Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� Vulvovaginite� O�ervaçõe� gerai� • Vulvovaginite: processo inflamatório da vulva e vagina •Corrimento vaginal fisiológico:Pequena quantidade, homogêneo Fluido, esbranquiçado ou eventualmente amarelado, PH entre 4,0-4,5, Odor ausente, Ausência de prurido e Ausência de sinais inflamatórios •Em mulheres em idade reprodutiva, o corrimento vaginal normal consiste em 1 a 4 mL de fluido (por 24 horas), branco ou transparente, grosso ou fino, na maioria das vezes inodoro e com pH entre 3,5 a 4,5. • O corrimento fisiológico pode tornar-se mais perceptível às vezes como no meio do ciclo menstrual próximo ao momento da ovulação, durante a gravidez ou com uso de anticoncepcionais estrogênios e progestágenos. •Causas não infecciosas -Corrimento mucóide fisiológico -Vaginite inflamatória descamativa -Vaginite atrófica (pós menopausa) -Presença de corpo estranho -Dermatites alérgicas ou irritativas •Geralmente ocorre no menacme •Avaliar história clínica, prática sexuais, características do corrimento, cor, odor, consistência, DUM, higiene, medicamentos •Buscar ulcerações, eritema •Ressaltar que nem todo corrimento é uma IST APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� Componente� fisiológic� Ec�sistem� vagina� •a identificação de novos componentes da flora vaginal; diferentes meios de cultura revelaram a diversidade de microrganismos aeróbios, anaeróbios e microaerófilos como componentes da microflora do trato reprodutivo Ainda, por meio de métodos de cultura, a análise de espécimes obtidos sequencialmente durante o ciclo menstrual mostrou significativas alterações qualitativas e quantitativas nas concentrações de microrganismos aeróbios e anaeróbios, sugerindo ser a flora vaginal um ecossistema dinâmico. Foram também apontadas diferenças nos nichos ecológicos microbianos da cérvix e da vagina. Microbiom� vagina� •o microbioma vaginal é, na grande maioria das vezes, dominado por uma ou duas espécies de Lactobacillus, sendo os mais frequentes Loctobacillus inner, Lactobacilus crispatus, Lactobacillus gasseri ou Lactobacillus jensenii. Até o momento, a espécie de Lactobacillus identificada com maior frequência tem sido a inners, seguida pelas espécies crispatus. gasseri e jensenii • em algumas mulheres assintomáticas e saudáveis, o predominio no meio vaginal não é dos Lactobacillus, mas sim de outras bactėrias, incluindo espécies de Prevotella, Gardnerella, Atopobium e Megasphaera Ácid� latic� � pH vagina� •importante influência na composição microbiana da vagina é o pH, que é dependente do estado hormonal da mulher. 0 estrogênio estimula o depósito de glicogênio nas células epiteliais vaginais, que posteriormente é degradado em glicose e ácido lático, por ação dos Lactobacillus. Isso resulta em um pH Vaginal igual ou menor a 4,5 na maioria das mulheres assintomáticas na idade reprodutiva, com ciclos menstruais normais. -Lactobacillus na vagina de mulheres saudáveis. Outros microrganismos, como Candida albicans e Streptococcus sp. aeróbio, também são tolerantes ao pH ácido. Em uma minoria de mulheres que não possuem Lactobacillus, outras bactérias (como Atopobium, Megasphaera, Leptotrichia) podem estar presentes e produzem ácido lático APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� •A produção de åcido lático, peróxido de hidrogênio, bacteriocinas e outras substâncias microbicidas pelos Lactobacillus sp. inibe o crescimento de patógenos e outros microrganismos oportunistas. Estudos recentes têm sugerido que o ácido lático é componente ativo da defesa imune inata no trato genital, promovendo ativação de linfócitos auxiliares da linhagem TH17, que atua contra microrganismos extracelulares �p� d� flor� •Flora tipo I: -predomínio de lactobacilos (80 a 95%) -Polimorfonucleares raros ou ausentes -pH ácido •Flora tipo lI: -50 % de lactobacilos e 50% de outras bactérias>Disbiose -Células epiteliais -Raros polimorfonucleares •Flora tipo Ill -Ausência de lactobacilos -Predomínio de