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SITUAÇÃO PROBLEMA
 Timóteo (48 anos) é casado com Marta (45 anos). 
Marta vinha se queixando, há cerca de 03 meses, de grande sensação de cansaço juntamente com dor e edema em mãos, punhos e tornozelos, sempre bilaterais e ao mesmo tempo, além de caroços na região de extensão de ambos os cotovelos. 
Queixava- se todos os dias pela manhã que demorava pelo menos uma hora para amenizar a sensação de rigidez nas mãos e se achava um “carro velho”. Dizia que o sangue ia esquentando... movimentando... aí sim, conseguia fazer alguma coisa. E quando chegava à noite, quando precisava descansar, a dor piorava bastante. 
Marta relatava também sensação de “areia”, dor e vermelhidão nos olhos diariamente. 
Timóteo já havia chamado a sua atenção: 
- Marta, você precisa ir ao médico e ver essas dores. 
- Já fui, Marido. O Dr Ygor disse que deve ser um reumatismo devido a um problema de imunidade e pediu exames de sangue. Até já peguei o resultado, vou te mostrar... 
- Marta, tem aqui um tal de fator reumatóide, que parece alguma coisa parecida com reumatismo, mas é negativo. No dia da consulta, quero ir com você e ver isso direitinho. 
- Você hein! Sempre atencioso com a gente! Mas fica tranquilo, o Dr Ygor é muito competente e muito estudioso. Sempre tem umas revistas médicas em cima da mesa dele. 
Timóteo realmente tem o dom de cuidar. Ele também está sempre presente na vida de seus pais idosos: Geraldo com 75 e Vera que tem 69 anos. 
Visita-os todo final de semana. Ele vive muito preocupado com sua mãe, que fez uma mamografia de rotina há 10 anos e descobriu que tinha um câncer de mama. Fez a cirurgia e todo o acompanhamento médico e está em vias de ter alta. 
Sentaram para conversar e lá veio outra história: 
- Estou muito nervosa, meu filho! 
- O que foi mãe? 
- Esta semana, sua tia Julieta, me ligou pra contar que foi ao ginecologista por causa de um sangramento e está com suspeita de câncer no útero. Fez uma biopsia e está aguardando o laudo. 
-Calma mãe! Não vamos sofrer antes da hora. 
- Ela tem só 65 anos, é mais nova que eu, nunca teve filhos e agora isso! 
-Mãe, diz pra tia Julieta que se precisar, estou aqui. E você pai, como está? 
- Estou bem filho. Você é muito atencioso! 
- Já ouvi isso esta semana, pai. Disse Timóteo, rindo.
→ Objetivos e respostas 
1) Descrever a epidemiologia da artrite reumatóide.
A incidência da AR aumenta entre os 25 e os 55 anos, atingindo, em seguida, um platô até os 75 anos e, então, diminuindo. A AR ocorre mais comumente em mulheres do que em homens, em uma proporção de 2-3:1. Fatores genéticos contribuem para a ocorrência da AR, assim como para sua gravidade. A probabilidade de um parente de primeiro grau de um paciente compartilhar o diagnóstico de AR é 2 a 10 vezes maior do que na população geral. Além da predisposição genética, uma gama de fatores ambientais foi implicada na patogênese da AR. O mais reprodutível deles é o tabagismo, vírus Epstein Barr. Em particular, mulheres que fumam cigarros apresentam um risco de AR quase 2,5 vezes maior, que persiste mesmo até 15 anos após o abandono do hábito de fumar.
DISTÚRBIOS de lesões imunomediadas: Artrite reumatoide. In: DUNLOP, R. G.; CHANNING, W. E.; FISHMAN, R. A. Medicina interna de Harrison. 20ªed. [S. l.]: AMGH, 2019. v. 1. E-book.
2) Discutir o quadro clínico da AR.
Os sintomas iniciais da AR em geral resultam da inflamação das articulações, dos tendões e das bursas. Os pacientes costumam se queixar de uma rigidez matinal nas articulações que dura mais de 1 hora e melhora com a atividade física. As articulações inicialmente envolvidas são as pequenas articulações das mãos e dos pés. O padrão inicial do envolvimento articular pode ser monoarticular, oligoarticular (≤ 4 articulações) ou poliarticular (> 5 articulações), em geral em uma distribuição simétrica.
