasos linfáticos 
• Bomba linfática (células endoteliais são providas de fibras mioendoteliais 
quepossuem a capacidade de contração) 
• Contração dos músculos 
• Movimentação do corpo 
 
As principais funções do sistema linfático são: 
 
 
• Remoção de proteínas do liquido intersticial 
 
• Remoção de bactérias e sua destruição 
• Formação de anticorpos 
• Absorção de nutrientes no nível dos intestinos 
 
Este fluido é então transportado progressivamente para vasos linfáticos maiores 
acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do 
corpo) e no ducto torácico (para o resto do corpo); estes ductos desembocam no 
sistema circulatório na veia subclávia esquerda e direita. 
 
 
 
O baço, os linfonodos (nódulos linfáticos), as tonsilas palatinas (amígdalas), a tonsila 
faríngea (adenoides) e o timo (tecido conjuntivo reticular linfoide rico em linfócitos) 
são órgãos do sistema linfático. A estruturação do sistema linfático inicia nas 
formações lacunares, ainda nos tecidos, se organizam em capilares linfáticos, vasos 
linfáticos aferentes que por fim desembocam nos diversos linfonodos e cadeias 
linfonodais. 
Os vasos linfáticos eferentes podem desembocar em outros linfonodos ou se unirem 
a outrosvasos para formarem ductos coletores. 
 
• Vasos linfáticos dos membros inferiores 
Se unem no ducto torácico ao nível do abdome, quedesemboca na junção da veia 
jugular interna esquerda com a subclávia esquerda. Aídesembocam também vasos 
linfáticos do membro superior esquerdo e da metade esquerda dacabeça e do 
pescoço. 
 
• Vasos linfáticos do membro superior direito e da metade direita da cabeça e 
dopescoço Formam o ducto linfático direito, desembocam na junção da veia jugular 
interna direitacom a subclávia direita. 
 
 
A região cervical abriga uma população grande de órgãos linfáticos. Todo paciente 
deve ser submetido a palpação dos linfonodos cervicais, que se organizam em 
cadeias e drenam a linfa proveniente de diversas regiões importantes. São eles: 
 
IA: linfonodos 
submentonianos IB: 
linfonodos submandibulares 
IIA/IIB: linfonodos jugulares 
altos III: linfonodos 
jugulares médios 
IV: linfonodos jugulares inferiores
 e. supraclaviculares 
VA/VB: linfonodos cervicais 
posteriores VI: linfonodos 
paratraqueais e peritraqueais 
 
 
 
 
 
 
 
1.7.2 Anamnese do sistema linfático 
 
 
Antecedentes pessoais: 
• Ocorrência de infecções da pele e do tem subcutâneo (erisipela) 
• Cirurgia ou trauma no trajeto dos principais duetos coletores e nas regiões de 
agrupamento de linfonodos 
 
Antecedentes familiares: 
• Moléstia de Milroy (linfedema congênito) 
 
Sinais e sintomas 
• Edema linfático: bloqueio ganglionar ou dos coletores linfáticos (processo 
neoplásico, inflamatório, parasitário e após cirurgia de esvaziamento 
ganglionar) 
• Bloqueio ganglionar por metástase neoplásica: edema unilateral, frio, de todo 
o membro e evolução rápida. É inicialmente mole e depressiva. Não regride 
com repouso eelevação do membro. 
 
• Comprometimento de coletores linfáticos: edema de instalação insidiosa, 
iniciando-se pela extremidade do membro. É duro, não depressível, frio, leva à 
deformidade do membro e não diminui substancialmente com o repouso, 
mesmo com a elevação do membro (ex:elefantíase) 
• Adenomegalia: aumento do volume do linfonodo por infecções bacterianas, 
virais (rubéola e mononucleose), neoplasias próprias dos linfonodos (linfoma 
hodgkin), invasão do linfonodo por metástase, invasão por fungos 
(blastomicose e cromomicose), invasão por parasitos (estrongiloidiase). Nos 
processos infecciosos agudos frequentemente há supuração do linfonodo 
comformação de abscesso local. 
• Linfangite: inflamação de um vaso linfático, caracterizado por eritema, dor e 
edema no seu trajeto. Cordão superficial vermelho. Diagnostico diferencial: 
flebite 
 
Exame físico 
• Inspeção: à distância procurando assimetrias e lesões na pele. Paciente desnudo 
• Palpação: procura-sealteração de tamanho, coalescência, consistência, 
mobilidade, sensibilidade e alterações da pele e do tecido subcutânea 
• Tamanho: normalmente de 0,5 a 2,5 cm 
• Coalescência: é a junção de dois ou mais linfonodos por processo capsular 
que os une firmemente por fibrose ou inflamatória ou neoplasia. Normalmente 
é individualizado 
• Consistência: endurecido ou amolecido. Endurecido em processos neoplásicos 
ou inflamatórios com fibrose e amolecidos em processos inflamatórios/ 
infecciosos com formação purulenta. 
• Mobilidade: normalmente móvel. quando aderido, indica comprometimento 
capsular com as estruturas adjacentes. 
• Sensibilidade: normalmente indolor. Dolorosos em infecções bacterianas 
agudas e indolores em Infecções virais, parasitarias e processos metastáticos. 
• Alterações da pele: sinas flogísticos (edema, calor, rubor e dor) e a presença de 
fistulização. 
 
Semiotécnica 
• A palpação e realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos 
médio, indicador e polegar. No caso da extremidade cervical, ajusta-se a 
cabeça em uma posição que relaxe os músculos do pescoço. 
• Linfonodos cervicais: examinador atrás do paciente 
• Linfonodos da cadeia jugular: apreende-se o músculo esternocleidomastóideo 
• Linfonodos cervicais posteriores: segura-se a cabeça do paciente em pequena rotação 
 
• Linfonodos axilares: segura-se gentilmente o membro superior ligeiramente 
fletido. A fossa axilar será examinada com a mão em garra. deve-se executar 
deslizamento suave com apele contra o gradil costal. 
• Linfonodos retropeitorais: deslizamento da mão em pinta em toda a face 
posterior acessível do músculo grande peitoral. 
• Linfonodos inguinais: dedos em extensão deslizam em movimentos circulares ou 
lineares. 
• Linfonodos poplíteos: decúbito ventral, perna semifletida e dedos em garra ou 
estendidos. 
 
