Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Jéssica Viégas – Med 97 
 As vulvovaginites correspondem a todas as manifestações inflamatórias e/ou 
infecciosas do trato genital feminino inferior. Podem estar correlacionados agentes 
causais infecciosos, alérgicos ou traumáticos. Além disso, as vulvovaginites possuem 
uma frequência muito elevada, sendo uma das principais queixas do ambulatório de 
ginecologia. 
 Vulgarmente, esse quadro é chamado de “corrimento vaginal” – 
leucorreias – e as manifestações clínicas são altamente 
desconfortáveis para as pacientes, uma vez que podem comprometer as 
atividades cotidianas – muitas mulheres queixam-se de prurido intenso, 
sensação de “molhado” nas roupas íntimas, odor desagradável, dor nas 
relações sexuais (dispareunia), ardência durante o ato sexual, etc. 
 As vulvovaginites ainda podem produzir alterações na pele e na 
mucosa da região íntima, que podem se tornar uma porta de entrada 
para microorganismos oportunistas, principalmente quando há prurido, podendo 
favorecer a contaminação pelo HIV e T. pallidum (sífilis). 
 Vale ressaltar, no entanto, que leucorréia não é o mesmo que fluxo genital; uma 
secreção fisiológica eliminada pelo canal vaginal – aproximadamente 1,5 g/8 h –, 
composta por: 
1) Secreções das glândulas vestibulares (glândulas de Skene e Bartholin)  Ficam 
próximas à uretra. 
2) Transudato da parede e descamação celular do epitélio vaginal  O processo 
de descamação faz parte do ciclo vaginal e está intimamente relacionado com o 
ciclo menstrual – em mulheres que fazem uso de contracepção hormonal as células 
não passam por todas as sequências de evolução, uma vez que se tornam mais 
atróficas. 
3) Muco cervical  O colo uterino na fase estrogênica e de progesterona libera o 
muco cervical. 
4) Líquido de regiões superiores (endométrio e trompas). 
5) Fermentos celulares  A flora vaginal é habitada principalmente pelo bacilo de 
Doederlein, que protege a flora e promove sua manutenção para condições ideais 
através da produção de ácido lático, não permitindo a hiperproliferação de outros 
agentes que compõem a flora, como bactérias anaeróbias. 
 O restante da flora vaginal é composto por uma flora bacteriana mista, formada 
principalmente por microorganismos anaeróbios – isso é explicado pelo fato de que 
microorganismos da flora intestinal podem migrar do reto para o canal vaginal através da 
eliminação de flatus, visto que, nas mulheres, o canal vaginal, o ânus e a uretra são muito 
próximos. 
 O bacilo de Doederlein mantém o pH ácido da vagina, utilizando o glicogênio do 
epitélio vaginal para a produção de ácido lático – tal epitélio é rico em glicogênio por 
influência do estrogênio. 
6) Leucócitos, imunoglobulinas e pH ácido (2,5 – 4,5)  Todos esses fatores 
também contribuem para a proteção do canal vaginal, evitando a proliferação 
de outros agentes patológicos. 
7) Ácido lático  Eliminado pelos lactobacilos (bacilos de Doederlein). 
 O conteúdo do fluxo genital geralmente apresenta as seguintes características: 
 Coloração branca – semelhante à água de rocha – e mucosa vaginal rosa-
pálido. 
 Inodoro e sem sintomas. 
 Pode haver muco. 
 Varia de quantidade de acordo com o ciclo menstrual. 
 pH < 4,5. 
 Presença fisiológica dos bacilos de Doederlein. 
 Um aumento no fluxo genital não indica necessariamente uma leucorréia. O 
fluxo pode ser aumentado por qualquer secreção ou transudação em maior quantidade 
de qualquer porção do trato genital. Os fatores que podem levar ao aumento do fluxo 
genital são: 
 Gestação  Aumenta muito o exsudato vaginal. 
 Pico ovulatório  O pico do estrogênio provoca maior exsudato vaginal. 
 2ª fase do ciclo menstrual  Na fase da progesterona também ocorre um 
aumento no fluxo genital. 
 Excitação sexual  As glândulas de Skene e Bartholin liberam muco para 
lubrificar o canal vaginal. 
 Ectopias cervicais  As ectopias correspondem a uma eversão fisiológica das 
células glandulares da parte interna do colo para sua parte frontal, onde só 
deveria haver células escamosas. A partir disso, um discreto processo 
inflamatório é deflagrado e auxilia na secreção acentuada de muco por essas 
células. Geralmente, gestantes, garotas de 4 – 5 anos e a utilização de 
contracepção hormonal podem provocar ectopias. 
 
