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Farmacologia dos Anestésicos Locais

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Farmacologia dos Anestésicos Locais 
A presença de um anestésico local no 
sistema circulatório significa que a 
substância será transportada para todas 
as partes do corpo, os anestésicos 
locais têm a capacidade de alterar o 
funcionamento de algumas dessas 
células 
Farmacocinética dos Anestésicos 
Locais: 
 Absorção: 
 
Quando injetados nos tecidos moles, os 
anestésicos locais exercem uma ação 
farmacológica sobre os vasos 
sanguíneos da área. Todos os 
anestésicos locais apresentam algum 
grau de vasoatividade, a maioria deles 
produzindo a dilatação do leito vascular 
no qual são depositados, embora o grau 
de vasodilatação possa variar e alguns 
deles possam produzir vasoconstrição 
 
 
>>Os anestésicos locais do tipo éster 
são também potentes substâncias 
vasodilatadoras - A procaína, o 
vasodilatador mais potente entre os 
anestésicos locais, tem como função 
induzir vasodilatação nos casos em que 
o fluxo sanguíneo periférico foi 
comprometido por causa da injeção 
(acidental) intra-arterial (IA) de uma 
substância (ex. o tiopental) ou da 
injeção de adrenalina ou noradrenalina 
na ponta de um dedo ou num artelho IA 
de uma substância irritante como o 
tiopental pode produzir um espasmo 
arterial com consequente diminuição da 
perfusão tecidual que, se prolongada, 
pode levar a necrose tecidual, gangrena 
e perda do membro afetado 
>>A tetracaína, a cloroprocaína e a 
propoxicaína também apresentam 
propriedades vasodilatadoras em graus 
variáveis, porém menores que as da 
procaína 
>>A cocaína é o único anestésico local 
que produz vasoconstrição consistente, 
possui ação inicial de vasodilatação que 
é seguida por vasoconstrição intensa e 
prolongada, é produzida pela inibição da 
absorção de catecolaminas 
(especialmente a noradrenalina) para os 
locais de ligação tecidual, no qual 
resultará em um excesso de 
noradrenalina livre, ocasionando um 
estado de intensa e prolongada 
vasoconstrição 
- Um efeito clínico significativo da 
vasodilatação é um aumento da 
velocidade de absorção do anestésico 
local para a corrente sanguínea, 
diminuindo, assim, a duração e a 
qualidade (ex. profundidade) do controle 
da dor e aumentando a concentração 
sanguínea 
**As velocidades em que os 
anestésicos locais são absorvidos 
para a corrente sanguínea e 
alcançam seu nível sanguíneo 
máximo variam de acordo com a via 
de administração 
 Via Oral: 
Com exceção da cocaína, os 
anestésicos locais são absorvidos pelo 
trato gastrointestinal após a 
administração oral de maneira 
insuficiente, muitos anestésicos locais 
(especialmente a lidocaína) sofrem um 
significativo efeito da primeira 
passagem hepática após a 
administração oral 
>>Após a absorção de lidocaína pelo 
trato gastrointestinal para a circulação 
enteroepática, uma fração da dose da 
substância é levada para o fígado, no 
qual aproximadamente 72% da dose 
são biotransformados em metabólitos 
inativos 
**E isso dificultou seriamente o uso da 
lidocaína como substância antiarrítmica 
oral 
 Via Tópica: 
Os anestésicos locais são absorvidos 
em diferentes velocidades após sua 
aplicação sobre as mucosas, na 
mucosa traqueal, a absorção é quase 
tão rápida quanto a administração 
intravenosa (IV) (empregada em 
algumas situações emergenciais), na 
mucosa faríngea, a absorção é mais 
lenta; e na mucosa esofágica ou vesical 
a absorção é ainda mais lenta do que na 
faringe. Em qualquer local onde não 
haja uma camada de pele intacta, os 
anestésicos locais podem produzir um 
efeito anestésico após a aplicação 
tópica 
 Injeção: 
A velocidade de absorção dos 
anestésicos locais após a administração 
parenteral (subcutânea, intramuscular 
ou IV) está relacionada tanto com a 
vascularização do local da injeção 
quanto com a vasoatividade da 
substância 
A administração IV de anestésicos 
locais fornece a elevação mais rápida 