 
 
 
 
A: 
submandibulare
s B: cadeia 
jugular 
C: submentonianos 
D: cervicais posteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A: linfonodos axilares; 
B: linfonodos retropeitorais 
 
 
C: epitrocleanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: Localize anatomicamente, procure encontrar e conhecer os 
linfonodos. Procure as imagens em livros de anatomia e procure saber os 
referenciais anatômicos corretos. 
 
Indicação de biópsia ganglionar: 
• Gânglios que aumentam após 2-3 semanas 
• Gânglios que não regressam em 3 semanas 
• Adenomegalia na região supraclavicular ou cervical inferior 
• Nódulo >2 cm 
• Nódulo aderido ao plano profundo, firme, associado a ulceração e sem sinais 
inflamatórios. 
• Falha na resposta a antibioticoterapia 
• Sinais e sintomas sistêmicosMedicamentos que podem causar linfoadenopatias: 
• Captopril, Atenolol, Cefalosporina, Carbamazepina, Sulfonamidas e outros. 
 
Nódulos característicos 
 
 
• Nódulo de Trovoisier-Virchow: massa dura, aderida e indolor em região 
supraclavicular esquerda. Associado a patologias do trato gastrintestinal. 
• Nódulo irlandês: palpável em região axilar esquerda, também associado a 
patologias gastrintestinais. 
• Nódulo de Krukenberg: associado a patologias dos ovários e região pélvica. 
• Nódulo da Irmã Maria José: região umbilical. Associado a patologias na 
região pélvica ou abdominal. 
 
1.8 Semiologia do Aparelho Osteomuscular 
 
 
Excetuando-se as patologias de origem traumática, a maioria das afecções clínicas 
do sistema locomotor (também conhecidas pelo termo genérico reumatismo) não 
têm uma etiopatogenia bem compreendida. Portanto, sua classificação nosológica é 
baseada muito mais no reconhecimento dos padrões comuns de manifestações do 
que em métodos complementares. A exceção dessa regra são as artropatias 
microcristalinas, condição em que a identificação de determinado cristal no líquido 
sinovial define a doença. 
 
1.8.1 Anamnese Osteomuscular 
 
 
• Identificação 
Funciona como uma triagem, sendo muito relevante o sexo, idade e profissão. A 
osteoporose, por exemplo, é mais comum em mulheres idosas. Pé torto, em crianças 
recém-nascidas. 
 
• Queixa Principal 
O que levou o paciente até o consultório? 
O que investigar? Intensidade,frequência, localização. Em crianças, verificar se a 
criança está mais quieta, retraída,deixando de realizar as atividades que realizada 
previamente. 
• Queixas comuns: 
Na ortopedia, o mais comum é a dor. 
Outra queixa comum é a deformidade, que está associada a problemas de 
alinhamento, alterações de contorno, alterações musculares ou secundários a 
tumores ósseos. 
Questionar sobre localização, tamanho, se há ou não presença de dor. 
Limitação de funções por perda de estabilidade articular, dificuldade de locomoção 
com perda de movimento, alterações da marcha (claudicações), queixas 
osteometabólica (problemas no armazenamento de cálcio e fósforo (queixa mais 
improvável, o que vai trazer o paciente ao consultório é a dor); 
Perda da mobilidade (pensar em fraturas, contraturas), queixas neurológicas 
(apresentando força muscular, alteração de sensibilidade e reflexos, como na hérnia 
de disco, por exemplo). 
 
• Topografia 
Sempre avaliar bem a localização do sintoma. Localizá-lo dentro de um segmento 
(por exemplo, perna: medial, lateral, terço distal, terço proximal…); verificar se é 
pontual(fratura) ou em uma área (hérnia de disco); irradiação (alterações 
neurológicas da coluna) ou dor referida (às vezes um problema no quadril dá dor no 
joelho, por exemplo). 
 
• Mecanismos traumáticos ou não traumáticos. 
Traumáticos: fraturas. Questionar a forma do trauma, velocidade, tipo de colisão 
(frontal, lateral, traseira), posição do acidentado perante o trauma, uso do cinto de 
segurança, presença de air-bag (vetor de força), grau de deformação do veículo, 
outras vítimas. 
Não traumáticos: questionar o tempo de duração da dor. Lesões relacionadas a 
profissão geralmente tem essa apresentação. 
 
• Tempo 
Sintoma agudo (início abrupto) ou crônico (início insidioso), como evoluiu, relação 
com algum período específico do dia, frequência (alta ou baixa), duração 
(contínua ou intermitente). 
 
 
• Antecedentes pessoais 
Verificar se toma alguma medicação ou se tem alergias. 
 
 
• Outros fatores relevantes: 
Fisiológicos: gestação e nascimento, desenvolvimento, puberdade, menarca. 
 
Patológicos: doenças sofridas pelo paciente, alergias, doenças reumáticas (faringites 
repetidas, cardites…), doenças ortopédicas (fraturas, sequelas, artralgias…), 
distúrbios psíquicos (depressão, insônia), doenças adquiridas, cirurgias prévias, 
traumatismos (entorses, fraturas, queimaduras…). 
 
Antecedentes familiares: verificar doenças presentes em ascendentes e 
descendentes. Algumas doenças reumáticas possuem associação com vínculo 
genético: gota, espondiloartropatias soronegativas, doenças osteomusculares e 
neurológicas, espondilite anquilosante e nódulos de Heberden – nas interfalangeas 
distais das mãos com artrose). 
 
Hábitos de vida: etilismo (paciente do sexo masculino, já com certa idade, etilista 
crônico com dor no quadril: necrose avascular). 
 
• Anamnese Infantil 
Verificar antecedentes obstétricos (criança prematura tem mais chance de apresentar 
alteração neurológica) e história do desenvolvimento neuropsicomotor (lembrar da 
evolução natural: sustentação do pescoço 2 a 4 meses; sentar 5, 6 meses, parar de 
pé/engatinhar entre 8 e 10 e caminhar a partir dos 11até 18meses). 
 
• Sinais de advertência ao exame que indicam a necessidade de uma consulta com 
especialista 
 
Dor ininterrupta grave; 
Dor não afetada por medicação ou 
posição; Dor noturna intensa; 
Dor intensa sem história de 
lesão; Espasmo grave; 
Componente psicológico. 
 
 
• Músculos 
Avaliar desenvolvimento (atrofia e hipertrofia), motilidade, tônus muscular 
(hipotonia, atonia e hipertonia). 
 