 
 
 
 Uso de DIU. 
 Processos neoplásicos  O CA de colo uterino aumenta intensamente o fluxo 
Jéssica Viégas – Med 97 
genital – geralmente a secreção é extremamente malcheirosa, associada à necrose do colo 
uterino. 
Classificação das Vulvovaginites 
 As vulvovaginites podem ser classificas em: 
1) Infecciosas  Podem ocorrer por: 
a) Flora bacteriana atípica (ex: Gardnerella vaginalis)  São chamadas de 
vaginoses bacterianas. 
b) Protozoários (ex: Trichomonas vaginalis). 
c) Fungos (ex: Candida albicans, Candida glabrata e Candida tropicalis). 
d) Vírus (ex: HSV e HPV). 
 
2) Não infecciosas  São elas: 
a) Vaginite por corpo estranho  São muito comuns na ginecologia infanto-
puberal (ex: Colocação de grão de arroz no canal vaginal). 
b) Vaginite alérgica. 
c) Vaginite traumática. 
d) Vaginite atrófica  Muito comum na menopausa pela ausência de estrogênio, 
que leva a um desequilíbrio da presença do bacilo de Doederlein. 
 
Microorganismos do Canal Vaginal 
 Existem 42 tipos de microorganismos que habitam o canal vaginal: 
 Comumente isolados  Stafilococcus epidermidis, Streptococcus fecalis, 
Lactobacillus sp, Corynebacterium sp, E. coli, Bacteroides fragilis, Fusobacterium sp, 
Veillonella sp, Peptococcus sp e Peptostreptococcus sp. 
 Ocasionalmente isolados  Stafilococcus aureus, Streptococcus sp (os β-
hemolíticos do Grupo B são muito danosos, principalmente na gestação, quando 
ocorre aumento de secreção e as bactérias podem se passar para o concepto no 
momento do nascimento. É rastreado no pré-natal a partir da 36ª gestação, através 
do swab anal e vaginal), Clostridium perfringens, Proteus e Klebsiella. 
 Potencialmente patogênicos  Pseudomonas, Streptococcus pneumoniae e 
Listeria monocitogênica. 
 A falta de higiene ou excesso de higiene produzem alterações no canal vaginal, 
podendo causar leucorreia. O controle da proliferação desses microorganismos, 
principalmente dos patogênicos, é feito pelo pH extremamente ácido garantido pelos 
bacilos de Doederlein. Assim, todos esses agentes podem ser encontrados habitando o 
canal vaginal e isso é fisiológico, desde que não haja um desequilíbrio da flora. 
 
Classificação Bacterioscópica do Ambiente Vaginal 
 O ambiente e a flora vaginal recebem classificações levando em consideração o equilíbrio 
 do ambiente e a presença ou ausência do bacilo de Doederlein: 
1) Padrão I  Demonstra um equilíbrio do ecossistema vaginal, em que há: 
 90% – 95% de bacilos de Doederlein  Existem pacientes que relatam algum 
incômodo (ex: Odor ruim no canal vaginal), mesmo o ecossistema estando em 
equilíbrio. Quando isso ocorre, é possível controlar o crescimento dos bacilos 
de Doederlein, para que não se proliferem de forma exacerbada. No entanto, 
se houver muita redução desses lactobacilos, a paciente cursará com 
leucorreia. 
 É sempre importante orientar a paciente que essas são características próprias 
da sua flora vaginal, não havendo necessidade de preocupação. 
 5% – 10% de outras bactérias. 
 Ausência ou raros polimorfonucleares (PMNs). 
2) Padrão II  Demonstra um desequilíbrio moderado do ecossistema 
vaginal, em que há: 
 50% de bacilos de Doederlein. 
 50% de outras bactérias. 
 Moderada quantidade de PMNs. 
3) Padrão III  Demonstra um desequilíbrio intenso do ecossistema vaginal, 
em que há: 
 Bacilos de Doederlein praticamente ausentes. 
 Presença de quase 100% de outras bactérias. 
 PMNs presentes em abundância. 
4) Padrão IV  Demonstra ecossistema vaginal compatível com vaginose 
bacteriana, cujas características são: 
 Ausência de bacilos de Doederlein. 
 Proliferação de bactériasanaeróbias (G. vaginalis) e aeróbias. 
 Presença rara de PMNs. 
5) Padrão V  Demonstra presença de Trichomonas vaginalis. 
6) Padrão VI  Demonstra a presença de fungos (Candida). 
 Os padrões IV, V e VI são as leucorreias. 
 
Microscopia Direta do Canal Vaginal 
 A bacterioscopia ou exame a fresco normal 
(realiza-se a coleta do material e em seguida analisa-se a 
lâmina no microscópio) deve demonstrar: 
 Flora vaginal com bacilos de Doederlein que 
formam a defesa da vagina. 
 Pequena quantidade de PMNs. 
 Muco e células descamadas. 
 
 
Colo uterino normal 
Jéssica Viégas – Med 97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vaginoses Bacterianas (VB) 
 As vaginoses bacterianas já foram chamadas de “vaginites inespecíficas” ou “vaginites 
por Gardnerella”, visto que a bactéria mais importante e mais prevalente causadora desse 
quadro é a Gardnerella vaginalis – anaeróbia. A alteração do ecossistema vaginal ocorre 
devido à perda dos lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio, levando ao 
supercrescimento bacteriano, principalmente de anaeróbios. 
 Além da G. vaginalis, as outras bactérias que também podem produzir quadros de VB são: 
 Bacilos e cocos gram negativos anaeróbios. 
 Mycoplasma hominis. 
 Ureaplasma urealyticum. 
 Peptostreptococcus sp. 
 Mobiluncos curtersii. 
 M mulieris. 
 Streptococcus agalactie (grupo B). 
 É muito comum em mulheres jovens, em idade fértil, e 
pode ter como fatores desencadeantes: 
 Coitos repetidos. 
 Duchas vaginais. 
 Uso de sabonetes íntimos. 
 Produtos eróticos. 
 Vestimentas justas. 
 Roupa de baixo de material sintético. 
 O quadro clínico é caracterizado por: 
 Corrimento vaginal abundante, branco acinzentado, homogênio, bolhoso e 
de odor fétido  Odor característico de peixe em decomposição. 
 O odor tende a se agravar durante o ato sexual e a menstruação (situações em 
que o pH da vagina se torna mais alcalino). 
 Raramente há disúria e dispareunia. 
 Presença de pouco ou nenhum 
prurido. 
 Visualização de colpite discreta e difusa 
ao exame especular. 
 50% das pacientes são assintomáticas 
 A maior parte das literaturas 
recomenda não tratar caso a paciente não 
tenha sintomas, mas, na prática, alguns 
profissionais acabam tratando. É sempre importante melhorar o ecossistema 
vaginal apenas modificando alguns hábitos (ex: Menos uso de sabonetes 
íntimos e duchas vaginais, uso de roupas de algodão para dormir, etc). 
 Vale ressaltar que se o exame colpocitológico demonstrar a presença de uma 
flora mista, mas sem Gardnerella, e a paciente também não apresentar sintomas, 
não há necessidade de tratamento  O tratamento (se o profissional desejar fazê-lo) 
é designado apenas se o exame é positivo especificamente para Gardnerella. 
 O diagnóstico das VB é feito através de: 
 Anamnese. 
 Presença de corrimento vaginal 
característico da doença. 
 pH vaginal > 4,5. 
 Teste de aminas positivo (ou Teste de 
Whiff)  Hidróxido de potássio (KOH) a 
10% é aplicado em uma coleta da 
secreção e um odor ruim começa a ser 
exalado. 
 Exame microscópico evidenciando a 
presença de clue cells (células chaves). 
 O tratamento das VB é feito da seguinte forma: 
 Orientar a paciente quanto à abstinência sexual durante o tratamento. 
 O tratamento farmacológico pode ser realizado por via oral ou por creme 
vaginal  A administração por essas duas vias concomitantemente deve ser 
evitada. Geralmente, o tratamento por VO é preferido. 
 Se a escolha for o tratamento por VO, a paciente deve ser orientada a evitar o 
consumo de álcool em sua vigência  O Metronidazol pode causar uma 
sensação intensa de gosto metálico mesmo que não haja ingestão alcoólica. Se o 
paciente beber, pode passar mal. 
 Os fármacos de escolha podem ser derivados de nitroimidazólicos, como: 
 Metronidazol: 
a) VO  Dose de 500 mg 2 x/dia, durante 7 dias. 
Células epiteliais normais 
descamadas do canal vaginal 
Bacilos de Doederlein 
(lactobacilos da flora vaginal) 
Vaginose por Gardnerella 
Secreção microbolhosa 
Clue Cells 
Jéssica Viégas – Med 97 
b) Gel a 0,75%  Aplicar via intravaginal uma ou duas x/dia, durante 5 dias. 
 Tinidazol. 
 Ornidazol. 
 A Clindamicina também pode ser utilizada da seguinte forma: 
a) Creme a 2%  Aplicar ao deitar durante 7 dias. 
b) VO  Dose de 300 mg 2 x/dia, durante 7 dias. 
c) Óvulos de Clindamicina  Aplica ao deitar, via intravaginal, 100 mg durante 3 
dias. 
d) Creme de Clindamicina bioadesivos a 2%  100 mg por via intravaginal em 
dose única. 
 A Clindamicina e o Metronidazol são equivalentes no tratamento, mas o 
Metronidazol é mais barato e, por isso, mais receitado. 
 Se a paciente estiver na 1º metade da gestação, o tratamento pode ser feito com: 
a) Amoxicilina 500 mg 8/8h durante 7 dias. 
b) Ampicilina 500 mg 6/6h durante 7 dias. 
c) Tiofenicol 2,5 mg durante 2 dias. 
d) Clindamicina VO ou intravaginal. 
 