dos níveis sanguíneos e é utilizada 
clinicamente no tratamento primário das 
arritmias ventriculares, a administração 
IV rápida pode levar a níveis sanguíneos 
significativamente altos do anestésico 
local, o que pode induzir reações tóxicas 
graves. Os benefícios da administração 
IV da substância devem ser sempre 
avaliados em relação aos riscos 
OBS: A substância deve ser 
administrada somente quando os 
benefícios superarem claramente os 
riscos, como no caso de arritmias 
ventriculares, como as contrações 
ventriculares prematuras 
 Distribuição: 
Depois de absorvidos pela corrente 
sanguínea, os anestésicos locais são 
distribuídos para todos os tecidos do 
corpo 
 
Os orgãos e áreas altamente 
perfundidos, como cérebro, cabeça, 
fígado, rins, pulmões e baço, 
apresentam inicialmente níveis 
sanguíneos mais elevados do 
anestésico do que aqueles menos 
perfundidos. O músculo esquelético, 
embora não seja tão per fundido quanto 
os órgãos citados, contém maior 
percentagem de anestésico local do que 
qualquer tecido ou órgão, já que 
constitui a maior massa tecidual do 
corpo 
 
**A concentração plasmática de um 
anestésico local em certos órgãos-alvo 
tem um impacto significativo sobre a 
toxicidade potencial da substância 
O nível sanguíneo do anestésico 
local é influenciado pelos seguintes 
fatores: 
1. Velocidade de absorção da 
substância para o sistema 
cardiovascular 
2. Velocidade de distribuição da 
substância do compartimento vascular 
para os tecidos (mais rápida em 
pacientes saudáveis do que naqueles 
que apresentam comprometimento 
médico [como insuficiência cardíaca 
congestiva], levando, assim, a níveis 
sanguíneos mais baixos nos pacientes 
saudáveis) 
3. Eliminação da substância por vias 
metabólicas ou excretoras 
OBS: Os dois últimos fatores 
reduzem o nível sanguíneo do 
anestésico local 
A velocidade em que o anestésico local 
é removido do sangue é descrita como 
a meia-vida de eliminação, de forma 
simples, a meia-vida de eliminação é o 
tempo necessário para uma redução de 
50% do nível sanguíneo: 
 uma meia-vida = redução de 
50% 
 duas meias-vidas = redução de 
75% 
 três meias-vidas = redução de 
87,5% quatro meias-vidas = 
redução de 94% cinco meias-
vidas = redução de 97% 
 seis meias-vidas = redução de 
98,5% 
Todos os anestésicos locais atravessam 
com facilidade a barreira 
hematoencefálica. Eles também 
atravessam prontamente a placenta e 
entram no sistema circulatório do feto 
em desenvolvimento 
Metabolismo (Biotransformação, 
Destoxificação) 
Uma diferença significativa entre os dois 
principais grupos de anestésicos locais, 
os ésteres e as amidas, é o meio pelo 
qual o organismo transforma 
biologicamente a substância ativa em 
uma substância farmacologicamente 
inativa. O metabolismo (ou 
biotransformação ou detoxificação) dos 
anestésicos locais é importante, pois a 
toxicidade geral da substância depende 
do equilíbrio entre a velocidade de 
absorção pela corrente sanguí nea no 
local de injeção e a velocidade em que 
ela é removida do sangue por meio dos 
processos de absorção tecidual e de 
metabolismo 
 Anestésicos locais do Tipo 
Éster: 
Os anestésicos locais do tipo éster são 
hidrolisados no plasma pela enzima 
pseudocolinesterase. A velocidade de 
hidrólise possui um impacto na 
toxicidade potencial de um anestésico 
local. A cloroprocaína, mais 
rapidamente hidrolisada, é a menos 
tóxica, enquanto a tetracaína, 
hidrolisada 16 vezes mais lentamente 
que a cloroprocaína, apresenta o maior 
potencial de toxicidade. A hidrólise 
transforma a procaína em ácido para-
aminobenzoico (PABA), que é 
excretado em sua forma inalterada na 
urina, e em álcool dietilamino, que sofre 
posterior biotransformação antes da 
excreção 
**Aproximadamente uma em cada 
2.800 pessoas tem uma forma atípica de 
pseudocolinesterase, que causa uma 
incapacidade de hidrolisar anestésicos 
locais do tipo éster e outras substânciasquimicamente relacionadas (ex. 