• Ossos e Articulações 
Avaliar a coluna vertebral (cifose, lordose, escoliose), acondroplasia (anão), 
artrogripose (rigidez severa das articulações), exostose (crescimento ósseo anormal 
no canal externo do ouvido: doença dos esportistas náuticos), polidactilia, sindactilia 
(união de dois ou mais dedos), aracnodactilia (dedos muito longos), dedos em 
baquetas de tambor ou hipocráticos, subluxação congênita do quadril, genuvalgum, 
genuvarum, genurecurvatum, pé torto varum ou varo-equino, halluxvarus. 
 
 
 
 
 
 
 
• Observações 
 
A febre pode ser um sinal de grande valor diagnóstico. Algumas 
doenças reumáticas não cursam com o aparecimento de febre, 
como artrose, espondilite 
anquilosante e os reumatismos de partes moles (bursites, tendinites, tenosinovites). 
Já algumas outras cursam com febre, como o lúpus eritematoso sistêmico, principal 
exemplo de doença reumática que evolui com febre. 
 
 
1.8.2 Exame físico osteomuscular 
 
 
O exame físico busca sinais da doença que permitam a confirmação do diagnóstico. 
 
 
• Instrumentos: 
Lápis para marcação da pele 
Goniômetro – usado para pra medir o ângulo dos 
movimentos Fita métrica 
Martelo de reflexo 
 
Algodão ou pincel de cerdas 
pequeno Agulha hipodérmica 
ou clip metálico Tubos de 
ensaio com rolha plástica 
Estetoscópio 
Diapasão 
 
 
• Inspeção 
Inicia antes mesmo do contato físico com o paciente, já com a observação da 
marcha, posicionamento do paciente e sua face, por exemplo. Quando o paciente vai 
se despir: observar se a movimentação se dá de acordo com a queixa (se o paciente 
se queixa de dor no ombro, por exemplo, não deveria tirar a camiseta com 
agilidade). 
Observar o paciente de frente, de costas, de um lado, do outro, em pé, sentado, 
deitado, dos pés em direção à cabeça. 
 
• Ângulo de progressão da 
marcha Pé com a ponta para 
dentro: ângulo - 
Pé com a ponta para fora: ângulo + 
Se caminha reto, com os pés paralelos: ângulo zero 
 
 
• Alinhamento dos membros inferiores 
Geno valgo (joelho pra dentro /\) é fisiológico até os 2 anos de idade, se simétrico 
e não associado à baixa estatura. 
Geno varo (joelho pra fora ()) é fisiológico até 2 a 3 anos de idade, nas mesmas condições 
que o valgo. 
 
 
• Importante 
Sulco no ombro e paciente segurando o seu antebraço dobrado sugere luxação 
glenoumeral (verifica- se no movimento de rotação externa e abdução). 
Na luxação de cotovelo ele se desloca posteriormente (olécrano). 
Na fratura de colo de fêmur a perna roda pra fora (patela lateralizada). 
Na fratura transtrocanteriana a perna roda pra fora também, ainda mais do que a de 
colo (por causa da cápsula articular). 
Na luxação do quadril observa-se rotação interna da perna. 
À palpação: relembrar anatomia de superfície. Verificar temperatura da pele,tônus 
muscular, contornos ósseos. Verificar amplitude de movimento em graus (há a 
movimentação normal e a satisfatória – o arco de movimento que é funcional). 
Lembrar de estabilizar a pelve ao se verificar a abdução. Primeiro movimentos ativos 
do paciente, depois os passivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Avaliação neuromuscular 
 
Para raízes nervosas: força muscular, reflexos e 
sensibilidade. Para nervos periféricos: força 
muscular e sensibilidade. 
 
Plexo 
Braquial 
 Motora Sensitiva Reflexo 
C5 Flexão do 
cotovelo 
Lateral do Braço Biciptal 
C6 Extensão do 
punho 
Lateral do antebraço Estilorradi
al 
C7 Extensão do 
cotovelo 
Dedo médio Triceptal 
C8 e 
T1 
Flexão dos dedos Medial do antebraço e 
cotovelo 
 
 
 
Membros 
Inferiores 
 Motora Sensitiva Reflexo 
L4 Extensão do tornozelo Medial da perna e pé Patelar 
L5 Extensão do hálux e 
dedos 
Lateral da Perna e 
dorso do 
pé 
- 
S1 Flexão plantar Lateral e posterior do 
pé 
Aquileu 
 
 
Nervos 
Periféricos 
 Motora (exclusivamente) Sensitiva 
(exclusivamente) 
Media
no 
Flexão da interfalangeada 
distal do 
indicador 
Polpa digital do indicador 
Radial Extensão do polegar Prega interdigital entre o 
polegar e o 
indicador 
Ulnar Músculos intrínsecos da mão 
(adução 
e abdução dos dedos) 
Polpa digital do dedo mínimo 
 
• Avaliação da força muscular 
 
 
• Testes especiais 
 
Lembrar de avisar o paciente de que os testes podem causardor. Quando algum 
teste ou manobra for realizado, deve ser feito primeiramente no ladonormal ou 
menos afetado. 
 
 
 
 
O teste de Lachman verifica a integridade do ligamento cruzado anterior. 
 
 
O teste de Thompson verifica a integridade do tendão Aquileu. O normal é apertar a 
panturrilha e o pé realizar a flexão plantar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.9 Semiologia Cardiológica 
 
 
1.9.1 Introdução 
 
 
O coração está situado no mediastino médio e possui quatro câmaras. Dois átrios, 
que recebem sangue das veias, e dois ventrículos, que impulsionam sangue para o 
interior das artérias. 
Apresenta 3 faces: esterno-costal, diafragmática e pulmonar, seu ápice está voltado 
inferiormente para o lado esquerdo (5º espaço intercostal esquerdo). 
Durante a sístole ventricular, ocorre o fechamento das valvas mitral e tricúspide e 
abertura das valvas aórtica e pulmonar, causando a primeira bulha cardíaca (B1). Na 
diástole ocorre a abertura das valvas atrioventriculares e o fechamento das valvas 
aórtica e pulmonar, causando a segunda bulha cardíaca (B2). 
 
