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1 Brenda Carvalho Silva 3°P Estimasse que há milhões de infectados pela doença de chagas no Brasil Os casos se concentram principalmente na região norte e no Nordeste A tripanossomíase americana é também conhecida como doença de Chagas, em homenagem a Carlos Chagas, que descreveu o ciclo de vida inteiro do Trypanosoma cruzi em 1909. As formas de transmissão do agente etiológico da Doença de Chagas podem ocorrer por: o Vetores - Contato com fezes e/ou urina de barbeiro após a picada; o Oral - Consumo de alimentos contaminados com triatomíneo ou fezes; o Vertical - Por via transplacentária ou no parto; o Transfusional - Transfusão de sangue / transplante de órgãos; o Acidental - Acidente laboratorial, por contato da pele ferida ou mucosas com material contaminado; o Outras: A transmissão sexual pode ocorrer pelo potencial das mucosas para a transmissão, já sendo demostrada a transmissão em modelos animais e possibilidade de transmissão em humanos. Período de incubação o Transmissão vetorial 4 a 15 dias. o Transmissão oral de 3 a 22 dias. o Transmissão transfusional 30 a 40 dias ou mais. o Transmissão por acidentes laboratoriais até 20 dias após exposição. o Outras formas de transmissão não existem períodos de incubação de!nidos. O ciclo de vida envolve o deo (Triatoma, barbei o) como vetor, e rios. O Trypanosoma cruzi apresenta tre gios de desenvolvimento: o epimastigotas no interior do sistema digestório do vetor, estágios capazes de dividir-se, mas não de infectar células o tripomastigotas: nea que não se reproduzem, mas são muito infectantes, , o amastigota: um estágio no interior das células arredondado capaz de dividir- se, mas pouco infectantes para células 1 Brenda Carvalho Silva 3°P A. Representação esquemática da morfologia dos principais estágios encontrados ao longo do ciclo de vida de T. cruzi. Observe, em cada estágio, a posição relativa do núcleo e do flagelo; em amastigotas, o flagelo rudimentar não chega a emergir do bolso flagelar. B. Corte histológico que mostra ninho de amastigotas de T. cruzi na musculatura esquelética cardíaca (coloração: hematoxilina-eosina). C. Tripomastigota em esfregaço sanguíneo O ciclo de vida no barbeiro inicia com o de tripomastigotas no sa rio. No intestino do inseto, eles o, em tripomastigotas. Quando o inseto pica novamente, o l contaminado com suas fezes. Nas fezes de triatomíneos infectados encontram-se tripomastigotas metacíclicos capazes de penetrar o novo hospedeiro por pequenas lesões ou escarificações da pele ou pelas mucosas, mesmo íntegras lula hospedeira. Os amastigotas podem matar as lulas e causar inflamac lulas mononucleares. Para completar o ciclo, depois de um número variável de divisões celulares, amastigotas voltam a diferenciar-se em tripomastigotas, (passando por um estágio intermediário conhecido como epimastigota intracelular) Os tripomastigotas rompem a membrana plasmática da célula hospedeira e são liberados no meio extracelular. Uma vez fora da célula hospedeira, os tripomastigotas podem invadir células vizinhas ou atingir a corrente sanguínea, disseminando-se para outros órgãos e tecidos. A cada evacuação, um triatomíneo infectado elimina em média 50 a 300 tripomastigotas metacíclicos. A pessoa se torna infectada ao esfregar as fezes do inseto que contêm o parasito na picada ou nos olhos. Durante a fase aguda, ocorrem tripomastigotas no sangue e amastigotas intracelulares nos tecidos. Na fase cronica, o organismo persiste na forma amastigota. Doença de Chagas aguda (IgM): Quando o T.cruzi infecta células no local da inoculação, reproduzindo-se nelas e formando uma lesão inflamatória nodular localizada no local da picada, conhecida como chagoma, além de ocasionar, febre, indisposição, linfadenopatia, hepatomegalia (aumento do fígado) e esplenomegalia (aumento do baço), embora possa ser assintomática. O inchaço unilateral característico na pálpebra, que ocorre após o T. cruzi ser esfregado nos olhos, se chama sinal de Romaña. A fase aguda regride em aproximadamente dois meses A seguir, o microrganismo dissemina-se na corrente sangüínea, infectando células por todo o corpo, incluindo miócitos cardíacos podendo causar miocardite fatal. Doença de Chagas crônica (IgG): A doença