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apostila eletrotermofoto corporal

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1 
 
1 Introdução 
 A eletroterapia é uma técnica que faz o uso de correntes elétricas com objetivos 
terapêuticos e estéticos. Essa terapia era utilizada para melhora de dores e 
desconfortos em pacientes. No início, peixes com cargas elétricas eram usados em 
indivíduos com gota; assim que ocorria a descarga de energia, sentia-se uma melhora 
na analgesia. Com o passar dos anos, as técnicas de eletroterapia foram se 
aprimorando, até chegar nos dias atuais, em que ela é utilizada para diversos 
tratamentos, incluindo os estéticos (ROSA; LOPES, 2018). 
 De modo geral, a eletroterapia tem o objetivo de realizar efeitos terapêuticos 
no tecido e, para isso, podem ser utilizados agentes físicos, que são materiais ou 
ações empregados para obter ou estimular uma resposta fisiológica no organismo 
(AGNE, 2013). Muitas vezes há um déficit de energia celular no organismo; devido a 
isso, necessita-se de uma fonte externa de energia para que haja uma energização e 
gere-se uma capacitância celular – ou seja, para que capacitem essas células a 
voltarem à sua homeostase. Para isso, são utilizados os agentes físicos terapêuticos 
(ROSA; LOPES, 2018). 
 Os agentes físicos podem ser ionizantes ou não ionizantes. Na Estética, utiliza-
se os agentes não ionizantes, como o ultrassom, o laser e a eletroterapia. A radiação 
desses equipamentos não causa a estimulação ou a formação de células tumorais, 
pois utiliza um espectro eletromagnético que não é capaz de romper uniões 
anatômicas (PEREIRA, 2014). 
 No entanto, mesmo que não causem ou estimulem células tumorais, pacientes 
que fazem ou passaram por tratamentos oncológicos, como quimioterapia são 
contraindicados para a técnica de eletroterapia. Isso ocorre porque, apesar de serem 
agentes não ionizantes, podem ser lesivos ao tecido (ROSA; LOPES, 2018). 
 Os agentes físicos ionizantes, por sua vez, utilizam um espectro de energia 
que é capaz de provocar alterações moleculares que podem causar lesões tanto no 
tecido quanto no DNA celular. São exemplos de equipamentos que utilizam radiação 
ionizante o raio X, raios gamas e a radioterapia, os quais tratam-se de agentes não 
terapêuticos que podem causar efeitos irreversíveis (PEREIRA, 2014). 
 Os agentes físicos não ionizantes podem utilizar formas de energia diferentes: 
elétrica, térmica, cinética, mecânica, sonora e luminosa. Sempre deve-se estar atento 
à energia e ao objetivo do equipamento. Abaixo, há alguns exemplos de recursos que 
utilizam esses diferentes tipos de energia (ROSA; LOPES, 2018): 
2 
 
1. Elétricos: microgalvanopuntura, microcorrentes, TENS, corrente russa e 
corrente aussie; 
2. Eletromagnético: radiofrequência; 
3. Mecânicos: vacuoterapia, endermoterapia, ondas de choque e plataformas 
vibratórias. A partir das ondas mecânicas, tem-se as ondas sonoras e, com 
isso, os equipamentos sonoros que geram essas ondas; 
4. Térmico: criolipólise; 
5. Luminosos: infravermelho, laser, LED e luz intensa pulsada (LIP). 
 Os agentes físicos causam uma interação física sobre o tecido (meio 
biológico); como consequência, tem-se os efeitos fisiológicos, os quais podem ser a 
nível de uma resposta primária, causando alterações bioquímicas, ou a nível celular. 
É possível que ocorram, também, respostas secundárias, que ocorrem a nível tissular 
e orgânico (AGNE, 2017). 
 Os equipamentos, quando bem utilizados, irão gerar respostas adequadas; no 
entanto, se houver alguma falha, como descalibração do equipamento ou erros de 
parâmetros, pode ser gerada uma resposta inadequada capaz de ocasionar lesões 
no tecido (AGNE, 2017). 
 A eletricidade é uma das formas básicas de energia que pode produzir efeitos 
sobre os tecidos biológicos. A eletroterapia consiste no uso de correntes elétricas 
dentro da terapêutica, e a eletroestética é a utilização da eletroterapia em alterações 
estéticas com o objetivo de melhorar as afecções (KITCHEN, 2003). 
 Antes de trabalhar com os equipamentos de eletroterapia, é necessário 
lembrar de alguns conceitos importantes, como (KITCHEN, 2003): 
- Átomos: são as menores moléculas do corpo, sendo formados pelos prótons, 
elétrons e nêutrons, que possuem diferentes cargas elétricas; 
- Atração e repulsão: moléculas com cargas elétricas possuem uma interação 
entre as cargas celulares. Energias contrárias se atraem e cargas do mesmo 
sinal se repulsam; 
- Campo elétrico: ao redor de todas as partículas carregadas ocorre um campo 
elétrico, e é através dele que a força elétrica das partículas carregadas é 
transmitida para as moléculas; 
- Corrente elétrica: a corrente pode ser definida como uma quantidade de carga 
(q) que se move por um condutor por unidade de tempo (t). A corrente elétrica 
pode ser medida por um amperímetro, sendo a sua unidade de medição o 
3 
 
Ampére (A). Na Estética, são utilizadas correntes elétricas menores que não 
causam lesões graves nos tecidos. 
 A corrente elétrica é o fluxo da carga elétrica, geralmente de elétrons (-); ou 
seja, o movimento de partículas carregadas através de um condutor em resposta a 
um campo elétrico aplicado. Para produzir uma corrente elétrica e uma interação 
entre o meio, é necessário ter partículas carregadas e meios condutores (MACHADO, 
2002). 
 Os íons em líquidos corporais são os meios condutores para a corrente 
elétrica. É necessário fazer a aplicação de uma força motriz nos equipamentos para 
mover essas partículas, que nada mais é do que as voltagens aplicadas nos 
equipamentos (MACHADO, 2002). 
 Devido aos íons presentes nos líquidos corporais serem os meios condutores 
para a corrente elétrica, tecido mais hidratados, ou seja, com uma maior quantidade 
de água, possuem uma melhor capacidade de conduzir a corrente elétrica. No corpo 
humano podemos encontrar meios que são bons condutores, médios condutores ou 
pouco condutores (MACHADO, 2002): 
1. Pouco condutores: osso, gordura, pele seca, pelos e unhas; 
2. Condutores médios: pele úmida, tensões, fáscias grossas e cartilagens; 
3. Bons condutores: sangue, linfa, líquidos corporais, músculos, vísceras e tecido 
nervoso. 
 Os tecidos biológicos contêm partículas carregadas em soluções na forma de 
íons, como, por exemplo, sódio (Na +), potássio (K +) ou cloreto. Por possuir íons 
livres que se movimentam quando expostos a correntes eletromotoras, o corpo 
humano, em geral, é um bom condutor. Devido à característica de bons condutores 
elétricos, os seres humanos possuem a sensação de choque (MACHADO, 2002). 
 Há diferentes tipos de correntes elétricas (AGNE, 2017): 
1. Correntes contínuas ou polarizadas: esse tipo de corrente elétrica possui um 
fluxo unidirecional e contínuo; um exemplo é a corrente galvânica. Possuir um 
fluxo unidirecional significa que a corrente permanece em apenas um polo – 
no positivo ou no negativo – sem sofrer alterações. Os dois polos possuem 
efeitos diferentes no corpo humano: o polo positivo repele a água, é 
anestésico, produz ácido, diminui o pH, e é vasoconstritor. Já o polo negativo 
tem como características: atrair a água, ser estimulante, produzir base, 
aumentar o pH e ser vasodilatador; 
4 
 
2. Corrente alternada: possui um fluxo bidirecional contínuo ou ininterrupto de 
partículas eletricamente carregadas. Esse tipo de corrente utiliza os dois polos 
(positivo e negativo) e oscila entre eles. É uma corrente bifásica ou bipolar; 
3. Corrente pulsada: contém três ou mais pulsos agrupados ao mesmo tempo. 
Esses pulsos são interrompidos por pequenos períodos de tempo e se repetem 
em intervalos regulares. O tempo de duração de pulso é o tempo de duração 
que a energia passa pelo tecido. 
 As correntes podem ter diferentes efeitos no tecido, que podem ser agrupados 
em: eletroquímicos – toda vez que a corrente entra no tecido gera um efeito e faz uma 
alteração química entre as células, resultandoem um efeito terapêutico –, motor, 
sensitivo ou de aporte energético (PEREIRA, 2014). 
Os tecidos biológicos possuem uma resistência à corrente elétrica, que 
depende da natureza desses tecidos e da frequência de estimulação; essa 
característica é conhecida como impedância. Quanto mais alta a frequência aplicada 
nos aparelhos, mais baixa a impedância em relação aos tecidos; ou seja, menor a 
resistência à corrente elétrica (PEREIRA, 2014). 
A impedância é variável e alguns fatores podem influenciá-la, podendo 
aumentá-la ou diminuí-la, como, por exemplo, temperatura, umidade, espessura da 
pele, suor, gordura e pilosidade. Ao aplicar uma corrente elétrica no paciente, o 
objetivo é ter uma baixa impedância para que essa corrente consiga passar pelos 
tecidos e gerar os efeitos desejados (MACHADO, 2002). 
Eletrodos, quando colocados em pontos errados, quando autoadesivos, ou 
quando os cabos não estiverem bem conectados, podem aumentar a impedância. 
Devido a isso, é necessário utilizar bons eletrodos – para isso, o profissional deve 
estar apto para aplicá-los, e eles devem ser bem acoplados no tecido (ROSA; LOPES, 
2018). 
Temperatura elevada, umidade, tecidos mais espessos, suor, gordura – pois é 
um mau condutor – e pilosidade são exemplos de fatores que aumentam a 
impedância (ROSA; LOPES, 2018). 
Além disso, é necessário saber a diferença entre três conceitos: capacitância, 
resistência e condutância. A capacitância é a propriedade que permite que um 
sistema armazene carga; resistência é a oposição ao movimento de partículas 
carregadas em um condutor; e condutância é a facilidade relativa com a qual as 
5 
 
partículas carregadas se movem em um meio, ou seja, a capacidade de um tecido ou 
célula de conduzir energia (MACHADO, 2002). 
 Além dos eletrodos, potência, frequência e intensidade são importantes 
parâmetros que devem ser ajustados corretamente nos equipamentos para se ter 
bons resultados. A potência dos equipamentos é a velocidade com que o aparelho 
converte a energia elétrica em trabalho, sendo medida em (W). Esse parâmetro indica 
qual é a quantidade de energia elétrica que é transformada em outro tipo de energia 
por unidade de tempo. Muitas vezes, a potência dos equipamentos já é pré-definida 
pelos fabricantes e não pode ser alterada (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2010). 
 A frequência está relacionada ao número de vezes que um fenômeno se repete 
em um intervalo de tempo, e a sua unidade de medida é em Hertz (Hz). Os 
equipamentos podem ser classificados em baixa, média e alta frequência (DINGLEY; 
FRANCIS, 2015). 
 A pele tem, como característica, agir como uma resistência linear e como um 
capacitor. Para “vencer” essa resistência, a intensidade do equipamento deve ser 
aumentada, o que pode causar uma sensação desagradável no paciente. A 
resistência capacitiva decresce à medida que se aumenta a frequência, ou seja, 
frequência mais altas estão relacionadas a menor resistência da pele. A frequência é 
inversamente proporcional à resistência: quanto maior, menos ela penetra no tecido, 
enquanto frequências mais baixas penetram mais profundamente (ROBINSON; 
SNYDER-MACKLER, 2010). 
 A intensidade da corrente elétrica consiste na quantidade de carga elétrica que 
atravessa a secção reta de um condutor na unidade de tempo, sendo representada 
pela vogal I, e sua unidade de medida é o ampére (A). O aumento da intensidade do 
estímulo proporciona alcance profundo da corrente no tecido (DINGLEY; FRANCIS, 
2015). 
 A dose é a quantidade de energia que o tecido irá receber por cm², ou seja, é 
o fluxo iônico que passa pelo eletrodo em direção à pele em um certo tempo. Quanto 
menor a amplitude da corrente, maior o tempo de aplicação para que a mesma 
quantidade de íon seja transferida, ou vice-versa. Ao aumentar muito a intensidade 
de um equipamento, deve-se diminuir o tempo da ação, pois altas doses por um tempo 
muito grande podem causar efeitos adversos nos pacientes (ROBINSON; SNYDER-
MACKLER, 2010). 
6 
 
 A densidade é a quantidade de energia que cada porção do tecido receberá 
(cm²). Essa energia deverá ser absorvida em quantidade suficiente para estimular ou 
inibir um sistema sem saturá-lo ou lesá-lo (PETRA et al., 2015). 
 Os eletrodos são os meios de contato com a pele, e são utilizados como forma 
de ligação entre o aparelho e o paciente para a aplicação da terapia. A dimensão, a 
constituição e a colocação dos eletrodos são, em geral, responsáveis por parte do 
êxito no resultado do tratamento. Quando não aplicados corretamente, podem levar 
ao desconforto e até a queimaduras ou lesões, em conjunto com parâmetros 
errôneos. Existem diferentes tipos de eletrodos (PETRA et al., 2015): 
- Eletrodos de placas de silicone: são aplicados com gel e precisam ser fixados 
no tecido para que fiquem bem posicionados. São reutilizáveis após a sua 
assepsia; 
- Eletrodos de placas autoadesivas: não precisam de gel, são reutilizáveis; 
- Esponjas: usados como passivos em terapêuticas que usam correntes 
elétricas com eletrodo ativo e outro ativo, e polos positivo e negativo. Deve ser 
umedecida em água e fixada com faixas ou fitas para fechar o campo elétrico; 
- Luvas: eletrodo no formato de luva, movimento ativo com as mãos do 
terapeuta; 
- Eletrodo de mão: caneta, bastão, rolo e gancho; 
- Agulha: aplicação subcutânea no tecido. É invasiva, no entanto, superficial; 
- Eletrodos de vidro: geralmente possuem um gás que gera uma corrente. 
 
A colocação do eletrodo irá depender de uma avaliação individual e de uma 
colocação correta, que varia de acordo com a corrente utilizada ou aparelho, além de 
levar em conta o objetivo do tratamento. Portanto, para aplicar recursos 
eletroterápicos, é preciso saber (PETRA et al., 2015): 
- Indicações; 
- Efeitos esperados; 
- Contraindicações; 
- Precauções; 
- Dosagens mínimas e máximas permitidas; 
- Efeitos adversos. 
Na eletroterapia, é necessário fazer uma boa avaliação dos pacientes antes de 
iniciar os tratamentos para evitar erros procedimentais, ter resultados efetivos, e não 
7 
 
ser surpreendido por resultados indesejáveis. Deve-se saber os reais benefícios das 
aplicações, e não se ater apenas ao manual do aparelho, pois os parâmetros devem 
ser adequados de acordo com os pacientes. Além disso, deve-se conhecer e entender 
a ação fisiológica da aplicação, garantindo resultados seguros e efetivos (DINGLEY; 
FRANCIS, 2015). 
 
2 Terapias a vácuo 
 As técnicas de ventosaterapia, endermoterapia e vacuoterapia possuem em 
comum a utilização do vácuo, ou seja, uma pressão negativa no tecido. Para esses 
recursos, são utilizadas manoplas diferentes com objetivos distintos no tecido 
(WEIDENHAMER; TRANQUILLO, 2013). 
 A ventosaterapia é a técnica que origina as outras. Ela é oriunda da medicina 
tradicional chinesa (MTC) que remonta pelo menos 2000 anos. Na medicina chinesa 
descobriram que colocando o fogo dentro de copos de saída única e aproximando da 
pele conseguiam criar um vácuo, dando origem, assim, à técnica de ventosaterapia 
(MOSELEY et al., 2007). 
 Atualmente, é um recurso muito utilizado, e os materiais usados podem ser de 
vidro, acrílico ou silicone. Ela pode ser aplicada com o auxílio de fogo ou aplicador de 
vácuo (WEIDENHAMER; TRANQUILLO, 2013). 
 Quando voltada à medicina tradicional chinesa, ela é avaliada a partir da 
coloração que o tecido fica após a aplicação das ventosas. Com base nessa 
coloração, os profissionais avaliam se o tecido está com muitas toxinas ou não, tendo 
em vista que, para a medicina tradicional chinesa, essa técnica tem a propriedade de 
limpar o sangue das toxinas acumuladas no organismo. A estagnação do sangue que 
fica escuro e sujo, nos músculos das costas ou articulações, é considerado pela MTC 
como um dos elementos causadores de doenças (MOSELEY et al., 2007). 
Através dos efeitos da ventosaterapia foi criada a endermologia, que é um 
método mecânicocom o objetivo de copiar as técnicas de massagem manual por 
meio de pressão negativa. Outro nome dado a essa técnica é LPG, em homenagem 
a quem criou esse aparelho, Louis-Paul Guitay (WEIDENHAMER; TRANQUILLO, 
2013). 
O equipamento de LPG possui rolos motorizados, os quais sugam os tecidos 
devido à pressão negativa e giram em lados opostos ou do mesmo lado. Esses rolos, 
ao girarem, fazem a massagem no tecido de forma mecânica (CHANG et al., 1998). 
8 
 
O equipamento possui uma mangueira de vácuo acoplada a motores 
separados para os dois rolos de massagem, que trata efetivamente a pele e o tecido. 
O uso desses aparelhos preconizam que, sob a pele, o paciente esteja usando uma 
malha de contenção corporal a fim de proporcionar higiene ao tratamento e atenuar 
possíveis desconfortos provocados pela formação da prega cutânea produzida 
através da força do vácuo, facilitar manobras e o deslizamento da manopla em todas 
as direções e manter a integridade do tecido conjuntivo (MOSELEY et al., 2007). 
 O equipamento de endermologia criado por Louis Paul Guitay é uma patente, 
e é chamado de Endermologie ®. Outros fabricantes criaram um equipamento com 
cabeçote parecido para não copiar exatamente o aparelho de LPG, tendo em vista 
que o mesmo é patenteado – esses equipamentos são chamados de endermologia 
(CHANG et al., 1998). 
 A diferença do equipamento de endermologia para o de Endermologie ® é que 
esse não possui rolos que giram de forma automática. Os rolos da endermologia se 
movimentam pela pressão feita no tecido, enquanto o de LPG é motorizado e sofre 
uma parametrização (MOSELEY et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Movimentos que os rolos do © LPG podem fazer no tecido 
 
 
9 
 
Fonte: MEZENCEVOVÁ et al., 2017. 
 
 Na aplicação da endermologia ou endermoterapia, não é necessária a malha 
de contenção, pois possuem uma aplicação menos agressiva que o LPG. Os 
cabeçotes desses equipamentos podem variar de tamanho, que se adaptam 
conforme a região a ser tratada. Além disso, os cabeçotes podem alterar de tamanho 
conforme os fabricantes (MOORTGAT et al., 2016). 
 A vacuoterapia é uma técnica que utiliza equipamentos com pressão negativa 
com os mesmos preceitos da endermoterapia, mas sua manopla não possui nenhum 
tipo de rolo. Os seus aplicadores são de plástico, acrílico ou vidro, podendo o 
profissional acompanhar a movimentação do tecido durante a aplicação. Essa técnica 
pode ser chamada, também, de eletrosucção (MEIRTE et al., 2016). 
 É uma técnica de aspiração que atua principalmente a nível hipodérmico, 
realizando uma massagem que utiliza pressão negativa. A profundidade da aplicação 
irá depender da pressão utilizada. As ponteiras utilizadas na vacuoterapia podem ser 
grandes ou pequenas de acordo com as regiões que forem tratadas (MEIRTE et al., 
2016). 
 
 
 
Figura 2 - A massagem a vácuo cria uma prega cutânea e faz a mobilização dessa 
prega. 
 
Fonte: MOORTGAT et al., 2016. 
 