1.9.2 Circulação Sistêmica e Pulmonar 
 
 
O lado direito do coração recebe o sangue venoso sistêmico, através das veias cava 
superior e inferior, que se conectam ao átrio direito. Daí o sangue flui para o 
ventrículo direito pela valva tricúspide, e o sangue impulsionado pela contração do 
ventrículo, ultrapassa a valva pulmonar, chegando a artéria pulmonar, que o distribui 
pela rede vascular dos pulmões, onde será oxigenado pelo processo de hematose. 
O sangue retorna ao lado esquerdo do coração pelas veias pulmonares, que 
deságuam no átrio esquerdo, daí para o ventrículo esquerdo através da valva mitral. 
Por fim, ultrapassa a valva aórtica, atingindo a aorta, que constitui o início da 
circulação sistêmica, responsável pela distribuição do sangue pelo corpo. 
 
1.9.3 Ciclo Cardíaco 
 
 
 
1.9.3 Sinais e sintomas referentes ao sistema cardiovascular 
 
 
Os mais comuns sinais e sintomas são: dor cardíaca, palpitações, dispneia, tosse e 
expectoração, sibilo, hemoptise, desmaio, alterações do sono, cianose, edema, 
astenia e posição de cócoras. 
 
• Dor cardíaca 
Dor precordial não é sinônimo de dor cardíaca, pois pode ter origem de outros 
órgãos além do coração. A dor relacionada ao coração e a aorta compreende a dor 
de origem isquêmica, pericárdica e aórtica. 
 
Dor na isquemia miocárdica: Ocorre devido a hipóxia celular, a causa mais comum é 
a arterosclerose coronária, angina e IAM. Tem localização retroesternal, irradia para 
regiões auriculares, ombros, MMSS, mandíbula e região epigástrica. Pode durar de 2-
3 min até 20min, dor em aperto, leve. Moderada ou intensa. Sudorese, palidez, 
angústia, sensação de morte iminente. Desencadeada ou agravada por esforço físico, 
emoções e melhora com repouso e vasodilatadores. 
 
Dor de origem pericárdica: É a dor da inflamação do pericárdio (pericardite), sendo 
mais aguda que a angina, localizada na região retroesternal esquerda, irradia para 
pescoço e costas. Pode ser do tipo “peso” ou “queimação” e de grande intensidade. 
Agrava-se com a respiração, decúbito dorsal, movimentos na cama, deglutição e 
movimentação do tronco 
 
Dor de origem aórtica: Os aneurismas de aorta geralmente não provocam dor, mas a 
dissecação aguda de aorta provoca dor intensa, de início súbito, do tipo lancinante, 
de localização retroesternal ou face anterior do tórax, com irradiação para o pescoço, 
região interescapular e ombros. Pode ser comum em pacientes com Síndrome de 
Marfan. 
 
Dor de origem psicogênica: Pode aparecer em indivíduos com ansiedade ou 
depressão, limita-se a região da ponta do coração, persistindo por horas ou semanas 
e agra-se quando o paciente tem emoções desagradáveis. 
 
• Palpitações 
Significam percepção incômoda dos batimentos cardíacos, sendo relatadas como 
batimentos mais fortes, arrancos, falas, tremor, ”o coração pula”, entre outras. As 
palpitações cardíacas podem ser arritmias, insuficiência cardíaca, miocardites ou 
miocardiopatias. As palpitações não-cardíacas podem sugerir HA, hipertireoidismo, 
anemia, esforço físico, emoções, síndrome do pânico e uso aumentado de café, 
drogas, tabaco e alguns medicamentos. 
 
• Dispneia 
É um dos sintomas mais importantes de portadores de miocardiopatias. 
 
 
Dispneia de esforço: sugere IVE, está relacionada a grandes esforços, como subir 
uma escada, médio esforço, como uma caminhada e pequeno esforço, como falar ou 
trocar de roupa. 
 
Dispneia de decúbito (ortopneia): sugere congestão pulmonar, para melhorar o 
paciente eleva a cabeça e o tórax usando dois ou mais travesseiros. 
 
Dispneia paroxística noturna (asma cardíaca): sugere edema agudo de pulmão, é 
mais frequente a noite. Caracteriza-se pelo fato de o paciente acordar com intensa 
dispneia, seguida de sufocação, tosse seca e opressão torácica. 
 
• Tosse e expectoração 
A tosse é um sintoma frequente na insuficiência ventricular esquerda (IVE), é seca e 
mais intensa a noite. A expectoração em pacientes com IVE é serosa, pouco 
consistente e espumosa. A expectoração de sangue pode decorrer de ruptura de 
vasos endobronquiais na estenose mitral, necrose hemorrágica dos alvéolos e infarto 
pulmonar. 
 
• Desmaio (lipotimia e síncope) 
A síncope/desmaio é a perda súbita da consciência e do tônus muscular postural. 
Quando o sintoma não ocorre em sua forma completa, podendo ser parcial a perda 
de consciência, chamamos de lipotimia/pré-síncope. As causas cardíacas para o 
desmaio são arritmias e transtornos de condução, diminuição do débito cardíaco, 
hipovolemia aguda, etc. 
 
• Cianose 
Significa a coloração azulada da pele e das mucosas, devido ao aumento da 
hemoglobina reduzida no sangue capilar. Pode ser central (lábios, ponta do nariz, 
língua) ou periférica (mãos e pés). 
• Edema 
A principal causa de edema generalizado é a insuficiência ventricular direita. 
 
 
• Astenia 
Fraqueza generalizada característica dos pacientes cardiopatas, devido a um déficit 
de fluxo sanguíneo para a musculatura. 
 
• Posição de cócoras 
Pacientes cardiopatas assumem instintivamente esta posição, pois alivia a dispneia 
por melhorar o retorno venoso. 
 
 
1.9.4 Anamnese 
 
 
Idade (a partir de 50 anos, doença coronariana), sexo, cor/raça (HA em negros, 
doença coronariana em asiáticos e miocardiopatia em indígenas), profissão, 
alimentação,antecedentes patológicos, antecedentes familiares (HÁ e doença 
coronariana na família apresenta risco para o paciente), hábitos de vida, condições 
socioculturais. 
 
1.9.5 Exame físico 
 
 
Inclui inspeção, palpação e ausculta 
 
 
• Inspeção e palpação 
 
Presença de abaulamentos: O paciente deve estar em decúbito dorsal, de modo que 
o examinador observe o paciente de lado ou frontalmente (de frente aos pés do 
paciente). Deve-se pesquisar abaulamentos no tórax que estejam relacionados com 
aneurisma de aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa 
torácica. A dilatação do ventrículo direito determina o maior abaulamento. 
 