crônica pode se desenvolver anos após a infecção aguda. Miocardite crônica e dilatação maciça do esôfago e cólon caracterizam essa fase da doença. Na doença de Chagas congênita, a infecção na gestante provoca a infecção da placenta e do feto, com aborto espontâneo subseqüente. Complicações crônicas irreversíveis incluem danos cardíacos (destroem a musculatura dos órgãos tornando-os flácidos), arritmia, aumento do esôfago (megaesôfago) e aumento do cólon (megacólon). Pode ocorrer meningoencefalite potencialmente fatal. gado, o bac ssea, especialmente em infecc es cro o ou destruic o dos nervos do plexo nas paredes do trato alimentar leva a megaesofago e megacolo, Na forma cardíaca, que acomete cerca de 20 a 30% dos indivíduos infectados ao fim de décadas de seguimento, a manifestação clínica mais comum é a 2 Brenda Carvalho Silva 3°P insuficiência cardíaca congestiva, acompanhada de alterações eletrocardiográficas típicas como o bloqueio completo do ramo direito e, frequentemente, o hemibloqueio anterior esquerdo. Em casos avançados, ocorre cardiomegalia. Arritmias complexas e morte súbita são relativamente comuns. Nas câmaras cardíacas (especialmente no ventrículo esquerdo) formam-se trombos que, ao se desprenderem, causam embolia sistêmica grave, como o acidente vascular cerebral isquêmico TRATAMENTo o nifurtimox, que mata tripomastigotas no sangue, embora seja menos eficaz contra amastigotas nos tecidos. O benzonidazol um rmaco alternativo. rmaco efetivo para a forma cronica. PREVENC O Uma das formas de controle é evitar que das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais por equipe técnica. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas. Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. Quando o morador encontrar triatomíneos no domicílio: o Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto; o Proteger a mão com luva ou saco plástico; o Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, com tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos; Em relação à transmissão oral, as principais medidas de prevenção são: o Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, com especial atenção ao local de manipulação de alimentos. 3 Brenda Carvalho Silva 3°P o Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos de processamento do alimento para evitar a contaminação acidental por vetores atraídos pela luz. Realizar ações de capacitação para manipuladores de alimentos e de profissionais de informação, educação e comunicação. As instituições de pesquisa vêm investindo em aplicativos gratuitos para a identificação de triatomíneos. A Fiocruz- Minas Gerais desenvolveu um aplicativo gratuito para identificação de triatomíneos, Triatokey, no qual o usuário responde perguntas sobre características visíveis do inseto a ser identificado. Fase aguda ou infeccao congenita Microscopia observação de tripomastigotas no sangue ou amastigotas no tecido (especialmente de tecido cardíaco) em exame a fresco em lâmina em gota espessa ou esfregaço corado Sorologia: não são os mais indicados para o diagnóstico de fase aguda. Ele detecta o parasito através de métodos parasitológicos (diretos ou indiretos) e pela presença de anticorpos no soro, através de testes sorológicos sendo os mais utilizados a imunofluorescência indireta (IFI), hemaglutinação indireta (HAI) e enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). o Detecção de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgG para confirmação, são necessárias duas coletas com intervalo mínimo de 15 dias entre uma e outra, sendo preferencialmente de execução pareada (inclusão da 1ª e da 2ª amostras no mesmo ensaio para efeitos comparativos). o Detecção de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgM é técnica complexa, e pode apresentar resultados falso-positivos em várias doenças febris. Para realizá-la, o paciente deve apresentar alterações clínicas compatíveis com DCA e história epidemiológica sugestiva. É mais adequada na fase aguda tardia, quando as repetições dos exames de pesquisa direta apresentarem resultados negativos. Artigo: Métodos de diagnóstico para a doença de Chagas: revisão da literatura de Daniela Ferreira Alves. Publicado em 2018 pela na revista brasileira de análise clinicas e disponível