Uma vez estabelecido o processo patológico de AR, os punhos e as articulações metacarpofalângicas (MCFs) e interfalângicas proximais (IFPs) destacam-se como as articulações mais frequentemente envolvidas.
O envolvimento da articulação interfalângica distal (IFD) pode ocorrer na AR, porém costuma ser uma manifestação da osteoartrite concomitante. A tenossinovite do tendão flexor é uma característica frequente da AR e leva a uma redução na amplitude de movimento e na força de preensão, bem como aos dedos “em gatilho”.
 O desvio ulnar resulta da subluxação das articulações MCF, com subluxação ou deslocamento parcial da falange proximal para o lado volar da mão. 
A hiperextensão da articulação IFP com flexão da articulação IFD (“deformidade em pescoço de cisne”), a flexão da articulação IFP com hiperextensão da articulação IFD (“deformidade de boutonnière”) e a subluxação da primeira articulação MCF com hiperextensão da primeira articulação interfalângica (IF) (“deformidade em Z”) também podem resultar da lesão dos tendões, da cápsula articular e de outros tecidos moles nessas pequenas articulações. 
A inflamação em torno do processo estiloide ulnar e a tenossinovite do extensor ulnar do carpo podem causar subluxação da ulna distal, resultando em um “movimento de teclado” do estiloide ulnar. Embora o envolvimento das articulações metatarsofalângicas (MTF) nos pés seja uma característica precoce da doença, a inflamação crônica do tornozelo e das regiõesmediotarsais, em geral, aparece mais tarde e pode levar aos pes planovalgus (“pés chatos”).
As articulações maiores, incluindo joelhos e ombros, em geral são afetadas na doença estabelecida, embora essas articulações possam permanecer assintomáticas por muitos anos após o aparecimento da doença.
O envolvimento atlantoaxial da coluna cervical é clinicamente significativo devido ao seu potencial de causar mielopatia compressiva e disfunção neurológica. Manifestações neurológicas raramente são sinais ou sintomas iniciais da doença atlantoaxial, mas poderão evoluir ao longo do tempo com instabilidade progressiva de C1 sobre C2. A AR raramente afeta a coluna torácica e lombar.
DISTÚRBIOS de lesões imunomediadas: Artrite reumatoide. In: DUNLOP, R. G.; CHANNING, W. E.; FISHMAN, R. A. Medicina interna de Harrison. 20ªed. [S. l.]: AMGH, 2019. v. 1. E-book.
3) Descrever os acometimentos extrarticulares da AR.
Nódulos subcutâneos, síndrome de Sjögren secundária, doença pulmonar intersticial (DPI), nódulos pulmonares e anemia estão entre as manifestações extra-articulares mais frequentemente observadas.
NÓDULOS: Os nódulos subcutâneos são reportados em 30 a 40% dos pacientes e são mais comuns naqueles com níveis mais altos de atividade da doença, epítopo compartilhado (EC) relacionado com a doença, teste positivo para FR sérico e evidência radiográfica de erosões articulares. Todavia, estudos de coorte mais recentes sugerem uma prevalência em declínio dos nódulos subcutâneos, talvez relacionada a uma terapia modificadora de doença mais agressiva. À palpação, os nódulos, em geral, são firmes, indolores e aderentes ao periósteo, aos tendões ou às bursas, desenvolvendo-se em áreas do esqueleto sujeitas a eventos repetidos de traumatismo ou irritação, como antebraço, proeminências sacrais e tendão de Aquiles. Também podem ocorrer nos pulmões, na pleura, no pericárdio e no peritônio. Os nódulos geralmente são benignos, embora possam estar associados com infecção, ulceração e gangrena.
SÍNDROME DE SJÖGREN: A síndrome de Sjögren secundária é definida pela presença de ceratoconjuntivite seca (olhos secos) ou de xerostomia (boca seca) associada a outra doença do tecido conectivo, como a AR. Cerca de 10% dos pacientes com AR apresentam síndrome de Sjögren secundária.