 Tanto a vacuoterapia quanto a endermoterapia são consideradas técnicas de 
massagem mecânicas não invasivas que utilizam uma pressão negativa. Elas 
realizam a estimulação mecânica dos tecidos, causando estímulos teciduais os quais 
10 
 
iniciam com uma hiperemia, que aumenta a permeabilidade dos vasos e acaba por 
estimular os efeitos desejados da técnica (INNOCENZI; BALZANI; PANETTA, 2002). 
Estudos mostram o uso da terapia de vácuo para cicatrizes. Conforme a 
literatura, a técnica estimula os fibroblastos e, com isso, aumenta a produção de 
colágeno e elastina. No entanto, os estudos presentes utilizam o LPG, o qual possui 
um rolo motorizado e pode-se selecionar a frequência do equipamento. Devido a isso, 
é importante verificar os equipamentos presentes no mercado e analisar se eles 
possuem parametrizações ou não antes de iniciar qualquer tratamento com essas 
terapias (MEIRTE et al., 2016). 
 Todas as vezes em que há fibrose em algum tecido, há um aumento do tecido 
granular neste local, pois a fibrose é uma resposta do organismo a uma lesão ou 
inflamação. Ela ocorre quando existe um desequilíbrio da regeneração tecidual 
(MÁRQUEZ-REBOLLO et al., 2014). 
 Sempre que há uma inflamação, posteriormente se dá início ao processo de 
regeneração tecidual. Ao estimular o tecido, ocorre um estímulo fibroblástico, e esse 
fibroblasto promove a síntese de colágeno e elastina. Devido a esse processo, essas 
terapias podem ser utilizadas para afecções estéticas, como celulite e fibroses 
(MÁRQUEZ-REBOLLO et al., 2014). 
 A literatura comprova que a técnica de LPG causa um aumento de núcleos de 
fibroblastos, além da melhora da vascularização do tecido. Conforme um estudo, a 
liberação de fatores de crescimento causada por forças mecânicas é associada a um 
aumento significativo da matriz extracelular e aumento de colágeno tipo I, III, IV e XII, 
fibronectina, b-actina e tenascina-C (INNOCENZI et al., 2003). 
A estimulação mecânica é capaz de induzir mudanças a nível vascular e 
cutâneo através de fatores específicos de crescimento, como TGF-𝛽 e VEGF, 
ocorrendo proliferação do endotélio vascular. Um resultado importante observado 
com o uso dessa técnica é o aumento do número de fibroblastos e a diminuição do 
espaço intersticial, o que faz com que o tecido tenha uma melhor acomodação e é 
responsável pela melhora visual das cicatrizes (MAJANI; MAJANI, 2013). 
As forças de sucção geradas pela massagem a vácuo provocam uma série de 
forças mecânicas dentro dos tecidos. Esse efeito gera a apoptose de miofibroblastos, 
com isso, há uma parada da produção de colágeno e elastina, o que também causa 
uma melhora das cicatrizes hipertróficas e acúmulo de colágeno (MAJANI; MAJANI, 
2013). 
11 
 
O que irá definir o efeito da vacuoterapia será a parametrização dos 
equipamentos, pois, como já visto, a vacuoterapia pode ser utilizada para afecções 
distintas, como flacidez e cicatrizes, por exemplo. No primeiro caso, é necessária a 
estimulação do tecido para produção de novas fibras. No segundo, o objetivo é 
diminuir a produção de fibras elásticas e colágeno para melhora das cicatrizes; ou 
seja, são efeitos contrários. Por isso, a parametrização dos equipamentos é essencial 
ao fazer o procedimento estético (INNOCENZI; BALZANI; PANETTA, 2002). 
O estresse mecânico causado pela pressão negativa é capaz de alterar o 
fenótipo do fibroblasto, modificando a sua função normal para secretor. A nível 
epidérmico ocorre a indução do aumento da síntese de DNA e a proliferação de 
queratinócitos; já a nível dérmico ocorre a indução do aumento da proliferação de 
fibroblastos via aumento da síntese de DNA. Quando a aplicação do estresse 
mecânico cessa, os fibroblastos entram na fase de divisão G0 e G1 e a síntese do 
DNA diminui até ela parar totalmente (MARQUES et al., 2011). 
Os macrófagos que aparecem no início da resposta à cicatrização de feridas 
também são os principais produtores de TGF-ꞵ, que é, indiscutivelmente, um dos 
principais fatores de fibrose. Estudos sugeriram que a fonte celular de TGF-ꞵ1 
determina sua atividade com TGF-ꞵ1 derivado de macrófagos, geralmente mostrando 
atividade pró-fibrótica e cicatrizante e TGF-ꞵ1 secretado pelas células reguladoras 
CD4+T (células treg), funcionando como um anti-inflamatório e mediador antifibrótico. 
Toda vez que temos um controle dos fatores de crescimento há uma melhora do 
tecido (BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005). 
São efeitos das técnicas (MOORTGAT et al., 2016): 
- Vasodilatação e melhora do fluxo sanguíneo; 
- Perfusão e metabolismo dos tecidos; 
- Melhora da tonificação tissular; 
- Hidratação, oxigenação e nutrição celular; 
- Absorção de restos metabólicos; 
- Mobilização e reabsorção de gases e líquidos estagnados; 
- Analgesia tecidual e muscular; 
- Aumento do lúmen vascular; 
- Mecanotransdução: diminuição dos tecidos fibróticos; 
- Reorganização tecidual e diminuição fibrótica; 
12 
 
- Aumento de fibroblastose colágeno: parametrização de frequência nos 
equipamentos; 
- Estimulação e purificação dos gânglios linfáticos por efeito 
reflexo/simpático. 
 Toda vez que há vasodilatação em algum local, ocorre uma maior perfusão 
sanguínea e, consequentemente, uma melhor oxigenação e nutrição tecidual, que 
acaba por melhorar a hidratação do tecido também. Através da absorção de resíduos 
metabólicos há uma redução de líquidos estagnados por uma via reflexa do sistema, 
sendo este um efeito que ocorre de forma secundária (WEIDENHAMER; 
TRANQUILLO, 2013). 
 Outra técnica de ventosagem conhecida é a dermotonia, que é uma técnica 
aplicada de forma contínua ou pulsada para descongestionar os tecidos estimulando 
as zonas congestionadas, chamadas dermalgias. Nessa técnica são utilizados pontos 
de trabalho que usam as zonas reflexas de efeitos. Por exemplo, um paciente que 
possui dor na região ventral e, por algum motivo, não pode receber a aplicação nessa 
região específica – nesse caso, faz-se a técnica na região dorsal em um ponto 
específico que cause o efeito na região ventral, ou seja, em zonas reflexas de efeitos 
(MACHADO et al., 2013). 
 Através da dermotonia surgiram dois novos conceitos: depressomassagem e 
depressomassagem linfática, sendo que essa última acontece por via reflexa e é igual 
a drenagem linfática manual. São técnicas diferentes que podem ter como efeito a 
redução de edema e equimoses por conta da diminuição dos líquidos estagnados 
(MACHADO et al., 2013). 
 São indicações das técnicas que utilizam pressão negativa (ROSETTI, 2006): 
- Fibroses; 
- Cicatrizes fibróticas; 
- Celulite fibrótica; 
- Aderências; 
- Estrias; 
- Cicatrizes atróficas; 
- Cicatrizes hipertróficas; 
- Complemento às técnicas de remodelamento corporal: a vacuoterapia não 
causa lipólise adipocitária. Por isso, não deve ser a terapia principal para 
13 
 
diminuição de gordura localizada. Ela pode ser utilizada para remodelamento, 
e não emagrecimento; 
- Desordens musculares. 
Deve-se ter cuidado com cicatrizes queloideanas, pois quando aplicada a 
vacuoterapia pode ocorrer uma intercorrência e não gerar os efeitos desejados. 
Devido a isso, é extremamente importante avaliar corretamente a cicatriz, 
classificando-a como hipertrófica ou queloideana (MACHADO et al., 2013). 
 São contraindicações das técnicas que utilizam essa pressão negativa 
(ROSETTI, 2006): 
- Fragilidade vascular; 
- Tumores; 
- Aplicação em olhos ou ouvidos; 
- Hipertensão arterial não controlada: vácuo gera hiperemia que está associada 
ao aumento do fluxo sanguíneo; 
- Sobre útero gravídico; 
- Pacientes em tratamento com anticoagulantes; 
- Flebites e tromboflebites; 
- Pacientes com sensibilidade diminuída, pois não conseguem dar um feedback 
de dor. 
 Para evitar efeitos adversos ou então intercorrências nas técnicas é necessário 
ter conhecimento sobre os parâmetros que podem ser utilizados. O vácuo pode ser 
aplicado de forma contínua ou pulsada, sendo que na primeira forma ele gera uma 
pressão negativa intermitente no tecido (MAJANI; MAJANI, 2013). 
 A pressão negativa é medida em mmHg, sendo que a maioria dos autores 
recomendam que se utilize no máximo - 400 mmHg para uma aplicação segura. Essa 
pressão pode variar de 0 a - 400 mmHg, variando de acordo com o objetivo do 
tratamento e de como a pele do paciente irá reagir a essa pressão (WEIDENHAMER; 
TRANQUILLO, 2013). 
 O tempo de aplicação é variável. No equipamento sempre terá que elencar um 
período para que o mesmo comece a funcionar, no entanto, não há um tempo mínimo 
de aplicação. Alguns autores relatam que deve-se fazer o procedimento até alcançar 
a hiperemia, ou dependendo do objetivo da indicação e alteração estética 
(WEIDENHAMER; TRANQUILLO, 2013). 
14 
 
 A direção de aplicação também é variável e depende da alteração e do tecido. 
Por exemplo, devido ao colágeno ser uma molécula tridimensional, se o objetivo do 
tratamento é estimular a síntese de colágeno, deve-se fazer a aplicação do vácuo em 
todas as direções para redimensionar essas fibras e promover um estiramento desse 
tecido. Para remodelamento corporal, a aplicação irá variar conforme a região 
(TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
Para celulite e fibrose, os autores indicam que não se use meios deslizantes 
para que consiga fazer um adequado estiramento mecânico do tecido e realizar a 
reorganização tecidual e celular. Cuidar para não exercer uma pressão excessiva pois 
além de causar um estiramento muito grande, dificulta o movimento do paciente e o 
deslizamento da manopla (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 
 3 Microgalvanopuntura 
 Os efeitos fisiológicos da microgalvanopuntura iniciam com a produção de 
calor. Esse calor é gerado pelo atrito dos íons que são dispersos pelo eletrodo durante 
sua passagem pelo tecido, com os íons presentes no tecido biológico. Esse atrito gera 
um aumento de temperatura e a somatória dessa ação promove o chamado efeito 
Joule, ou seja, produção de calor local (BITENCOURT et al., 2016). 
 A aplicação da corrente contínua no tecido tende a gerar um efeito térmico e 
as respostas térmicas relacionadas a isso. Observa-se um aumento do metabolismo, 
que é decorrente da vasodilatação, e aumento da oxigenação e nutrição celular. Além 
disso, há um crescimento da ação de defesa do organismo, e devido à vasodilatação 
ocorre um aumento de elementos fagocitários, principalmente pelo polo negativo 
(FERREIRA et al., 2018). 
Conforme a corrente passa no tecido ocorrem modificações internas, devido à 
capacidade da corrente de fazer a atração e repulsão de íons. Geralmente os 
equipamentos possuem a cor dos eletrodos positivos e negativos padronizados, 
sendo o positivo indicado pela cor vermelha e o negativo pela cor preta 
(BITENCOURT et al., 2016). 
O polo positivo é responsável por repelir os íons positivos (anaforese), atrai 
íons negativos, causa efeitos analgésicos, sedantes, vasoconstritores, desidratantes, 
além de deter sangramentos, estimular a produção de ácidos, e com isso, reduzir o 
pH (FERREIRA et al., 2018). 
15 
 
