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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCEDIMENTO COMUM

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● Art. 318, CPC: Rito comum. Rito ordinário e sumário foram revogados, não adotar
essa nomenclatura. Procedimento pode ser comum ou especial.
● Ações do rito sumário propostas na vigência do CPC/73: CNJ, STJ e STF pacificaram
que a vigência do CPC 2015 se deu oficialmente dia 18 de março de 2016. Art. 1046,
parágrafo 1o do CPC/15 estabelece que todos os procedimentos revogados pelo novo
CPC e no dia da vigência do novo código não tiverem sentença essa ação continuará
regulada pelo CPC/1973, até o dia que for proferida a sentença. Fenômeno da
ultratividade da lei revogada, nada mais são que casos em que se aplica a lei
revogada na vigência de uma lei revogadora. Então, por exemplo, nos casos em que
houver ultratividade, os prazos são contados em dias corridos, cabe agravo retido, etc.
Quando for proferida sentença, passa a ser usado o CPC/15.
● Procedimentos especiais revogados: 1) ação de depósito (passou a ser caso de tutela
de evidência, art. 311, III do CPC/15), 2) ação de nunciação de obra nova, 3) ação de
usucapião, 4) ação de prestação de contas. Nessas ações, aplica-se o entendimento
acima do art. 1046, p. 1o.
● Art. 1063 do CPC tentou preservar as hipóteses do rito sumário no juizado. Art.3o, II
da Lei 9099/95 permite que ações que eram de competência do sumário em razão da
matéria pudessem ser propostas no juizado. Até a edição de uma nova lei do Juizado,
essas causas do sumário em razão da matéria ainda podem ser ajuizados no JEC,
ainda tem cabimento, pelo procedimento do juizado. O procedimento não é sumário,
só as hipóteses de cabimento.
● Ação de cobrança de crédito condominial era hipótese de rito sumário. Art. 784, X do
CPC/15 transformou o crédito condominial em título executivo extrajudicial, no qual
podem ser inclusas prestações vencidas e a vincendas (Enunciado 86, CJF), por ser
obrigação de trato sucessivo.
PROCEDIMENTO OU RITO COMUM (Art.318, CPC)
● Procedimento padrão.
● Requisitos da PI: podem explícitos ou implícitos.
○ Implícitos: são deveres que a doutrina aponta como relevantes para a PI. 1)
Dever de concisão: dever de ser sucinto, objetivo nas alegações, sem espaços
para teses gigantescas. 2) dever de observância dos precedentes: teoria dos
padrões decisórios. Dever de conhecer adequadamente os precedentes, do
contrário a PI sujeita-se a improcedência liminar (art. 332, CPC).
Observando-se os precedentes, é possível conseguir uma tutela de evidência
(art. 311, II, CPC), dispensar o reexame necessário (art. 496, CPC).
○ Explícitos: art. 319, CPC. 1) Juízo competente: não é juiz, é direcionada ao
órgão jurisdicional competente, não à pessoa física. 2) qualificação das partes:
indicação do endereço eletrônico não significa de imediato que vai ser o canal
de comunicação de atos processuais, é simplesmente em caráter informativo. É
possível um negócio jurídico processual onde as partes estabelecem o e-mail
como forma de comunicação. Lei exige que seja indicado também estado civil
ou se está em união estável. 3) Observar que não é obrigatório o requerimento
de citação, passa a ser um requerimento implícito. 4) informar a opção pela
realização de audiência de mediação ou conciliação (art. 334, CPC).
○ Estado civil x união estável: UE pode ser comprovada por meio de escritura
pública declaratória. Se a informação for omitida, dependendo da boa-fé, pode
gerar responsabilidade civil em face da companheira ou do companheiro
(conduta comissiva). Na escritura pode ter o regime de bens. Aspecto
processual -> ações reais imobiliárias: ações que envolvem bens imóveis. Art.