PULMONARES: A pleurite, a manifestação pulmonar mais comum da AR, pode produzir dor torácica pleurítica e dispneia, assim como atrito e derrame pleural. Os derrames pleurais tendem a ser exsudativos, com contagens elevadas de monócitos e neutrófilos. A DPI também pode ocorrer em pacientes com AR e é anunciada por sintomas de tosse seca e falta de ar progressiva. A DPI pode estar associada ao tabagismo e, em geral, é observada em pacientes com maior atividadeda doença, embora possa ser diagnosticada em até 3,5% dos pacientes antes do aparecimento de sintomas articulares. Estudos recentes demonstraram uma prevalência geral de DPI na AR de até 12%. O diagnóstico é estabelecido prontamente por tomografia computadorizada (TC) de alta resolução, a qual mostra opacificação infiltrativa na periferia de ambos os pulmões. A pneumonia intersticial usual (PIU) e a pneumonia intersticial não especificada (PINE) são os principais padrões histológicos e radiológicos da DPI. A PIU causa a progressiva cicatrização dos pulmões, com consequente produção de alterações em forma de favo de mel nas porções periférica e inferior dos pulmões, visualizadas na TC do tórax. Em contrapartida, as alterações radiográficas mais comuns na PINE sãoopacidades em vidro fosco bilaterais relativamente simétricas acompanhadas de reticulações finas associadas, com perda de volume e bronquiectasia de tração. Em ambos os casos, a prova de função pulmonar mostra um padrão restritivo (p. ex., capacidade pulmonar total reduzida) com capacidade reduzida de difusão pulmonar de monóxido de carbono (DCO ). A presença de DPI confere um prognóstico desfavorável, que, uma vez existente, está associado a um aumento de 10% na mortalidade. O prognóstico da DPI na AR não é tão pobre quanto o da fibrose pulmonar idiopática (p. ex., pneumonite intersticial usual). A DPI secundária à AR responde à terapia imunossupressora de maneira mais favorável do que a DPI idiopática (Cap. 287). Os nódulos pulmonares também são comuns em pacientes com AR, podendo ser solitários ou múltiplos. A síndrome de Caplan consiste em um raro subgrupo de nodulose pulmonar, caracterizado pelo desenvolvimento de nódulos e pneumoconiose após a exposição à sílica. A bronquiolite respiratória e a bronquiectasia são outros distúrbios pulmonares menos comuns associados à AR. 
CARDÍACAS: O sítio mais frequente de envolvimento cardíaco na AR é o pericárdio. Entretanto, manifestações clínicas de pericardite ocorrem em menos de 10% dos pacientes com AR, ainda que o envolvimento pericárdico possa ser detectado em quase metade desses pacientes por ecocardiograma ou exames de necrópsia. A miocardiopatia, outra manifestação clinicamente importante da AR, poderá advir de miocardite granulomatosa ou necrotizante, doença arterial coronária ou disfunção diastólica. Esse envolvimento também pode ser subclínico e identificado apenas por ecocardiografia ou ressonância magnética (RM) cardíaca. Raramente, o miocárdio poderá conter nódulos reumatoides ou infiltração amiloide. A insuficiência mitral é a anormalidade valvular mais comum da AR, ocorrendo em maior frequência do que na população geral. 
VASCULITE: A vasculite reumatoide normalmente ocorre em pacientes com doença prolongada, hipocomplementemia e teste positivo para FR sérico ou anticorpos anti-CCP. A incidência geral diminuiu de modo significativo ao longo da última década, caindo para menos de 1% dos pacientes. Os sinais cutâneos variam e incluem petéquias, púrpura, infartos digitais, gangrena, livedo reticular e, nos casos mais graves, grandes ulcerações dolorosas nos membros inferiores. Úlceras vasculíticas, que podem ser difíceis de serem distinguidas daquelas causadas por insuficiência venosa, podem ser tratadas com sucesso usando agentes imunossupressores (necessitando de tratamento citotóxico em casos graves), bem como enxerto de pele. As polineuropatias sensitivomotoras, como a mononeurite múltipla, podem ocorrer em associação com a vasculite reumatoide sistêmica. 