Já o polo negativo é responsável por repelir os íons negativos (cataforese), 
atrair íons positivos, ter ação estimulante e irritante, causar vasodilatação, ser 
hidratante, causar sangramento, estimular a produção de base e consequentemente 
aumentar o pH (FERREIRA et al., 2018). 
 A corrente galvânica também pode ser utilizada para a técnica de desincruste, 
que faz o uso dessa corrente para remoção do sebo do tecido. Em 1952 foi criado o 
eletrolifting, com a finalidade de produzir um “levantamento” na pele e de estruturas 
adjacentes. O termo eletro deriva de eletricidade/corrente elétrica, e lifting tem origem 
inglesa, com significado de levantamento (BESSA; BESSA, 2019). 
 O objetivo da técnica é estimular a produção de colágeno através dos efeitos 
fisiológicos desencadeados pela aplicação da corrente galvânica. Com isso, pode 
melhorar afecções estéticas, como rugas, por exemplo. A técnica consiste na 
utilização da corrente galvânica, e na ponta do eletrodo usa-se uma “caneta”, sendo 
uma aplicação não invasiva, apenas sobre a pele, que pode gerar uma escoriação. 
Há algumas nomenclaturas correlatas que têm sido utilizadas em estudos, como: 
corrente contínua filtrada, galvanopuntura, microcorrente galvânica ou microcorrente 
galvânica invasiva (BESSA; BESSA, 2019). 
A microgalvanopuntura utiliza, na ponta da caneta, uma agulha fina que causa 
uma puntura no tecido para gerar uma inflamação controlada, aumentando a síntese 
de colágeno e elastina. O eletrodo ativo é a caneta, e o passivo é uma esponja dentro 
da qual há uma placa de metal. O eletrodo passivo deve ser embebido em água e ser 
colocado no paciente próximo à região de aplicação, e pode ser fixado com o auxílio 
de fitas (BESSA; BESSA, 2019). 
 
Figura 3 - Eletrodo ativo (caneta com agulha) e eletrodo passivo (conectado auma 
esponja) 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Manual do Equipamento Endstria. 
 
O estímulo físico da agulha desencadeia uma inflamação aguda localizada, 
não apresentando qualquer efeito sistêmico. No entanto, a intensidade e duração 
desse processo inflamatório depende da intensidade da corrente utilizada e da 
capacidade reacional do paciente (FIGUEIREDO et al., 2014). 
Há dois estímulos: o da punturação da agulha/injúria da agulha no tecido, e o 
que advém dos efeitos da corrente contínua que adentram no tecido juntamente com 
a água. O efeito do polo negativo é local, ocorrerá apenas onde for aplicada a 
punturação da agulha, mas a intensidade e a duração do processo inflamatório irá 
depender dos parâmetros utilizados e também do modo de aplicação. Por exemplo, 
se em uma estria pequena forem utilizadas 10 punturações, e em outra de tamanho 
e característica igual forem utilizadas 30, é certo que nesta última terá um processo 
inflamatório maior (SILVA et al., 2017). 
 Após a lesão, inicia-se um quadro de hiperemia e edema, desencadeados pela 
tensão, responsável pela vasodilatação e aumento da permeabilidade cutânea. 
Quando inserida na epiderme, a agulha provoca uma lesão traumática que irá ativar 
os mediadores inflamatórios que acionados interagem gerando respostas celulares e 
vasculares (GONDIM, 2012). 
 Essa técnica baseia-se tanto no estímulo físico provocado pela agulha, quanto 
na corrente galvânica propriamente dita que irão desencadear uma resposta 
inflamatória no tecido tratado e, consequentemente, estimulará a produção de 
colágeno (FIGUEIREDO et al., 2014). 
 É dito que a microgalvanopuntura é uma técnica não invasiva apenas 
superficial pois a agulha adentra somente na epiderme e, no máximo, atinge a derme, 
nunca chegando na hipoderme, no tecido muscular ou fáscia (HENEINE, 2010). 
17 
 
 Os efeitos da corrente microgalvânica consistem em promover alterações 
fisiológicas devido à ação da corrente sobre as proteínas que se encontram dispersas 
na substância fundamental na derme (OLIVEIRA, 2013) 
 Estas modificações ocorrem ao redor da agulha (polo ativo), atingindo o ponto 
isoelétrico de algumas proteínas, promovendo a sua precipitação para, 
consequentemente, ocorrer uma estabilização e incrementação proteica conforme 
forem realizadas as sessões de tratamento, reorganizando o tecido conjuntivo local 
(WHITE, 2008). 
 O padrão de aplicação após a sessão tende a ser o mesmo, no entanto, pode 
ter alterações devido às características da pele de cada paciente, e, também à 
intensidade e à duração da reação (OLIVEIRA, 2013). Com a aplicação de uma 
agulha através do polo negativo de uma corrente, temos a ação de uma inflamação 
controlada (aguda). É preciso que essa inflamação não se exacerba, pois pode gerar 
uma hipercromia pós-inflamatória e uma lesão tecidual. É uma lesão que é feita para 
estímulos celulares necessários que causem a regeneração tecidual (SILVA et al., 
2017). 
 Os efeitos se iniciam na vasodilatação, quando ocorre aumento da circulação 
sanguínea que aumenta a nutrição e oxigenação celular. Observa-se edema e 
aumento da permeabilidade dos vasos, por isso, após a aplicação, pode-se fazer a 
utilização de fármacos, pois a permeabilidade dos vasos estará aumentada. Através 
da neovascularização há também o estímulo dos fibroblastos e a síntese de colágeno 
e elastina, que causam o efeito de epitelização e o aumento dos constituintes da 
derme e epiderme, melhorando o aspecto estético da pele (FIGUEIREDO et al., 
2014). 
 A aplicação ou não de cosméticos varia conforme o objetivo do tratamento. A 
aplicação é feita a seco e após o procedimento é que se aplica os cosméticos (SILVA 
et al., 2017). 
 
São indicações da técnica (SILVA et al., 2017): 
- Estrias; 
- Cicatrizes atróficas. 
 
São contraindicações da técnica (RUSENHACK, 2004): 
- Uso de marca-passo ou pacientes cardiopatas; 
18 
 
- Uso de próteses metálicas; 
- Hipertensão não controlada; 
- Neoplasias; 
- Gestantes, em qualquer idade gestacional; 
- Processos inflamatórios ou infecciosos; 
- Sobre pele anestesiada; 
- Hipersensibilidade e/ou alergias; 
- Epilepsia ou patologias neurológicas que contraindicam o uso de corrente 
elétrica; 
- Pacientes com alterações de pele e predisposição a queloide; 
- Diabéticos, fumantes; 
- Drogas anestésicas; 
- Pós-peeling abrasivo (ácido); 
- Uso de corticoides e anti-inflamatórios: diminuem o efeito da terapia. 
 
 Em relação aos parâmetros da técnica, não há um padrão definido na literatura. 
Diversos autores indicam parâmetros diferentes para a técnica: 
- Silva (1999) orienta amperagem na faixa de 180 a 200 µA; 
- Silva (1977) indica 74 µA em peles sensíveis e 89 µA em peles resistentes; 
- Guirro e Guirro (2004) afirmam que a faixa ideal de tratamento é de 70 a 100 
µA. 
 De forma geral, a aplicação da microgalvanopuntura utiliza uma corrente 
contínua em que deve-se elencar um eletrodo ativo e um passivo, no qual, 
geralmente, o negativo é elencado como ativo, e o positivo é passivo. A intensidade 
que é utilizada normalmente varia de 100 a 400 µA (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
A frequência desta técnica é considerada baixa, pois vai até 1000 Hz. O tempo 
é elencado no equipamento para que o mesmo inicie o procedimento, no entanto, 
varia conforme o local de aplicação (RUSENHACK, 2004). 
 Na aplicação, uma agulha é conectada na caneta no eletrodo, que fica 
conectado no polo negativo da corrente contínua em microamperagem (µA). Para 
fechar o circuito tem-se o eletrodo dispersivo, que é conectado no polo positivo, o qual 
deve ser acoplado, também, ao corpo do paciente (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
19 
 
 Na aplicação, a caneta fica em uma angulação que varia de 25 a 45°, 
adentrando o tecido. Rusenhack (2004) descreveu quatro diferentes técnicas de 
aplicação da microgalvanopuntura: 
- Puntiforme (punturação): agulha inserida na pele de forma vertical em 
toda extensão do sulco, com profundidade de aproximadamente 1 mm; 
- Linear: agulha deve ser inserida obliquamente à pele com 
movimentação circular de levantamento, atingindo a profundidade entre 
2 mm e 3 mm; 
- Angulada tipo escama de peixe: nesta técnica a agulha deve ser 
inserida sobre as bordas da estria, alternando-se os lados 
obliquamente, podendo realizar o levantamento da pele; 
- Transversal: a agulha deve ser inserida de uma borda até a outra, 
levantando toda a superfície da pele. 
 
4 Microdermoabrasão 
 A técnica de microdermoabrasão pode ser encontrada na literatura com os 
seguintes nomes: microdermoabrasão, peeling diamantado ou de diamante, ou 
peeling de cristal. Ela tem como objetivo a renovação celular da capa córnea, sendo 
um de seus propósitos promover a aceleração da mitose celular fisiológica, que 
resulta em um tecido epitelial mais fino e saudável, além de controlar e até minimizar 
determinadas alterações cutâneas (ANDREWS; LEE; PRAUSNITZ, 2011). 
 A profundidade do procedimento, depende da intensidade de ação e do método 
escolhido. O nível de esfoliação, portanto, depende da pressão utilizada, do tipo de 
ponteira e do número de passadas na pele. O peeling pode ser classificado como 
superficial, médio ou profundo (ANDREWS; ZARNITSYN; BONDY; PRAUSNITZ, 
2011): 
- Peeling superficial: ocorre a remoção da capa córnea, sendo que após a 
aplicação ocorre um eritema leve; 
- Peeling médio: há remoção de mais camadas da epiderme, sem atingir a 
derme. Após a aplicação a pele fica com um eritema mais forte e prolongado; 
- Peeling profundo: a esfoliação atinge a derme papilar. É observado um orvalho 
sanguíneo, alcançando a junção derme/epiderme. 
 
Figura 4 - Profundidade dos peelings. 
20 
 
 
Fonte: Columbus Jain Plastic Surgery, 2021. 
 
