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Valéria da Silva Cavania Síntese e Purificação da Dibenzalcetona Relatório apresentado à disciplina de Química Orgânica Experimental, do Curso Superior de Licenciatura em Química da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD. Prof. Cristiane Storck Schwalm DOURADOS-MS 1. INTRODUÇÃO A dibenzalacetona é sintetizada através da condensação aldólica por meio de duas moléculas de benzaldeido e uma de acetona. Essas reações de condensação tem a presença de um composto carbonilíco, que atua como eletrófilo (benzaldeido) e de um ácido carbonado (acetona), a partir da qual se forma um nucleófilo, utilizando hidróxido de sódio como catalisador alcalino. Figura 1: Reação de formação da dibenzalacetona Fonte: Fonte: Síntese da dibenzalacetona. <http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalac etona.pdf> Se for utilizado outro composto carbonílico como ácido carbonado, sua acidez é devida normalmente a capacidade de formar íons enolatos estáveis. A deslocalização da carga de um íon enolato confere a esse uma estabilidade considerável. Um próton ligado a um átomo de carbono adjacente a uma função carbonila é considerado ácido pelo grupo eletronegativo adjacente. O ânion resultante está estabilizado pela formação de um íon enolato.[2] A reação de condensação aldólica cruzada ocorreu-se entre um enolato (derivado da acetona) e um composto carbonílico (derivado do aldeído) em meio básico. O mecanismo inicia-se com um ataque da base no hidrogênio alfa da acetona, formando um enolato que posteriormente ataca a carbonila de uma molécula de benzaldeído. Em seguida O- desprotona a água, formando um OH, produto formado por adição aldólica. Posteriormente ocorre o mesmo procedimento onde o enol formado ataca outra molécula de aldeído, indicando uma estequiometria 2:1 (benzaldeído/acetona). Após as duas etapas de adição aldólica, ocorre a etapa de eliminação através do mecanismo de eliminação unimolecular via base conjugada, onde na primeira etapa o próton é abstraído (antes da saída do grupo de saída). O intermediário é um carbânion estabilizado. A segunda etapa é a determinante da velocidade, somente o ânion participa http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf desta etapa. O grupo de saída não é perdido pelo material de partida e sim pela base conjugada dele. Como a etapa determinante da velocidade não é primeira etapa, ela depende da formação de uma espécie em etapas prévias.[1] Figura 2: Mecanismo da reação. Fonte: Síntese da dibenzalacetona. <http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalac etona.pdf> http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf 2. OBJETIVO O objetivo do experimento é sintetizar a dibenzalacetona voa condensação aldólica em meio básico, a partir do benzaldeido e da acetona numa estequiometria 2:1 e em seguida realizar uma recristalização com etanol a quente do produto e caracterizar aferindo o ponto de fusão. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais e Reagentes Na tabela 1 mostra os materiais e reagentes utilizados. Materiais Reagentes Erlenmeyer Béquer Funil de buchner Papel filtro Manta de aquecimento Conjunto para filtração a vácuo; Pipeta graduada; Barra magnética; Benzaldeído C7H6O Acetona C3H6O NaOH 10% Etanol C2H5OH Água destilada 3.2 Método Em um Erlenmeyer de 250 mL, foi adicionado 3,0 mL de benzaldeído, 1,15 mL de acetona e 25 mL de etanol. Em seguida, gota a gota sob agitação constante, 30 mL de uma solução NaOH 10% e manteve-se sob agitação durante 15 minutos. Precipitou-se um sólido amarelo que foi filtrado utilizando um funil de Buchner, e lavado com 3 porções de água destilada gelada. Na etapa de purificação, foi transferido o sólido amarelo que foi filtrado para um Erlenmeyer e recristalizou-se utilizando etanol 96% a quente. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como vimos no mecanismo a reação de condensação para a formação da dibenzalacetona, possui duas moléculas de benzaldeído reagindo com uma de acetona. Os dados de massa molar e densidade: Benzaldeído: MM= 106,12 g/mol; d=1,04 g/mL. Acetona: MM= 58,08 g/mol; d= 0,79 g/mL. A partir dos dados de densidade e massa molar dos reagentes é possível calcular o reagente limitante e em excesso da reação. O número de mol do benzaldeido é de 0,030 mol a partir dos 3,0 mL que foi usado para a reação, e o da acetona é de 0,016 mol, partindo dos 1,15 mL. Como se trata de uma reação 2:1, o reagente limitante nesse caso é o benzaldeido e o em excesso é a acetona, pelo