HEMATOLÓGICAS Uma anemia normocítica normocrômica, em geral, se desenvolve em pacientes com AR e é a anormalidade hematológica mais comum. O grau de anemia tem relação direta com o grau de inflamação, correlacionando-se com os níveis séricos de proteína C-reativa e com a velocidade de hemossedimentação (VHS). A contagem de plaquetas também pode estar elevada na AR, como uma reação de fase aguda. A trombocitopenia imunomediada é rara nessa doença. A síndrome de Felty é definida pela tríade clínica de neutropenia, esplenomegalia e AR nodular, sendo encontrada em menos de 1% dos pacientes, embora sua incidência pareça estar diminuindo em face de tratamentos mais agressivos da doença articular. A condição normalmente ocorre nos estágios finais da AR grave e é mais comum em pessoas brancas do que em outros grupos étnicos. A leucemia de grandes linfócitos granulosos de células T (TGLG) pode mostrar uma apresentação clínica semelhante e normalmente ocorre em associação à AR. A T-GLG é caracterizada por um crescimento clonal indolente crônico de células GLGs, levando a neutropenia e esplenomegalia. Ao contrário do que ocorre na síndrome de Felty, a T-GLG pode se desenvolver no início do curso da AR. A leucopenia à parte desses distúrbios é incomum e mais frequentemente um efeito colateral de farmacoterapia. LINFOMA Amplos estudos em coortes mostraram um aumento de 2 a 4 vezes no risco de linfoma em pacientes com AR quando comparados com a população geral. O tipo histopatológico mais comum de linfoma é o linfoma difuso de grandes células B. O risco de desenvolvimento de linfoma aumenta quando o paciente apresenta níveis elevados da atividade da doença ou a síndrome de Felty. 
CONDIÇÕES ASSOCIADAS Além das manifestações extra-articulares, diversas condições associadas à AR contribuem para as taxas de morbidade e mortalidade da doença. É importante mencioná-las, pois afetam o manejo da doença crônica. Doença cardiovascular A causa mais comum de morte em pacientes com AR é a doença cardiovascular. A incidência de doença arterial coronariana e aterosclerose da carótida é mais elevada em pacientes com AR do que na população geral, mesmo quando controlada para os fatores de risco cardíacos tradicionais, como hipertensão, obesidade, hipercolesterolemia, diabetes e tabagismo. Além disso, a insuficiência cardíaca congestiva (incluindo tanto a disfunção sistólica como a diastólica) ocorre em uma taxa aproximadamente duas vezes maior na AR do que na população geral. A presença de marcadores inflamatórios séricos elevados parece conferir um risco aumentado de doença cardiovascular nessa população. Osteoporose A osteoporose é mais comum em pacientes com AR do que em uma população-controle de idade e sexo semelhantes, com taxas de prevalência de 20 a 30%. O ambiente inflamatório da articulação provavelmente disseminase para o resto do corpo e promove perda óssea generalizada por meio da ativação dos osteoclastos. O uso crônico de glicocorticoides e a imobilidade relacionada com a incapacidade também contribuem para a osteoporose. A ocorrência de fraturas no quadril é mais provável em pacientes com AR e predispõe significativamente ao aumento da incapacidade e da taxa de mortalidade nessa doença. Hipoandrogenismo Homens e mulheres em período pós-menopausa com AR apresentam níveis médios inferiores de testosterona sérica, hormônio luteinizante (LH, de luteinizing hormone) e desidroepiandrosterona (DHEA, de dehydroepiandrosterone) do que as populações-controle. Portanto, estabeleceuse a hipótese de que o hipoandrogenismo possa desempenhar um papel na patogênese da AR ou surgir em consequência da resposta inflamatória crônica. Também é importante saber que os pacientes que recebem terapia crônica com glicocorticoides poderão desenvolver hipoandrogenismo devido à inibição da secreção de LH e de hormônio folículo-estimulante (FSH, de follicle-stimulating hormone) pela glândula hipofisária. Como baixos níveis de testosterona podem levar à osteoporose, os homens com hipoandrogenismo deverão ser considerados para terapia de reposição com androgênio.
DISTÚRBIOS de lesões imunomediadas: Artrite reumatoide. In: DUNLOP, R. G.; CHANNING, W. E.; FISHMAN, R. A. Medicina interna de Harrison. 20ªed. [S. l.]: AMGH, 2019. v. 1. E-book.
4) Discutir os exames para diagnóstico imunológico da AR
Os pacientes com doenças inflamatórias sistêmicas como a AR frequentemente apresentam marcadores inflamatórios inespecíficos elevados, como VHS e proteína C-reativa. A detecçãode FR e de anticorpos anti-CCP no soro é importante na diferenciação entre AR e outras doenças poliarticulares, embora o FR não apresente especificidade diagnóstica e possa ser encontrado em associação com outras doenças inflamatórias crônicas nas quais a artrite faça parte das manifestações clínicas. Os isotipos IgM, IgG e IgA do FR ocorrem no soro de pacientes com AR, embora o isotipo IgM seja o mais frequentemente avaliado pelos laboratórios comerciais. O FR IgM sérico tem sido encontrado em 75 a 80% dos pacientes com AR; portanto, um resultado negativo não exclui a presença da doença. A presença de anticorpos séricos anti-CCP tem aproximadamente a mesma sensibilidade que o FR sérico para o diagnóstico de AR. Entretanto, sua especificidade diagnóstica se aproxima de 95%, de modo que um teste positivo para os anticorpos anti-CCP no contexto de uma artrite inflamatória precoce é útil para distinguir a AR de outras formas de artrite. Existe certo valor adicional em se testar a presença de ambos os marcadores, FR e anti-CCP, já que alguns pacientes com AR são positivos para FR, porém negativos para anti-CCP, e viceversa. A presença de FR ou de anticorpos anti-CCP também possui significado prognóstico, com os anticorpos anti-CCP mostrando maior valor para a previsão dos piores prognósticos.
DISTÚRBIOS de lesões imunomediadas: Artrite reumatoide. In: DUNLOP, R. G.; CHANNING, W. E.; FISHMAN, R. A. Medicina interna de Harrison. 20ªed. [S. l.]: AMGH, 2019. v. 1. E-book.
Nass, F. R., Skare, T. L., Goeldner, I., Nisihara, R., Messias‐Reason, I. T., & Utiyama, S. R. R. (2017). Análise de quatro marcadores sorológicos na artrite reumatoide: associação com manifestações extra‐articulares no paciente e artralgia em familiares. Revista Brasileira de Reumatologia, 57(4), 286–293. doi:10.1016/j.rbr.2015.11.002. sci-hub.st/10.1016/j.rbr.2015.11.002
5) Descrever alterações laboratoriais encontrados na AR.
Na avaliação inicial, a média do valor de hemoglobina dos 65 pacientes avaliados foi de 12,73 g/dL (± 1,06). Doze pacientes (18,46%) tiveram o diagnóstico laboratorial de anemia (hemoglobina menor do que 12 g/dL), com média do valor de hemoglobina de 10,91 g/dL (± 1,21).
Provas de atividade inflamatória
Quanto à VHS, 51 pacientes (78,46%) apresentaram valores superiores ao de referência do exame, sendo que a média do valor encontrado foi de 40,43 mm na primeira hora (± 16,97).
A dosagem de PCR apresentou valores superiores ao de referência do exame (1,0 mg/dL) em 46 pacientes (70,76%), e a média do valor encontrado foi 2,46 mg/dL (± 1,72).
 A redução dos níveis hematimétricos é mais frequente entre homens, fumantes, pacientes com elevados níveis de provas de atividade inflamatória, presença de FR, ANA e epítopo compartilhado.14
níveis reduzidos de hemoglobina em 25% dos pacientes durante o primeiro ano de acompanhamento. Neste estudo, a presença de anemia foi associada a níveis mais elevados de VHS, PCR e IL-6, mas não a doença articular mais agressiva ou mortalidade.
Mais de dois terços dos pacientes avaliados em nossa coorte apresentaram elevação das provas de atividade inflamatória testadas (VHS e PCR) na avaliação inicial.
MOTA, Licia Maria Henrique da et al . Características laboratoriais de um grupo de pacientes com artrite reumatoide inicial. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo ,  v. 50, n. 4, p. 375-380,  ago.  2010 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042010000400004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  06  abr.  2021.  https://doi.org/10.1590/S0482-50042010000400004.
6) Descrever sobre as alterações de exames de imagem em AR?
Classicamente, o achado radiográfico inicial na AR é a osteopenia periarticular. Entretanto, de modo prático, esse achado é difícil de ser observado nas radiografias simples e, particularmente, nos modernos raios X digitalizados. Outros achados nas radiografias simples incluem edema dos tecidos moles, perda simétrica do espaço articular e erosões subcondrais, com mais frequência nos punhos e nas mãos (MCFs e IFPs) e nos pés (MTFs). Nos pés, a face lateral da quinta MTF em geral é comprometida primeiro, porém outras articulações MTFs podem estar simultaneamente envolvidas. A imagem de raio X da AR avançada pode revelar sinais de destruição grave, incluindo subluxação e colapso articulares.
A RM oferece a maior sensibilidade para detectar a sinovite e os derrames articulares, bem como as alterações iniciais do osso e da medula óssea. Essas anormalidades dos tecidos moles com frequência ocorrem antes que as alterações ósseas sejam observadas nos raios X. A presença de edema na medula óssea foi reconhecida como um sinal precoce da artropatia inflamatória e pode prever o desenvolvimento subsequente de erosões em radiografias simples, bem como na RM. O custo e a disponibilidade da RM são os principais fatores limitantes de seu uso clínico rotineiro.
A ultrassonografia, incluindo o power Doppler colorido, tem a capacidade de detectar mais erosões do que a radiografia simples, em particular nas articulações de fácil acesso. Ela também pode detectar a sinovite de forma confiável, incluindo o aumento da vascularização articular, indicativo de inflamação. A utilidade da ultrassonografia é dependente da experiência do técnico; entretanto, ela oferece as vantagens de portabilidade, ausência de radiação e baixo custo em relação à RM – fatores que a tornam atraente como ferramenta clínica.
DISTÚRBIOS de lesões imunomediadas: Artrite reumatoide. In: DUNLOP, R. G.; CHANNING, W. E.; FISHMAN, R. A. Medicina interna de Harrison. 20ªed. [S. l.]: AMGH, 2019. v. 1. E-book.
MOTA, Licia Maria Henrique da et al . Imaging diagnosis of early rheumatoid arthritis. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo ,  v. 52, n. 5, p. 761-766,  out.  2012 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042012000500010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  06  abr.  2021.  http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042012000500010.
7) Trazer artigo usando a estratégia PICO sobre artrite reumatóide, especificando as palavras chaves usadas na estratégia PICO. (Ler e resumir o artigo + trazer pontos interessantes ao fechamento)
8) Discorrer sobre a importância da mamografia no rastreio de Ca de mama?
A mamografia consiste no estudo radiográfico das mamas com obtenção de imagens em posições cranio-caudal e oblíqua médio-lateral. Os radiologistas adotam um sistema denominado Breast Imaging reporting and Data System (BI-RADS) para relatar os resultados da mamografia (Tabela III), em que uma recomendação, baseada na probabilidade de a lesão ser maligna, associa-se a cada categoria (0 a 6) (Figura 1). A sensibilidade da mamografia varia de 54 a 58% em mulheres com menos de 40 anos e entre 81 e 94% para aquelas com mais de 65 anos. Acredita-se que a menor sensibilidade do exame em mulheres entre 40 e 49 anos se deva à maior densidade da mama, que dificulta a identificação de lesões, e a um crescimento mais rápido dos tumores nessa idade, o que propicia o aparecimento de tumores no intervalo do rastreamento. Revisão recente estimou a redução do risco relativo de morte por
câncer de mama entre 15 e 20% e a redução do risco absoluto de 0,05 a 1%.
A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda exame clínico das mamas e mamografia anual a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama. Dentro deste grupo enquadram-se mulheres com um ou mais parentes de 1o grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama antes dos 50 anos; um ou mais parentes de 1o grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; história familiar de câncer de mama
masculina; lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ comprovada em biópsia.ONCOLOGIA: Prevenção do câncer. In: MARTINS, M. A.; CARRILHO, F. J.; ALVES, V. A. F.; CASTILHO, E. A.; CERRI, G. G.; WEN, C. L. Clínica médica. [S. l.]: FMUSP, 2009. v. 3. E-book.
RECOMENDAÇÕES do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer de mama. In: Recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer de mama. [S. l.], 14 out. 2019. Disponível em: https://www.inca.gov.br/noticias/confira-recomendacoes-do-ministerio-da-saude-para-o-rastreamento-do-cancer-de-mama. Acesso em: 6 abr. 2021.
9) Descrever os achados mamográficos para o rastreio do Ca de mama. Citar o BI-RADS.
 ABREU, D. M. F. et al. Informação para o avanço das ações de controle do câncer de mama no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: SISMAMA, 2010. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/12/informe_sismama_2010.pdf. Acesso em: 6 abr. 2021.
NASCIMENTO, J. H. R.; SILVA, V. D.; MACIEL, A. C. Acurácia dos achados mamográficos do câncer de mama: correlação da classificação BI-RADS e achados histológicos. Radio. Bras., [S. l.], ano 2010, v. 43, n. 2, p. 91-96, 11 jan. 2010. Disponível em: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=945&idioma=Portugues#tab02. Acesso em: 6 abr. 2021.