 Os primeiros tipos de peelings mecânicos existentes eram chamados de 
dermoabrasão e, posteriormente, eles passaram a ser chamados de 
microdermoabrasão (GRIMES, 2005). 
 A dermoabrasãoé um procedimento aprovado pela FDA e foi introduzido pela 
primeira vez em 1985, sendo um método utilizado para tratar cicatrizes, acne e outras 
condições cosmético-dermatológicas (SPENCER, 2006). É um peeling invasivo, pois 
é realizado com uma lixa giratória que, quando em contato com a pele, remove as 
camadas, podendo chegar até a derme papilar, expondo a derme reticular, e o tecido 
fica extremamente edemaciado e avermelhado (GRIMES, 2005). 
 A dermoabrasão, no final da técnica, gera bastante sangramento, sendo 
necessário fazer o uso de um anestésico local, ter habilitação médica, com 
acompanhamento e cuidado home care. Por ser uma técnica que gera uma 
inflamação bem acentuada, os pacientes com fototipos V e VI são contraindicados, 
pois quanto mais melanócitos forem ativados maior será a possibilidade de aumento 
de máculas hiperpigmentadas ou hipopigmentadas (HILL, 2006). 
 É uma técnica que gera bastante desconforto devido à profundidade 
alcançada, além disso, o paciente precisa se afastar das suas funções após fazer a 
técnica, pois são necessários diversos cuidados no pós-procedimento (HILL, 2006). 
 Posteriormente à dermoabrasão, surgiu a microdermoabrasão. Esta é uma 
técnica de esfoliação, não cirúrgica, passível de controle do terapeuta, podendo ser 
executada de forma não invasiva e superficial. Nesta técnica o pós-procedimento é 
21 
 
mais brando; o paciente precisa ter cuidados, no entanto, a técnica não é tão 
agressiva e o mesmo não necessita se afastar das suas funções (FABBROCINI, 
2010). 
 A profundidade atingida na aplicação será determinada pela técnica, potência 
e número de vezes em que será passado o peeling sobre a mesma região. A 
microdermoabrasão tem duas divisões: o peeling diamantado e o peeling de cristal. 
Ela pode ser eficaz no tratamento de cicatrizes e produzir clinicamente melhorias na 
aparência da pele (GRERRA; KAMEI; BURKLE, 2013). 
 São efeitos da microdermoabrasão (KARIMIPOUR et al., 2005): 
- Renovação celular (mitose celular); 
- Afinamento da capa córnea e do tecido epitelial; 
- Incremento no aporte sanguíneo: tecido apresenta hiperemia, vasodilatação 
após o procedimento, aumentando a oxigenação e nutrição celular; 
- A técnica causa uma lesão que desencadeará uma reação inflamatória aguda 
localizada, atuando sobre os fibroblastos, estimulando-os na síntese de 
colágeno e elastina. 
 O peeling de cristal utiliza a combinação de vácuo e cristal, utilizando uma 
caneta e óxido de alumínio. Essa caneta é acoplada na saída do aparelho de vácuo. 
Os microgrânulos de óxido de alumínio são jateados pela pressão positiva (+) do 
equipamento, sobre a superfície cutânea, a uma velocidade passível de controle, a 
fim de provocar uma erosão na pele. Ao mesmo tempo o equipamento suga, através 
da pressão negativa (-), os resquícios dos microcristais e de células córneas 
(KARIMIPOUR et al., 2005). 
 A regeneração tecidual ocorre de forma mais rápida se comparada com a 
dermoabrasão. Além disso, a abrasão é menos regular e precisa. Deve-se ter 
cuidado, pois pode ocorrer a incrustação de cristais na pele e dificultar a visualização 
do nível de esfoliação em pacientes que têm óstios dilatados, por exemplo (GRERRA; 
KAMEI; BURKLE, 2013). 
 Devido a essa possibilidade dos cristais incrustarem na pele do paciente, o 
profissional deve ter o cuidado de, durante a aplicação, ir fazendo a remoção da 
sujidade causada pelo cristal. Além disso, deve-se cuidar para os cristais não 
penetrarem no olho do paciente (GRERRA; KAMEI; BURKLE, 2013). 
22 
 
 Já o peeling de diamante é um acessório do equipamento de vácuo, constituído 
por uma caneta de vidro ou acrílico, e ponteiras diamantadas de diferentes 
granulometrias, ou seja, de grânulos esfoliantes (BHALLA; THAMI, 2006). 
 Na ponta da caneta são acopladas as ponteiras diamantadas que, ao serem 
passadas no tecido, causam o lixamento mecânico. Para conseguir o lixamento, a 
ponteira deve estar em contato com a pele, tendo cuidado para não causar lesões no 
paciente devido a uma força excessiva por parte do profissional (BHALLA; THAMI, 
2006). 
Essa técnica apresenta somente a utilização da pressão negativa (ajustável), 
proporcionando a rotação da lixa que, ao entrar em contato com a pele, vai sugá-la 
suavemente e promover esfoliação mecânica. O lixamento será efetuado através dos 
movimentos realizados pelo terapeuta, que deve manter a manopla em contato com 
a pele. As lixas podem variar de 20 a 200 micras, sendo que quanto menor a 
micragem maior será a abrasão (KARIMIPOUR; KARIMIPOUR; ORRINGER, 2010). 
 No peeling de diamante é possível visualizar a profundidade da esfoliação, já 
que não ficam resíduos sobre a pele. Deve-se ter cuidado em regiões de contorno ou 
muito profundas, pois podem ser de difícil acesso pelas lixas (GRERRA; KAMEI; 
BURKLE, 2013). 
A ponteira de diamante de 75 micras é a ponteira de maior diâmetro, a de 100 
micras é a intermediária e a de 150-200 micras é a ponteira de menor diâmetro 
(KARIMIPOUR; KARIMIPOUR; ORRINGER, 2010). 
Os efeitos do peeling têm como resultado um afinamento da pele, a tornando 
mais lisa e uniforme. Em um primeiro momento, há uma diminuição do estrato córneo 
e, após, uma inflamação controlada, com aumento dos elementos da derme e 
produção de colágeno e elastina. Além disso, há a remoção de sujidades e 
oleosidade, desde que este seja o objetivo do tratamento. Outro efeito que pode ser 
observado após o peeling é o clareamento das camadas mais superficiais da 
epiderme (KARIMIPOUR; KARIMIPOUR; ORRINGER, 2010). 
Após a microdermoabrasão, mudanças histológicas na pele são observáveis, 
como o estrato córneo compactado, a epiderme mais lisa, aumento da espessura 
dérmica com produção de novo colágeno e elastina e aumento da hidratação da pele 
com melhora da função de barreira epidérmica (COIMBRA et. al 2004; 
BERARDESCA et al 1998). 
 São indicações da microdermoabrasão (GRIMES, 2005): 
23 
 
- Pré-tratamento/preparação da pele para outros procedimentos; 
- Correção de sulcos e rugas; 
- Sequelas de acne; 
- Hiperqueratoses; 
- Pseudofoliculite: cuidar para não ser uma foliculite, pois nesta última há uma 
bactéria fazendo a inflamação que pode piorar após a microdermoabrasão. 
Portanto, é extremamente importante uma adequada avaliação dos pacientes; 
- Discromias: pode ser um recurso complementar para as discromias, mas 
apenas a microdermoabrasão não irá gerar resultados efetivos. 
 
São contraindicações do peeling (GRIMES, 2012): 
- Infecções ativas; 
- Acne pustulosa; 
- Herpes simples e zoster; 
- Lesões abertas; 
- Verrugas; 
- Rosácea e telangiectasias (fragilidade capilar); 
- Uso da Isotretinoína (aplicação somente após 6 meses da descontinuação do 
uso). 
 
 Em relação aos parâmetros utilizados, os autores divergem quanto à pressão, 
no entanto, o profissional precisa utilizar o linear entre o mínimo e o máximo já 
estudado. Na literatura, é recomendado que não se deve ultrapassar os 400 mmHg 
(ZHOU, 2011). 
 Alguns autores na literatura recomendam: 
-380 mmHg, 3 passadas (HERNANDEZ-PEREZ, 2001); 
-110 a -220 mmHg, passadas com 5 a 30 segundos (FUJIMOTO, 2005); 
-150 a -250 mmHg, passadas de 3 a 10 segundos (LEE, 2006); 
-180 mmHg, 2 passadas em cada região (FREEDMAN, 2009); 
-300 mmHg, 7 passadas (GILL, 2009); 
15 mmHg, 10 passadas (ZHOU, 2011). 
Em relação ao modo de aplicação também não há uma regra, no entanto, deve-
se ter uma aplicação uniforme. As passadas variam de acordo com a pressão 
24 
 
utilizada. Além disso, há algumas diferenças entre os peeling de cristal e de diamante 
(GRIMES, 2012): 
- Peeling de cristal: a caneta deve ser apenas encontrada na pele e deslizada, 
tendo uma uniformidade no deslizamento; 
- Peeling de diamante: cuidar da gramatura das ponteiras, e ter cuidado com a 
pressão da mão também. 
 
 5 Microagulhamento 
 O microagulhamento é um recurso bastante antigo que sebaseia na técnica 
cutânea de acupuntura chinesa. O objetivo do método era o descongestionamento 
energético. Em 1960, o microagulhamento foi inspiração para a acupuntura na 
França, visando efeitos diversos no organismo (ALSTER; GRAHAM, 2017). 
 Na França, existia a técnica chamada de Nappage, que era o 
microagulhamento utilizado juntamente com a utilização de fármacos para promover 
o rejuvenescimento facial. Em 1995 foi descrita a técnica de subcisão ou agulhamento 
dérmico para cicatrizes deprimidas ou cicatrizes atróficas, e em 1997 um equipamento 
semelhante ao utilizado para fazer tatuagens começou a ser utilizado para tratar a 
aparência e textura de cicatrizes. Em 2002, Dermond Fernandes publicou um artigo 
científico com a técnica de terapia de indução de colágeno. Em 2006, Fernandes criou 
um dispositivo chamado de Dermaroller ® (LIMA; LIMA; TAKANO, 2013). 
A partir da criação do Dermaroller ®, outras marcas começaram a produzir 
diferentes tipos de roller; atualmente; no mercado há diversos tipos de roller. O 
microagulhamento pode ser encontrado por outras nomenclaturas na literatura 
científica, como: indução percutânea de colágeno, Collagen Induction Therapy, 
técnica de roller e roller (LIMA; LIMA; TAKANO, 2013). 
A técnica de microagulhamento consiste em gerar pequenas perfurações na 
pele com agulhas a fim de gerar microcanais, no entanto, sem danificar a derme, 
gerando, assim, uma lesão controlada que estimula a liberação de fatores de 
crescimentos para aumentar a síntese de colágeno e elastina. Esses microcanais 
criados com o microagulhamento se fecham após um período de tempo (ALSTER; 
GRAHAM, 2017). 
 O tamanho das agulhas pode variar de 0,2 a 3,0 mm, e esse tamanho e o 
comprimento das agulhas está relacionado aos efeitos gerados no tecido. Quanto 
menor o tamanho da agulha, menor será o efeito, e quanto maior, maior o efeito. O 
25 
 
