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Avaliação Geriátrica Ampla

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Coordenação de 
Ensino FAMART 
 
 
 AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA 
 
www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 
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AVALIAÇÃO GERIÁTRICA 
AMPLA 
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SUMÁRIO 
 
Avaliação Geriátrica Ampla ......................................................................................... 7 
Avaliação clínica ........................................................................................................ 10 
Exame físico .............................................................................................................. 12 
Exame da cabeça ...................................................................................................... 12 
Face .......................................................................................................................... 13 
Fácies ........................................................................................................................ 13 
Olhos ......................................................................................................................... 14 
Pálpebras .................................................................................................................. 14 
Conjuntiva ................................................................................................................. 14 
Córnea ...................................................................................................................... 15 
Íris ............................................................................................................................. 15 
Cavidade oral ............................................................................................................ 16 
Língua ....................................................................................................................... 17 
Nariz .......................................................................................................................... 19 
Ouvidos ..................................................................................................................... 19 
Pescoço .................................................................................................................... 20 
Membros superiores .................................................................................................. 21 
Mãos ......................................................................................................................... 21 
Quadro Deformidades ............................................................................................... 23 
Quadro Musculatura .................................................................................................. 23 
Quadro Tremor .......................................................................................................... 24 
Ombro ....................................................................................................................... 25 
Exame do tórax ......................................................................................................... 26 
Ausculta respiratória .................................................................................................. 28 
Avaliação da coluna .................................................................................................. 28 
Exame do aparelho cardiovascular ........................................................................... 30 
Pressão arterial (PA) ................................................................................................. 30 
Pulso arterial ............................................................................................................. 32 
Refluxo hepatojugular ............................................................................................... 32 
Ictus cordis ou choque da ponta ................................................................................ 33 
Ausculta cardíaca ...................................................................................................... 33 
Bulhas cardíacas ....................................................................................................... 33 
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Sopros cardíacos ...................................................................................................... 34 
Edema sacral ............................................................................................................ 36 
Abdome ..................................................................................................................... 36 
Inspeção .................................................................................................................... 36 
Cicatrizes abdominais ............................................................................................... 37 
Circulação venosa subcutânea ................................................................................. 38 
Ausculta .................................................................................................................... 38 
Percussão ................................................................................................................. 39 
Palpação ................................................................................................................... 41 
Exame proctológico ................................................................................................... 43 
Inspeção .................................................................................................................... 43 
Toque retal ................................................................................................................ 44 
Exame urológico ........................................................................................................ 45 
Membros inferiores .................................................................................................... 45 
Pele e subcutâneo ..................................................................................................... 45 
Articulações, músculos e ossos ................................................................................ 48 
Sistema venoso e arterial .......................................................................................... 48 
Doença arterial periférica .......................................................................................... 48 
Insuficiência venosa .................................................................................................. 49 
Veias varicosas ......................................................................................................... 49 
Teste do enchimento retrógrado ............................................................................... 49 
Exame dos pés .......................................................................................................... 49 
Alterações ungueais .................................................................................................. 50 
Exame neurológico .................................................................................................... 50 
Exame da motricidade ...............................................................................................50 
Tônus muscular ......................................................................................................... 51 
Exame da força muscular .......................................................................................... 51 
Movimentos anormais ............................................................................................... 52 
Distúrbios bradicinéticos (parkinsonismo) ................................................................. 53 
Distúrbios hipercinéticos ........................................................................................... 53 
Exame da marcha e do equilíbrio .............................................................................. 54 
Testes simples para avaliação da marcha ................................................................ 57 
Tempo de suporte unipodal ....................................................................................... 57 
Estabilidade postural ................................................................................................. 57 
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Teste de Nudge ......................................................................................................... 57 
Avaliação da sensibilidade ........................................................................................ 58 
Avaliação da propriocepção ...................................................................................... 58 
Reflexos Tendinoso ................................................................................................... 58 
Sinais de irritação meníngea ..................................................................................... 60 
Avaliação da linguagem ............................................................................................ 60 
Deficiências sensoriais .............................................................................................. 61 
Visão ......................................................................................................................... 61 
Audição ..................................................................................................................... 62 
Incontinência urinária ................................................................................................ 63 
Capacidade funcional ................................................................................................ 64 
Avaliação nutricional ................................................................................................. 74 
Conclusão ................................................................................................................. 76 
Instrumentos de Avaliação em Geriatria ................................................................... 77 
Instrumentos de aferição ou escalas – o que aferem? .............................................. 80 
Propriedades psicométricas ou características das medidas das escalas ................ 81 
Adaptação transcultural ............................................................................................. 85 
Escalas e avaliação geriátrica: uma proposta de uso racional .................................. 88 
Escalas de rastreamento global ................................................................................ 89 
Escalas de avaliação de áreas .................................................................................. 91 
Considerações finais ................................................................................................. 93 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94 
 
 
Todos os direitos reservados ao Grupo Famart de Educação. Reprodução Proibida. 
Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998. 
Grupo Famart – Comprometimento com o seu ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
 
O aumento da expectativa de vida e a multiplicação de pacientes portadores 
de doenças crônico-degenerativas têm impactado a realidade médica em todo o 
mundo. Os idosos constituem um grupo especial, com necessidades, estilo de vida, 
rendimentos, condições sociais e de saúde bastante diversos do restante da 
população (Camarano, 2004). 
As doenças crônico-degenerativas requerem acompanhamento constante, 
sendo necessária a adequação da avaliação geriátrica, com a adoção de rotinas 
bem estabelecidas para essa faixa etária. O profissional deve estar preparado para 
abordar corretamente o paciente idoso, respeitando as características próprias da 
faixa etária dele, partindo para uma minuciosa avaliação funcional. De acordo com 
a abordagem ao paciente, é possível controlar a progressão das doenças crônico-
degenerativas, reduzindo o risco de incapacidade, e aumentar a expectativa e a 
qualidade de vida (Fried,Guralnick, 2007). 
A condição funcional do paciente com idade avançada é um dos parâmetros 
mais importantes da avaliação geriátrica. A evidência da presença de declínio 
funcional faz pressupor a existência de doença ligada ao quadro e que, algumas 
vezes, não está diagnosticada, decorrente, em geral, das manifestações clínicas 
atípicas inerentes a essa faixa etária, constituindo um desafio à prática clínica. 
Com o objetivo de facilitar essa avaliação, foram criados instrumentos 
capazes de detectar sinais de demência, (delirium, depressão, efeitos colaterais 
medicamentosos, déficits de ordem visual e auditiva etc., bem como a presença 
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das grandes síndromes geriátricas. O conjunto dos instrumentos de avaliação – 
procedimentos, regras e técnicas – visa avaliar o idoso de forma global (Freitas, 
Miranda, 2006; Costa, 2005). 
Com a identificação das condições funcionais do paciente, associadas ou 
não às comorbidades, é possível desenvolver um plano adequado de intervenção 
que visa ao tratamento das doenças diagnosticadas, evitando seu agravamento, 
portanto, retardando o aparecimento de limitações funcionais, o que pode levar 
alguns pacientes, que delas são acometidos, a serem inseridos em programas de 
reabilitação, possibilitando melhora do seu quadro. Com essa finalidade, foi criada 
a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) (Wong, 1998; Reuben, Rosen, 2009). 
A AGA foi concebida pela doutora Marjory Warren que, a partir de 1936, 
iniciou obstinado trabalho de reabilitação de pacientes incapacitados em um 
hospital londrino. Muitos deles recuperaram a mobilidade e receberam alta. O 
resultado positivo do trabalho da doutora Marjory introduziu o conceito do cuidado 
interdisciplinar e a necessidade de uma avaliação ampla nos pacientes geriátricos, 
com o objetivo de esquematizar um plano terapêutico. 
O conhecimento das alterações próprias do envelhecimento é fundamental 
nessa complexa avaliação, resguardando os seus limites fisiológicos, para o 
estabelecimento das condições realmente de enfermidade. O envelhecimento é um 
processo biológico intrínseco, progressivo, declinante e universal, no qual é 
possível reconhecer marcas físicas e fisiológicas inerentes. Essas mudanças 
anatômicas e funcionais, próprias do envelhecimento, não são produzidas por 
doenças e variam de indivíduo para indivíduo (Ramos, Toniolo, 1998; Kenney, 
1985).Avaliação Geriátrica Ampla 
 