73, CPC exige a outorga uxória como pressuposto processual de validade do
processo, salvo se o casamento for no regime de separação total de bens ou
participação final nos aquestos (este segundo de acordo com a doutrina). O
parágrafo terceiro estendeu essa exigência para UE. Se a escritura pública não
diz nada sobre o regime, exige a outorga uxória. No polo ativo exige-se a
outorga, se o casal em união estável estiver no polo passivo exige-se
litisconsórcio passivo necessário.
○ opção de audiência de conciliação: lembra de certo modo o rito sumário do
CPC/73, mas não é a mesma coisa. Norma fundamental (art. 3o, parágrafos 2o
e 3o) dentro da lógica de acesso à justiça. Entendido como justiça multiportas,
que tem uma ideia de que o acesso à justiça não é somente acesso ao
Judiciário, mas há mais caminhos para solucionar o litígio, podendo haver
arbitragem (Lei 9307/96), conciliação, mediação e outras técnicas que se
mostrem adequadas. Meios alternativos de solução de disputas (ADRs). Meio
alternativo dá a ideia de meios paralelos, algo fora da solução do litígio,
quando na verdade em alguns casos trata-se de meio mais adequado para
solução. Portanto, podem ter soluções consensuais (conciliação/mediação) e
adjudicadas (impostas pelo Judiciário ou arbitragem). Deve ser exposto na
inicial se a parte quer ou não. Art. 27 da Lei 13140/15 faz também essa
exigência. Se o autor deixa de informar, como o sistema privilegia a utilização
de meios consensuais, gera-se a presunção de que há interesse na
autocomposição, logo não implica na necessidade de determinar a emenda da
PI. Em regra, há a realização da audiência, mas o parágrafo 4o do art. 334 diz
quando não haverá, sendo 1) quando ambas as partes manifestarem
desinteresse de forma expressa. O réu tem até 10 dias antes da audiência para
manifestar o desinteresse. Se o autor falar na PI que não tem interesse, mesmo
assim a audiência é marcada, pois se o réu disser que quer a audiência, terá
audiência; 2) quando o litígio não admitir autocomposição: por exemplo, ação
de interdição.
○ comparecimento à audiência de conciliação é obrigatório? Art. 334, parágrafo
8o do CPC. Se foi designada a audiência, é obrigatório por ambas as partes. O
não comparecimento injustificado é interpretado como ato atentatório à
dignidade da justiça, gerando multa de até 2% do valor da causa. A reversão
de multa é para o Judiciário e não para parte contrária.
○ conciliação e mediação são técnicas diferentes de solução consensual de
litígios, sendo técnicas de autocomposição (se opõe a heterocomposição,
solução dada por terceiros). Nesse caso, o terceiro apenas orienta como
solucionar o litígio. Art. 165 traz as diferenças entre os dois. Conciliação é
usada quando não há vínculo anterior entre as partes, qualquer histórico
existente entre as partes. Na mediação, há vínculo anterior. Critério
preferencial. Conciliador tem postura mais ativa, propõe soluções, sem
constrangimentos. Mediador tem o foco de equacionar ou restabelecer o
diálogo, age de forma mais neutra.
○ diferença entre a audiência do art. 334 do CPC e a audiência dos arts. 694 e
695 do CPC: a primeira é uma audiência prévia, preliminar, genérica, que o
CPC chama de conciliação ou mediação. Já a segunda é expressa no capítulo
dos procedimentos especiais, mesmo não sendo um procedimento especial,
consistindo em diretrizes para ações litigiosas de direitos de família. Atenção
ao nome: é chamada de mediação ou conciliação, pois a preferência é a
mediação. Cabível a suspensão do ato para buscar soluções extrajudiciais e
atendimento multidisciplinar (art. 151 e 197-C da L 8069/90 c/c art. 5o,
parágrafo 2o da Lei 12718/90). Audiência é compulsória, é irrelevante a
vontade das partes, a manifestação de desinteresse é irrelevante, não se aplica
o art. 334, parágrafo 4o. Enfatiza a necessidade de iniciar uma tutela
provisória. O art. 695, p. 1o traz disposição para evitar o ódio pré-audiência,
mandado de citação será encaminhado sem a contra-fé. Atenção aos prazos. A
citação é pessoal sempre.