tamanho da agulha deve ser escolhido de acordo com o objetivo, com o tecido que 
será feita a técnica, e também de acordo com a experiência do profissional (ARORA; 
GUPTA, 2012). 
 Em uma pele mais espessa, para conseguir chegar a uma inflamação 
controlada no tecido, será necessário utilizar um tamanho de agulha maior; no 
entanto, em peles mais sensíveis, ou de algum paciente que realiza limpeza de pele 
frequente, utiliza-se tamanhos menores. Portanto, a classificação dos efeitos do 
microagulhamento advém do tamanho das agulhas que serão utilizadas (LIMA; LIMA; 
TAKANO, 2013). 
 Agulhas de até 0,3 mm têm seus efeitos associados ao uso de cosméticos, ou 
seja, elas não são capazes de gerar uma inflamação necessária para gerar a ativação 
de fibroblastos e estimular a síntese de colágeno e elastina. Portanto, este tamanho 
de agulha é utilizado para a permeação de ativos, pois, devido ao microagulhamento 
abrir microcanais, a penetração dos ativos é facilitada de forma mais invasiva na pele, 
sem gerar inflamação (EL - DOMYATI et al., 2015). 
 Agulhas acima de 0,5 a 1,5 mm são utilizadas com objetivos terapêuticos, pois 
são capazes de gerar uma inflamação controlada. Agulhas acima de 2,0 mm são de 
uso médico, pois o tecido necessita estar bem anestesiado e o ambiente precisa estar 
totalmente estéril. Devido a isso, na Estética, utiliza-se agulhas com até 2,00 mm de 
comprimento (EL - DOMYATI et al., 2015). 
 Na literatura é possível encontrar estudos com excelentes resultados a partir 
do uso de agulhas de comprimentos menores, então, não significa que apenas 
agulhas com comprimentos maiores e que gerem uma inflamação maior terão 
resultados efetivos. A inflamação ocorre de acordo, também, com a técnica 
profissional adotada (ALBANO;PEREIRA;ASSIS, 2018). 
 Além disso, é necessário que o profissional tenha em mente que, ao gerar uma 
lesão, ele precisa saber controlá-la para alcançar os resultados esperados. Portanto, 
se o profissional ainda não tem experiência suficiente para controlar uma inflamação 
muito grande, o mesmo deverá iniciar o microagulhamento com agulhas menores que 
gerem uma inflamação menos agressiva (ALSTER; GRAHAM, 2017). 
 O mecanismo de ação do microagulhamento se divide em dois: uso de 
cosméticos e uso terapêutico para indução percutânea de colágeno através da 
resposta do processo inflamatório, facilitando o sistema de acesso ou drug delivery 
(LEE et al., 2006). 
26 
 
 O drug delivery é feito após a aplicação das agulhas, pois, assim que os 
microcanais são gerados, a penetração dos princípios ativos é facilitada, já que não 
precisarão passar pela resistência epidérmica, conseguindo chegar até uma camada 
mais profunda. Conforme a literatura, os microcanais ficam abertos na pele entre 18 
e 24 horas, após isso se fecham. Portanto, quando é feito drug delivery, deve-se 
cuidar com o princípio ativo a ser utilizado (LEE et al., 2006). 
 Quando o drug delivery é associado ao microagulhamento, é preciso atentar 
aos processos alérgicos ou a uma maior sensibilidade que podem ser gerados no 
paciente. Para isso, deve-se utilizar produtos estéreis e monodoses. Portanto, não se 
deve utilizar produtos já abertos anteriormente na clínica, e cuidar para produzir os 
ativos sem perfumes e pigmentos para evitar esses processos alérgicos ou de 
hipersensibilidade. Conforme a literatura, há um aumento de 80% até 500% na 
penetração dos ativos após a técnica de microagulhamento (ARORA; GUPTA, 2012). 
Sabe-se que o microagulhamento causa uma lesão no tecido que tem, por 
objetivo, fazer com que o tecido se recupere e se regenere melhorando seu aspecto. 
No entanto, é importante saber diferenciar os conceitos de reparo tecidual e 
cicatrização (ALBANO; PEREIRA; ASSIS, 2018). 
 O reparo tecidual refere-se à substituição do tecido lesado por outro 
semelhante ao anterior à lesão. Já na cicatrização, o reparo pode gerar uma cicatriz 
normotrófica, atrófica ou hipertrófica. Portanto, o microagulhamento busca pelo reparo 
tecidual, e não a cicatrização (ALBANO; PEREIRA; ASSIS, 2018). 
 O controle na aplicação da técnica é o que determinará o efeito gerado e como 
o tecido irá fazer a regeneração. Quando se utiliza agulhas muito grandes para tecido 
muitos finos, passadas excessivas e uma força excessiva, pode ser que essa lesão 
gerará uma resposta de cicatrização, e não de reparo tecidual, por isso é importante 
o profissional ter muito cuidado durante a aplicação (LIMA et al, 2013). 
 A técnica de microagulhamento, então, realiza microperfurações na pele e 
como resultado ocorre uma resposta pós-traumática, liberando plaquetas que 
produzem uma série de fatores de crescimento que vão atuar na produção de 
colágeno (LIMA et al, 2013). 
 A indução de colágeno ocorre pela ação das agulhas que rompem a barreira 
cutânea e induzem a liberação de citocinas, que provocam vasodilatação na derme e 
migração dos queratinócitos para restaurar a epiderme. Isso gera uma resposta pós-
27 
 
traumática que promove um aumento dos fatores de crescimento na região (ALBANO; 
PEREIRA; ASSIS, 2018). 
 Essa resposta desencadeia uma cascata de fatores inflamatórios que 
estimulam a liberação dos fatores de crescimento. A neovascularização e a 
neocolagênese ocorrem secundariamente à migração e à proliferação de fibroblastos. 
A partir da lesão cutânea, uma rede de fibronectina é formada, gerando a matriz para 
a deposição de colágeno tipo III, que eventualmente é substituída pelo colágeno tipo 
I (LIMA et al, 2013). 
 A neovascularização e a neocolagênese ocorrem através da ativação dos 
fatores de crescimento endotelial vascular, fator de crescimento epidérmico e 
regulação de aumento de GAGs (LIMA et al, 2013). 
 Os fatores de crescimento são substâncias que, em conjunto com os 
hormônios e neurotransmissores, desempenham um papel na comunicação 
intercelular e têm como funções: regular a mitose, auxiliar na sobrevivência tecidual 
(em algum momento que a célula morre o tecido precisa repor essas células de forma 
ágil e eficaz),estimular a migração (são os fatores de crescimento que determinam 
quais células precisam ir para cada local, tanto para estimular a produção de 
componentes celulares ou então para parar essa produção) e apoptose (LIEBL; 
KLOTH, 2012). 
 As agulhas com comprimento mínimo de 0,5 mm são capazes de causar a 
perda da integridade da barreira cutânea, causar a dissociação de queratinócitos 
(abertura da pele para permeação dos ativos), liberação de citocinas, vasodilatação 
dérmica (tecido fica com hiperemia e edemacioso), migração de queratinócitos para 
restaurar o dano epidérmico (AUST et al., 2008). 
A resposta inflamatória ocorre a partir desse processo, e, com isso, ocorre a 
reparação tecidual e melhora da afecção estética. Inicialmente, após a lesão, as 
plaquetas e neutrófilos recrutados estimulam a liberação de fatores de crescimento, 
incluindo a transformação fator de crescimento alfa (TGF-ⲁ), TGF-beta (ꞵ) e derivados 
de plaquetas fator de crescimento (PDGF), que facilitam a produção e propagação de 
proteínas da matriz intercelular (MCCRUDDEN et al., 2015). 
 A primeira fase é a de hemostasia ou tampão na qual o tecido irá gerar o 
acúmulo de plaquetas e neutrófilos para fechar a abertura da lesão, fazendo com que 
o tecido pare de sangrar, impedindo a entrada de microrganismos indesejáveis. Essa 
28 
 
migração das plaquetas e neutrófilos faz também a ativação de fatores de 
crescimento que vão iniciar todo o reparo tecidual. Período de duração: 20 a 30 
minutos após a aplicação da agulha no tecido. Essas fases ocorrem sempre que o 
tecido for lesionado (AUST et al., 2008). 
 Após isso, monócitos, queratinócitos e fibroblastos continuam sendo 
influenciados pela liberação de fatores de crescimento e como resultado a matriz é 
formada. Isso começa logo após a hemostasia, é a fase da inflamação. A duração 
dessa fase depende do tamanho da agulha utilizada, conforme já discutido 
anteriormente. Pode durar de 48 até 72 horas, de acordo com a lesão e técnica 
utilizada após o procedimento. Os macrófagos e a liberação de fatores de crescimento 
irão iniciar todo o reparo (LIEBL; KLOTH, 2012). 
 Após, os fibroblastos finalmente depositam o colágeno. Nessa fase os 
fibroblastos recebem a informação da produção e iniciam a produção de colágeno e 
elastina. O organismo do paciente precisa estar apto para a produção de colágeno e 
elastina (LIEBL; KLOTH, 2012). 
A técnica faz uma ativação, informando o tecido que precisa de uma produção 
desse componente para por exemplo, corrigir a afecção estética. Se o paciente não 
faz ingestão de água e não faz uma boa alimentação, os efeitos da técnica serão 
minimizados e os efeitos observados podem não ser os desejados. Conforme a 
proliferação celular acontece, o tecido novo preenche essas falhas (LIMA et al, 2013). 
Por fim, o tecido novo se estabiliza e matura, recupera o tecido lesionado e 
deixa a afecção estética com uma aparência melhor. Então, ocorre a conversão do 
colágeno tipo III em colágeno I, resultando em aperto da pele (LIMA et al, 2013). 
Toda a vez que se aplica a técnica de lesão inicia-se a fase da inflamação, e, 
somente a partir disso, é calculado o período que a técnica deve ser reaplicada no 
paciente. Portanto, devido ao período da inflamação variar em torno de 21 a 28 dias, 
esse é o intervalo de cada sessão (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 Outros estudos propõem que o potencial de repouso da membrana elétrica das 
células é de aproximadamente -70 mV e, quando as agulhas se aproximam da 
membrana, o potencial elétrico interno aumenta rapidamente e isso desencadeia o 
aumento da atividade celular e a liberação de várias proteínas, potássio e fatores de 
crescimento das células para o exterior, levando à migração de fibroblastos para o 
local da lesão e, portanto, à indução de colágeno (LIEBL et. al, 2010). Para que ocorra 
29 
 
uma reparação tecidual correta, devem ocorrer estímulos através de mediadores 
químicos e fatores de crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Potencial de repouso da membrana elétrica das células. 
 