Após a terceira década, o desempenho funcional dos indivíduos deteriora-se 
aos poucos devido ao processo natural e fisiológico de envelhecimento, que é 
lento, inexorável e universal. Essa velocidade pode ser influenciada por vários 
fatores – constituição genética, hábitos de vida, meio ambiente, fatores 
socioeconômicos, acidentes, doenças –, podendo acelerar ou retardar o surgimento 
de dependência. 
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A AGA é um processo diagnóstico 
multidimensional, geralmente interdisciplinar, para 
determinar as deficiências ou habilidades dos pontos de 
vista médico, psicossocial e funcional. Denomina-se 
ampla por fazer uma abordagem global ou abrangente, 
avaliando as três dimensões do completo estado de 
bem-estar. Difere de um atendimento médico habitual 
por se concentrar nos idosos frágeis, portadores de 
múltiplas morbidades; por usar, com frequência, equipe 
interdisciplinar; por dar ênfase ao estado funcional e à 
qualidade de vida. Além disso, é bastante comum o uso de escalas de avaliação, o 
que facilita a comunicação entre os membros da equipe e a comparação evolutiva. 
A AGA é também conhecida como Avaliação Geriátrica Multidimensional (AGM) ou 
Avaliação Geriátrica Global (AGG) (Wong, 1998; Reuben, Rosen, 2009). 
Tem como objetivos principais obter um diagnóstico global, desenvolver um 
plano de tratamento e de reabilitação e facilitar o gerenciamento dos recursos 
necessários para o tratamento. Para tanto, seguem três principais pontos: o idoso 
propriamente dito, com seus complexos problemas; a condição funcional e a 
qualidade de vida, enfaticamente focados; e o envolvimento de uma equipe 
interdisciplinar. Enquanto uma avaliação médica padrão obtém bons resultados em 
uma população não constituída de idosos, os resultados tendem a falhar na 
detecção dos problemas prevalentes neles. Esses desafios referem-se, 
principalmente aos “5 Is da Geriatria” – instabilidade cerebral, imobilidade, 
instabilidade postural, incontinências e iatrogenias, efetivamente detectados pela 
AGA, cuja identificação é fundamental para a adequação terapêutica e para a 
prevenção da incapacidade nessa população (Isaacs, 1976). 
A AGA pode ser feita pelo médico em seu consultório, no entanto, é melhor 
realizada por uma equipe composta por membros da equipe interdisciplinar, nos 
diferentes locais de atendimento ao idoso, como pronto-socorro, enfermaria, centro 
de reabilitação, ambulatório e em programas de atendimento domiciliar. Os 
componentes da equipe variam de um programa para outro, conforme o protocolo 
estabelecido (Freitas, Miranda, 2006; Costa, 2005). 
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Vários estudos confirmam os benefícios da AGA. Dentre eles, encontram-se 
maior precisão diagnóstica; melhora do estado funcional e mental; redução da 
mortalidade, diminuição de internação hospitalar e de institucionalização; além de 
maior satisfação com o atendimento (Wong, 1998; Reuben, Rosen, 2009). Por 
outro lado, ajuda a estabelecer critérios para a internação hospitalar ou em 
instituições de longa permanência (ILP); orienta adaptações ambientais, reduzindo 
as hostilidades dos locais em que vivem com a colocação de rampas, adequação 
de pisos, barras de apoio em corredores e banheiros etc.; avalia o grau de 
comprometimento mental, motor ou psíquico; estabelece metas nutricionais e de 
otimização terapêutica; além de ser elemento fundamental para a criação de 
políticas públicas de ação na saúde e de destinação de recursos. Apesar de o 
maior benefício ser identificado entre os idosos frágeis e os doentes, a maioria dos 
pacientes é beneficiada pela AGA, especialmente nos programas que incluem a 
avaliação, a reabilitação e o acompanhamento a longo prazo. 
O principal objetivo da AGA é, com a participação de uma equipe 
multiprofissional e a utilização de escalas, identificar as limitações do paciente 
geriátrico, quantificá-las e estabelecer a conduta terapêutica adequada. As 
principais áreas a serem analisadas incluem a detecção das doenças crônicas, da 
função física e mental e das condições sociais e familiares. 
A AGA faz parte do exame clínico do idoso, sendo fundamental nos 
pacientes portadores de polipatologias e em uso de vários medicamentos. A 
avaliação clínica detalhada faz parte desse processo, devendo ser fundamentada 
em uma anamnese criteriosa e com peculiaridades que são indispensáveis à boa 
comunicação entre o médico e o paciente (Wong, 1998; Reuben, Rosen, 2009). 
Os componentes da AGA foram sendo incorporados aos elementos habituais 
do exame clínico, considerando-se a procura de condições específicas comuns nos 
idosos capazes de determinar importante impacto sobre a função e que podem 
passar despercebidas no exame convencionais. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua três domínios específicos 
que definem os objetivos da AGA: 
• Deficiência (impairment) – definida como a perda da estrutura corpórea, 
aparência ou função de um órgão ou de um sistema. 
• Incapacidade (disability) – refere-se à restrição ou à perda de habilidade. 
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• Desvantagem (handicap) – restrições ou perdas sociais e/ou ocupacionais 
experimentados por uma pessoa. Na realidade, define dependência. 
Componentes básicos da AGA 
 
Avaliação clínica Capacidade funcional 
Anamnese Atividades da vida diária (AVD) 
Saúde física 
Atividades instrumentais da vida 
diária (AIVD) 
Visão 
Audição 
Fala 
Incontinência urinária 
Equilíbrio e marcha (mobilidade) Saúde mental 
POMA (Tinetti) Cognição 
 Humor 
 Álcool 
Avaliação nutricional Avaliação social e ambiental 
 Rede social 
 Segurança ambiental 
 Avaliação do cuidador 
 
Os componentes básicos da AGA incluem: anamnese, avaliação de saúde 
física – incluindo visão, audição e incontinência urinária –; avaliação nutricional; 
avaliação funcional; equilíbrio e mobilidade; avaliação ambiental, social e da saúde 
mental 
 
Avaliação clínica 
 
 
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O diagnóstico clínico no idoso exige grande perspicácia por parte do 
examinador. Frequentemente, a apresentação clínica do idoso é atípica (como o 
hipertireoidismo apático) e tardia, dando-se por meio de queixas inespecíficas, 
vagas e mal caracterizadas. É necessária muita atenção na avaliação dos sintomas 
inespecíficos, haja vista que diferentes doenças, algumas graves, nela se 
apresentam. A anorexia, por exemplo, associada a transtornos psíquicos como 
depressão, alterações do paladar, distúrbios gástricos, intoxicação digitálica 
subaguda, distúrbios metabólicos, entre vários outros. 
O conceito da “doença única”, na qual todos os sinais e sintomas seriam 
explicados por um único problema, não vale para o idoso, que se apresenta com a 
soma dos sinais e sintomas de uma ou mais doenças agudas ou subagudas e uma 
ou mais doenças crônicas. Como exemplo, podemos citar o paciente diabético e 
hipertenso, com lesão em órgãos-alvo (insuficiência renal e cardíaca) e o pulmonar 
crônico, o qual, após uma gripe, desenvolve insuficiênciarespiratória. Em um 
estudo populacional em São Paulo, 80% dos idosos apresentavam, pelo menos, 
uma doença crônica, enquanto 10% apresentavam cinco ou mais (Ramos, Toniolo, 
Cendoroglo, Garcia, Najas (et al. EPIDOSO). 
O uso das escalas de auto avaliação de saúde é útil, e já foi demonstrado 
que o idoso que avalia seu estado como ruim realmente tem pior prognóstico. 
Diversos indicadores de gravidade de doenças podem ser utilizados, como a 
classe funcional da NYHA (New York Heart Association) para avaliação da 
incapacidade na insuficiência cardíaca e a escala APACHE (Acute Physiology and 
Chronic Health Evaluation) para quantificar a gravidade da doença em pacientes 
agudos. Várias escalas foram desenvolvidas para quantificar o nível de função, a 
disfunção e a incapacidade para cada doença em particular; algumas são 
puramente quantitativas (como o (peak flow expiratório) e outras são qualitativas, 
como a escala de qualidade de vida. 
Peculiaridades na anamnese para que a comunicação com o paciente seja 
eficiente e a história clínica fidedigna, devemos ter certos cuidados: 
• Falar devagar, com tom de voz adequado, olhando para o paciente de 
maneira a facilitar a leitura labial; usar gesticulação para ajudar na comunicação; 
ter cuidado para não gritar com idosos que ouvem bem 
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• Conduzir a anamnese: é importante deixar que o idoso se expresse com 
certa liberdade, principalmente no início; porém, devido à somação de problemas e 
pela ordem cronológica, frequentemente confusa, na maioria das vezes, a 
anamnese deve ser conduzida 
• O interrogatório sobre diversos aparelhos (ISDA) ou interrogatório 
complementar (IC) deve ser completo, pois é uma das etapas mais importantes da 
anamnese. Muitas alterações não valorizadas pelos pacientes ou familiares 
somente são lembradas quando interrogadas especificamente. Alguns exemplos 
são: quedas, que podem gerar sequelas graves; disfunções sexuais, sobre as 
quais, normalmente, os idosos ou idosas não falam espontaneamente; alterações 
bucais, como prótese dentária mal ajustada; distúrbios gastrintestinais, como 
plenitude pós-prandial ou obstipação intestinal 
• História medicamentosa: idosos são mais suscetíveis a eventos adversos e 
parte ou todo o problema atual pode ser secundário a isso. Os medicamentos em 
uso podem ajudar a conhecer diagnósticos anteriores. Recomendamos que o idoso 
seja instruído a levar, em todas as consultas, a prescrição e todos os 
medicamentos em uso. Muitas vezes, somente com essa medida se tem 
conhecimento sobre automedicação, posologia incorreta, uso de mais de um 
fármaco com o mesmo objetivo etc. 
 
Exame físico 
 
As imagens mostradas pelos métodos de imagem, como do ultrassom e da 
ressonância magnética, as escalas e questionários mais detalhados, por mais 
extraordinários que sejam, são informações complementares que não superam a 
sutileza do exame clínico. Uma história médica rigorosa em consonância com a 
observação dos sinais ao exame físico fundamenta a boa prática clínica. O exame 
físico ultrapassa o objetivo de comprovar ou contestar as hipóteses provocadas na 
anamnese, mas também representa o momento mais próximo e íntimo da relação 
médico-paciente. 
 
Exame da cabeça 
 
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Face 
 
Os distúrbios da face podem envolver a face como um todo ou apenas parte 
dela. Se uma anormalidade não visivelmente aparente, olhe cuidadosamente para 
toda a face. 
 
Fácies 
 
• Hipotireoidismo: olhos pequenos, inexpressivos, pele infiltrada, rosto 
arredondado, cabelos secos, apatia 
• Insuficiência renal: palidez, edema palpebral, pálpebras empapuçadas 
• Doença de Parkinson: fixa, imóvel, inexpressiva, fronte enrugada, cabeça 
para frente, pouca mobilidade palpebral, pele gordurosa, tendência a babar, voz 
baixa e monótona 
• Depressão: fronte enrugada, olhar sem brilho, expressão de apatia 
• Demência: mímica pobre, lábios entreabertos, olhar vago para o infinito 
• Doença de Paget: a cabeça parece maior do que o normal e tem um 
formato grosseiramente triangular 
• Hipertireoidiana: é menos observada em idosos devido às alterações 
cutâneas associadas ao envelhecimento • Assimetria facial: nessa faixa etária 
comumente se associa à ausência de dentes, o que pode dificultar o diagnóstico 
diferencial com paralisia facial secundária à doença do neurônio motor superior 
• Paralisia facial: a paralisia facial em geral é unilateral. O primeiro passo 
para se identificar o lado afetado consiste em diferenciar uma lesão do neurônio 
motor superior de uma lesão do neurônio motor inferior. Peça ao paciente para 
mostrar os dentes, fechar os olhos e franzir a testa. Na lesão do neurônio motor 
superior, o músculo frontal não estará envolvido e as pálpebras podem ser 
fechadas. Na lesão do neurônio motor inferior, a paralisia envolve todos os 
músculos do lado afetado 
• Discinesias orofaciais ou bucolinguais: consistem em movimentos 
involuntários da língua, musculatura oral e facial, mandíbula ou músculos 
mastigatórios. Pode ocorrer em pacientes idosos particularmente naqueles com 
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déficit cognitivo, naqueles que não têm os dentes e nos que fazem uso de 
medicamentos antipsicóticos e antiparkinsonianos. 
A discinesia tardia consiste em movimentos involuntários da boca, língua e 
mandíbula, que, nos tipos graves, pode acometer a musculatura respiratória, da 
deglutição e fala. É secundária ao uso prolongado de antipsicóticos 
• Artérias temporais: o achado de artérias temporais aumentadas em 
tamanho, tortuosas e ou sem pulso sugere o diagnóstico de arterite temporal. 
 
Olhos 
 
O exame cuidadoso dos olhos faz parte do exame físico do paciente idoso e 
consiste na avaliação da acuidade visual, dos campos visuais, dos movimentos 
oculares e das estruturas externas e internas do olho. 
À inspeção, deve-se atentar para o exame das pálpebras, da conjuntiva, da 
esclerótica, da córnea, das pupilas e da íris. 
 
Pálpebras 
 
• Ptose palpebral: pode ser uni ou bilateral. As causas mais frequentes nessa 
faixa etária são a ptose senil e a secundária à paralisia do terceiro par craniano 
• Xantelasma: pode ser indicativo de hiperlipidemia, embora a maior parte 
dos pacientes com hiperlipidemia não o apresente 
• Ectrópio: eversão palpebral 
• Entrópio: inversão palpebral. 
 
Conjuntiva 
 
• Icterícia: é mais bem visualizada nas escleróticas e no palato, tornando-se 
perceptível quando os níveis séricos de bilirrubina total são maiores que 2 mg/dl. A 
icterícia de grau leve pode facilmente passar despercebida caso a esclerótica não 
seja examinada na presença de boa luz. A icterícia em idosos é quase sempre do 
tipo obstrutiva, na maioria dos casos, ocasionada por neoplasias. A coledocolitíase 
também é uma causa comum nesta faixa etária. Nos indivíduos negros, a 
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esclerótica pode ter cor ligeiramente amarelada, não apresentando significado 
patológico 
• Anemia: o achado físico mais característico de anemia é a palidez-cutânea 
mucosa.Embora a palidez seja demonstrável em todas as áreas expostas do 
corpo, a conjuntiva, as palmas das mãos, a mucosa oral e os leitos ungueais são, 
em geral, as áreas mais representativas. 
 
Córnea 
 
• Arco senil: consiste em um anel esbranquiçado no perímetro da 
córnea, sendo um achado comum no envelhecimento normal, sem significado 
patológico 
• Pupilas: a pupila do idoso é caracteristicamente menor, sendo 
frequentemente observadas pequenas diferenças de tamanho entre as duas. O 
tempo de relaxamento e acomodação aumenta progressivamente com o passar 
dos anos. 
Todavia, a reação pupilar à luz está preservada nos idosos. Algumas 
alterações pupilares mais significativas nessa faixa etária compreendem: 
• Pupila de Argyll-Robertson: encontrada não somente na neurossífilis, 
mas em várias outras condições neurológicas. 
• Caracteristicamente, a pupila não reage à luz, embora o faça em 
acomodação 
• Pupila miotônica de Adie: ocorre lenta constrição à exposição 
prolongada de luz, especialmente se o paciente se encontra em um quarto escuro. 
Após a retirada do estímulo, a dilatação pupilar é gradual. Pode representar 
disfunção do sistema nervoso autônomo 
• Síndrome de Horner: na paralisia do simpático cervical ocorre miose 
no lado afetado, podendo se associar à ptose e 
• enoftalmia. 
 
Íris 
 
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• Prolapso da íris: secundário à complicação de cirurgia de catarata, ainda 
pode ser ocasionalmente encontrado em idosos 
 • Movimentação ocular: aproximadamente um terço dos idosos apresenta 
anormalidades do desvio conjugado do olhar para cima, na ausência de doença 
neurológica 
• Fundo de olho: o papiledema é incomum em lesões expansivas 
intracerebrais no idoso. A sua detecção nesta faixa etária normalmente é 
prejudicada pela coexistência de catarata e dilatação inadequada das pupilas. 
Logo, a sua ausência não exclui o diagnóstico de lesão intracraniana. 
 