10) Descrever a classificação histopatológica dos diversos tipos de Ca de mama.
Carcinoma in situ é definido como proliferação epitelial maligna restrita aos ductos mamários, e distingue-se do carcinoma invasor pela ausência de invasão estromal. 
Algumas alterações mamográficas têm alta correlação com carcinoma ductal in situ, como microcalcificações agrupadas e pleomórficas, com distribuição segmentar. A classificação histológica do carcinoma ductal in situ (CDIS) baseia-se apenas no padrão arquitetural da neoplasia, dividindo-o nos seguintes tipos: comedocarcinoma, cribriforme, micropapilar, papilar e sólido. O termo comedocarcinoma (ou carcinoma ductal in situ com comedonecrose) refere-se a tumor de alto grau nuclear associado a área de necrose extensa que ocupa o interior do ducto.
Histologicamente o carcinoma lobular in situ (CLIS) é multicêntrico e acomete unidades lobulares, nas quais todos os dúctulos estão distendidos e preenchidos por células pouco coesas e com baixo grau nuclear.
MAMA. In: FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo patologia. 8. ed. Rio de Janeiro: [s. n.], 2011. ISBN 978-85-277-1762-5. E-book.
11) Descrever a epidemiologia do Ca de endométrio (adenocarcinoma).
O adenocarcinoma do endométrio é a 5ª neoplasia maligna mais frequente em mulheres, com maior incidência nos EUA e na Europa. O tumor é mais comum na etnia branca do que na negra e manifesta-se na maioria dos casos entre 55 e 65 anos, sendo incomum antes dos 40 anos. Os fatores de risco são semelhantes aos das hiperplasias endometriais e incluem terapia estrogênica sem contraposição de progesterona, ovários policísticos, tumores produtores de estrógenos, história de infertilidade ou nuliparidade, ciclos menstruais irregulares, menarca precoce e menopausa tardia, obesidade, diabetes melito e hipertensão arterial. Vários estudos demonstram aumento da incidência de carcinoma endometrial em irmãs, mães ou tias de mulheres com esse tumor, sugerindo predisposição genética. Por outro lado, cerca de 1/3 dos casos surge em mulheres na pós-menopausa, sem evidência de exposição exógena ou endógena aos estrógenos, nas quas o i endométrio adjacente é inativo ou atrófico. Esses tumores são em geral pouco diferenciados, mais agressivos, insensíveis à terapia com progesterona e têm prognóstico desfavorável.
SISTEMA genital feminino. In: FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo patologia. 8. ed. Rio de Janeiro: [s. n.], 2011. ISBN 978-85-277-1762-5. E-book.
12) Descrever a histopatologia do Ca de endometrio.
O carcinoma endometrial é subdividido em dois grandes tipos: (a) carcinoma endometrial do tipo l, que é o mais comum e se acha associado a fatores hormonais e a hiperplasia de endométrio (carcinoma endometrioide); (b) tipo II, não relacionado com fatores hormonais ou hiperplasia endometrial, que aparece em idade mais avançada e tem pior prognóstico (carcinoma seroso)
O carcinoma endometrial apresenta-se como massa polipoide, de tamanho variado, ou como tumor difuso envolvendo toda a superfície do endométrio (Figura 16.34); a lesão é frequentemente friável e contém áreas de necrose. Microscopicamente, o carcinoma do tipo J ou endometrioide, o mais comum (70% dos casos}, reproduz estruturas do endométrio normal, sendo graduado, de acordo com a distribuição arquitetural (Figura 1 6.35A}, como de grau 1 (bem diferenciado, com padrão glandular predominante e menos de 5% de crescimento sólido}, grau 2 (moderadamente diferenciado, com menos de 50% de áreas sólidas) e grau 3 (pouco diferenciado, com padrão de crescimento predominantemente sólido - mais de 50% do componente sólido). Cerca de 20% desses tumores têm focos de diferenciação escamosa (Figura 16.358). O carcinoma tipo li tem padrão histológico semelhante ao do carcinoma seroso ou de células claras do ovário.
SISTEMA genital feminino. In: FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo patologia. 8. ed. Rio de Janeiro: [s. n.], 2011. ISBN 978-85-277-1762-5. E-book.

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