no update ELISA: esta técnica consiste em detectar anticorpos contra o parasita através da utilização de um segundo anticorpo (anti- imunoglobulina humana produzido em animais de laboratório). Este método oferece alta sensibilidade, utilização de baixas quantidades de soro, processamento simultâneo de várias amostras e, finalmente, fácil uso em trabalhos realizados em campo Hemocultura: existe uma grande variedade de meios de cultura nos quais o T. cruzi pode multiplicar-se abundantemente Xenodiagnóstico: é realizado em países endêmicos. Neste procedimento, barbeiros estéreis (não infectados), crescidos em laboratório, são deixados se alimentar em pessoas com suspeita de terem a doença de Chagas (a picada é indolor). Os barbeiros são levados ao laboratório, onde suas fezes são periodicamente analisadas ao microscópio quanto à presença do parasito. Imunofluorescência Indireta: amplamente empregada no diagnóstico laboratorial da doença de Chagas. O antígeno é preparado com formas epimastigotas de T. cruzi, que são coletadas da cultura. Os anticorpos do soro de pacientes são 4 Brenda Carvalho Silva 3°P colocados sobre uma lâmina contendo antígenos de T. cruzi. O uso deste método possui alta sensibilidade, regularidade dos resultados e processamento simultâneo de um grande número de amostras Hemaglutinação: consiste numa reação muito simples, mais rápida e sensível. É a detecção de anticorpos anti-T. cruzi no soro de indivíduos infectados. Baseia-se na aglutinação de hemácias de carneiro, recobertas com antígenos citoplasmáticos de T. cruzi em presença de soro que contenha anticorpos para este parasita. Havendo anticorpos antiantígenos de T. cruzi, os mesmos formarão ligações entre as hemácias, interagindo com os antígenos na sua superfície (placas de microtitulação). Reação em cadeia da polimerase (PCR) e outros métodos moleculares: podem detectar e quantificar o DNA do parasito no sangue com alta sensibilidade. Fase cronica Sorologia: níveis elevados de anticorpos IgG, na reação de imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta ou ELISA indicam infecção crônica. Resultados discordantes entre diferentes métodos ocorrem em 3% dos casos Xenodiagnóstico e hemocultura: têm sensibilidade relativamente baixa Reação em cadeia da polimerase (PCR) e outros métodos moleculares: podem detectar DNA do parasito no sangue ou em tecidos com razoável sensibilidade (50 a 90%), mas não são amplamente disponíveis em áreas endêmicas. Radioproteção é um conjunto de ações que visam proteger tanto as pessoas como o próprio meio ambiente de possíveis efeitos causados pelas radiações ionizantes. Ela analisa os diversos tipos de fontes de radiação, as diferentes radiações e modos de interação com a matéria viva ou inerte, as possíveis consequências e sequelas à saúde e riscos associados. Radiação é a propagação de energia, na forma de ondas eletromagnéticas ou de partículas. Radioatividade é o fenômeno pelo qual o núcleo de um átomo instável emite partículas e ondas para atingir a estabilidade. Para os átomos instáveis é uma busca constante se tornarem mais estáveis. Alfa, beta e gama são os principais tipos de radiação que o átomo emite na busca pela estabilidade. Entre os itens considerados pelas medidas de proteção radiológica atualmente estabelecidas são listadas questões referentes à preparação do ambiente de trabalho, tipo de vestimenta plumbifera que deve ser utilizada pelos profissionais durante as atividades da área, maneira correta de uso dos equipamentos utilizados, sinalização de aviso e devida comunicação entre profissionais e pacientes, além de uma série de outros pontos. Efeitos biologicos da radiacao Sabe-se que a radiação pode produzir efeitos em nível celular, causando sua morte ou modificação, devido aos danos causados nas fitas do ácido desoxirribonucleico (DNA) em um cromossomo. 