Cavidade oral 
 
O exame cuidadoso da cavidade oral, que constitui parte obrigatória do 
exame do paciente idoso, é um método simples e eficaz em detectar tanto 
enfermidades benignas quanto malignas. 
Ao examinar a cavidade oral, inicie pelos lábios e peça para que o paciente 
retire as próteses dentárias. Avalie então a mucosa da cavidade oral, a gengiva, os 
dentes, a língua, o vestíbulo e os palatos mole e duro. 
Observe a coloração da mucosa, a sua pigmentação, a presença de 
ulcerações, de gengivite ou de outras lesões da gengiva, bem como o estado dos 
dentes. 
A cianose generalizada ou universal, observada nos lábios, ocorre 
principalmente nas doenças pulmonares e cardíacas. 
É aconselhável procurar sempre por evidências sugestivas de malignidade 
como úlceras que não cicatrizam, eritroplasia e lesões que sangram facilmente. O 
carcinoma de células escamosas é a neoplasia mais frequente da cavidade oral e 
se localiza, preferencialmente, na superfície lateral e dorsal da língua, assoalho da 
boca e palato. 
As lesões benignas mais comumente encontradas são: 
• úlceras bucais traumáticas secundárias a dentaduras, dentes fraturados 
e/ou restaurações 
• aftas (cada vez menos prevalentes após os 50 anos de idade) 
• veias varicosas na parte ventral da língua (sem significado patológico) 
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• estomatite induzida por dentaduras (alterações inflamatórias localizadas 
sob as dentaduras) 
• estomatite angular 
• cáries dentárias e/ou doença periodontal nos que mantiveram os dentes 
naturais. 
As placas brancas encontradas nas gengivas e na mucosa jugal podem ser 
secundárias ao líquen plano, à leucoplasia e/ou à candidíase. Caso possam ser 
removidas por uma espátula, sugere candidíase; caso contrário, o paciente deve 
ser encaminhado a um especialista, já que podem se tratar de lesões pré-malignas. 
 
Língua 
 
Procure por glossite e atrofia da mucosa que podem sugerir deficiência 
vitamínica e anemia. 
O exame da língua é importante na detecção de várias doenças 
neurológicas. 
Os nervos cranianos IX (glossofaríngeo), X (vago) e XII (hipoglosso) são 
avaliados na cavidade oral. Os nervos cranianos IX e X são testados em conjunto 
observando-se o movimento do palato e o reflexo do vômito quando a espátula toca 
o terço posterior da língua, o palato mole e/ou a parede posterior da faringe. O IX 
par craniano também é responsável pela sensação gustativa no terço posterior da 
língua (já a sensação gustativa dos 2/3 anteriores é feita pelo nervo facial – VII par 
craniano). 
Na lesão do IX par craniano, a úvula move-se em direção ao lado não 
afetado. 
O nervo hipoglosso é responsável pela motricidade da língua e é testado 
avaliando a sua movimentação. A lesão do XII par é demonstrada pelo desvio da 
língua em direção ao lado lesado quando o paciente a coloca para fora. Uma 
fraqueza menos óbvia pode ser identificada colocando a ponta dos dedos do 
examinador em ambas as bochechas do paciente enquanto ele pressiona 
firmemente a sua língua contra a parte interna da bochecha alternadamente. 
Outras doenças neurológicas que podem ser diagnosticadas pelo exame da 
língua são mostradas no Quadro 
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 Lesão do neurônio motor superior Lesão do neurônio motor inferior 
Bilateral 
• Paralisia pseudobulbar 
• Língua: atrofia e fasciculações 
(contrações espontâneas de grupos 
• Língua espástica e imóvel musculares) 
• Disfagia, disfonia e disartria (podem 
estar presentes) 
• Disfagia, disfonia e disartria (podem 
estar presentes) 
• Causas mais frequentes: AVC e 
doença do neurônio motor superior 
• Causa mais frequente: paralisia 
bulbar progressiva 
 
 
Unilateral 
• Incapacidade, em geral leve • Pouco comum 
• Causa mais frequente: AVC recente 
• Causas mais frequentes: doenças 
vasculares, inflamações crônicas, 
tumores e trauma 
 
 
 
Faringe 
 
O exame é limitado à inspeção. Pesquisa-se a presença de infecções 
amigdalianas (menos frequentes em idosos) e tumorações. 
 
Deglutição 
 
• Avaliação da fase oral: note dificuldades na mastigação, início retardado ou 
precoce do reflexo de deglutição e dificuldade de vedação dos lábios para líquidos 
ou outros alimentos 
• Avaliação da fase faríngea: observe sinais clínicos como deglutição 
incompleta (retorno do bolo alimentar para a cavidade oral), referência a alimento 
retido na garganta, deglutições múltiplas (manobra utilizada para se retirar 
alimentos retidos na parede faríngea e valécula), regurgitação, alterações da 
qualidade vocal e se ocorre tosse antes ou durante o ato de engolir (indicativo de 
penetração laríngea) 
• Reflexo da deglutição: observe se há presença ou ausência do reflexo da 
deglutição, tosse antes ou durante a deglutição (indicativo de penetração laríngea), 
movimentação não sincrônica ou ausência de elevação da laringe 
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• Movimentação faríngea: observe sinais clínicos como deglutição incompleta 
(após várias tentativas de deglutição, há um retorno do bolo alimentar para a 
cavidade oral), tosse após a deglutição, referência a alimento retido na garganta,deglutições múltiplas (manobra utilizada pelo paciente para retirar alimentos retidos 
na parede faríngea e valécula) 
• Mecanismo laríngeo: observe se há elevação da laringe, alteração da 
qualidade vocal após a deglutição, presença ou ausência de alteração na ausculta 
cervical. 
• Ausculta cervical: com o estetoscópio colocado na laringe procura-se 
detectar os sons da deglutição na fase faríngea. 
Dificuldades técnicas relativas a este procedimento são encontradas em 
pacientes dependentes de ventilação e traqueostomizados 
• Teste com água: observe a deglutição após a administração de 9 ml de 
água (se ocorrem, até um minuto após, tosse, engasgos ou alteração da qualidade 
da voz). É um exame simples e sensível para rastreamento de portadores de 
disfagia com risco aumentado de aspiração. 
 
Nariz 
 
A chave para o exame interno do nariz é o posicionamento adequado da 
cabeça, levemente inclinada para trás. 
Procure por simetria, escoriações e/ou inflamação dos vestíbulos nasais ou 
evidência de obstrução nasal, tais como pólipos nasais. O septo nasal pode ser 
avaliado com o otoscópio, assim como a cavidade nasal. 
 
Ouvidos 
 
Sempre inicie o exame pelo pavilhão auricular. As lesões como o carcinoma 
baso e espinocelular e aquelas provocadas pelo herpes-zóster são em geral 
óbvias. 
Os achados de tofos gotosos no ouvido externo são altamente específicos 
para artrite gotosa. 
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A prega do lobo da orelha (sinal de Lichtstein) consiste em uma prega 
oblíqua do lobo da orelha, frequentemente bilateral. Comumente observada na 
idade avançada, é ainda considerada um possível marcador externo de 
aterosclerose. 
Em seguida, utilize o otoscópio. O conduto auditivo externo é retificado 
tracionando-se o pavilhão auditivo para cima, para fora e para trás. Inspecione em 
busca de sinais inflamatórios, secreção, cerume ou corpos estranhos. 
Examine a membrana timpânica: esta pode estar perfurada ou apresentar 
coloração fosca ou adquirir tons avermelhados e/ou amarelados, o que sugere a 
presença de patologias. 
Entre os testes de acuidade auditiva, o teste do sussurro pode ser realizado 
à cabeceira do leito e consiste em pronunciar palavras a uma distância de 60 cm de 
cada ouvido. 
Outros testes, como o de Rinne e Weber, têm um papel limitado nesta faixa 
etária, pois a sua confiabilidade depende da cognição e da cooperação dos 
pacientes. 
 
Pescoço 
 
Procure por cicatrizes, assimetria ou massas. A cicatriz secundária à 
tireoidectomia é a mais frequente. Observe o movimento e a posição da traqueia. 
Inspecione as veias cervicais que drenam para o tórax. O pulso venoso pode 
ser visível. 
A dilatação das veias cervicais pode estar associada a aumento do volume 
do pescoço e da face. A congestão da face pode se tornar mais aparente com a 
elevação dos braços acima da cabeça. Esses sinais são sugestivos de obstrução 
de veia cava superior, cuja principal causa é a sua compressão por tumores do 
mediastino superior. 
À ausculta do pescoço, procure identificar sopros carotídeos bilateralmente e 
sopros sobre a glândula tireoide, caso um bócio esteja presente. 
Posicione-se por detrás do paciente e palpe a tireoide. Caso seja detectado 
um bócio, verifique se o aumento é difuso ou nodular e se há dor à palpação. O 
bócio difuso é incomum no idoso, porém, quando ocorre, deve-se à doença de 
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Graves, tireoidite, efeito de medicamentos ou linfoma. O bócio multinodular é mais 
prevalente, em geral secundário à doença benigna e em geral não constitui fator de 
risco para malignização. 
Palpe também a traqueia, o pulso carotídeo, toda a região cervical e a fossa 
supraclavicular. Quaisquer linfonodos encontrados devem ser avaliados quanto à 
mobilidade, à consistência e dor à palpação. Os linfonodos dolorosos são 
sugestivos de inflamação, enquanto linfonodos de consistência firme e aderido aos 
tecidos adjacentes são compatíveis com neoplasia maligna. 
A limitação dos movimentos do pescoço secundária à osteoartrose cervical é 
um achado frequente nessa faixa etária. 
 
Membros superiores 
 
Mãos 
 
Examine ambas as mãos, sempre de maneira comparativa. Avalie 
sistematicamente a pele, as unhas, as articulações e os músculos. 
Inspecione as partes palmar e dorsal. Palpe as mãos. No exame das 
articulações, valorize a presença de edema, calor, assimetria ou rubor. Cheque a 
movimentação passiva e ativa. Teste a força. É importante a avaliação funcional da 
mão: peça ao paciente para segurar uma caneta ou levantar uma xícara. 
 
Quadro pele 
 
Perda da gordura subcutânea Envelhecimento normal 
Redução da secreção sebácea 
Ressecamento, enrugamento e perda da elasticidade 
Palidez palmar Anemia 
Cianose DPOC 
 Cardiopatias avançadas 
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 Fenômeno de Raynaud 
Pigmentação das dobras e do dorso Doença de Addison 
Eritema palmar Fisiológico 
 Hepatopatias 
Manchas de nicotina Tabagismo pesado 
 
 
Quadro Dedos 
Palidez das pontas, cianose e rubor, em períodos de 
frio ou emoção 
Fenômeno de Raynaud 
Isquemia digital 
Embolia arterial 
Vasculites 
Baqueteamento digital 
Carcinoma broncogênico 
Bronquiectasias 
Abscesso pulmonar 
Empiema 
Doenças cardiovasculares 
Doenças hepáticas 
Doenças gastrintestinais 
Nódulos dolorosos nas pontas (nódulos de Osler) 
Endocardite bacteriana 
subaguda 
Nódulos nas interfalangeanas distais (nódulos de 
Heberden) 
Osteoartrose 
Nódulos nas interfalangeanas proximais (nódulos de 
Bouchard) 
Osteoartrose 
Dor, calor e edema nas metacarpofalangeanas e Artrite reumatoide 
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interfalangeanas proximais 
Artrite psoriática 
 
 
Quadro unhas 
 
Acentuação das estrias longitudinais, perda do 
brilho e maior tendência a rachaduras após trauma 
Envelhecimento normal 
Espessamento, deformidade, hiperqueratose 
subungueal 
Onicomicose 
Coiloníquia (unha em formato de colher) Deficiência de ferro 
Leuconíquia (pontos ou manchas brancas) Hipoalbuminemia ou trauma 
Hemorragia subungueal 
Endocardite bacteriana, 
subaguda ou trauma 
 
 
Quadro Deformidades 
Contratura em flexão da mão 
Hemiplegia espástica (doença 
cerebrovascular) 
Mão caída 
Lesão de nervo radial (diabetes, 
trauma e neoplasias) 
Aumento do tamanho das mãos Acromegalia 
Desvio ulnar dos dedos, deformidade em “pescoço 
de cisne”, deformidade em boutoniere, deformidade 
em “Z” do polegar 
Artrite reumatoide 
Incapacidade de unir totalmente as superfícies 
palmares dos dedos 
Sinal da reza (síndrome da mão 
diabética) 
Tofos Gota 
 
 
Quadro Musculatura 
 
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Atrofia 
Doença do neurônio motor 
(esclerose lateral amiotrófica) 
Espondilose cervical 
Atrofia por desuso nas doenças 
articulares 
Envelhecimento normal 
 
Quadro Tendões 
“Estalo”, “travamento”e dor na base do dedo, na 
face palmar 
Tenossinovite flexora do 
quirodáctilo (diabetes e artropatia 
inflamatória) 
Dor e edema na parte lateral do carpo (processo 
estiloide) Desencadeamento da dor com o desvio 
ulnar da mão 
Tendinite de De Quervain 
Espessamento da fáscia palmar com contratura das 
articulações metacarpofalangeanas e 
interfalangeanas 
Contratura de Dupuytren 
(hereditária, cirrose alcoólica, 
traumas repetidos) 
 
Quadro Tremor 
Tireotoxicose 
Tremor fino, associado a mãos 
quentes e úmidas 
Ansiedade 
Tremor acompanhado de mãos 
frias e úmidas 
Doença de Parkinson 
Tremor de repouso 
primariamente envolvendo as 
mãos (contar dinheiro ou 
moedas) 
Piora com ansiedade 
Diminui com o movimento (fases 
iniciais) e durante o sono 
Tremor essencial 
Tremor fino, rápido com as mãos 
estiradas. 
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Piora com ansiedade, 
movimento, estresse, fadiga, 
anormalidades metabólicas 
(tireotoxicose, abstinência 
alcoólica) e uso de certos 
medicamentos (cafeína, beta-
adrenérgicos agonistas, 
corticosteroide e inibidores da 
fosfodiesterase) 
Melhora com a ingestão de 
álcool 
História familiar frequente 
Asterixe ou flapping 
Tremor grosseiro e involuntário, 
sobretudo nas mãos em dorso-
flexão (“em roda denteada” ou 
“em batimento de asas”) 
 
Manifestação precoce de 
encefalopatia hepática 
 
Ombro 
 
O exame do ombro inclui um cuidadoso exame neurológico, dos membros 
superiores e da coluna cervical. O exame deve se iniciar com inspeção dos 
músculos infra e supra espinhosos e do deltoide em busca de sinais de atrofia. A 
movimentação ativa e passiva, incluindo a elevação anterior, rotação interna e 
externa, deve ser medida e comparada com o lado oposto. A perda de 
movimentação ativa com manutenção da passiva sugere patologia do manguito 
rotator, enquanto a perda das duas modalidades associada à rigidez sugere 
capsulite adesiva. 
• Lesão do manguito rotator (síndrome do impacto): quando ocorre tendinite 
do manguito rotator (que compreende os tendões dos músculos escapular, 
supraespinhoso, infraespinhoso e do redondo menor), pode haver ruptura de um ou 
mais tendões. A etiologia é traumática ou degenerativa. O paciente apresenta 
dificuldade para executar os movimentos com as mãos acima dos ombros (p. ex., 
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pentear cabelos), enquanto os movimentos realizados com as mãos abaixo da linha 
dos ombros podem estar isentos de limitação ou mesmo dor. Pode haver ou não 
perda de força Muscular 
• Teste de Jobe (avaliação da integridade do supraespinhoso): solicite ao 
paciente para manter os membros superiores em abdução de 90° e anteflexão de 
30°. Na lesão do supraespinhoso, o paciente tem dificuldade em manter esta 
postura se o examinador pressionar os membros para baixo 
• Teste de Patte: com o paciente em pé, com o braço abduzido 90° no plano 
frontal e cotovelo fletido a 90°, force a rotação interna do braço contrarresistência. 
A resistência diminuída ou a presença de dor sugerem lesão do infraespinhoso 
• Teste de Yergason: teste a porção longa do bíceps, colocando o cotovelo 
fletido a 90° junto ao tronco e com o antebraço pronado; pede-se para o paciente 
fazer a supinação contra a resistência 
• Tendinite calcificada: geralmente acomete o ombro direito, mas pode ser 
bilateral. Ao exame físico, ocorre limitação de movimentos com presença de dor e 
atrofia 
• Ombro congelado (capsulite adesiva): inicialmente o paciente apresenta 
dor no ombro, sendo esta referida nos MMSS, dorso e coluna cervical. A limitação 
de movimentos surge com o aumento da dor. O paciente prefere assumir a posição 
do braço aduzido em rotação interna 
• Sinal do sulco: espaço visível e palpável abaixo do processo acromial. É 
diagnóstico de subluxação do ombro. Comum no ombro hemiplégico. 
 