● Posturas do juiz diante da PI: 1) determinar emenda à PI (art. 321); 2) designar
audiência de mediação e conciliação (art. 334); 3) improcedência liminar (art. 332).
● Emenda à PI: dentro do modelo cooperativo de processo, é um dever do magistrado
determinar a emenda, que gera o direito subjetivo do autor. Emendar é adequar ao
requisitos, retificar a petição, o que é diferente de aditar a petição, que é
complementar (trazer fatos novos,pedido novo).
○ Natureza jurídica da decisão de emenda: Barbosa Moreira entendia que era
uma interlocutória, mas era um pensamento minoritário e não está no rol
taxativo do art. 1015. Juízo de admissibilidade neutro: quando o juiz indefere a
PI, temos um juízo de admissibilidade negativo; caso determine a emenda, o
JA é neutro; se o juiz determinar a citação, essa decisão é chamada de JA
positivo. O entendimento majoritário é que essa decisão, esse JA neutro, seria
irrecorrível. Nos termos do art. 321, p. único, caso não haja emenda, há o
indeferimento da PI. Se a PI for indeferida, cabe apelação.
○ Prazo de emenda: 15 dias, que pode ser ampliado. Não há mais previsão no
CPC de classificação em prazo dilatório ou peremptório, porque 1) a lei não
faz mais essa diferenciação, 2) o juiz pode dilatar qualquer prazo e 3) há a
possibilidade de fazer NJ.
○ Dever de indicar precisamente o que deve ser corrigido. Todos os partícipes do
processo devem cooperar para a solução do litígio. Se a decisão de emenda
não indicar precisamente o que precisa ser corrigido, há uma omissão,
cabendo assim ED (art. 1022, CPC).
○ Pedido: art. 322 e ss. Gera uma limitação ao que o juiz pode apreciar, são os
limites da atuação judicial (princípio da congruência, adstrição ou correlação).
Todo pedido, em regra, deverá ser certo (natureza do requerido/o que se
pretende/ex: dano moral/dano material) e determinado (quantidade). Não
existe pedido incerto, o que pode acontecer é a quantia ser indeterminada
(genérico). Dentro do pedido certo podem ter os pedidos implícitos, que estão
subentendidos, formulados ope legis. Pedido genérico é certo, porém
indeterminado.
○ Juizado: não há petição inicial formal ou solene como previsto no CPC. Art.
14 da Lei 9099/95 fala em pedido e suas especificações, sem maiores
exigências. Consequentemente, não há indeferimento da PI e cabe emenda ou
aditamento até a AIJ. Não cabe sentença ilíquida mas cabe pedido genérico.
Sentença ilíquida enseja a etapa da liquidação de sentença, que retarda o
processo.
● Pedidos implícitos: são aqueles que apesar de não formulados, estão de maneira
implícita. Exemplos: juros, correção, sucumbência, prestações periódicas de trato
sucessivo (art. 323 c/c art. 505, I do CPC), alimentos (Súmula 277, STJ). Súmula 254
do STF (ainda que na existência não conste expressamente juros, podem ser
percebidos na fase de liquidação de sentença). Súmula 256 do STF sobre ônus da
sucumbência.
● Quando o juiz proferir sentença, deve analisar os pedidos explícitos e implícitos. Em
ambos os casos haverá omissão sanável por ED. Art. 85, p. 18 quando o juiz se omitir
na sentença, ainda que transite em julgado, cabe ação autônoma posterior para arbitrar
honorários, superando a Súmula 453, STJ. Enunciado 8 do FPPC. Sentença citra ou
infra petita.
● O pedido genérico é excepcional, logo a interpretação é restritiva. Críticas
doutrinárias quanto ao pedido genérico do dano moral. A regra é a fixação de um
valor certo, salvo nas hipóteses do art. 324, p. 2o do CPC. Formular pedido genérico
quando não for causa de PG, gera inépcia. Art. 330, p.1o. Ainda que feito o PG, a
regra é a prolação de uma sentença líquida. Cabe PG em reconvenção? Sim, é uma
ação feita pelo réu dentro da contestação. Art. 322, p. 2o: pedido não necessariamente
é o constante no item "do pedido", é analisado em conjunto com tudo o que tá sendo
alegado. STJ chama de interpretação lógico-sistemática. REsp 1424164/SC.