5 Brenda Carvalho Silva 3°P Quando o número de células afetadas ou até mesmo mortas for grande o suficiente, a radiação poderá resultar na disfunção e morte do órgão. Geralmente, efeitos imediatos à saúde são evidentes através do diagnóstico de síndromes clinicamente verificadas nos indivíduos, e os efeitos tardios são verificados através de estudos epidemiológicos feitos pela observação do aumento da incidência da doença em uma população. O calor emitido pela radiação é tão forte que pode queimar bem mais do que a exposição prolongada ao sol. A ionização e fragmentação celular implicam em problemas de mutação genética durante a gestação de fetos, que nascem prematuramente ou, quando dentro do período de nove meses, nascem com graves problemas de má formação. Quimicamente falando, seria assim: as partículas radioativas têm alta energia cinética, ou seja, se movimentam rapidamente. Quando tais partículas atingem as células dentro do corpo, elas provocam a ionização celular. Células transformadas em íons podem remover elétrons, portanto, a ionização enfraquece as ligações. Panorama dos Povos Indígenas no país o Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI): 34 o Indígenas: 760.350 o Etnias: 311 o Aldeias: 6.238 o Casas de Apoio a Saúde Indígena (CASAI): 67 o Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI): 1.199 A Constituição Federal de 1988 representa uma conquista para esses povos, devido ao reconhecimento de sua cidadania e autonomia. Os indígenas são cidadãos, possuem todos os direitos do cidadão comum, além daqueles específicos garantidos pela Constituição. São garantidos o respeito à sua organização social, costumes, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens (CF/88 art.231). O Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas foi criado em 1999, por meio da Lei nº 9.836/99, conhecida como Lei Arouca. Ele é composto pelos Distritos Sanitários EspeciaisIndígenas/Dseis que se configuram em uma rede de serviços implantada nas terras indígenas para atender essa população, a partir de critérios geográficos, demográficos e culturais. Seguindo os princípios do SUS, esse subsistema considerou a participação indígena como uma premissa fundamental para o melhor controle e planejamento dos serviços, bem como uma forma de reforçar a autodeterminação desses povos. POLITICA NACIONAL DE ATENCAO A SAUDE DOS POVOS INDIGENAS O propósito dessa Política consiste em "(...) garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde 6 Brenda Carvalho Silva 3°P de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura (...)." Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes diretrizes de planejamento, implementação, avaliação e controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas: o Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam; o Atuação em contexto intercultural; o Monitoramento das ações o Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde; o Promoção do uso adequado e racional de medicamentos; o Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas; FUNAI Essa Fundação possui a missão institucional de coordenar a política indigenista do Estado brasileiro, bem como proteger e promover os direitos, em especial à terra, à preservação do meio ambiente e à promoção do desenvolvimento sustentável, que impactam nos determinantes do processo saúde-doença e na qualidade de vida desses povos. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) é responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as atribuições da SESAI destacam-se: desenvolver ações de atenção integral à saúde indígena e educação em saúde, em consonância com as políticas e os programas do SUS e observando as práticas de saúde tradicionais indígenas; e realizar ações de saneamento e edificações de saúde indígena. Art. 40. À Secretaria Especial de Saúde Indígena compete: FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. RUBIN, E., FARBER, J. L. Patologia. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2007. LEVINSON, W. Microbiologia e imunologia médicas. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016 -Brooks GF, Jawetz E, Melnick JL, Adelberg EA. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick e Adelberg, 26. ed. Porto Alegre: AMGH. 2014. BRASIL, Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico: doença de chagas. Secretaria de Vigilância em Saúde. 2020 BRASIL, Ministério da Saúde. Guia de vigilância em saúde: volume único. 2 ed. Secretaria de Vigilância em Saúde. 2017 ARTIGO: ALVES, Daniela Ferreira. Métodos de diagnóstico para a doença de Chagas: revisão da literatura. RBAC, v. 50, n. 4, p. 330-3, 2018.
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