Exame do tórax 
 
• Tórax globoso ou em tonel: o aumento do diâmetro anteroposterior do tórax 
é observado em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) 
avançada, por vezes com protrusão dos espaços intercostais e das fossas 
supraclaviculares 
• Cifose: os pacientes idosos geralmente apresentam alterações da coluna. 
A cifose na mulher é comumente secundária a doenças degenerativas da coluna, 
sobretudo a osteoporose com fraturas. Em indivíduos do sexo masculino, em geral, 
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a osteoporose é devida a causas secundárias, como hipogonadismo, uso de 
corticoides, mieloma múltiplo, metástases ósseas ou alcoolismo 
• Abaulamentos unilaterais ou localizados: podem ser encontrados em 
derrames pleurais volumosos, hiperdistensão compensadora (enfisema vicariante) 
e tumores 
• Retrações: são geralmente encontradas em enfermidades crônicas, como 
fibroses pulmonares, atelectasias, processos pleurais do tipo (paquipleuris, 
ausência congênita ou cirúrgica de um pulmão 
• Tiragem: em geral constitui uma manifestação de obstrução de vias 
respiratórias, sendo comum nos portadores de DPOC, especialmente na 
insuficiência respiratória. Pode ocorrer também em obstruções altas. Às vezes é 
acompanhada de ruído característico que é a cornagem. As causas mais 
frequentes em idosos incluem os tumores, as secreções espessas, as 
broncoestenoses, o edema, o espasmo brônquico e as compressões extrínsecas. 
No idoso restrito ao leito, dependente para se alimentar, a obstrução pode ser 
devida à presença de corpo estranho (prótese dentária) ou até mesmo alimento 
sólido nas vias respiratórias superiores 
• Circulação colateral tipo cava: ocorre em tumores do mediastino com 
compressão da veia cava superior, podendo levar à edema, à congestão da face e 
à turgência venosa, constituindo a síndrome da veia cava superior 
• Telangectasias aracniformes (aranhas vasculares): aparecem na metade 
superior do tronco, especialmente no tórax, na face e nos membros superiores. 
Sugerem a presença de insuficiência hepática com certo grau de hipertensão porta, 
embora possam também ser observadas em indivíduos normais. 
• Ginecomastia: pode ocorrer no envelhecimento normal, sendo desprovida 
de significado patológico. No entanto, causas clássicas como tumores, hepatopatia 
e uso de certos medicamentos devem ser descartados. 
 
Frequência e padrão respiratório 
 
• Frequência respiratória: no idoso, tem particular significado semiológico 
quando superior a 24 incursões respiratórias por minuto. A taquipneia pode 
preceder o diagnóstico clínico de infecção respiratória em até 3 a 4 dias 
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• Respiração do tipo Biot: é frequente nos pacientes com depressão 
respiratória induzida por fármacos, na hipertensão intracraniana e na lesão cerebral 
geralmente a nível medular. Apresenta padrão irregular e com longos períodos de 
apneia 
• Respiração do tipo Cheyne-Stokes: padrão irregular, com períodos 
intermitentes de aumento e redução da frequência e da profundidade das incursões 
respiratórias, alternados com períodos de apneia. Ocorre em pacientes com 
depressão respiratória induzida por medicamentos, na insuficiência cardíacacongestiva e nas lesões cerebrais 
• Respiração do tipo Kussmaul: respiração rápida e profunda, geralmente 
secundária a acidose metabólica 
• Expansão torácica: é frequentemente limitada no idoso e nem sempre 
oferece muitas informações 
• Percussão torácica: as alterações da percussão mantêm o significado 
nessa faixa etária. 
 
Ausculta respiratória 
 
A ausculta respiratória torna-se mais difícil de ser realizada porque nem 
sempre os idosos conseguem realizar inspirações profundas. As crepitações nas 
bases pulmonares desprovidas de significado clínico são frequentes, 
particularmente quando desaparecem após a tosse. A ausculta pode também 
identificar ruídos resultantes de pneumopatias prévias, o que dificulta a sua 
interpretação em quadros agudos. 
Nos casos de pneumonia, os sinais identificados à ausculta, como 
crepitações, podem não ter correspondência imediata com a imagem radiológica, 
uma vez que as alterações na radiografia de tórax podem demorar até 72 h para se 
tornarem evidentes. 
 
Avaliação da coluna 
 
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Na avaliação da lombalgia em idosos, é importante a realização de um 
exame físico geral que inclua o exame dos vasos (especialmente pulsos pediosos), 
do abdome, da região inguinal, do quadril e do reto. 
• Flexão da coluna lombar: desencadeia ou aumenta a dor provocada por 
uma lesão discal. A irradiação da dor para um ou ambos membros inferiores sugere 
protusão discal. No entanto, as hérnias discais ocorrem em menor frequência em 
pessoas acima de 60 anos 
• Extensão da coluna lombar: desencadeia ou piora a dor provocada pelo 
estreitamento artrósico do canal medular e no acometimento das articulações 
zigoapofisárias 
• Manobra de Valsalva: pedir ao paciente que tussa ou assopre a mão sem 
deixar escapar o ar. Se houver acentuada exacerbação da dor ou irradiação da dor 
completa (até o pé) indica provável compressão radicular 
• Manobra de Lasègue: com a mão esquerda o examinador imobiliza o ilíaco 
do paciente e com a mão direita eleva o membro inferior segurando-o na altura do 
tornozelo.A manobra é positiva se ocorre dor ou esta se exacerba no trajeto do 
dermátomo de L4- L5 ou L5-S1, quando o membro inferior fizer um ângulo que vai 
de 35º a 70º é uma prova inequívoca de compressão radicular quando positiva a 
60º. Também geralmente é positiva nas hérnias posterolaterais. 
• Manobra de Lasègue contralateral: testada da mesma maneira que a 
manobra de Lasègue clássica, mas a dor é percebida no membro contralateral 
• Sinal do arco de corda: quando a manobra de Lasègue é positiva, faz-se 
uma flexão do joelho havendo redução ou desaparecimento da dor 
• Manobra de Romberg: compatível com déficit proprioceptivo, mas de difícil 
realização no paciente idoso, particularmente no muito idoso. O paciente fica de pé 
com os pés juntos e com os olhos fechados por 10 segundos. 
Caso sejam necessários movimentos compensatórios para manter os pés 
fixos no mesmo lugar, o teste é considerado anormal 
• Sinal das pontas: também de difícil execução no idoso. Se o paciente não 
consegue andar com uma das pontas dos pés, indica compressão de raiz de S1. 
Não conseguindo andar com um dos calcanhares, indica compressão de raiz de L5 
• Reflexos: as alterações do reflexo patelar e aquileu não necessariamente 
são indicativas de lesão neurológica na idade avançada, pois o primeiro pode estar 
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abolido na presença de osteoartrose e o segundo pelo próprio processo do 
envelhecimento 
• Pesquisa da força de extensão e flexão do hálux: ausência ou diminuição 
de força para flexionar e estender o primeiro podáctilo é compatível com 
compressão radicular da raiz de L5. A ausência de força no segundo até o terceiro 
podáctilo indica comprometimento de raiz de S1 
• Exame sensorial: a sensibilidade superficial alterada no hálux pode indicar 
comprometimento da raiz de L5, já na região do maléolo lateral e posterolateral do 
pé, raiz de S1 
• Síndrome da cauda equina: consiste na compressão nas raízes dos nervos 
lombossacrais (hérnia de disco central, tumor, infecção, estenose lombar). Ocorre 
retenção ou incontinência urinária, anestesia em sela e perda do tônus do esfíncter 
anal. 
 
