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1 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: Introdução: • Desempenham papéis estruturais importantes nos tecidos duros ( ossos e dentes ) e papéis regulatórios importantes nas vias metabólica e de sinalização. • Nos sistemas biológicos, o fosfato inorgânico ( Pi ) consiste em uma mistura de di-hidrogenofosfato ( H2Po4 ) e hidrogenofosfato ( H2PO4 ). • As duas principais fontes de Ca e Pi circulantes são a dieta e o esqueleto. • Dois hormônios, calcitrol ( 1,25-di- hidroxivitamina D ) e paratormônio ( PTH ), regulam a absorção intestinal de Ca e Pi e liberam-os na circulação após a reabsorção óssea. • Os principais processos para remoção de Ca e Pi do sangue são a excreção renal e a mineralização óssea, regulados pela 1,25- hidroxivitamina D e pelo PTH. Funções cruciais do cálcio e do fosfato na fisiologia celular: • O Ca é um elemento dietético essencial. • Além da obtenção de Ca na dieta, os seres humanos possuem um amplo estoque ( ou seja, > 1 kg ) de Ca nos minerais ósseos, que pode ser recrutado para manter os níveis circulantes normais em momentos de restrição dietética e durante as maiores demandas da gravidez e da lactação. • O Ca circulante existe em três formas: Ca++ ionizado livre, Ca ligado a proteínas e Ca em complexo com ânions ( como fosfatos, HC03-, citrato ). • A concentração de cálcio iônico é rigorosamente controlada em compartimentos extracelulares e intracelulares e está sob controle hormonal direto e é mantido em uma faixa relativamente estreita. ➢ Hipocalcemia: cálcio sérico total < 8,7 mg/dl; ➢ Hipercalcemia: cálcio sérico total > 10,4 mg/dl; • O Pi também é um elemento dietético essencial e é armazenado em grandes quantidades minerais. 2 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: • A maior parte de Pi circulante está na forma ionizada livre, mas parte do Pi circula como uma forma ligada a proteínas ou em complexo com cátions. ❖ OBS01: Tecidos moles contêm 10 vezes mais Pi que Ca. Então, uma lesão tissular pode provocar hiperfosfatemia, na qual maior quantidade de Pi forma complexos com Ca++ e causa hipocalcemia aguda. • O Pi é um componente intracelular essencial e forma ligações de fosfato de alta energia de trifosfato de adenosina ( ATP ), que mantém a vida. • A fosforilação e a desfosforilação de proteínas, lipídeos, segundos mensageiros e cofatores são etapas regulatórias centrais em várias vias metabólica e de sinalização, e o fosfato também compõem a estrutura dos ácidos nucleicos. Regulação fisiológica do cálcio e do fosfato: Paratormônio e 1,25- Di-Hidroxivitamina D: • O PTH e a 1,25-di-hidroxivitamina D são referidos como hormônios calciotrópicos. Glândulas Paratireoides: • O tipo celular predominante no parênquima da glândula paratireoide é a célula principal, que secreta o paratormônio. Paratormônio: • O PTH é o principal hormônio que protege contra a hipocalcemia ( efeito hipercalcemiante ). • Os principais alvos do PTH são os ossos e os rins. • O PTH também atua em uma alça direta de alimentação positiva estimulando a produção de 1,25-di-hidroxivitamina D. • O PTH é secretado como um polipeptídeo de 84 aminoácidos e é sintetizado como pré-pró-PTH, que é processado proteoliticamente 3 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: até pró-PTH no retículo endoplasmático e depois até PTH no complexo de Golgi e nas vesículas secretoras. • O PTH tem meia-vida curta na circulação de 2 minutos, o que é compatível com seu papel na regulação de cálcio plasmático de minuto a minuto. • Uma vez que o receptor de PTH também se liga ao peptídeo relacionado ao PTH ( PTHrP ), ele é geralmente referido como o receptor de PTH/PTHrP. • O receptor de PTH/PTHrP é expresso em osteoblastos e nos túbulos proximais e distais dos rins, e é o receptor que medeia as ações sistêmicas do PTH. • O receptor de PTH/PTHrP também é expresso em muitos órgãos em desenvolvimento nos quais o PTHrP tem funções parácrinas importantes, como a regulação da proliferação de condrócitos na placa de crescimento durante o crescimento ósseo endocondral. Vitamina D: • É um pró-hormônio que sofre duas sucessivas reações de hidroxilação para se transformar na forma ativa conhecida como 1,25-di-hidroxivitamina D ou calcitriol. • Tem papel fundamental na absorção de Ca e, em menor grau, na absorção de Pi pelo intestino delgado. Além disso, regula a remodelagem óssea e a reabsorção renal de Ca e Pi. 4 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: ❖ OBS02: A concentração de cálcio extracelular é detectada pela célula principal da paratireoide por meio de um receptor/sensor de cálcio ( CaSR ) na membrana plasmática. O sinal primário que estimula a secreção de Ca++ extracelular é uma diminuição da concentração de cálcio circulante. Inversamente, maiores quantidades de CA++ ligam-se ao CaSR e estimulam vias de sinalização que reprimem a secreção de PTH. ❖ OBS03: O CaSR é um regulador rápido, potente e contínuo da produção de PTH em resposta às flutuações sutis da concentração de cálcio. ❖ OBS04: Os pacientes com hipercalcemia hipocalciúria familiar ( HHF ) benigna são heterozigotos para mutações inativadoras de CaSR. Nestes pacientes, devido à perda completa ou parcial de um alelo do CaSR, são necessários maiores níveis de Ca++ para suprimir a secreção de PTH. ❖ OBS05: O peptídeo relacionado ao paratormônio ( PTHrP ) é um hormônio parácrino peptídico produzido por vários tecidos adultos ( pele, cabelo, mamas ), onde pode regular a proliferação e a diferenciação e também tem um papel no relaxamento dos músculos lisos. O PTHrP apresenta uma homologia estrutural significativa com o PTH, mas não é regulado pelo Ca++ circulante e normalmente não tem papel na homeostasia de Ca/Pi em adultos. Contudo, alguns tumores secretam altos níveis de PTHrP, causando a hipercalcemia da malignidade e sintomas que lembram o hiperparatireoidismo. 5 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: Estrutura, síntese e transporte dos metabólitos ativos da vitamina D: • A vitamina D3 ( também chamada colecalciferol ) é sintetizada pela conversão de 7-deidrocolesterol pela luz ultravioleta B ( UVB ) nas camadas mais basais da pele. • A vitamina D2 ( ergocalciferol ) é produzida em plantas. • A vitamina D3 e, em menor grau, a vitamina D2 são absorvidas na dieta e são igualmente efetivas após a conversão em formas hidroxiladas ativas e o equilíbrio entre a vitamina D3 sintetizada por via endógena dependente de UVB e a absorção de formas dietéticas de vitamina D torna-se importante em algumas situações. • Os indivíduos com menor teor de melanina na pele que vivem em maiores latitudes convertem menos 7- deidrocolesterol em vitamina D3 e, por isso, são mais dependentes de suplementos da vitamina ou fontes dietéticas de vitamina D ( por ex. leite ). ❖ OBS06: Os pacientes idosos internados que permanecem em ambientes fechados e evitam laticínios apresentam um risco especial para o desenvolvimento de deficiência de vitamina D. • A vitamina D é transportada no sangue da pele para o fígado e a vitamina D dietética atinge o fígado diretamente pelo transporte na circulação portal e indiretamente por quilomícrons. • No fígado, a vitamina D é hidroxilada na posição do carbono 25 para produzir 25-hidroxivitamina D. 6 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: • A 25-hidroxivitamina D hepática é expressa de modo constitutivo e não regulada. Por isso, os níveis circulantes de 25-hidroxivitamina D refletem a quantidade do precursor disponível para 25-hidroxilação. Por esse motivo e devido à sua meia-vida na circulação ( 2-3 semanas ), a medição dos níveis de 25- hidroxivitamina D é usada para avaliar a oferta de vitamina D. • A 25-hidroxivitamina D sofre uma hidroxilação subsequente no túbulo proximal dos rins. A hidroxilação naposição 1alfa gera 1,25-di- hidroxivitamina D, a forma mais ativa da vitamina D e a hidroxilação na posição 24 gera 24,25-di- hidroxivitamina D, que não tem papel biológico importante e serve apenas como uma via de inativação. • A 1alfa-hidroxilase renal é rigorosamente regulada por vários fatores. ➢ O PTH e a hipofosfatemia são os principais indutores da atividade de 1alfa-hidroxilase, resultando em maiores níveis de 1,25-di-hidroxivitamina D. ➢ Inversamente, a concentração de cálcio e a 1,25-di- hidroxivitamina D, o produto da reação enzimática, inibem essa ação. 7 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: ➢ O fator de crescimento de fibroblastos ( FGF ) 23, um regulador importante de Pi, também reprime a atividade da 1alfa-hidroxilase. • A vitamina D e seus metabólitos circulam no sangue ligados principalmente à proteína de ligação à vitamina D ( DBP ), que é uma glicoproteína sérica sintetizada pelo fígado. • A DBP transporta a vitamina D altamente lipofílica no sangue e fornece um reservatório de vitamina D que protege contra a deficiência de vitamina D. Receptor de 1,25-di-hidroxivitamina D: • Exerce suas ações principalmente pela ligação ao receptor de vitamina D ( VDR ) nuclear, que é um membro dos receptores hormonais nucleares. • O VDR é um fator de transcrição dependente de ligante que se liga a sequências de DNA correspondentes com o receptor de retinoide X ( RXR ). • Portanto, a ação primátia de 1,25-di-hidroxivitamina D é regular a expressão gênica em seus tecidos-alvo, tais como o intestino delgado, os ossos, os rins e a glândula paratireoide. • As ações genômicas de 1,25-di-hidroxivitamina D são mediadas pelo VDR ao longo de horas a dias, mas pode ter efeitos rápidos ( segundos a minutos ). • O VDR é expresso na membrana plasmática das células e está ligado às vias de sinalização rápida ( por ex. proteínas G, fosfatidilinositol- 3’-quinase ). Regulação de cálcio e de fosfato pelo intestino delgado e pelo osso: • PTH ( paratormônio ): ➢ Intestino delgado: Nenhuma ação direta. 8 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: ➢ Osso: PTH intermitente promove formação osteoblástica de osso. Regula M-CSF, RANKL, OPG nos osteoblastos. Níveis altos crônicos promovem reabsorção óssea osteoclástica, liberação de Ca++ e Pi do osso. ➢ Rim: Estimula a atividade da 1alfa-hidroxilase. Estimula a reabsorção de Ca++ no segmento ascendente espesso da alça de Henle e no túbulo distal. Inibe a reabsorção de Pi no túbulo proximal ( inibe NPT2a ). ➢ Glândula paratireoide: Nenhuma ação direta. • 1,25-di-hidroxivitamina D: ➢ Intestino delgado: Aumenta a absorção de Ca++, aumentando a expressão de TRPV, calbindina e PMCA. Aumenta modestamente a absorção de Pi. ➢ Osso: Regula a diferenciação de osteoclastos por meio da expressão de RANKL nos osteoblastos. Mantém a concentração de Ca++ e a concentração de Pi para favorecer a mineralização óssea. ➢ Rim: Favorece ações sobre a reabsorção de Ca++ por meio da expressão de calbidina. Promove a reabsorção de Pi pelos néfrons proximais ( estimula a expressão de NPT2a ). ➢ Glândula paratireoide: Inibe diretamente a ação do gene PTH ( retroalimentação negativa ). Estimula diretamente a expressão do gene CASR. ❖ OBS07: A calcitonina é um hormônio peptídico produzido pelas células medulares, ou células C, da glândula tireoide e a secreção é regulada positivamente pela concentração de cálcio sérica por meio do CaSR. O receptor de calcitonina é expresso em osteoclastos, onde a calcitonina age rápida e diretamente para inibir a reabsorção óssea. A produção de calcitonina não altera os níveis de Ca sérico. Transporte de Ca++ e Pi pelo intestino delgado: • A maior parte da absorção do Ca++ dietético ocorre no intestino delgado proximal. • A absorção de Ca++ é estimulada pela 1,25-di-hidroxivitamina D. Portanto, a absorção é mais eficiente em situações de declínio dietético de Ca++. 