Análise do icuscordis ou choque da ponta: Investiga-se localização, extensão, 
mobilidade, Intensidade e força da impulsão, ritmo, frequência do ictus cordis, que é 
a pulsação do ápice do coração (ponta do VE) no tórax do paciente. A localização 
do ictus cordis varia de acordo com o biótipo do paciente. Nos mediolíneos situa-se 
no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal. Nos 
brevelineos, desloca-se 2cm para fora e para cima (4º EIC). Nos longilíneos, 6º EIC, 
1-2cm para dentro da linha hemiclavicular. Nos portadores de enfisema pulmonar, 
obesidade, musculatura muito desenvolvida ou grandes mamas, o ictus cordis é 
impalpável. O seu deslocamento indica dilatação ou hipertrofia do VE, como ocorre 
na estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, HAS, etc. Avalia-se a 
extensão e a intensidade do ictus cordis pelas polpas digitais, sendo duas o normal e 
acima disso dilatação ou hipertrofia, podendo abarcar toda a palma da mão. 
 
 
Análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis: Retração sistólica, 
levantamento em massa do precórdio (hipertrofia direita), choques valvares (bulhas 
hiperfonéticas, podem ser sentidas pela mão como um choque de curta duração), 
pulsação epigástrica, pulsação supra-esternal (na HAS, aneurisma de aorta) 
 
Frêmito: É a sensação tátil das vibrações produzidas no coração ou nos vasos e 
correspondem aos sopros. Deve-se investigar a localização (áreas de ausculta), 
situação no ciclo cardíaco (tomando a pulsação como referência), intensidade (+ a 
++++). Utiliza-se a palma da mão sobre o tórax do paciente. 
 
• Ausculta 
 
 
 
Foco pulmonar: 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. Alterações das valvas 
pulmonares/análise da 2ª bulha. 
 
Foco aórtico: 2º EIC direito, junto ao esterno. Foco aórtico acessório – Entre 3º e 
4º EIC E, próximo ao esterno – Fenômenos aórticos. 
 
Foco tricúspide: Base do apêndice xifóide, ligeiramente para a esquerda, 4º EIC. 
 
 
Foco mitral: 5º EIC esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao Ictus cordis. 
Alterações originados da valva mitral/ análise da 1ª bulha. 
 
 
Bulhas cardíacas: 
B1: Fechamento das valvas mitral e tricúspide, pode ser observada no 
foco mitral. B2: Fechamento das valvas aórtica e pulmonar, pode ser 
observada no foco pulmonar. 
B3: Vibrações durante o enchimento ventricular rápido, possível de auscultar em 
crianças e adultos jovens. 
 
B4: É um ruído débil que ocorre no fim da diástole e raramente pode ser ouvida em 
crianças e adultos jovens. 
 
• Ritmo e Frequência Cardíaca 
 
Reconhecidas B1 e B2, o próximo passo é determinar o ritmo cardíaco e a frequência 
cardíaca (normal: 60-100 batimentos por min). O ritmo cardíaco normal pode ser: 
-Ritmo cardíaco regular em 2 tempos (binário): TUM-TA, TUM-TA, TUM-TA 
-Ritmo cardíaco regular em 3 tempos (tríplice): TUM-TA-TU, TUM-TA-TU, TUM-TA-TU 
Uma das principais arritmias achadas na ausculta é o ritmo de galope (PA-TA-TA), 
que imita o som do galopar de um cavalo, devido a uma B3 patológica. É melhor 
audível com a campânula apoiada com suavidade sobre o tórax. 
 
• Cliques e Estalidos 
 
São sons de alta frequência (agudos) – melhores audíveis com o diafragma do 
estetoscópio. Ocorrem próximos a B1 (cliques de ejeção) ou à B2 (estalidos de 
abertura). Surgem quando há estenose valvar. Desaparecem quando a valva calcifica 
ou torna-se imóvel. 
 
• Sopros 
 
Os sopros são produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo 
sanguíneo. Em condições normais o sangue flui de forma laminar e não ruidosa. Em 
condições patológicas, este fluido adota um caráter turbilhonar, que gera vibrações e 
ruídos (sopros). Dependem dos seguintes mecanismos: Aumento da velocidade da 
corrente sanguínea (sopro pós exercício físico), diminuição da viscosidade sanguínea, 
passagem do sangue através de uma zona estreitada (como uma fístula), passagem 
do sangue por uma zona dilatada (em aneurismas), passagem do sangue por uma 
membrana de borda livre. O sopro é dito discreto, moderado ou intenso, de acordo 
com a classificação em 4 graus. 
 
 
Grau I: dois indivíduos auscultaram e um terceiro ficou 
na dúvida. Grau II: todos auscultaram nitidamente. 
Grau III: um pouco Maior que grau II, mas apresenta frêmito. 
Grau IV: não necessita de esteto para auscultar, basta chegar bem perto da região do 
coração 
 
 
A presença de sopros cardíacos, durante a ausculta, pode indicar diferentes tipos de 
lesão oro-valvular (na passagem da válvula). Um indivíduo que apresente uma 
estenose aórtica, ou seja, um estreitamento arterial, vai experimentar, a cada ciclo 
cardíaco, um aumento na velocidade do fluxo sanguíneo, que faz com que o sangue 
sofra um turbilhonamento, produzindo, conseqüentemente um som audível, 
denominado sopro. O problema está na abertura da válvula, com diminuição de sua 
área de secção transversa. O sopro da estenose aórtica ocorre na sístole 
ventricular, quando se abre a válvula aórtica, ou seja, entre B1 e B2. 
Observa-se, portanto, que, na ocorrência de estenose das válvulas semilunares, o 
sopro será auscultado durante a sístole (B1-B2); no caso das válvulas 
atrioventriculares, o sopro acontecerá na diástole (B2- B1). A insuficiência valvular 
caracteriza-se como um distúrbio no fechamento das válvulas, permitindo uma 
regurgitação do sangue; esse refluxo é que caracteriza o sopro, na ausculta. De 
forma oposta à estenose, a insuficiência das válvulas aórtica e pulmonar pode ser 
detectada durante a diástole, enquanto que a das válvulas mitral e tricúspide ocorre 
na sístole. 
 