succinilcolina) 
A succinilcolina é um relaxante muscular 
de ação curta, comumente empregado 
durante a fase de indução da anes tesia 
geral. Ela produz parada respiratória 
(apneia) por um período de 
aproximadamente 2 a 3 minutos. Em 
seguida, a pseudocolinesterase 
plasmática hidrolisa a succinilcolina, 
fazendo com que seu nível sanguíneo 
diminua e ocorra o res tabelecimento da 
respiração espontânea. Pessoas que 
apresentam pseudocolinesterase 
atípica são incapazes de hidrolisar a 
succinilcolina em velocidade normal; 
portanto, a duração da apneia é 
prolongada 
Contraindicação absoluta: significa 
que em nenhuma circunstância a 
substância em questão deve ser 
administrada ao paciente, devido à 
possibilidade de reações potencial 
mente tóxicas ou letais 
Contraindicação relativa: significa que 
a substância em questão pode ser 
administrada ao paciente após 
cuidadosa avaliação dos riscos e 
benefícios potenciais e quando não 
houver uma substância alternativa 
aceitável 
 Anestésicos locais do Tipo 
Amida: 
A biotransformação é mais complexa 
que a dos ésteres, o local primário da 
biotransformação dos anestésicos 
locais do tipo amida é o fígado. 
Praticamente todo o processo 
metabólico ocorre no fígado para a 
lidocaína, mepivacaína, etidocaína e 
bupivacaína. A prilocaína sofre o 
metabolismo primário no fígado, com 
algum metabolismo ocorrendo também 
possivelmente no pulmão. A articaína, 
uma molécula híbrida contendo 
componentes tanto éster quanto amida, 
é metabolizada tanto no sangue quanto 
no fígado 
A velocidade de biotransformação da 
lidocaína, mepivacaína, etidocaína e 
bupivacaína é semelhante. 
Aproximadamente 70% de uma dose de 
lidocaína injetada sofrem 
biotransformação em pacientes com 
função hepática normal. Pacientes com 
fluxo sanguíneo hepático abaixo do 
habitual (hipotensão, insuficiência 
cardíaca congestiva) ou função hepática 
deficiente (cirrose), essa 
biotransformação mais lenta acarreta 
níveis sanguíneos elevados do 
anestésico e aumento potencial na 
toxicidade 
A articaína apresenta meia-vida mais 
curta do que as outras amidas (27 min 
versus 90 min), porque uma parte de 
sua biotransformação ocorre no sangue 
por meio da enzima colinesterase 
plasmática. Os produtos da 
biotransformação de alguns anestésicos 
locais podem apresentar atividade 
clínica significativa caso seja permitido 
seu acúmulo no sangue 
A prilocaína, o composto original, não 
produz metemoglobinemia, mas a 
ortotoluidina, um me tabólito primário da 
prilocaína, induz a formação da metemo 
globina, que é responsável pela 
metemoglobinemia 
A lidocaína não produz sedação; 
entretanto, dois metabólitos - 
monoetilglicinaxilidida e glicinexilidida - 
são considerados responsáveis por 
essa ação clínica 
 Excreção: 
Os rins são os órgãos excretores 
primários tanto para os anestésicos 
locais quanto para seus metabólitos. 
Uma percentagem da dose do 
anestésico local é excretada inalterada 
na urina. Essa porcentagem varia de 
acordo com a substância 
A procaína aparece na urina como 
PABA (90%) e 2% na forma inalterada. 
Até 10% de uma dose de cocaína são 
encontrados inalterados na urina. As 
amidas são geralmente encontradas na 
urina como o composto primário em 
uma maior porcentagem do que os 
ésteres, principalmente em razão de seu 
processo de biotransformação mais 
complexo 
**Os pacientes com insuficiência 
renal significativa podem ser 
incapazes de eliminar do sangue o 
anestésico local original ou seus 
principais metabólitos, resultando 
em um ligeiro aumento dos níveis 
sanguíneos desse composto e, 
portanto, em aumento no potencial 
de toxicidade 
Ações Sistêmicas dos Anestésicos 
Locais: 
Os anestésicos locais são compostos 
químicos que bloqueiam de maneira 
reversível os potenciais de ação em 
todas as membranas excitáveis. O 
sistema nervoso central (SNC) e o 
sistema cardiovascular (SCV) são, 
portanto, particularmente suscetíveis a 
suas ações, a maioria das ações 
sistêmicas dos anestésicos locais é 
relacionada com seu nível sanguíneo ou 
plasmático no órgão-alvo (SNC, SCV). 