cálculo podemos saber a quantidade necessária de acetona para reagir com o 0,030 mol de benzaldeido. Contudo não foi possível realizar a pesagem do produto após o processo de recristalização, porque foi utilizado muito etanol, (solvente a quente) na hora de dissolver o produto bruto reacional da dibenzalacetona, o certo seria adicionar a quantidade mínima e que seja suficiente para solubilizar o produto e quando tirasse o Erlenmeyer da chapa de aquecimento para resfriar a temperatura ambiente, recristalizasse, mas consequentemente não houve uma completa recristalização do produto, um erro de laboratório, eu me empolguei na hora de adicionar o solvente, professora. Para calcular a massa teórica da reação, é preciso conhecer o reagente limitante e o que está em excesso, assim, pelos cálculos é mostrado que a acetona está sendo o reagente em excesso e o benzaldeído o limitante. Benzaldeído- Massa molar: 106,12 g/mol. 𝑚 = 𝑑. 𝑣 𝑚 = 1,04 𝑔 𝑚𝐿 . 3,0 𝑚𝐿 𝑚 = 3,12 𝑔 É preciso saber desse dado em número de mol, logo, se utiliza a fórmula: 𝑁 = 𝑚 𝑀𝑀 𝑁 = 3,12 𝑔 106,12𝑔 𝑚𝑜𝑙 = ~0,03 mol de benzaldeído presente na reação. Acetona- Massa molar: 58,08 g/mol 𝑚 = 𝑑. 𝑣 𝑚 = 0,79 𝑔 𝑚𝐿 . 1,15 𝑚𝐿 𝑚 = 0,91 𝑔 É preciso saber desse dado em número de mol, logo, se utiliza a fórmula a mesma fórmula: 𝑁 = 𝑚 𝑀𝑀 𝑁 = 0,91 𝑔 58,08𝑔 𝑚𝑜𝑙 = ~0,016 mol de acetona presente na reação. Pela análise dimensional podemos saber a quantidade necessária de acetona para reagir com 0,03 mol de benzaldeído: 0,03 mol de benzaldeido . 1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎 2 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑧𝑎𝑙𝑑𝑒í𝑑𝑜 = 0,015 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎 Como vimos é necessário 0,015 mol de acetona para realizar a presente síntese, mas usou-se 0,016 mol. Portanto a acetona encontra-se em excesso e o benzaldeído atua como agente limitante. Dessa forma, tendo se o número de mol do reagente limitante, encontra-se o número de mol do produto, que é 0,015 mol, porque: 2 mol----1 mol 0,030----- X X= 0,015 mol de produto formado, e multiplicando pela massa molar da dibenzalacetona 234,29 g/mol, se tem de massa teórica 3,51 g. A síntese inicia-se com a adição da base gota a gota na solução para manter a concentração do enolato inicial,após a adição de 10 mL do NaOH 10% a reação passou de incolor para amarelo, indicando a formação do produto. Antes de chegar ao término de 30 mL formou-se um precipitado. Foi deixado o produto reagir durante 20 minutos sob agitação para que houvesse uma reação completa entre os materiais de partida, em seguida obteve-se um sólido amarelo que é a coloração do produto desejado, que foi submetido a filtração à vácuo para obter a dibenzalacetona. Lavou-se com água destilada para retirar o excesso da base presente na reação. A recristalização é uma técnica usada para purificar substâncias sólidas que consiste, essencialmente, em dissolver o composto e as suas impurezas em um solvente apropriado a quente, e em seguida é colocado para resfriar para que ocorra a precipitação na forma de cristais que depois são filtrados e secos. Após a obtenção da dibenzalacetona, realizou-se a purificação da mesma por meio da recristalização a quente com etanol 96%, mas no momento em que foi se adicionar o solvente, foi adicionado uma quantidade maior do que a necessária e assim, não houve a precipitação quando a solução foi resfriada. 5. CONCLUSÃO Concluiu-se que a prática para formação da dibenzalacetona é de suma importância, porque meio da reação é possível conhecer os processos de síntese e seu mecanismo e de uma reação que seja 2:1 na hora de se calcular o rendimento e o processo reacional de condensação aldólica que levaria a formação da dibenzalacetona em forma de cristais amarelos (mas foi observado a formação de outros grupos), mas não foi possível devido a quantidade excessiva de solvente a quente adicionado no produto bruto no momento da recristalização. = 6. REFERÊNCIAS [1] BRONDANI, P. B. Reações de eliminação. UFSC, 2015. Disponível em: <http://nuquiocat.quimica.blumenau.ufsc.br/files/2015/08/Rea%C3%A7%C3% B5es- de-Elimina%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acessado em: 19 de out. 2019. [2] Síntese da dibenzalacetona. <http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dib enzalacetona.pdf> [3] McMurry, J. Química Orgânica - Combo: Tradução da 9ª edição norte-americana. [Minha Biblioteca]. Retirado de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522125876/ http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf