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Insuficiência Respiratória e SRAG A Insuficiência Respiratória é caracterizada por ser a incapacidade do organismo captar O² ou eliminar CO² suficiente para suprir a demanda metabólica do organismo. A IR pode acontecer por alterações de cunho pulmonar e vias aéreas, alterações do SNC, alterações cardiovasculares, alterações neuromusculares e disfunção da parede torácica e da pleura. Classificação Tipo I: Hipoxêmica - A PaO² encontra-se <60 mmHg. Tipo II: Hipercápnica - Ocorre quando PaCO² >45 mmHg e pH < 7,35. Para diferenciar o tipo I do tipo II utiliza-se como parâmetro o GRADIENTE ALVÉOLO-CAPILAR, que representa a diferença de PAO² (oxigênio no alvéolo) e PaO² (oxigênio no sangue). Na insuficiência respiratória Hipoxêmica o gradiente estará >15 (elevado), já na Insuficiência respiratória Hipercápnica o gradiente encontra-se <15 (normal) IRpA Tipo I Acontece quando há prejuízo na difusão do oxigênio do alvéolo para o sangue. Os pacientes com esse tipo de IR apresentam a ventilação mantida (geralmente CO² é normal) Um dos mecanismos que geram esse tipo de IR é o distúrbio V/Q, ou seja, a dissociação entre a Ventilação (V) e a Perfusão (Q). Exemplos de distúrbios da ventilação e perfusão: ➔ Shunt (redução de ventilação com perfusão mantida): Atelectasia - um colapso dos alvéolos que deixa de ser ventilada, porém ainda continua sendo perfundida. ➔ Espaço morto: quando a ventilação está preservada, porém não há perfusão. Ex: Embolia Pulmonar ➔ Limitação da difusão de O² por quebra da membrana alvéolo-capilar. Ex: edema agudo de pulmão, inflamação intersticial, fibrose. ➔ Redução da FiO²: Exemplos como incêndios (em que há diminuição do O² no ar) e grandes altitudes (quanto maior a altitude, mais o ar fica rarefeito). IRpA Tipo II Distúrbio principal é ventilatório, ou seja, incapacidade do ar de entrar e sair do alvéolo. O gradiente alvéolo-capilar é normal, porém o acúmulo de CO² no sangue leva a redução do pH. Causas: - Redução do drive in respiratório: doenças neurológicas, TCE, AVC - Acometimento de vias aéreas: obstrução de vias aéreas, bronquite, enfisema - Doenças neuromusculares: afetam os músculos respiratórios, afetando a ventilação. Ex. ELA, Miastenia gravis, Síndrome de Guillain Barré. Quadro Clínico ➢ Alterações da consciência: agitação ou rebaixamento do nível de consciência ➢ Taquipneia, respiração paradoxal, uso de musculatura acessória ➢ MV diminuídos, estertores crepitantes e sibilos ➢ Cianose, sudorese, taquicardia Tratamento Atendimento inicial: verificar de vias aéreas estão obstruídas, nível de consciência, observar ventilação do paciente, ver PA e FC, instalar oximetria de pulso e realizar gasometria Instituir o suporte ventilatório apropriado: oxigenoterapia não invasiva ou invasiva. Tratar a causa base: broncodilatador, diurético, antibiótico. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) Lesão inflamatória aguda e difusa pulmonar que provoca aumento da permeabilidade vascular do pulmão, determinando aumento do seu peso e diminuição de tecido aerado. É uma forma grave de lesão pulmonar aguda. Caracterizada por: ● Edema pulmonar súbito e progressivo ● Infiltrados bilaterais na radiografia do tórax ● Hipoxemia que não corresponde à suplementação de oxigênio ● Ausência de pressão atrial esquerda elevada Critérios de Berlim - Tempo: início agudo (7 dias) - Imagem de Tórax: opacidades bilaterais não completamente explicadas por derrames, colapso lobar ou nódulos. - Origem do edema: insuficiência respiratória não complementamente explicada por ICC ou sobrecarga de fluídos - Hipoxemia: relação de PaO²/FiO² <200 Na tomografia observar: áreas mais brancas na parte inferior (base), com áreas pulmonares ainda ventiladas. Assim, é considerada heterogênea. Fisiopatologia A SRAG é uma consequência de lesão alveolar difusa. Toda lesão ativa a resposta inflamatória e liberação de mediadores celulares (macrófagos, neutrófilos) e químicos (citocinas, interleucinas, histamina). Com a chegada de mediadores inflamatórios, há um aumento da permeabilidade capilar no alvéolo, causando um desequilíbrio na pressão hidrostática e passagem de líquido para o alvéolo (inundação alveolar). Principais etiologias: - Pneumonia - Sepse - Aspiração Tratamento ● Ventilação protetora Administração de volume corrente de O² em pequenas quantidades (conceito de baby lung). Quanto mais volume você administra ao alvéolo, mais ele se distende e mais traumatizado ele fica Volume corrente: < 6mL/kg (usando o peso predito) Pressão Platô: < 30 cm H²0 Pressão de Pico: <50 cm H²0 Hipercapnia permissiva: pCO² <80 mmHg desde que pH >7,2 Peep: de acordo com a FiO² ● Terapia por Posição de Prona O efeito fisiológico mais importante da posição prona é a melhora da oxigenação, que ocorre em cerca de 70% a 80% dos pacientes com SRAG, Essa melhora da oxigenação pode ser atribuída a vários mecanismos que podem ocorrer isolados ou associados. Dentre eles, estão a diminuição dos fatores que contribuem para o colabamento alveolar, a redistribuição da ventilação alveolar e a redistribuição da perfusão. ● Terapias Farmacológicas - Bloqueador neuromuscular - Corticoides - BH negativo (uso de diurético)
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