Quanto maior o nível, mais intensa será 
a ação clínica 
>>Os anestésicos locais são absorvidos 
de seu local de administração para o 
sistema circulatório, que efetivamente 
os dilui e transporta para todas as 
células do corpo. O nível sanguíneo do 
anestésico local depende da velocidade 
de sua absorção, do local de 
administração para o sistema 
circulatório (aumentando o nível 
sanguíneo) e da velocidade de 
distribuição tecidual e de 
biotransformação (no fígado), que 
remove a substância do sangue 
Sistema Nervoso Central: 
Os anestésicos locais atravessam 
facilmente a barreira hematoencefálica. 
Sua ação farmacológica no SNC é a 
depressão, em níveis mais altos 
(tóxicos, superdosagem), a 
manifestação clínica pri mária é a 
convulsão tônico-clônica generalizada 
 Propriedades 
Anticonvulsivantes 
Alguns anestésicos locais (p. ex., 
procaína, lidocaína, mepivacaína, 
prilocaína, até mesmo a cocaína) têm 
demonstrado propriedades 
anticonvulsivantes. A procaína, a 
mepivacaína e a lidocaína têm sido 
utilizadas por via intravenosa para fazer 
interromper ou reduzir a duração das 
crises de grande mal e pequeno mal 
 Mecanismo das Propriedades 
Anticonvulsivantes 
Os pacientes epilépticos apresentam 
neurônios corticais hiperexcitáveis no 
local no cérebro onde o episódio 
convulsivo tem origem (designado como 
foco epiléptico). Em virtude de suas 
ações depressoras no SNC, os 
anestésicos locais elevam o limiar 
convulsivo por meio da redução da 
excitabilidade desses neurônios, 
prevenindo ou interrompendo as crises 
 Sinais e Sintomas Pré-
convulsivos 
Com o aumento do nível sanguíneo do 
anestésico local acima de seu limite 
terapêutico, podem ser observadas 
reações adversas. Como o SNC é muito 
mais suscetível às ações dos 
anestésicos locais do que os outros 
sistemas, não é surpreendente que os 
sinais e sintomas clínicos iniciais de 
superdosagem (toxicidade) tenham 
origem no SNC 
Os sinais e sintomas clínicos iniciais de 
toxicidade do SNC são geralmente de 
natureza excitatória, todos esses sinais 
e sintomas, exceto pela sensação de 
dormência perioral e lingual, estão 
relacionados com a ação depressora 
direta do anestésico local no SNC. A 
dormência da língua e da região perioral 
não é causada pelos efeitos do 
anestésico local no SNC. Ela é resultado 
de uma ação anestésica direta da 
substância sobre as terminações 
nervosas livres, que está presente em 
concentrações elevadas nesses tecidos 
altamente vascularizados 
** A lidocaína e a procaína diferem um 
pouco dos outros anestésicos locais, 
pois pode não ser observada a 
progressão habitual dos sinais e 
sintomas mencionados. A lidocaína e a 
procaína frequentemente produzem 
uma sedação leve inicial ou sonolência 
 
Quando observada durante os primeiros 
5 a 10 minutos após a administração 
intraoral de um anestésico local, a 
excitação ou a sedação devem 
representar para o clínico um sinal de 
alerta de aumento dos níveis 
sanguíneos e da possibilidade (se esse 
nível continuar a se elevar) de reações 
mais graves, incluindo um episódio 
convulsivo generalizado 
 Fase Convulsiva 
A elevação adicional do nível sanguíneo 
de anestésico local ocasiona sinais e 
sintomas clínicos compatíveis com um 
episódio convulsivo tônico-clônico 
generalizado. A duração da convulsão 
está relacionada com o nível sanguíneo 
do anestésico local e inversamente 
relacionada com o nível da pressão 
parcial de dióxido de carbono (pCO2) 
arterial 
Quando os níveis de dióxido de carbono 
(CO2) estão aumentados, o nível 
sanguíneo de anestésico local 
necessário para desencadear uma 
convulsão diminui, enquanto a duração 
da convulsão aumenta. A atividadeconvulsiva é geralmente autolimitante, 
pois a atividade cardiovascular em geral 
não é significativamente diminuída e a 
biotransformação e a redistribuição do 
anestésico local continuam durante todo 
o episódio. Isso resulta em redução do 
nível sanguíneo do anestésico e no 
término da atividade convulsiva, 
geralmente em menos de 1 minuto 
Tanto o fluxo sanguíneo cerebral quanto 
o metabolismo cerebral aumentam 
durante as convulsões induzidas por 
anestésicos locais. O aumento do fluxo 
sanguíneo para o cérebro ocasiona 
aumento no volume de anestésico local 
conduzido ao cérebro, o que tende a 
prolongar a crise. O aumento do 
metabolismo cerebral leva a uma 
acidose metabólica progressiva à 
medida que a crise evolui, e isso tende 
a prolongar a atividade convulsiva (com 
a diminuição do nível sanguíneo do 
anestésico necessário para provocar 
uma crise), mesmo na presença de 
declínio do nível de anestésico local no 
sangue 
A depressão respiratória ocorre nesse 
momento, levando eventualmente à 
parada respiratória se os níveis 
sanguíneos do anestésico continuarem 
a aumentar 
 Mecanismo das Ações Pré-
convulsivantes e 
Convulsivantes 
Sabe-se que os anestésicos locais 
exercem ação depressora sobre as 
membranas excitáveis, embora as 
manifestações clínicas associadas a 
níveis sanguíneos elevados dessas 
substâncias sejam relacionadas com 
graus variáveis de estimulação. Como 
uma substância que deprime o SNC 
pode ser responsável 
Os anestésicos locais produzem sinais 
e sintomas clínicos de excitação do SNC 
(incluindo convulsões) pelo bloqueio 
seletivo das vias inibitórias no córtex 
cerebral 
 
>> O córtex cerebral tem vias 
neuronais que são essencialmente 
inibitórias e outras que são 
facilitadoras (excitatórias), 
normalmente, é mantido um estado 
de equilíbrio entre os graus do efeito 
exercido por essas vias neuronais 
 
>>Em um nível sanguíneo pré-
convulsivante do anestésico local, os 
sinais e sintomas clínicos 
observados são produzidos devido a 
uma depressão seletiva nas ações 
dos neurônios inibidores pelo 
anestésico local 
**O equilíbrio é, então, desviado 
ligeiramente a favor do impulso 
facilitador (excitatório), ocasionando 
sintomas de tremores e de agitação leve 
 
>> Em níveis sanguíneos mais 
elevados (convulsivantes), a função 
dos neurônios inibidores é 
completamente deprimida, 
permitindo que os neurônios 
facilitadores funcionem sem 
oposição 
 
>> O aumento adicional do nível 
sanguíneo do anestésico local leva a 
uma depressão das vias facilitadoras 
e inibitórias, produzindo depressão 
generalizada do SNC 
** O local exato de ação do anestésico 
local no SNC não é conhecido, mas 
acredita-se que seja nas sinapses 
corticais inibitórias ou diretamente nos 
neurônios corticais inibitórios 
 Analgesia 
Existe uma segunda ação dos 
anestésicos locais no SNC. Quando 
administrados por via intravenosa, eles 
aumentam o limiar de reação à dor e 
produzem algum grau de analgesia 
 Elevação do Humor 
O uso de substâncias anestésicas locais 
para a elevação do humor e o 
rejuvenescimento persiste por séculos, 
apesar do registro de eventos 
catastróficos (na elevação do humor) e 
da falta de efeito desejado (no 
rejuvenescimento). A cocaína é usada 
há muito tempo por suas ações de 
indução de euforia e redução da fadiga 
Em tempos mais recentes, as mortes 
súbitas e inesperadas de vários atletas 
profissionais ilustres causadas pela 
cocaína, e a dependência de muitos 
outros, demonstraram claramente os 
perigos envolvidos no uso casual de 
substâncias potentes 
Sistema Cardiovascular 
Os anestésicos locais têm ação direta 
no miocárdio e na vas culatura 
periférica. Entretanto, em geral, o 
sistema cardiovascular parece ser mais 
resistente aos efeitos de substâncias 
anestésicas locais do que o SNC 
 Ação Direta no Miocárdio 
Os anestésicos locais modificam os 
eventos eletrofisiológicos que ocorrem 
no miocárdio de maneira semelhante às 
suas ações nos nervos periféricos. À 
medida que aumenta o nível sanguíneo 
de anestésico local, a velocidade de 
elevação de várias fases da 
despolarização miocárdica diminui. Não 
há alterações significativas no potencial 
de membrana em repouso e não há 
prolongamento significativo das fases 
de repolarização, os anestésicos locais 
produzem depressão do miocárdio que 
está relacionada com o nível sanguíneo 
do anestésico local 
Essa ação depressora é utilizada como 
vantagem terapêutica no tratamento do 
miocárdio hiperexcitável, que se 
manifesta como várias arritmias 
cardíacas. Embora muitos anestésicos 
locais tenham demonstrado ações 
antiarrítmicas em animais, somente a 
procaína e a lidocaína apresentam 
segurança clínica significativa em 
humanos. A lidocaína é o anestésico 
local mais amplamente utilizado e 
exaustivamente estudado nesse 
aspecto 
A procainamida é a molécula de 
procaína com uma ligação amida que 
substitui a ligação éster. Por isso, ela é 
hidrolisada muito mais lentamente que a 
procaína.51 A tocainida, um análogo 
químico da lidocaína, foi introduzida em 
1984 como um antiarrítmico oral, visto 
que a lidocaína é ineficaz após a 
administração oral 
** A tocainida também é eficaz no 
tratamento de arritmias ventriculares, 
mas é associada a uma incidência de 
40% de efeitos adversos, incluindo 
náuseas, vômitos, tremor, parestesias, 
agranulocitose e fibrose pulmonar 
** A tocainida agrava os sintomas de 
insuficiência cardíaca congestiva em 
cerca de 5% dos pacientes e pode 
provocar arritmias (é pró-arritmica) em 1 
a 8% dos pacientes 
Os níveis sanguíneos de lidocaína 
desenvolvidos habitualmente após a 
injeção intraoral de um ou dois tubetes 
anestésicos, 0,5 a 2 mg/mL, não são 
associados à atividade 
cardiodepressora. Um ligeiro aumento 
nos níveis de lidocaína no sangue ainda 
não é tóxico, sendo associado a ações 
antiarritmicas. Os níveis sanguíneos 
terapêuticos da lidocaína para a 
atividade antiarritmica variam de 1,8 a 6 
mg/mL 
A lidocaína é geralmente administrada 
por via intravenosa em uma dose 
maciça de 50 a 100 mg à velocidade de 
25 a 50 mg/ min 
Sinais e sintomas de superdosagem de 
anestésico local serão observados se o 
nível sanguíneo ultrapassar 6 mg/mL de 
sangue. 
 A lidocaína é utilizada na clínica 
principalmente no tratamen to de PVCs 
e de taquicardia ventricular. Ela é 
também empregada como uma 
substância (de classe indeterminada) 
fundamental no suporte vital 
cardiovascular avançado e no 
tratamento de parada cardíaca causada 
por fibrilação ventricular. As ações 
cardíacas diretas dos anestésicos locais 
em níveis sanguíneos acima do nível 
terapêutico (antiarrítmico) incluem 
redução da contratilidade do miocárdio 
e diminuição do débito cardíaco, ambas 
levando a colapso circulatório 
>> O efeito primário dos anestésicos 
locais sobre a pressão ar terial é a 
hipotensão. A procaína produz 
hipotensão em maior frequência e em 
um grau mais significativo que a 
lidocaína: 50% dos pacientes em um 
estudo com o uso de procaína, em 
comparação com 6% daqueles que 
fizeram uso de lidocaína.61 Essa ação é 
produzida por depressão direta do 
miocárdio e relaxamento da 
musculatura lisa das paredes dos vasos 
pelo anestésico local. Em resumo, os 
efeitos negativos no sistema 
cardiovascular não são observados até 
que haja elevação significativa dos 
níveis 
A sequência habitual das ações 
induzidas pelos anestésicos locais 
no sistema cardiovascular é a 
seguinte: 
 1. Em níveis abaixo da superdosagem, 
há um pequeno aumento ou nenhuma 
alteração na pressão arterial em razão 
do aumento do débito cardíaco e da 
frequência cardíaca, como 
consequência do estímulo da atividade 
simpática; há também vasoconstrição 
direta de alguns leitos vasculares 
periféricos. 