9 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: • O Ca++ é absorvido no duodeno e no jejuno por uma via transcelular regulada tanto por Ca++ quanto por hormônios, e também por uma via paracelular passiva. • O movimento do Ca++ do lúmen gastrointestinal para o enterócito, que é determinado por gradientes químicos e elétricos, ocorre por canais de cálcio apicais chamados TRPV5 e TRPV6. • Uma vez no interior das células, os íons Ca++ ligam-se à calbindina- D, que mantém uma baixa concentração de cálcio citoplasmática, preservando o gradiente transluminal de Ca++ favorável na membrana. • A calbindina-D também tem um papel no transporte apical- basolateral de Ca++, que ocorre pela membrana basolateral contra um gradiente eletroquímico por meio da enzima cálcio ATPase de membrana plasmática ( PMCA ). • O trocador de Na+/Ca++ ( NCX ) também contribui para o transporte de Ca++ para fora do enterócito. • A 1,25-hidroxivitamina D estimula a expressão de todos os componentes envolvidos na absorção de Ca++ pelo intestino delgado. • A fração de Pi dietético absorvido pelo jejuno permanece relativamente constante em aproximadamente 70% e está sob um controle hormonal menor pela 1,25-di-hidroxivitamina D. • O processo limitante na absorção transcelular de Pi é o transporte pela borda em escova apical, que é mediado pelo cotransportador de Na+/Pi ( NPT2 ). Ca++ e Pi no osso: • O osso armazena grandes quantidades de Ca e Pi. • Nos adultos, quando a massa óssea máxima é atingida, o esqueleto é remodelado constantemente pelas atividades coordenadas das células ósseas. • Os processos de formação óssea e de reabsorção óssea estão equilibrados em indivíduos saudáveis, fisicamente ativos e bem nutridos. 10 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: Fisiologia do osso: • Nos adultos, a remodelagem óssea envolve: 1. Destruição do osso submetido a fadiga ou microlesões com liberação de Ca++, Pi e fragmentos hidrolisados da matriz óssea para o sangue. 2. Síntese de osteoide ( matriz óssea que ainda será mineralizada ) no local de reabsorção, seguida pela mineralização controlada do osteoide por Ca++ e Pi para formar um novo osso. A remodelagem óssea ocorre continuamente em cerca de 2 milhões de locais diferentes em todo o esqueleto por grupos de células ósseas conhecidas como unidades multicelulares básicas ( UMB ). • A células envolvidas na remodelagem óssea são divididas em duas classes principais: células que formam os ossos ( osteoblastos ) e células que destroem ou reabsorvem os ossos ( osteoclastos ). • O processo de remodelagem óssea é altamente integrado e as células da linhagem de osteoblastos expressam fatores que induzem a diferenciação de osteoclastos a partir de progenitores da linhagem monocitária/macrofágica e também promovem a função dos osteoclastos maduros. • Os osteoblastos liberam o fator estimulante de colônia de monócitos ( M-CSF ), que expande e diferencia os progenitores hematopoiéticos iniciais ( CFU-GM ) em pré-osteoclastos que expressam um receptor de superfície celular chamado RANK ( receptor ativador do fator nuclear ). • As células da linhagem de osteoblastos exibem um ligante de RANK ( RANKL ) em sua superfície celular e o RANKL liga-se então ao RANK nos pré-osteoclastos e induz a osteoclastogênese. Este processo envolve a fusão de vários precursores de osteoclastos, originando um grande osteoclasto multinucleado. • O perímetro da membrana do osteoclasto voltada para o osso mineralizado adere-se firmemente ao osso e veda a área de contato osteoclasto-osso. A região vedada forma uma membrana com grandes invaginações chamada de borda ondulada, a partir da qual HCl e enzimas lisossômicas hidrolíticas são secretados. 