Exame do aparelho cardiovascular 
 
Pressão arterial (PA) 
 
A aferição da PA no idoso deve ser feita com os mesmos cuidados 
destinados para os mais jovens. Muitas vezes são necessárias diversas avaliações, 
pois a variabilidade da PA aumenta com a idade. Classicamente são 
recomendadas três medidas com valores anormais, em consultas diferentes, antes 
que o paciente seja rotulado como hipertenso. 
Recomenda-se mensurar a PA em ambos os braços. Caso haja variação de 
uma medida para outra, considere o maior valor encontrado, visto que o menor 
resulta de fenômenos ateroscleróticos que mascaram a PA real. 
• Hiato auscultatório: consiste no desaparecimento dos sons na ausculta 
durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase 1 e o início da 
fase 2 dos sons de Korotkoff. Tal achado pode subestimar a verdadeira pressão 
sistólica (PAS) ou superestimar a pressão arterial diastólica (PAD). Este erro pode 
ser evitado insuflando-se o manguito até níveis de PA nos quais há o 
desaparecimento do pulso à palpação 
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• Pseudo-hipertensão: é um artefato decorrente do endurecimento das 
paredes das artérias periféricas e resulta em falsa estimação da PA à 
esfigmomanometria. Esse diagnóstico é sugerido em indivíduos com níveis 
pressóricos elevados e ausência de lesão em órgãos-alvo. Eles geralmente são 
idosos e apresentam artérias dos braços calcificadas, que podem ser identificadas 
à palpação e/ou ao exame radiológico 
• Sinal de Osler: consiste na detecção de artérias palpáveis quando o 
esfigmomanômetro estiver insuflado a nível superior ao da PAS. Auxilia na 
identificação da pseudo-hipertensão 
• Hipertensão do jaleco-branco: consiste na elevação da PA no consultório 
do médico, contrastando com verificações domiciliares normais. É frequentemente 
verificada nos idosos 
• Hipotensão ortostática (HO): a PAS pode ser subestimada na presença de 
HO, caso a sua mensuração seja feita somente na posição assentada. Aconselha-
se para todos os pacientes idosos hipertensos a aferição da PA em decúbito e em 
ortostatismo. 
Perante a suspeita de HO, o primeiro passo é procurar detectar a presença 
de queda postural da PA. Antes da medida da PA em ortostatismo, o paciente deve 
repousar em decúbito dorsal idealmente por 30 min, medindo-se a PA a cada 10 
min. 
Considera-se como PA supina a terceira medida, no 30o minuto. Em 
seguida, o paciente é colocado de pé sendo que a medida da PA em ortostatismo 
deve prosseguir até, pelo menos, 4 min quando necessário. Uma queda de 20 
mmHg na PAS, com ou sem sintomas, é suficiente para o diagnóstico de HO em 
idosos. 
Em ortostatismo, se o braço do paciente for deixado pendente, o manguito 
estará abaixo do nível do coração, o que artificialmente aumentará a PA em relação 
à posição supina, o que subestimaria a queda postural real. Aconselha-se colocar o 
braço do paciente sobre o ombro do examinador mantendo-o ao nível do coração. 
O próximo passo consiste na classificação da HO do ponto de vista 
fisiopatológico de acordocom a frequência cardíaca (FC). 
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A hipotensão ortostática pode ser classificada em três categorias distintas, 
de acordo com a variação da FC, observada quando o paciente assume a posição 
ortostática: 
• HO simpaticotônica: ocorre uma resposta cardíaca compensatória 
apropriada (aumento da FC em até aproximadamente 20 bpm). Em geral, este tipo 
de HO encontra-se associada ao descondicionamento físico, uso de medicamentos 
ou à hipovolemia 
• HO por disfunção autonômica: não ocorre aumento da FC com a queda 
postural da PA ou, se ocorre, em geral não é superior a 10 bpm 
• HO por distúrbio vagal: ocorre diminuição da FC associada à queda 
postural da PA. 
 
Pulso arterial 
 
A frequência cardíaca é rotineiramente avaliada pelo pulso radial. Deve-se 
contar o pulso por um período de 60 segundos. Esse método é preciso para a 
maioria dos ritmos regulares. Porém, se o paciente apresenta um pulso irregular 
como o encontrado na fibrilação atrial, arritmia muito frequente em idosos, existe 
um déficit de pulso. Nestes casos, apenas a ausculta cardíaca fornecerá uma 
avaliação mais exata da frequência cardíaca. 
Nos idosos, o clássico pulso (parvus et tardus, encontrado nos casos de 
estenose aórtica, é mascarado pelo endurecimento das paredes arteriais e pela 
presença de fibrilação atrial. Ao contrário, os sinais periféricos da insuficiência 
aórtica são de fácil reconhecimento. 
 
Refluxo hepatojugular 
 
Um teste útil na avaliação da pressão venosa jugular elevada é o reflexo 
hepatojugular ou teste da compressão abdominal. 
O procedimento é realizado com o paciente em decúbito dorsal, com a boca 
aberta, respirando normalmente, o que evita uma manobra de Valsalva. O 
examinador coloca sua mão direita sobre o fígado (hipocôndrio direito) e aplica uma 
pressão firme e progressiva. Esta compressão é mantida durante cerca de 20 a 30 
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segundos. Na insuficiência ventricular direita, a distensão venosa mantém-se 
durante todo o período de compressão, com redução rápida após a liberação súbita 
da compressão. 
Se o exame for realizado de maneira incorreta, com a boca do paciente 
fechada, resultará em uma manobra de Valsalva e produzirá resultados imprecisos 
do teste de refluxo hepatojugular. 
 
Ictus cordis ou choque da ponta 
 
Embora importante na avaliação de pacientes jovens, o (ictus cordis foi 
palpado em apenas 35% em pacientes idosos hospitalizados. Com o avançar dos 
anos, torna-se cada vez mais difícil a sua palpação, particularmente em pessoas 
acima de 80 anos. Mesmo quando palpado, a sua sensibilidade e especificidade 
são baixas como índice de cardiomegalia, se comparadas à radiografia do tórax e 
ao ecocardiograma. Os distúrbios musculoesqueléticos frequentes no idoso, como 
a cifoescoliose e o enfisema pulmonar, afetam a sua localização. Deste modo, na 
idade avançada, o (ictus cordis não constitui um marcador clínico confiável na 
avaliação da área cardíaca. Os mesmos fatores anteriormente referidos dificultam a 
palpação de bulhas e frêmitos em idosos. 
 
Ausculta cardíaca 
 
No paciente idoso, a ausculta cardíaca obedece aos mesmos princípios 
utilizados para o paciente jovem. Entretanto, algumas alterações devem ser 
comentadas. Na ausculta dos ruídos cardíacos, são habituais os achados de 
hipofonese das bulhas e de sopros cardíacos que podem estar relacionados com 
processos degenerativos sem repercussão clínica. 
Bulhas cardíacas 
 
• Primeira bulha: apresenta um componente mitral mais alto e um 
componente tricúspide mais suave, cujo desdobramento pode ser ouvido na borda 
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esternal inferior esquerda em indivíduos normais. Este desdobramento em geral 
não é influenciado pela respiração 
• Segunda bulha: a sua intensidade varia com o local da ausculta e outros 
fatores constitucionais. Assim, até a quarta década de vida, ela é mais intensa no 
segundo espaço intercostal esquerdo do que no direito. Em idade mais avançada, 
esta relação se inverte devido provavelmente a modificações na posição da aorta e 
da artéria pulmonar, consequentes ao processo de envelhecimento. A fonese da 
segunda bulha também pode ser influenciada por fatores cardíacos e 
extracardíacos. Outra variação frequente é o desdobramento paradoxal da segunda 
bulha, cujas causas neste grupo etário podem ser a sobrecarga de ventrículo 
esquerdo, a estenose aórtica grave, a miocardiopatia dilatada ou hipertrófica, a 
isquemia miocárdica aguda, o bloqueio de ramo esquerdo, o marca-passo artificial 
ou os ritmos ectópicos originados no ventrículo direito 
• Terceira bulha: tem origem atribuída, principalmente, às vibrações das 
estruturas do ventrículo esquerdo e da massa de sangue. Esta bulha pode se 
originar em qualquer um dos ventrículos. Está acentuada em condições que 
aumentam a velocidade e o volume sistólico residual. É possível que tais vibrações 
estejam atenuadas nos idosos por redução do impacto do coração sobre a parede 
torácica, devido a alterações na sua configuração, ou menor velocidade do 
movimento cardíaco nesta população. Sua detecção pode ser ainda dificultada pela 
presença de enfisema pulmonar e escoliose. No idoso, a terceira bulha é sempre 
patológica e um indicador confiável de insuficiência ventricular esquerda 
• Quarta bulha: pode ser detectada em até 94% dos idosos, independente da 
presença ou não de cardiopatia. A quarta bulha tem seu valor limitado no 
diagnóstico das doenças cardíacas no idoso. Alguns autores consideram que é um 
fator fisiológico na velhice. 
 