2. Em níveis próximos, porém ainda 
abaixo da superdosagem,observa-se 
grau leve de hipotensão; isso é causado 
pela ação relaxante direta sobre o 
músculo liso vascular. 3. Em níveis de 
superdosagem, há acentuada 
hipotensão, causada pela diminuição da 
contratilidade do miocárdio e redução 
do débito cardíaco e da resistência 
periférica. 
4. Em níveis letais, é observado colapso 
cardiovascular. Isso é causado pela 
vasodilatação periférica maciça e 
diminuição da contratilidade do 
miocárdio e da frequência cardíaca 
(bradicardia sinusal). 5. Alguns 
anestésicos locais, como bupivacaína (e 
em menor grau ropivacaína e 
etidocaína) podem precipitar fibrilação 
ventricular potencialmente fatal 
Toxicidade Tecidual Local: 
O músculo esquelético parece ser mais 
sensível às propriedades irritantes 
locais dos anestésicos locais do que 
outros tecidos. Injeções intramusculares 
ou intraorais de articaína, lidocaína, 
mepivacaína, prilocaína, bupivacaína e 
etidocaína podem produzir alterações 
dos músculos esqueléticos 
Parece que os anestésicos locais de 
longa duração causam danos mais 
localizados nos músculos esqueléticos 
do que as substâncias de curta duração. 
As alterações que ocorrem na 
musculatura esquelética são 
reversíveis, com completa regeneração 
muscular em duas semanas após a 
administração do anestésico local. 
Essas alterações musculares não foram 
associadas a qualquer sinal clínico 
evidente de irritação local 
Sistema Respiratório: 
Os anestésicos locais exercem um 
efeito duplo sobre a respiração. Em 
níveis inferiores à superdosagem, eles 
têm ação relaxante direta sobre o 
músculo liso brônquico, enquanto em 
níveis de superdosagem podem 
produzir parada respiratória resultante 
de depressão generalizada do SNC. Em 
geral, a função respiratória não é 
afetada pelos anestésicos locais até que 
se atinjam níveis próximos à 
superdosagem 
Ações Diversas: 
 Bloqueio Neuromuscular 
Muitos anestésicos locais bloqueiam a 
transmissão neuromuscular em 
humanos. Isso é o resultado da inibição 
da difusão de sódio por um bloqueio dos 
canais de sódio na membrana celular. 
Essa ação normalmente é discreta e em 
geral clinicamente insignificante. 
Entretanto, em algumas ocasiões ela 
pode se somar à ação produzida por 
relaxantes musculares despolarizantes, 
causando períodos anormalmente 
prolongados de paralisia muscular 
Essas ações são improváveis de ocorrer 
em um paciente odontológico de nível 
ambulatorial 
 Interações Medicamentosas 
Em geral, os depressores do SNC (p. 
ex., opioides, substâncias ansiolíticas, 
fenotiazinas e barbitúricos), quando 
administrados em conjunto com 
anestésicos locais, levam à 
potencialização das ações depressoras 
dos anestésicos locais sobre o SNC 
Tanto os anestésicos locais do tipo éster 
quanto o relaxante muscular 
despolarizante succinilcolina requerem 
a presença da pseudocolinesterase 
plasmática para sua hidrólise 
**A apneia prolongada pode resultar do 
uso concomitante dessas substâncias 
As substâncias que induzem a produção 
de enzimas microssômicas hepáticas 
(p. ex., barbitúricos) podem alterar a 
velocidade de metabolismo dos 
anestésicos locais do tipo amida. O 
aumento da indução das enzimas 
microssomais hepáticas eleva a 
velocidade de metabolismo do 
anestésico local 
 Hipertermia Maligna 
A hipertermia maligna (HM; hiperpirexia) 
é uma desordem farmacológica na qual 
uma variante genética no indivíduo 
altera a resposta dessa pessoa a 
algumas substâncias. As manifestações 
clínicas agudas da HM incluem 
taquicardia, taquipneia, pressão arterial 
instável, cianose, acidose respiratória e 
metabólica, febre (de até 42 oC [108oF] 
ou mais), rigidez muscular e morte. A 
mortalidade varia de 63 a 73%. Muitas 
substâncias anestésicas comumente 
utilizadas podem desencadear a HM em 
alguns indivíduos

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