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N1 da disciplina DESIGN E ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA EAD

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N1 da disciplina "DESIGN E ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA
EAD"
Os materiais didáticos na EaD tiveram a princípio, um foco direcionado
somente na produção de conteúdo, pois no início os recursos eram limitados e a
capacidade de interação nessa modalidade de ensino, era de certa forma, restrita.
Com o tempo, os recursos evoluíram e tornaram-se mais interativos,
possibilitando uma maior conexão entre aluno e professor, progredindo para um
processo efetivo de ensino-aprendizagem.
Dentro da EaD, existem os chamados REA - Recursos Educacionais Abertos,
que podem ser definidos como "materiais de ensino, aprendizado e pesquisa,
fixados em qualquer suporte ou mídia, que estejam sob domínio público ou
licenciados de maneira aberta” (INICIATIVA..., 2020, on-line). Ou seja, são
conteúdos de possível utilização educativa, que podem ser acessados por quaisquer
usuários interessados, para múltiplas finalidades.
As metodologias de ensino dentro da EaD possibilitaram a existência de mais
de um tipo de profissional envolvido na criação, administração e processo de
conteúdo. Com a criação dos ambientes virtuais de aprendizagem, surgiu também a
necessidade de uma gama de profissionais para sua manutenção e para o efetivo de
sua funcionalidade, e entre eles estão os profissionais de Design Instrucional.
Barreiro (2016) descreve o design instrucional como o conjunto de atividades
envolvidas na formulação de uma ação educativa. Essa formulação muitas vezes
não é diretamente em um determinado conteúdo e sim em algum contexto que
envolve o processo educacional como um todo.
Definidos por Filatro (2008), apresentam-se três modelos de design
instrucional, fechado, aberto e contextualizado.
O modelo fechado tem uma tendência inflexível às necessidades dos alunos,
possui produção predeterminada que valoriza majoritariamente o conteúdo, e
interações automatizadas, características de um ensino tradicionalista. O segundo
modelo, aberto, é de certa forma antagonista ao primeiro, sendo mais flexível às
demandas dos estudantes por possuir ferramentas de avaliações sobre o próprio
modelo, mesmo que com o conteúdo já esteja previamente preparado, nesse
modelo é possível perceber maior interação do sistema em com os discentes. Já o
terceiro modelo, contextualizado, é focado em agregar os modelos anteriores,
fechado e aberto, em um formato que concilie a flexibilidade e organização para
suprir as necessidades dos alunos na utilização das ferramentas desenvolvidas,
porém, apresentando características personalizáveis no processo de
ensino-aprendizagem. Temos assim três modelos com focos diferentes, o primeiro é
conteudista, o segundo foca no processo educativo, e por fim um último modelo que
sugere que os anteriores podem interagir entre si se trabalhada a contextualização
de ambos.
No caso apresentado, temos uma instituição com relatos do que parece ser
um design instrucional fechado, com foco no conteúdo, e um modelo educacional
engessado de forma bastante tradicionalista. E pode-se observar que a evasão tem
se dado por esse motivo, afinal, com as características sociais dos dias de hoje,
vemos alunos com necessidades de modelos educacionais cada vez mais voltados
para um processo de aprendizagem mais interativo e flexível, que se adeque às
variadas rotinas e realidades.
De acordo com o que foi apresentado, a instituição do caso, poderia procurar
uma revisão de seus materiais para que de forma orgânica, começassem uma
transição de um modelo de design instrucional fechado para um modelo aberto, ou
melhor ainda, contextualizado, já que dessa forma, não seria de grande impacto com
os estudantes que já estão adaptados e fazem uso do material didático e plataforma
já existentes.
A instituição poderia se valer da pesquisa realizada e também aplicar novas
ferramentas de interação, para procurar saber de seus alunos, ex-alunos e de
estudantes interessados em ingressar nela, quais as necessidades reais desses
partindo para uma visão construtivista da educação.
Relativo ao construtivismo, “concebe o conhecimento como um processo
contínuo de construção, invenção e descoberta por parte do aluno, ressaltando a
importância de sua interação com os objetos e os outros seres humanos” (MAIA;
MATTAR, 2008, p. ?).
Assim, ao realizar esses levantamentos, a instituição poderia elaborar melhor
seus materiais, tornando-os mais atrativos, interativos e valer-se dessa prática
construtivista, para que seus conteúdos sejam condizentes com a realidade de seus
alunos.
Temos assim, os tipos de ações que devem ser tomadas pela instituição, mas
que precisam envolver não somente o design instrucional, como também todos os
profissionais envolvidos com a criação e a transmissão dos conteúdos de aula,
assim como agregar os valores e ideias dos alunos, para que o processo de
aprendizagem valorize não só o acadêmico, mas também as experiências do
processo ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARREIRO, R. M. C. Um breve panorama sobre o design instrucional. EaD em
Foco, v. 6, n. 2, p. 61-75, ago. 2016. Disponível em:
https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/375. Acesso em: 9
abr. 2021.
FILATRO, A. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2008.
INICIATIVA EDUCAÇÃO ABERTA. Perguntas frequentes. [2020]. Disponível em:
https://aberta.org.br/faq/. Acesso em: 9 abr. 2021.
MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EAD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/375
https://aberta.org.br/faq/

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