Vulvovaginite Infecciosa por Fungo: Candidíase Vulvovaginal 
 A candidíase vulvovaginal é provocada por um fungo gram-positivo – Candida –, 
responsável por 85% – 90% das infecções vaginais por leveduras. A Candida albicans é a 
mais comum, mas a C. glabrata e a C. tropicalis também podem causar esse quadro – em 
uma mesma infecção todas essas Candidas podem estar presentes concomitantemente, 
mas, geralmente, a candidíase apenas por C. albicans é a mais prevalente. 
 A candidíase gera grande desconforto nas mulheres, causando sintomas que as 
impossibilitam de realizar atividades físicas e sexuais. O quadro clínico é composto por: 
 Presença de corrimento branco, em placas, 
aderente a mucosa e com aspecto de leite 
coalhado. 
 Prurido intenso  Pode levar a lesões na mucosa 
no ato de coçar, podendo gerar hiperemia, 
maceração e escoriações da vulva, levando, por 
vezes, a disúria e dispareunia. 
 Os sintomas tendem a piorar na fase menstrual e 
após o coito, sendo que a vulva fica intensamente 
edemaciada. 
 Ocorre alteração do pH vaginal. 
 Visualização de colpite difusa e ulcerativa ao 
exame especular. 
 Pode haver infecção secundária ocasionada pela transmissão de bactérias das unhas no 
ato de coçar, podendo simular lesões herpéticas. Além disso, a candidíase pode ser trans- 
mitida por contato sexual, mas não se trata de uma DST. 
 Os fatores pré-disponentes para candidíase são: 
 Gravidez. 
 Diabetes Mellitus. 
 Imunossupressores. 
 Antibióticos de amplo espectro. 
 Infecção pelo HIV. 
 Uso de duchas vaginais. 
 Uso de vestuário inadequado. 
 Uso de sabonetes íntimos. 
 Uso de roupas de banho para atividade de 
praia ou piscina durante longos períodos de 
tempos. 
 Contracepção hormonal. 
 Contato com substâncias alergênicas (ex: 
Talco, perfumes e desodorantes íntimos, etc). 
 A candidíase ainda pode ser classificada em 2 
tipos distintos: 
1) Não complicada  Caracterizada por episódios 
isolados, com sintomas leves a moderados. As principais queixas costumam 
ser o prurido e a ardência nas relações sexuais. O tratamento deve ser 
realizado. 
2) Complicada  Caracteriza por episódios recorrentes (4 ou mais x/ano), 
podendo ocorrer na presença de diversos tipos de Candida – é necessário 
muitas vezes a pesquisa para identificar qual delas está provocando a infecção. 
A imunossupressão, a gestação e a DM são situações que levam a candidíase 
complicada. 
 O diagnóstico de candidíase é feito através de: 
 Anamnese. 
 Exame especular  Visualização do 
corrimento característico. 
 pH ácido de 3,5 – 4,5. 
 Exame microscópico  Hifas estarão 
presentes. 
 Cultura. 
 Teste da amina negativo. 
 O tratamento da candidíase é composto por: 
1) Medidas gerais e orientações: São elas: 
 Uso de roupas arejadas. 
 Abstinência sexual durante o tratamento. 
 Evitar o uso de sabonetes íntimos. 
Vulva edemaciada 
por Candidíase 
 Esses fatores predispõem a infecção 
por Candida por leva a umadiminuição da imunidade celular. 
Note o aspecto de 
leite coalhado 
Hifas visualizadas 
na microscopia 
Jéssica Viégas – Med 97 
 Alcalinizar o pH vaginal (com Flogo-rosa, por exemplo)  Embora o pH normal 
da vagina seja ácido (3,4 – 4,5), na candidíase é necessário alcalinizar o pH 
vaginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Tratamento farmacológico: 
a) Para candidíase não complicada: Pode ser feito por 2 vias: 