Sopros cardíacos 
 
Os sopros cardíacos são muito frequentes na idade avançada. A prevalência 
de sopros sistólicos na população idosa é de aproximadamente 60%. A causa mais 
comum de sopro nesta faixa etária é a doença valvar calcificada, sendo as valvas 
aórticas e mitral as mais comumente afetadas. As mesmas manobras utilizadas 
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para os pacientes mais jovens também se aplicam aos mais idosos. Entretanto, a 
localização do sopro é de menor significado, exemplificado pelo conhecimento de 
que a maioria dos sopros sistólicos apicais de idosos resultam de lesões da valva 
aórtica e não da valva mitral. 
Os sopros sistólicos originados na região da valva aórtica são devidos à 
dilatação do anel aórtico e da aorta ascendente ou a espessamento, deformidade 
e/ou calcificação das cúspides valvares. O sopro sistólico da estenose aórtica é 
frequentemente menos intenso no idoso e pode ser confundido com o da 
regurgitação mitral. Outra possibilidade em idosos é a existência de uma valva 
aórtica calcificada sem fusão comissural (tipo mais comum de estenose aórtica 
neste grupo) que em vez de produzir um jato para dentro da aorta ascendente, 
pode fazê-lo em “(spray”. Assim, o sopro áspero na base direita pode ser 
marcadamente menos intenso e comparativamente indistinguível. Devido à falta de 
fusão comissural, o ruído de ejeção, em geral, não está presente. Desde que as 
cúspides não estejam fundidas, elas podem vibrar durante a ejeção ventricular,produzindo um sopro sistólico musical que será transmitido através do ventrículo 
esquerdo. 
Este sopro audível na região apical ou próximo ao (ictus é frequentemente 
confundido com um sopro de regurgitação mitral. 
O sopro sistólico apical em idosos pode também resultar de regurgitação 
mitral, embora possa irradiar também para a axila ou borda esternal esquerda. Às 
vezes, o sopro holossistólico apical tem um componente áspero que pode causar 
certa confusão com o sopro da estenose aórtica. 
Uma estenose mitral oculta com uma primeira bulha suave devido à 
calcificação valvar e um sopro diastólico inaudível devido a baixo débito cardíaco, 
fibrilação atrial, enfisema ou deformidade da parede torácica pode representar um 
desafio diagnóstico em Geriatria. Em um estudo, 55% dos pacientes com estenose 
mitral não tinham sido previamente diagnosticados, sendo que em 23% deles 
haviam estado hospitalizados anteriormente. 
O prolapso de valva mitral pode originar uma importante regurgitação mitral. 
Enquanto o sopro característico desta condição foi caracterizado como meso a 
telessistólico, em homens idosos, o sopro de regurgitação comumente é 
holossistólico. 
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O sopro da regurgitação tricúspide, na maioria dos casos, tem mecanismo 
semelhante ao da regurgitação mitral funcional, isto é, deve-se à acentuada 
dilatação do átrio e ventrículo direitos ou do anel valvar. Nos pacientes idosos, as 
causas habituais para este tipo de sopro são as miocardiopatias dilatadas, o (cor 
pulmonale secundário à DPOC e mais raramente a embolia pulmonar. 
É muito importante lembrar que diante de comprometimento da função 
ventricular há diminuição da intensidade dos sopros, dificultando o diagnóstico das 
disfunções valvares. Desse modo, frequentemente deixamos de diagnosticar uma 
valvopatia em pacientes com insuficiência cardíaca. 
 
Edema sacral 
 
Pode ser a única manifestação de insuficiência cardíaca congestiva em 
pacientes idosos que estão restritos ao leito, sendo um sinal frequentemente 
negligenciado. 
 
Abdome 
O exame físico do abdome não apresenta grandes diferenças em relação ao 
jovem. 
Idealmente, o paciente idoso deve ser examinado em decúbito dorsal, com 
exposição completa dos mamilos até o meio da coxa. Para que a dignidade do 
paciente seja preservada, sua genitália deve ser coberta por uma toalha ou pedaço 
de pano até que o abdome seja devidamente examinado. 
 
Inspeção 
 
Observe a forma do abdome, cicatrizes, hérnias, a movimentação com a 
respiração, evidências de perda de peso, escoriações, veias dilatadas e 
peristaltismo visível. Se há aumento acentuado do fígado e baço, às vezes, estes 
podem ser visíveis. 
As alterações detectadas à inspeção do abdome e seu significado clínico 
são descritas no Quadro 
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Abdome plano na ausência de 
respiração abdominal 
Sepse abdominal, obstrução intestinal, 
peritonite fecal 
Abdome escavado ou escafoide 
Constitucional, caquexia, doenças inflamatórias 
intestinais, espasmo da musculatura abdominal 
Abdome assimétrico 
Tumores ou visceromegalias intra-abdominais 
de órgãos sólidos ou ocos (megacólon, 
fecaloma, vólvulo de sigmoide, tumores 
colônicos, uterinos, bexigoma), e da parede 
abdominal 
Deslocamento da cicatriz 
umbilical 
Tumores da cavidade ou parede abdominal 
Protrusão da cicatriz umbilical 
Hérnias umbilicais, ascite ou outros tipos 
crônicos de aumento de pressão intra-
abdominal 
Coloração azulada do umbigo 
(sinal de Cullen) 
Hemoperitônio 
Equimoses nos flancos (sinal 
de Grey-Turner) 
Pancreatite aguda 
Equimose na parede abdominal 
anterior baixa 
Lesão da artéria epigástrica inferior e na 
insuficiência hepática grave 
 
 
Cicatrizes abdominais 
 
São indicativas de cirurgias anteriores. Podem auxiliar no esclarecimento de 
achados clínicos quando há suspeita de obstrução intestinal por aderências, 
hérnias de parede abdominal, eventrações e cólicas abdominais. Podem ainda ser 
foco de drenagens de processos infecciosos e inflamatórios intestinais. 
 
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Circulação venosa subcutânea 
 
Sugere a existência de um obstáculo ao retorno venoso nos sistemas porta e 
cava. No sistema porta, os vasos se apresentam no andar superior do abdome, 
ocorrendo na cirrose hepática, na compressão extrínseca por tumores, na trombose 
de veia porta, podendo assumir um padrão conhecido por cabeça de medusa, 
quando elas se dirigem de maneira radial e para fora da cicatriz umbilical. 
No sistema cava inferior, as dilatações venosas aparecem, sobretudo na 
parte inferior do abdome, decorrendo de tromboses venosas, ascites volumosas e 
compressões extrínsecas por tumores variados. 
 
Ausculta 
 
Na maioria das pessoas são auscultados ruídos decorrentes do peristaltismo 
intestinal, como sons intermitentes de volumes variados, à passagem constante de 
líquidos e gases pelas haustrações intestinais. Todavia, o aumento, a diminuição e 
a abolição do peristaltismo na maioria das vezes têm correspondência clínica. 
As alterações detectadas à ausculta do abdome e seu significado clínico são 
descritas no Quadro 
Quadro Ausculta do abdome 
Aumento do peristaltismo 
Redução ou abolição do 
peristaltismo 
Aumento do peristaltismo Redução 
ou abolição do peristaltismo 
• Peritonite 
• Fase inicial das obstruções 
intestinais mecânicas 
• Peritonismo (cólicas renais, 
colecistites, cólicas biliares, abscessos 
abdominais e pélvicos encapsulados, 
diverticulites) 
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• Hemorragias digestivas altas e 
baixas 
• Reações extraperitoneais com 
irritação do centro frênico (infartos 
miocárdicos diafragmáticos, 
pneumonias, embolias pulmonares) 
• Gastrenterites • Doenças consumptivas 
• Aerofagias 
• Síndrome de imobilidade aguda ou 
crônica 
• Intoxicações alimentares • Doenças neurodegenerativas 
• Ingestão de produtos irritativos 
(laxativos, bebidas alcoólicas, 
fermentados etc.) 
• Medicamentos (antianêmicos, 
antiparkinsonianos, analgésicos 
opioides, antirreumáticos, 
antidepressivos tricíclicos, 
benzodiazepínicos, antiespasmódicos, 
diuréticos, anti-hipertensivos) 
• Hipertonia vagal (colopatias 
neurogênicas, cólon irritável, doença 
diverticular de sigmoide, hipercloridria, 
usuários de 
simpaticolíticos e vagomiméticos) 
• Distúrbios hidreletrolíticos e ácido-
básico 
 • Pós-operatório de grandes cirurgias 
 
 
Podem ainda ser detectados, na ausculta abdominal, sopros arteriais ou 
venosos, atritos da superfície do fígado e baço com o gradil costal durante a 
respiração e transmissão de ruídos respiratórios e cardíacos, sendo interessante a 
ótima audibilidade dos movimentos respiratórios na presença de gases livres dentro 
da cavidade abdominal. 
 
Percussão 
 
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A percussão abdominal

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