● Cumulação de pedidos (art. 327, CPC): não é requisito ter conexão.
○ Requisitos: 1) compatibilidade entre os pedidos (ex: não pode cumular
nulidade e cobrança, a menos que seja um pedido subsidiário ou alternativa,
ou seja, cumulações impróprias); 2) mesma competência; 3) adaptação do
procedimento, desde que não desnature completamente o rito especial, mas é
possível que o juiz utilize as técnicas do rito especial.
○ Espécies: próprias e impróprias. 1) simples: pedidos autônomos, ex: súmula 37
e 387 do STJ; 2) sucessiva: o acolhimento do primeiro inicia a análise do
segundo, só existe apreciação do segundo após o primeiro; 3) subsidiária: art.
326, quando houver rejeição do primeiro, passa-se à análise do segundo
pedido; 4) alternativa: uma coisa ou outra.
● Estabilização (art. 329, CPC): pode ser objetiva e subjetiva. Objetiva: A causa de
pedir e o pedido podem ser aditados ou alterados até a citação. Após citação, só pode
aditar ou alterar com o consentimento do réu, sempre observado o contraditório.
Aplicável tanto para PI quanto para reconvenção. Em regra, após o saneamento não
seria possível fazer mais alterações. Excepcionalmente, as partes podem acordar uma
alteração ou pode ser feita uma autocomposição. Quanto às partes, a alteração é
admissível em qualquer fase do processo, desde que tenha previsão legal.
● Indeferimento é o juízo de admissibilidade negativo, é excepcional principalmente em
razão do princípio da primazia da resolução de mérito. Art. 330, CPC. Indeferimento
é gênero, inépcia é espécie. Cabe apelação, podendo haver retratação. Se não se
retratar, a parte contrária é citada para apresentar resposta ao recurso de apelação.
● Improcedência liminar do pedido: é diferente do indeferimento. Aqui não há vício na
PI, a razão é que há uma notória improcedência, não são pretensões plausíveis ou são
contrárias ao OJ. Pode ser típica: 1) art. 332, caput - documental e incisos - teoria dos
padrões decisórios; 2) prescrição e decadência; ou atípica: não há previsão expressa
de condições da ação no CPC, mas há menção à legitimidade e interesse, não se
repetindo a possibilidade jurídica. Com isso, a doutrina percebe a impossibilidade
jurídica como causa de improcedência liminar. Também cabe recurso de apelação,
com efeito regressivo ou hiperativo. Se não houver retratação, cita-se o réu para em
15 dias apresentar contrarrazões.
● Sentenças retratáveis: de improcedência liminar, terminativa e de indeferimento. Não
há admissibilidade da apelação no 1o grau, a premissa é que para haver retratação o
recurso deve ser sempre tempestivo, senão ocorrerá o TJ e a retratação violaria a coisa
julgada.
● Respostas do réu: com o CPC/2015 todas as defesas passaram a ser concentradas na
contestação. É regida por dois princípios: da concentração/eventualidade e
impugnação especificada dos fatos.
○ Concentração/eventualidade: entendimento minoritário divide em dois
princípios diferentes, entendimento majoritário vê como sinônimos.
Divergência é quanto a nomenclatura e não conteúdo. Tudo o que tiver para
ser alegado como matéria de defesa deve ser posto na contestação, sob pena de
preclusão consumativa. Quando é apresentada, o prazo já é consumado, ainda
que seja no primeiro dia do prazo. A eventualidade diz respeito a colocar todas
as teses ainda que incompatíveis entre si, ou seja, devem ser postas de modo
subsidiário. Para a doutrina majoritária a concentração abrange essas duas
visões, ou seja, é concentrar toda a matéria de defesa, ainda que incompatíveis.