Fonte: LIEBL et. al, 2010. 
 
Figura 6 - Curto circuito dos campos elétricos após a injúria pela agulha. 
 
 
Fonte: LIEBL et. al, 2010. 
 
Figura 7 - Bomba Na/K é ativada. 
30 
 
 
Fonte: LIEBL et. al, 2010. 
 
Figura 8 - O potencial da ação aumentado resulta em um estímulo elétrico. 
 
Fonte: LIEBL et. al, 2010. 
 
Os fatores de crescimento são os maiores estimuladores positivos para que as 
células se proliferem, no entanto, esse processo não pode ocorrer de forma 
descontrolada, e para controlar esse crescimento existem certos mediadores que 
freiam esse efeito. O equilíbrio nesse processo é o que permite uma reparação 
tecidual correta (LIEBL; KLOTH, 2012). 
 As indicações do microagulhamento incluem cicatrizes de acne, rítides 
periorbitais e periorais, flacidez da pele, cicatrizes pós-traumáticas e estrias distensas. 
As indicações vão de acordo com os efeitos que o microagulhamento causa no tecido. 
Por exemplo, o aumento da permeação de ativos ou medicamentos pode ser utilizado 
para linhas de expressão e rugas, hiperpigmentação, estrias, cicatrizes de 
queimaduras, alopecia, flacidez tecidual (ALSTER; GRAHAM, 2017). 
31 
 
 Alguns cuidados devem ser tomados ao realizar a técnica de 
microagulhamento, principalmente em peles sensíveis, gestantes, pacientes com 
diabetes mellitus controlado, em telangiectasias, pacientes com herpes simples 
(microagulhamento pode piorar o quadro de herpes), rosácea na fase crônica (pode 
ser ativada com o microagulhamento), e peles muito finas. Em peles sensíveis e muito 
finas, o tamanho das agulhas deve ser adequado, não se deve utilizar agulhas muito 
grandes. Sempre deve-se pensar no risco-benefício de aplicar a técnica em pacientes 
que possuem alguma dessas características acima descritas (TASSINARY; 
SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 As contraindicações do microagulhamento incluem: neoplasias de pele, 
ceratose solar, verrugas, qualquer infecção na pele, uso de anticoagulantes (em 
pacientes que usam anticoagulante a fase de hemostasia pode não ser completada e 
o tampão plaquetário pode não se formar, prejudicando a ação do 
microagulhamento), quimioterapia, radioterapia ou corticoterapia, diabetes mellitus 
descontrolado, rosácea na fase ativa, acne na fase ativa, isotretinoína oral (com 
pausa menor que 6 meses), pele queimada ou lesionada (EL-DOMYATI; MEDHAT, 
2013). 
 Em relação aos equipamentos e suas especificações, o primeiro equipamento 
desenvolvido foi o roller, da marca Dermaroller®, no entanto, atualmente existem 
diversos dispositivos para venda no mercado. Porém, para ter uma segurança na 
utilização da técnica, deve-se utilizar apenas dispositivos registrados na Anvisa 
(ALSTER; GRAHAM, 2018). 
O formato, a coloração e o design dos dispositivos variam conforme a marca, 
no entanto, todos são dotados de um cabo que geralmente é de policarbonato e ABS 
e na ponta possuem um rolo com microagulhas encravadas, geralmente feitas de aço 
inoxidável ou titânio (ALSTER; GRAHAM, 2018). 
Como esses equipamentos possuem agulhas, com peças não desmontáveis é 
proibido o reprocessamento do mesmo, ou seja, são de uso único. No Brasil, é 
proibido esterilizar o roller ou reutilizá-lo. Já foi verificado em estudos que a 
esterilização do roller em autoclave ou através do ultrassom fez com que as agulhas 
perdessem o corte, e a capacidade de rolagem do equipamento ficou comprometida 
(ARORA; NAIR, 2014). 
 Devido a isso, os equipamentos vêm lacrados e previamente esterilizados. 
Após o uso devem ser descartados corretamente em lixos perfurocortantes que 
32 
 
devem ser coletados, posteriormente, por uma empresa especializada (ARORA; 
NAIR, 2014). 
 Atualmente, no mercado, existe a caneta elétrica, que é um dispositivo que 
pode ser utilizado no lugar do roller. A caneta, diferentemente do roller, utilizaagulhas e guias descartáveis para ajustar o comprimento das agulhas. As ponteiras 
de cada refil podem conter 2, 3, 7, 12 ou 36 agulhas (ARORA; GUPTA, 2012). 
 Este dispositivo é automático e funciona por movimento perpendicular da 
agulha que penetra na profundidade requerida. As agulhas ficam dentro da guia que 
delimita o comprimento da agulha e essa ponteira é descartável. Apenas isso é 
descartável, a caneta não. Além disso, é possível ajustar o comprimento do tamanho 
da agulha, ou seja, com a mesma ponteira pode realizar a aplicação para mais de 
uma alteração, de acordo com a região e anatomia tratada (SINGH; YADAV, 2016). 
 A aplicação da técnica depende da técnica, aptidão e experiência do 
profissional, e não existe um consenso sobre qual é a melhor maneira de aplicar, no 
entanto, o que é recomendado pela literatura científica é que sejam feitas de 10 a 15 
passadas em cada direção. O aparelho é passado sobre a pele, em diversas direções, 
criando orifícios (GARCIA, 2013). 
 Na literatura sugere-se uma pressão vertical de 6 N, no máximo 15 passadas 
na mesma região. Para medir a pressão pode-se utilizar um dinamômetro para 
acostumar a mão a essa pressão. Na caneta a pressão é semelhante. O tamanho 
das agulhas ou a largura do roller dependerá do objetivo do tratamento e do tamanho 
da área a ser tratada (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 As reações esperadas após o microagulhamento são: edema, eritema, 
sensação de calor e queimação de pele, repuxamento da pele. Após o procedimento 
não necessariamente a região deverá sangrar, isso irá variar de acordo com a região 
aplicada, da força e do tamanho da agulha. Não é regra que, para ter os efeitos 
desejados, é necessário sangrar (EL - DOMYATI et al., 2015). 
 Como complicações das técnicas, devido a dispositivos inadequados ou, 
então, à má conduta profissional, podem ocorrer cortes, arranhões, hematomas, 
ativação de herpes e rosácea, acne, edemas graves, contaminação, infecções ou 
cicatrizes hipertróficas ou queloides (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 Antes de iniciar o microagulhamento a pele precisa ser preparada e, para isso, 
é preciso fazer uma correta anamnese e avaliação e então montar um protocolo 
personalizado de atendimento. Um exemplo de preparação de pele feita é uma 
33 
 
limpeza de pele prévia, hidratação, esfoliação e revitalização (ALBANO; PEREIRA; 
ASSIS, 2018). 
 A aplicação da técnica consiste na preparação do profissional e do paciente, 
higienização da região, muitas vezes é necessário dessensibilização da região, 
antissepsia e posteriormente a aplicação do roller. Após o procedimento, pode-se 
aplicar algum cosmético com um ativo de interesse que pode ajudar a chegar nos 
efeitos esperados, e, por fim, o descarte do material contaminado (TASSINARY; 
SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 Após a aplicação o paciente deve seguir algumas recomendações, como 
(TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019): 
- Não se expor ao sol, piscina, mar, sauna por 24 horas; 
- Evitar exposição solar pelo período do tratamento; 
- Não usar secador com ar quente ou prancha nas primeiras 24 horas e cuidar 
o uso após; 
- Não passar as mãos na região da aplicação; 
- Não deixar animais de estimação ou crianças tocarem na região; 
- Não usar maquiagem por 24 horas; 
- Não usar filtro solar por 4 horas – o mais indicado é esperar 24 horas; 
- Não usar nenhum produto sem o consentimento do profissional. 
 
6 Plataforma Vibratória 
 
 O uso da vibração como terapêutica para pacientes foi relatado pela primeira 
vez em 1936, no qual um médico utilizou uma cama acoplada a motores que 
produziam vibrações a fim de melhorar a vascularização de pacientes acamados. A 
partir de então, foi verificado que a vibração dos tecidos gera efeitos benéficos aos 
indivíduos (MARÍN, 2011). 
 Após, em 1949, foi utilizada uma cama vibratória em pacientes que ficaram por 
longos períodos em internação estática. A partir da utilização da vibração para, 
principalmente, pacientes acamados, em 1960 foi desenvolvido o primeiro 
equipamento que utilizava vibração mecânica em múltiplas direções em pacientes 
que sofriam de nevralgias e atrofia muscular (BOARO et al., 2011). 
A vibração também começou a ser utilizada em astronautas com o objetivo de 
reduzir a atrofia muscular e redução da densidade óssea que os acomete devido à 
34 
 
ausência da gravidade. Até a atualidade, algumas agências espaciais utilizam um 
treinamento vibratório como parte do programa de treinamento físico dos astronautas 
(HALLAL; MARQUES; GONÇALVES, 2010). 
 Em 1999, Guus Van der Meer desenvolveu um equipamento portátil com a 
tecnologia da vibração que pudesse ser aplicado ao treinamento físico. A partir de 
2000 ele passou a produzir plataformas vibratórias comercialmente, denominando-as 
de Power Plate (MARÍN, 2011). 
 Quando o paciente é colocado na plataforma vibratória, ocorre um 
favorecimento do aumento da força muscular. A estimulação da vibração mecânica 
pode ser um meio seguro e eficiente de melhorar a força muscular e o equilíbrio 
corporal. A geração mecânica é de baixa amplitude e de alta frequência. Alta 
frequência significa que um evento se repete inúmeras vezes em um determinado 
intervalo de tempo, já a baixa frequência se repete menos vezes em um determinado 
intervalo de tempo (JUNIOR; BARONI; VAZ, 2012). 
 A vibração é tida como uma flutuação mecânica que ocorre em um ponto de 
equilíbrio. O movimento se repete em um intervalo de tempo regulado. As vibrações 
são um tipo de onda mecânica, ou seja, necessitam de um meio material para 
propagar a sua energia (MARÍN, 2011). 
 A vibração não ocorre de qualquer forma. A intensidade da vibração é 
determinada através da amplitude das ondas produzidas durante o deslocamento e 
da frequência. A amplitude é medida em milímetros (mm) e a frequência em Hertz 
(Hz) (SAVOIA et al., 2013). 
As plataformas vibratórias produzem ondas senoidais que podem ser 
categorizadas em dois tipos: sistema com vibrações verticais e sistema com vibrações 
oscilatórias. Nas clínicas de Estética o equipamento que deve ser utilizado é o de 
vibrações verticais (ZAIDELL et al., 2013) 
A plataforma que causa o oscilatório é como se fosse uma gangorra, faz um 
movimento de oscilação, ou seja, quando uma das extremidades desce a outra sobe 
e vice-versa. A frequência varia de 1 a 30 Hz e a amplitude média de 10 a 15 mm 
(ZAIDELL et al., 2013) 
Já a plataforma vibratória faz com que a vibração da placa ocorra no 
equipamento inteiro, a fim de que a vibração seja igual em todos os pontos. A 
frequência utilizada varia de 5 e 45 Hz e a amplitude média de 1 a 10 mm (SAVOIA 
et al., 2013). 
35 
 