1.10 Semiologia Respiratória 
 
 
 
• 1.10.1 Introdução 
 
O sistema respiratório humano é composto, além de dois pulmões, por fossas nasais, 
boca, faringe (nasofaringe), laringe, traqueia, brônquios (e suas subdivisões), 
bronquíolos (e suas subdivisões) e os alvéolos pulmonares reunidos em sacos 
alveolares. 
 
• 1.10.2 Anamnese 
 
Cada sinal ou sintoma do aparelho respiratório deve ser abordado as características 
de início, duração, evolução, fatores de melhora e piora e como está no momento da 
consulta. 
Os principais sinais e sintomas respiratórios são: 
 
1.10.3 Dispneia 
 
 
• dificuldade de respirar percebida pelo paciente. Sempre um sintoma 
• trabalho respiratório excessivo pelo nível de atividade do paciente 
• ocorre quando as vias aéreas se tornam estreitadas (asma, bronquite) ou 
quando os pulmões apresentam dificuldade de expansão (pneumonia, edema 
pulmonar, anormalidades da parede torácica) 
• manifestações: aumento da FR, participação da musculatura acessória, 
batimentos da asa do nariz (mais comum em crianças e muito preocupante 
em idosos) 
• situações que causam dispneia: doenças pulmonares, doenças 
cardiovasculares, falta de condicionamento físico, psicogênica, refluxo 
• elementos a serem investigados: início, modo de instalação, duração, fatores 
desencadeantes, comparação, número de crises, periodicidade, intensidade 
• de acordo com às condições em que surgem 
• dispneia de esforço: grandes, médios ou pequenos 
• dispneia de repouso 
• ortopneia: impede o paciente de ficar deitado 
• dispneia paroxística noturna: aparece depois que o pct já dormiu algum tempo 
• trepopneia: aparece em decúbito lateral, comoem derrames pleurais 
• do ponto de vista do aparelho respiratório as causas podem ser divididas em: 
• causas atmosféricas: altas altitudes 
• causas obstrutivas: laríngeas ( laringite, edema, neoplasia, estenose por 
tuberculose), traqueais (corpos estranhos ou compressão extrínsecas por 
bócio, neoplasisas e aneurisma de aorta), bronquilares (asma e bronquilite) 
• causas parenquematosas: reduzem a área de hematose (pneumonia, fibrose, 
efisema) 
• causas toracopulomonares: modificam a dinâmica toracopulmonar 
reduzindo sua elasticidade e movimentação ou provocando assimetria 
entre os hemitorax( fraturas de arcos costais, cifoescoliose, miosotes, 
mialgias intensas) 
• causas diafragmáticas: paralisias, hérnias, elevações uni ou bilaterias 
provocadas por ascite, hepatoesplenomegalia ou gravidez. 
• Causas pleurais: irritação (pleurite seca), derrame pleural, penumotórax 
• causas não relacionadas ao aparelho respiratório 
• cardíacas: falência do ventrículo esquerdo, estenose da valvula mitral. 
Ambas levam a congestão passiva dos pulmões 
• relacionada ao SN: hipertensão intracraniana 
 
• Psicogênica: causa mais comum de dispnéia. 
• Distúrbios de ansiedade, de hiperventilação e síndrome do pânico. 
Normalmente associadas a perestesia, espasmos musculares e pode 
provocar perda da consciência. 
1.10.3 Tosse 
 
 
• sintoma mais comum em pacientes com doenças pulmonares 
• manobra expiratória forçada que expele o muco e material estranho das vias 
aéreas => função protetora 
• ocorre a partir da estimulação (inflamação, muco, corpos estranhos, gases 
nocivos, temperaturas extremas) dos receptores irritante da tosse (na laringe, 
traquéia e grandes brônquios) 
• é rara em indivíduos normais 
• fatores que comprometem a tosse: doenças neuromusculares, 
broncoespasmo, retração pulmonar reduzida (enfisema) 
• características importante da tosse: frequência, intensidade, tonalidade, 
presença ou não de expectoração, relação com o decúbito, período em que 
predomina, efetividade, tabagismo, exposição ocupacional a agentes 
irritantes. 
• Tipos: 
◦ tosse seca ou improdutiva: virose respiratória pneumonia intersticial, 
alergia, ansiedade, uso de IECA. Sinal de irritação 
◦ tosse produtiva: acompanha expectoração 
◦ tosse rouca: comum a tabagistas, laringite aguda ou crônica 
◦ tosse metálica: indica edema de laringe e dos tecidos circundantes 
◦ tosse bitonal: paresia de uma das cordas vocais que pode traduzir 
compressão do nervo laríngeo recorrente 
◦ tosse quintosa: em acesso, normalmente de madrugada, acompanhada 
de vômito e sensação de asfixia. Comum na coqueluche 
◦ tosse-síncope: após a crise de tosse ocorre perda da consciência 
◦ tosse crônica: > 3meses 
• características da tosse com outros sintomas para auxilio no raciocínio clínico 
◦ tosse seca e frequente: viroses respiratórias, pneumonia intersticial, 
alergia, ansiedade, uso de IECA 
◦ tosse crônica e produtiva: bronquiectasia, tuberculose, bronquite crônica 
◦ tosse matinal com expectoração: tabagista 
◦ tosse noturna: gotejamento nasal, DRGE, insuficiência cardíaca, asma 
 
◦ tosse com sibilo: broncoespasmo asma, alergia, IC 
◦ tosse com estridor: obstrução traqueal 
◦ tosse associada a ingestão de água e/ou alimentos: lesão esôfago superior 
◦ tosse seca com dor em pontada no hemitorax: pleurite, pneumonia 
◦ tosse com expectoração hemoptoica: pneumonia, tuberculose, CA pulmão, 
infarto pulmonar 
• efeitos benéficos da tosse: sinal de alerta, eliminação de secreções e corpos estranhos 
• efeitos maléficos da tosse: efeito aspirativo, disseminação de infecções 
pulmonares, de seios paranasais, ruptura de abcessos pulmonares, fratura de 
costelas, sobrecarga física para pacientes cardíacos, dor muscular, 
incontinência urinária, prejudica o sono 
 