Na prática, não há consequências significativas entre fundir os dois conceitos
ou não. Art. 342, CPC traz exceções ao princípio que ultrapassam a preclusão
consumativa, sendo essas: fatos supervenientes, matérias que o juiz pode
conhecer de ofício ou a qualquer tempo do processo (não utilizar termo
questões de ordem pública). Nem tudo o que o juiz pode conhecer de ofício
pode ser conhecido a qualquer tempo e vice-versa. Ex: Decadência
convencional pode ser conhecida a qualquer tempo, mas não de ofício (art.
211, CC). Abusividade de cláusula de foro de eleição em contrato de adesão
pode ser conhecida de ofício, mas só depois da citação (art. 63, parágrafo 3o,
CPC).
○ Impugnação especificada dos fatos: incumbe ao réu rebater fato a fato do
alegado na PI. Fato não impugnado é considerado fato incontroverso, contra o
qual não se produzem provas. Recai presunção (relativa) de veracidade, salvo
se:
■ 1) não for admissível confissão (direito indisponível). Recai sobre a
Fazenda Pública o ônus da impugnação específica dos fatos ou pode
contestargenericamente? Corrente majoritária diz que não se aplica o
ônus da IEF pra Fazenda, pois todos os direitos versados pela FP
seriam indisponíveis, no entanto esse raciocínio vem sendo bastante
criticado. STJ (ainda posição minoritária) no REsp 1084745 diz que se
a FP não apresentar contestação é considerada revel. Art. 374, III,
CPC.
■ 2) negativa geral. Art. 341, parágrafo único. Prerrogativa processual
conferida a algumas pessoas de apresentar uma defesa genérica,
inexigível que se apresente tese de defesa inventada. O defensor
público, advogado dativo e o curador especial. A defensoria pública
institucionalmente pode atuar em dois aspectos: função típica, que é a
defesa do hipossuficiente, ou atípica, que são os hipossuficientes no
aspecto jurídico, processualmente vulneráveis, onde há a atuação como
curador especial (ex: réu revel citado por edital sem advogado). Art.
72, p. único. O advogado dativo é para um ato específico, logo não tem
como apresentar uma contestação completa. Como o CPC diferenciou
o curador especial e o defensor público, considerou as duas funções da
DP. No CPC anterior, era feita alusão a MP, curador especial e
advogado dativo. O MP antes da CF/88 tinha funções semelhantes a
DP, então era justificável. Doutrina considera inconstitucional conferir
negativa geral à DP em sua função típica, pois gera um desequilíbrio
processual. No entanto, não dá pra defender isso na prova da DP por
ser contra a defensoria. Alguns autores afirmam que isso faz presumir
que a DP não tem recursos para apresentar suas defesas e também pode
violar o contraditório. Institucionalmente esse entendimento depõe
contra a DP.
● Defesa é dividida entre questões prévias e questões de mérito. As prévias são as
preliminares (art. 337, CPC) e prejudiciais. As de mérito são as defesas de mérito
diretas ou indiretas.
○ Questões prévias: separação entre preliminares e prejudiciais. A questão
preliminar gera um obstáculo para a análise do mérito. Esse obstáculo pode ser
transponível, superável, que enseja preliminares dilatórias (dilatam a marcha
processual mas são sanáveis), podendo haver também peremptórias (que não
são sanáveis, geram extinção do processo) ou dilatórias potencialmente
peremptórias (se não for atendido, pode extinguir o processo). As prejudiciais
encaminham, direcionam o julgamento de mérito (ex: ação de alimentos, réu
contesta afirmando que não é o pai). Ambas as questões precisam ser
enfrentadas, mas uma vai trazer um obstáculo e outra vai viabilizar o
julgamento. Alguns autores dividem as prejudiciais entre internas
(investigação de paternidade c/c alimentos), externas (investigação em
processos separados, execução fiscal na VFP e controle de const. no STF),
homogêneas (dizem respeito ao mesmo ramo do direito) e heterogêneas
(ramos distintos, ex: ação penal x indenização).