 VO: 
 Fluconazol 150 mg 2x ao dia, dose única  É altamente hepatotóxico e, por 
isso, é necessário avaliar a função hepática (provas de função hepática) 
antes, durante e após o tratamento. 
 Itraconazol 200 mg 2 x/dia durante 1 dia. 
 Cetoconazol 400 mg 1 x/dia durante 5 dias. 
 Via vaginal: É necessário ter em mente que, muitas vezes, o uso de medicação 
tópica pode exacerbar a doença. Em função disso, o tratamento pode essa via 
de administração só é utilizada na candidíase não complicada: 
 Terconazol 240 mg em uma única aplicação. 
 Isoconazol 600 mg em uma única aplicação. 
 Tioconazol 100 mg 1 x/dia durante 3 dias. 
b) Para candidíase complicada: Nistatina associada a bicarbonato de sódio por 
via intravaginal durante 14 dias + corticosteroides tópicos para proporcionar 
alívio da paciente + Fluconazol VO 1 comprimido/mês durante 6 meses. 
 Nos quadros recorrentes também é importante o exame do parceiro sexual por 
urologista, para avaliar a necessidade também de tratamento ou não. 
c) Para candidíase na gestação: É importante ressaltar que não existe 
contraindicação ao parto vaginal para candidíase; apenas quadros de herpes 
ativo contraindicam o parto vaginal. Após o 1º trimestre da gestação qualquer 
formulação tópica pode ser utilizada e em casos de recorrência, deve-se manter 
o tratamento tópico e acrescentar o uso de comprimidos vaginais – mesmo a 
absorção sendo muito pouca – de Clotrimazol, Fenicol ou Iconazol. 
 A Nistatina também está liberada para uso durante a gestação. 
 O quadro clínico é caracteriza por: 
 Corrimento característico de cor amarelo-
esverdeado, bolhoso e fétido. 
 Presença de prurido. 
 Presença de dispareunia e disúria. 
 Os sintomas se intensificam no período pós-
menstrual. 
 Pode haver edema da vulva e da vagina. 
 Pode haver infecção da uretra e bexiga também. 
 Visualização de colpite em aspecto de 
“framboesa” (“colo em framboesa”). 
 Teste de Shiller em aspecto “tigróide”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
T. vaginalis 
Aspecto tigróide Colo uterino em framboesa 
Corrimento bolhoso Note a coloração 
amarelo-esverdeado 
Vaginites por Protozoário: Trichomonas vaginalis 
 A T. vaginalis é um parasita flagelado, sexualmente transmitido, cuja vaginite 
infecciosa é uma doença de notificação compulsória – esse parasita pode inclusive 
transmitir a sífilis, visto que o Treponema palidum pode ser carreado junto com ele para 
infectar o hospedeiro. Homens, muitas vezes, são portadores assintomáticos, sendo 
vetores da doença, necessitando também de tratamento concomitante com a parceira. 
Jéssica Viégas – Med 97 
 O diagnóstico da tricomoníase é feito através de: 
 Anamnese. 
 Exame especular  Identificação do corrimento característico. 
 Exame microscópico a fresco ou Papanicolau  Permitem a visualização do 
parasita. 
 pH vaginal básico 5 – 7. 
 Teste das aminas negativo. 
 O tratamento é feito com: 
 Nitroimidazólicos  Metronizadol: 
 VO  2 g em dose única ou 500 mg 2 x/dia, durante 7 dias. 
 Gel  Não recomendado. 
 Deve ser feito o tratamento do parceiro sexual – geralmente se faz dose única  
É importante ressaltar que o parceiro deve ser examinado por urologista antes 
de se estabelecer qualquer tratamento. 
 Deve-se orientar o paciente para o uso de preservativos.

Mais conteúdos dessa disciplina