1.10.4 Expectoração 
 
 
• as vias aéreas saudáveis produzem muco diariamente, que é normalmente 
deglutido ou expectorado 
• doenças das vias aéreas podem aumentar a produção de muco, o qual 
estimula os receptores da tosse, 
• tipos: 
◦ serosa: água, eletrólitos, proteínas 
◦ mucoide: translucida ou esbranquiçada, poucas células 
◦ purulenta; amarelada ou esverdeada, rica em piócitos e alta celularidade 
◦ hemoptoica: sangue 
• características semiológicas: volume, cor, odor, transparência e consistência 
• volume é mais importante quando há presença de sangue. 
• Correlação clínica: 
◦ edema agudo de pulmão: serosa, rósea, espumosa 
◦ asma: mucoide e alta viscosidade 
◦ bronquite: começa como mucoide e torna-se mucopurulenta 
◦ pneumonias bacterianas: abundante, purulenta, densa. Pode ocorrer escarro 
hemoptoico 
◦ pneumonias intersticiais (virais): aspecto de geleia de chocolate podendo ser fétido 
◦ abcesso pulmonar: intensa fetidez 
◦ tuberculose: purulenta, hemoptoico e inodoro 
◦ infarto pulmonar: hemoptoica 
◦ sinusite crônica/renite alérgica: mucopurulenta 
 
1.10.5 Hemoptise 
 
 
• expectoração de sangue no escarro 
• desde estrias sanguíneas no escarro até grandes hemorragias, podendo ameaçar a 
vida 
• origem: brônquica (rupturas de vasos) ou alveolar (ruptura de capilares) 
• classificação: maciça (+300mL em 24h), não maciça (ocorre em infecções e 
CA de pulmão, tuberculose, traumatismo e embolia pulmonar) 
• causa mais comum: pneumonias 
bacterianas 1.10.6 Dor Torácica 
• Pleurítica 
◦ lateral ou posterior 
◦ para quando o paciente inspira profundamente 
◦ dor aguda ou em pontada 
◦ associada a doenças torácicas que inflamam o revestimento pleural do 
pulmão (pneumonia, embolia pulmonar, derrame pleural, pneumotórax, CA 
de pulmão) 
• Não- pleurítica 
◦ no centro da região torácica anterior e pode ser irradiada para o ombro ou dorso 
◦ não é afetada pela respiração 
◦ dor surda ou do tipo pressão 
◦ causas comuns: angina, DRGE (doença do refluxo gastroesofágico), 
espasmo esofágico, do na parede torácica. 
 
1.10.7 Febre 
• queixa comum dos pacientes com infecção das vias aéreas e dos pulmões 
• a febre acompanhada de tosse sugere uma infecção respiratória, se for 
acompanhada de expectoração purulenta a probabilidade é ainda maior 
• pacientes com febre tem aumento da taxa metabólica, aumento do 
consumo de O2 e de produção de CO2 
 
1.10.8 Chiadeira ou Sibilância 
 
 
• predominante na fase expiratória quase sempre acompanhada de dispneia 
• ruído comparado ao miado do gato 
 
• resultado da redução do calibre da arvore brônquica devido a espasmo ou edema 
• na infância pode surgir de um resfriado comum e no adulto costuma ser a 
primeira manifestação de asma 
• quando localizada ou unilateral e persistente: tumor ou corpo estranho ocluindo o 
brônquio 
• infiltrados eosinófilos, tuberculose brônquica, neoplasias brônquicas malignas 
e benignas pode ser observada sibilância 
• asma cardíaca: sibilância relacionada a insuficiência ventricular esquerda 
acompanhada por broncoespamos relacionada com a congestão passiva dos 
pulmões 
 
1.10.9 Cornagem 
 
 
• dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias respiratórias 
superiores na altura da laringe 
• manifesta por um ruído (estridor) bastante alto 
• causas principais: laringite, difteria, edema de glote e 
corpos estranhos 1.10.11 Estridor 
• respiração ruidosa causada pela acentuada dificuldade na passagem do ar 
nas vias aéreas superiores 
• causa: laringite estridulosa do RN 
 
 
1.10.12 Tiragem 
 
 
• aumento da retração que os espaços intercostais apresentam em 
consequência das variações da pressão entre os folhetos pleurais durante a 
fase da inspiração. 
• Nas oclusões brônquicas aumenta a negatividade e intrapleural na 
inspiração, ocasionando uma depressão anormal dos espaços intercostais. 
Quanto mais periférica for a oclusão, mais restrita a área onde a tiragem 
estará presente 
• na asma brônquica e nas oclusões antes da bifurcação da traqueia a tiragem é 
vista em todo o tórax. 
 
1.10.13 Exame Físico dos Pulmões 
1.10.13.1 Inspe 
ão Formado tórax 
 
Livre de qualquer patologia apresenta variações em relação a idade, sexo e 
biotipo. No adulto, em geral, o diâmetro lateral e maior que o anteroposterior 
 
• Tórax chato: reduzido diâmetro anteroposterior, escapulas sobressaem 
claramente no relevo torácico. Sem significado patológico. 
 
• Tórax em tonel/barril: magnitude do diâmetro anteroposterior. Causa mais 
comum em enfisema pulmonar. Em idosos é comum e não patológico. 
 
• Tórax infundibuliforme (pectusexcavatum): depressão mais ou menos 
acentuada a nível do terço inferior do externo. Congênita ou adquirida. 
Quando acentuado pode provocar distúrbio pulmonar restritivo e/ou 
deslocamento do coração. 
 
• Tórax cariniforme (pectuscarinatum): ao nível do esterno uma saliência 
em forma de peito de pombo ou quilha de navio. Não compromete a 
ventilação pulmonar. Congênito ou adquirido. 
 
• Tórax sino ou piriforme: porção inferior alargada. Grandes 
hepatoesplenomegalias ou ascites volumosas 
 
• Tórax cifótico: encurvamento posterior da coluna torácica por defeito de 
postura ou por lesão de vertebras torácicas (tuberculose, osteomielite, 
neoplasias ou anomalias congênitas) 
 
• Tórax escoliótica: assimétrico em consequência do desvio lateral do 
segmento torácico da coluna vertebral. Congênita. 
 
• Tórax cifoescoliótico: pode causar restrição grave da expansão torácica 
causando insuficiência respiratória 
 
• torax instável traumático: ocorre na fratura de várias costelas causando 
movimentos torácicos paradoxais, ou seja, na inspiração a área 
correspondente desloca-se para dentro e na expiração para fora. 
 