■ Preliminares: 1) inexistência ou nulidade de citação. O
comparecimento espontâneo já convalida o efeito da citação, então só
dilata o processo. O vício da citação é chamado de transrescisório,
ultrapassa o prazo da ação rescisória, é um vício processual que não se
convalida com o decurso do tempo. Dá ensejo à ação de querela
nulitatis, que pede anulação de todo o processo por vício na citação. 2)
incompetência relativa/absoluta: geram sempre remessa do processo ao
juízo competente (art. 64, parágrafo 4o do CPC), salvo no
procedimento do juizado (causa de extinção). 3) incorreção do valor da
causa: no CPC de 1973 tinha impugnação do valor da causa, mas o
CPC/2015 incorporou na contestação. Dependendo do valor
impugnado, pode mudar a competência. Preliminar dilatória. 4) inépcia
da inicial: art. 330, CPC. Preliminar dilatória potencialmente
peremptória, pois a inicial pode ser emendada (dilação), mas se não
houver emenda a PI pode ser extinta. 5, 6 e 7) perempção,
litispendência e coisa julgada: perempção está no art. 486, parágrafo
3o, ocorre quando a ação já foi ajuizada três vezes e nas três foi extinta
por abandono. As três hipóteses pressupõem identidade de demandas
(mesmas partes, causa de pedir e pedido) e todas são preliminares
peremptórias. 8) conexão: semelhança entre demandas, mesma causa
de pedir ou mesmo pedido. Art. 55 e 56, CPC. Possibilidade de
reunião, dilação. 9) incapacidade e vício de representação ou
autorização: art. 72 a 75, CPC. Prazo para correção desses defeitos.
Dilatória potencialmente peremptória. 10) convenção de arbitragem:
lei 9307/96. É um negócio jurídico processual. Espécies: cláusula
compromissória (pactuada antes do litígio) e compromisso arbitral
(litígio posto). Gera extinção de processo sem resolução de mérito (art.
485, VII, CPC), peremptória. 11) ausência de legitimidade e interesse
processual: a ilegitimidade pode ser sanada (art. 338 e 339), assim
como o interesse de agir. DPP. 12) falta de caução ou outra prestação
que a lei exigir necessária: art. 968, II e parágrafo 3o, CPC. Tem um
prazo, mas pode ser extinta (DPP). 13) indevida concessão do
benefício de gratuidade: DPP.
○ Art. 337, parágrafos 5o e 6o: falam que as questões preliminares podem ser
conhecidas de ofício e a qualquer tempo, exceto duas que não podem ser
conhecidas de ofício: incompetência relativa e convenção de arbitragem.
Como a convenção é um NJ, prevalece o princípio da autonomia da
vontade/auto regramento da vontade, partes podem revogar tacitamente a
convenção e juiz não pode interferir.
○ Ilegitimidade: passou a ser passível de correção. Art. 338 e 339: intervenção
de terceiros atípica com o objetivo de corrigir ilegitimidade passiva. Se A
ajuiza ação contra B e B contesta alegando ilegitimidade, pode ocorrer essa
intervenção. O autor será intimado para conceder a indicação de um novo réu
que poderá indicar para vir ao processo em litisconsórcio ou fazendo a
sucessão.
○ Pelo art. 337, II pode se alegar incompetência. O prazo de contestação de 15
dias começa a contar no primeiro dia útil após a audiência de conciliação
infrutífera. Logo, para alegar incompetência, pode-se antecipar a contestação
para antes da audiência.
○ Questões prejudiciais: art. 503, parágrafo 1o do CPC. A coisa julgada se
estende à questão prejudicial, além do dispositivo, mediante requisitos: 1) ser
uma questão prejudicial; 2) ter um contraditório prévio; 3) juízo competente
para a matéria e pessoa. Nesse caso, a paternidade investigada numa ação de
alimentos também faz coisa julgada, além do que é determinado quanto aos
alimentos. Exemplo: ação de reintegração de posse, alega-se que não há união
estável. Como o juízo que julga a ação não tem competência para julgar
questões de família, a aferição de união estável não faz coisa julgada, apenas
serve de fundamentação da decisão.

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