11 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: • O microambiente rico em enzimas ácidas abaixo do osteoclasto dissolve o mineral ósseo, consequentemente liberando Ca++ e Pipara o sangue, e também degrada a matriz óssea. • Existe um outro componente inibidor do sistema RANK/RANKL e as células da linhagem de osteoblastos também produzem um fator solúvel chamado de osteoprotegerina ( OPG ), que atua como um receptor chamariz para o RANKL e inibe a diferenciação e a função dos osteoclastos. Portanto, o equilíbrio entre RANKL e a expressão de OPG por osteoblastos determina a magnitude da diferenciação de osteoclastos e da reabsorção óssea. • Após a reabsorção óssea na UMB, existe uma breve fase de inversão e então os osteoblastos adjacentes migram para a área reabsorvida e começam a depositar osteoide. Vários componentes do osteoide promovem uma mineralização lenta e controlada, um processo que remove Ca++ e Pi do sangue. • Conforme os osteoblastos são cercados e ficam aprisionados no osso, eles se transformam em osteócitos, que ficam situados em pequenos espaços chamados lacunas. Os osteócitos permanecem interconectados por processos celulares no interior dos canalículos e formam junções comunicantes com processos celulares adjacentes. • As novas camadas concêntricas de osso, juntamente com osteócitos interconectados e o canal central, são referidos coletivamente como o sistema haversiano ou ósteon. 12 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: Regulação de fosfato sérico pelo FGF23: • É um hormônio peptídico produzido pelos osteócitos, que regula o metabolismo de Pi. • O FGF23 liga-se a um complexo receptor nas células do túbulo proximal e, como PTH, inibe o NPT2 para promover a excreção de Pi. • Além da inibição da reabsorção de Pi, o FGF23 também inibe a expressão de 1alfa-hidroxilase no túbulo proximal, consequentemente inibindo a produção de 1,25-hidroxivitamina D e exacerbando a hipofosfatemia. Regulação pelos hormônios esteroides gonadais e adrenais: • Os hormônios esteroides gonadais e adrenais geram efeitos profundos sobre os ossos. • O 17beta-estradiol gera significativos efeitos anabólicos sobre os ossos e é um potente regulador da função de osteoblastos e osteoclastos. • O estrogênio promove a sobrevida de osteoblastos e a apoptose de osteoclastos, favorecendo, assim, a formação de ossos sobre a reabsorção. 13 Regulação hormonal do cálcio e fosfato: • Nas mulheres na pós-menopausa, a deficiência de estrogênio produz uma fase inicial de perda óssea rápida, que pode gerar a osteoporose pós-menopausa. Regulação fisiológica integrada do metabolismo de Ca++/Pi: • Desafio hipocalcêmico: Uma diminuição na concentração de cálcio sérica detectada pelo CaSR nas células principais da paratireoide estimula a secreção de PTH. • Nos rins, o PTH aumenta a reabsorção de Ca++ no túbulo distal e, em menor grau, no segmento ascendente espesso distal da alça de Henle. • No osso, a elevação de PTH estimula a expressão do RANKL por células da linhagem de osteoblastos, o que aumenta a atividade dos osteoclastos e provoca maior reabsorção óssea e liberação de Ca++ e Pi no sangue. • O PTH estimula a expressão da 1α-hidroxilase no túbulo renal proximal, consequentemente aumentando os níveis de 1,25-di- hidroxivitamina D. A 1,25-di-hidroxivitamina D estimula a absorção de Ca e Pi no intestino delgado e estimula a expressão do RANKL nos osteoblastos, amplificando, assim, o efeito do PTH sobre a reabsorção óssea. • Nos rins, o PTH inibe o NPT2 no túbulo proximal para reduzir a reabsorção de Pi e aumentar a eliminação de Pi, consequentemente compensando o Pi mobilizado dos ossos e dos intestinos. • Desafio hipofosfatêmico: Um baixo Pi sérico estimula a produção de 1,25-di-hidroxivitamina D nos rins, o que, por sua vez, mobiliza Ca e Pi no intestino. • A elevação de Ca++ suprime a secreção de PTH para prevenir hipercalcemia. Esta queda de PTH aumenta a reabsorção de Pi no túbulo proximal para ajudar a restaurar o Pi sérico. • Em um período de tempo mais longo, uma diminuição do Pi sérico inibirá a produção de FGF23, o que favorecerá a reabsorção de Pi no túbulo proximal. Estas respostas integradas permitem a correção da hipofosfatemia ao mesmo tempo em que a normocalcemia é mantida.
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