A ação mecânica de vibração é realizada para produzir rápidas e curtas 
mudanças no comprimento do complexo músculo - tendíneo. Quando ocorre uma 
vibração, o componente muscular é ativado gerando efeitos fisiológicos no corpo, 
ocorrendo o reflexo tônico à vibração: um eixo central do músculo recebe a vibração 
que estimula os fusos musculares que fazem a ativação de um grupo muscular como 
um todo (JUNIOR; BARONI; VAZ, 2012). 
 Estima-se que em um treino convencional, apenas 40% das fibras musculares 
por músculo são ativadas, enquanto que na plataforma vibratória, as vibrações fazem 
com que 95% a 97% das fibras musculares sejam envolvidas. Com isso, é possível 
estimular músculos posturais e estabilizadores mais profundos que às vezes não são 
estimulados por exercícios convencionais (CARDINALE; BOSCO, 2003). 
 Com a plataforma o paciente pode realizar um movimento passivo, no qual o 
ele apenas recebe a vibração ou ativo, faz também algum movimento (MARÍN, 2011). 
A vibração extracorpórea que gera uma ativação dos fusos musculares gera 
uma ativação de todo um grupo muscular que antes ou não estava sendo recrutado 
ou não estava sendo recrutado totalmente. A reação à vibração não é apenas 
biomecânica, poisa plataforma vibratória alia a combinação de respostas dos 
sistemas músculo-esquelético, cardiovascular, endócrino e nervoso (BENÍTEZ et al., 
2015). 
A flexibilidade é vista após a aplicação da plataforma vibratória, trazendo 
benefícios para o corpo como um todo. As vibrações provocam contrações, alterações 
no comprimento da unidade músculo-tendão, dos músculos e um recrutamento maior 
de fibras musculares (MARÍN, 2011). 
O estímulo no músculo agonista local faz o antagonista relaxar. Na plataforma, 
como ela atua com o aumento da capacidade das fibras musculares, causa um 
estímulo muito maior dos agonistas e, por isso, ocorre um aumento da flexibilidade 
desses músculos (CARDINALE; BOSCO, 2003). 
 A plataforma vibratória gera efeitos agudos e também, crônicos. como efeitos, 
além da melhora da capacidade da musculatura, já foi verificado que a plataforma 
gerou redução na pressão arterial em indivíduos jovens saudáveis, aumento do fluxo 
sanguíneo local, melhora da densidade mineral óssea, entre outros (HALLAL; 
MARQUES; GONÇALVES, 2010). No entanto, para gerar efeitos a plataforma deve 
ser parametrizada corretamente e os movimentos devem ser realizados com cuidado. 
36 
 
 Foi observado que o uso da plataforma pode gerar respostas hormonais, como 
liberação natural do hormônio do crescimento e da testosterona que são fatores 
importantes no estímulo do aumento da massa muscular. Um estudo, utilizando 
vibração de 30 Hz durante 25 minutos, observou ligeira redução de glicose plasmática 
e concentrações aumentadas de norepinefrina (DI GIMINIANI et al., 2009). Além da 
resposta hormonal, a plataforma pode ser utilizada em complementarização para 
tratamentos de gordura localizada (SAVOIA et al., 2013). 
 Os efeitos da plataforma vibratória no corpo humano podem depender das 
configurações de vibração, como frequência, amplitude e duração da sessão e tipos 
de exercícios realizados na plataforma, como a sua intensidade e volume. Em 
resumo, são efeitos da plataforma vibratória (SAVOIA et al., 2013): 
- Recrutamento de fibras musculares; 
- Ganho de flexibilidade; 
- Aumento da força; 
- Melhora da densidade óssea; 
- Incremento da circulação; 
- Ativação do metabolismo; 
- Aumento na produção hormonal; 
- Oxidação de ácidos graxos. 
A vibração utilizada em excesso também pode gerar efeitos adversos no 
organismo. Grandes cargas vibratórias já foram relacionadas a dores no peito, 
sangramento gastrointestinal, desordens neurológicas, danos a articulações e ossos 
e hipertrofia das paredes dos vasos sanguíneos, o que resultou em estreitamento dos 
mesmos (JORDAN et al., 2005). 
São contraindicações da plataforma vibratória (SAVOIA et al., 2013): 
- Gestantes; 
- Trombose aguda; 
- Doenças cardiovasculares; 
- Próteses nos quadris ou joelhos; 
- Hérnia de disco, discopatia ou espondilolistese; 
- Doenças músculo-esqueléticas; 
- Inflamações agudas; 
- Portadores de marca-passo; 
- Pessoas com descolamento de retina. 
37 
 
Em relação à parametrização dos equipamentos, deve-se ajustar a amplitude, 
frequência, tempo e definir os exercícios. Em relação à amplitude, que representa o 
deslocamento que o movimento realiza e é expressa em milímetros, sabe-se que 
entre 2 a 4 mm se consegue uma obtenção de aumento na contração voluntária 
máxima isométrica (MARÍN, 2011). 
A frequência, que representa o número de vezes que o movimento se repete 
no período de um segundo, é medida em Hertz (Hz) e em geral permanece abaixo de 
50 Hz, sendo comum a utilização dentro do intervalo de 25 a 45 Hz. Vale ressaltar 
que cada parte do corpo humano possui uma frequência própria, portanto, a 
frequência pode ser modificada conforme o objetivo e a área tratada (MARÍN, 2011). 
Em relação ao tempo de tratamento, foi observado que após 1 minuto de séries 
vibracionais já se obtém aumento da força muscular. E quando o estímulo for 
prolongado, atingindo 5 até 6 minutos ininterruptos, observou-se o contrário, uma 
diminuição de desempenho neuromuscular (MARÍN, 2011). 
Estudos indicam que se deve flexionar os joelhos, o quadril e os tornozelos. O 
peso corporal deve ser depositado sobre o antepé, evitando a aplicação dos estímulos 
mecânicos diretamente sob os calcanhares (TASSINARY; SINIGAGLIA; 
SINIGAGLIA, 2019). 
Resumindo, a frequência usualmente utilizada varia de 25 a 45 Hz, a amplitude 
de 2 a 4 mm, o tempo do estímulo de 30 segundos até 5 minutos, podendo ter 
intervalos, sendo o tempo total entre 10 e 40 minutos. E os exercícios são variáveis, 
dependendo do objetivo do procedimento e da região a ser tratada (TASSINARY; 
SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 
 
7 Criolipólise 
 
 A criolipólise foi inicialmente estudada por dois dermatologistas, que 
basearam-se no conhecimento de que os tecidos ricos em gordura são mais 
suscetíveis ao frio do que os tecidos adjacentes. Quando crianças consumiam muito 
picolés e alimentos gelados, foi verificado uma diminuição do volume de gordura dos 
lábios, e a isso, se deu o nome de paniculite do picolé. Além disso, mulheres que 
utilizavam calças justas e praticavam equitação sob clima gelado, também foi 
38 
 
observado que tinham uma diminuição da camada de gordura da região de dentro da 
coxa (JALIAN; AVRAM, 2013). 
 A criolipólise, portanto, tem os preceitos da paniculite, que são doenças 
caracterizadas por inflamação do tecido adiposo subcutâneo, devido a isso, quando 
é feita a criolipólise, se chama de paniculite fria (HUNT; STORK, 2013). O primeiro 
teste em humanos foi em 2009, mas os efeitos foram passageiros. No entanto, 
posteriormente foi feito um novo estudo com uma nova parametrização e teve-se o 
entendimento da paniculite fria. A partir de então a técnica começou a ser amplamente 
utilizada (JALIAN; AVRAM, 2013). 
 O objetivo da técnica é gerar um processo inflamatório silencioso, pois nem 
sempre se tem os sinais comuns da inflamação e os efeitos são visíveis após meses 
da aplicação (HUNT; STORK, 2013). 
 Como efeito fisiológico se tem a apoptose adipocitária, ou seja, a morte 
apoptótica dos adipócitos que entram em contato com a placa resfriada do 
equipamento. O frio intenso em contato com a gordura subcutânea dá início a um 
processo inflamatório que, por sua vez, inicia ou ativa a apoptose celular na região 
(JALIAN; AVRAM, 2013). 
 A restauração do sangue na região pós-criolipólise, portanto, causa a 
inflamação, a produção de radicais livres ou espécies reativas de oxigênio, e também 
a ativação de caspases. Essas caspases sinalizam a necessidade de regulação e 
iniciação da morte celular pela caspase 8 ou então sinalizam a necessidade de 
fragmentação celular através da caspase 3 (FERRARO et al., 2012). 
Isso chama-se de cascata proteolítica: ativação das caspases que gerenciam 
todos os processos da apoptose. As caspases são ordenadas pela inflamação gerada 
principalmente pela reperfusão do tecido (FERRARO et al., 2012). 
 Após a morte adipocitária ocorre a metabolização da gordura. A gordura 
liberada dos adipócitos vai ficando aprisionada aos corpos apoptóticos que serão 
fagocitados pelos macrófagos. Após o procedimento não ocorre o aumento do nível 
de comprometimento hepático ou então alteração dos níveis séricos de colesterol e 
triglicerídeos. Ou seja, essa gordura pode ser armazenada por outro adipócito ou 
então é metabolizada (fagocitada pelos macrófagos), não indo para a corrente 
sanguínea (MANSTEIN et al., 2008). 
 Imediatamente após a aplicação da criolipólise não se tem nenhum dano ao 
adipócito, essa técnica segue um ciclo (MEYER et al., 2018): 
39 
 
- Após 24 até 72 horas: inicia-se a reação inflamatória; 
- Em 7 dias: uma paniculite intensa se desenvolve e atinge seu pico em 
aproximadamente 14 dias; 
- Do 14° até o 30° dia: macrófagos começam a envolver e digerir os adipócitos 
apoptóticos. Durante esse período, as células de gordura danificadas 
começam a ser eliminadas, e os resultados estéticos

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