 
 
Abaulamento e depressões 
 
Podem acontecer em qualquer região do tórax e indicam alguma lesão. 
• Aneurisma de aorta, tumor de timo ou mediastino superior, hipertrofia do 
ventrículo esquerdo em crianças causam abaulamentos 
• atelectasia ou lesões fibróticas de um pulmão ou de um lobo causam 
depressão no hemitorax correspondente 
 
Dinâmica 
 
 
1.1.1 Tipos Respiratórios 
 
 
 
A avaliação do tipo respiratório é útil no diagnóstico de fadiga ou paralisia 
diafragmática. 
• Costal superior: observados em mulheres. Predomínio da ação dos 
músculos escaleno e esternocleidomastóideo 
• Toracoabdominal: em homens, em crianças de ambos os sexos, em 
adultos de ambos os sexos deitados. Predominantemente diafragmática 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2 Amplitude da respiração 
 
 
• respiração profunda ou superficial 
• em regra, nos ritmos respiratórios anormais os movimentos 
respiratórios ficam mais amplos 
 
1.1.3 Frequência Respiratória 
 
 
• eupnéia: normal, 16-20irpm 
• taquipnéia :fisiológiaca ( esforço, emoções), patológica (febre e lesões 
pleuropulmonares) 
• bradipnéia: fisiológica (sono, atletas), patológica (lesoes cerebrais com 
hipertensão intracraniana, intoxicações exogenas com depressão do centro 
respiratório) 
• apnéia: parada respiratória 
 
1.1.4 Tiragem 
 
 
• fisiológica nas regiões axilares e infra-axilares 
• patológica: oclusão das vias respiratórias dificultando ou impedindo a penetração do ar 
 
1.1.5 Inspeção do Pescoço 
 
 
• observar se a respiração é auxiliada pela ação dos músculos acessórios, sendo 
sinal precoce de obstrução das vias respiratórias 
• Os músculos acessórios elevam as clavículas e a parede torácica anterior 
aumentando a pressão intratorácica negativa. 
• esse fato é evidenciado pela retração das fossas supraclaviculares e dos 
espaços intercostais 1.10.13.2 Palpação 
Estruturas da parede torácica: pele, tecido celular subcutâneo, músculos, cartilagens e osso 
 
 
1.2 Expansibilidade ou motilidade 
Solicitar que o paciente inspire fundo e observar a movimentação das mãos. 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 Frêmito toracovocal 
 
 
Vibrações percebidas em toda parede torácica pela mão do examinador quando o 
paciente fala 
33. Auxilia na comparação de regiões homólogas. 
Aumento frêmito: traduz a consolidação de uma área pulmonar como em 
pneumonias ou infarto pulmonar. 
Diminuição/desaparecimento: relacionado com anormalidades que impedem 
parcial ou totalmente a transmissão das ondas sonoras, como no derrame pleural, 
espessamento da pleura, atelectasia por oclusão brônquica, pneumotórax e enfisema 
pulmonar. 
 
1.10.13.3 Percussão 
 
 
Começar pela face anterior, de cima para baixo, ora de um lado ora de outro, após 
face lateral e posterior. 
 
 
Alterações: 
• hipersonoridade: aumento do ar nos alvéolos. Enfisema pulmonar, ao redor de 
uma condensação ou acima de um derrame pleural (ressonância skódica) 
• submacicez e macicez: redução ou inexistência de ar nos alvéolos. Derrames 
ou espessamento pleural, condensação pulmonar (pneumonias, tuberculose, 
infarto pulmonar, neoplasias) 
• som timpânico: indica o ar aprisionado no espaço pleural (pnumotórax) ou em 
grandes cavidades intrapulmonares (caverna tuberculosa). Som igual o obtido 
na percussão do espaço de Traube. 
 
1.10.13.4 Ausculta 
 
 
 
 
1.11 Sons normais 
 
 
 
• Som traqueal e respiração brônquica: o som traqueal, audível na região de 
projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal, origina-se na 
passagem do ar através da fenda glótica e na própria traqueia. O 
inspiratório consiste em um ruído soproso, mais ou menos. 
rude, após o qual há um curt intervalo silencioso que o separa da expiração, 
em que o som é um pouco mais forte e prolongado. A respiração brônquica 
muito se assemelha ao som traqueal, dela se diferenciando apenas por ter o 
componente expiratório menos intenso. 
• Murmúrio vesicular: produzido pela turbulência normal do ar circulante ao 
chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por 
cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos para alvéolos, e 
vice-versa. O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e de 
tonalidade mais alta em relação ao componente expiratório, que por sua vez, 
é mais fraco, de duração mais curta e de tonalidade mais baixa (o 
componente expiratório tende a estar aumentado na asma brônquica e no 
enfisema, traduzindo a dificuldade de saída do ar). Não se percebe, 
diferentemente do que ocorre na respiração traqueal, um intervalo silencioso 
entre as duas fases da respiração. Quando se compara o murmúrio vesicular 
com a respiração brônquica, o primeiro é mais fraco e mais suave. Ausculta-se 
o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com exceção apenas das 
regiõesesternal superior, interescápulo-vertebral direita e ao nível da 3a e 4a 
vértebras torácicas. Nestas áreas, ouve-se a respiração broncovesicular. A 
diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de numerosas causas, entre 
as quais se ressaltam: presença de ar (pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou 
tecido sólido (espessamento pleural) na cavidade pleural; enfisema pulmonar; 
obstrução das vias aéreas superiores(espasmo ou edema de glote, obstrução 
da traqueia); oclusão parcial ou total dos brônquios ou bronquíolos. Quando 
normais, relata-se: murmúrios vesiculares presentes e audíveis em ambos 
hemitórax. Ele pode, entretanto, estar aumentado, diminuído ou inexistente. 
• Respiração broncovesicular: somam-se aqui, as características da respiração 
brônquica com as do murmúrio vesicular. Deste modo, a intensidade da 
duração da inspiração e da expiração tem igual magnitude. 
 
 
1.12 Sons anormais (ruídos adventícios) 
 
 
Sons ou ruídos anormais descontínuos: os sons anormais descontínuos são 
representados pelos estertores, que são ruídos audíveis na inspiração ou na 
expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais. 
• Ruídos estertores finos ou crepitantes: ocorrem no final da inspiração, têm 
frequência alta, isto é, são agudos, e duração curta. Não se modificam com a 
tosse ou com a posição do paciente. Predominam mais na base. Podem ser 
comparados ao ruído produzido pelo atrito de um punhado de cabelos junto 
ao ouvido ou ao som percebido ao se fechar ou abrir um fecho tipo velcro. 
Aceita-se

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