outras bactérias -Flora vaginal patológica Candidías� 20% das mulheres apresentam de forma assintomáticas •Saprofitas > patogênico • Sistema imune> lectina ligadora de manose> presente nos fluidos corporais e na secreção vaginal,> reconhece e ligar-se ao polissacarídeo manose que está presente na superfície dos microrganismos> Tal ligação desencadeia a cascata do sistema complemento> à lise celular e à fagocitose> importante componente imune no combate às infecções fúngicas. •Classificação:complicada e não complicada. - "não complicada": a candidíase que se apresenta em episódios esporádicos ou infrequentes, de intensidade leve ou moderada, cujo agente etiológico provavelmente é a Candida albicans e ocorre em mulheres não imunocomprometidas. - O termo "candidíase complicada" refere-se à candidíase recorrente ou severa ou por espécies não albicans ou em mulheres com diabetes, condições que comprometam o APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� sistema imune (por exemplo, infecção por HIV), debilitadas ou recebendo imunossupressores. A candidíase complicada ocorre em aproximadamente 10% a 20% das mulheres. •Fatores de Risco -Gravidez, Diabetes mellitus descompensado, Obesidade -Uso de antibióticos, corticóides, imunossupressores, quimioterapia, radioterapia -Aumento da umidade e calor local, Contato com substâncias alergênicas -Alteração da resposta imunológica (HIV) •Clínica -Prurido vulvovaginal-> principal sintoma -Disúria, Dispareunia -Corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso (leite coalhado) -Hiperemia e edema vulvar, Placas brancas ou acinzentadas recobrindo vagina colo -Fissuras e maceração da vulva, piora antes da menstruação •Diagnóstico 1)Sem microscópio -pH< 4,5 -Teste do KOH (Whiff test): Negativo 2)Com microscópio - Exame a fresco (colocar secreção vaginal + salina em uma lâmina) -Presença de leveduras e pseudohifas •Tratamento -1° Opção: Miconazol creme vaginal 2% - 7 dias ou Nistatina via vaginal por 14 dias -2°opção: Fluconazol 150mg VO dose única ou Itraconazol 100mg, 2 comp, VO 2x/dia, 1 dia •Na gravidez: Tratamento somente via vaginal •Casos recorrentes: Mesmo tratamento por 14 dias ou Fluconazol 150mg, VO, dias 1,4 e 7 e manutenção semanal por 6 meses Vagin�� bacterian� APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� -infecção polimicrobiana complexa, que se caracteriza por alteração da flora vaginal com predomínio de lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio para uma flora com quantidades acentuadamente reduzidas de lactobacilos e proliferação excessiva de outros microrganismos, como a G. vaginalis. •Os fatores de risco -raça negra, -uso de duchas vaginais, -tabagismo, -menstruação, -estresse crônico - comportamentos sexuais, como elevado número de parceiros masculinos, - sexo vaginal desprotegido, sexo anal receptivo antes do sexo vaginal e sexo com parceiro não circuncisado. •Quadro clínico - corrimento de intensidade variável, coloração geralmente esbranquiçada, pranco-acinzentada ou amarelada, acompanhado de odor vaginal fétido (caracterizado frequentemente como "odor de peixe" ou amoniacal). -O odor fétido piora com o intercurso sexual desprotegido e durante a menstruação, devido à volatilização de aminas aromáticas (putrescina, cadaverina, dimetilamina) resultantes do metabolismo das bactérias anaeróbias pela alcalinidade do sêmen ou do sangue menstrual. coloração geralmente esbranquiçada, •DIAGNÓSTICO - Os critérios propostos por Amsel requerem três dos quatro itens a seguir: 1)corrimento vaginal branco-acinzentado homogêneo aderente às paredes vaginais; 2)medida do pH vaginal maior do que 4,5; 3)teste das aminas (whiff test) positivo, ou seja, desprendimento de odor fétido após a adição de KOH 10% a uma gota de conteúdo vaginal; 3)presença de "células-chave" ("clue cells"), que são células epiteliais recobertas por cocobacilos Gram variáveis na bacterioscopia •TRATAMENTO 1° Opção: Metronidazol 250mg, 2 comp, V0, 2x/d por 7 dias ou Metronidazol gel vaginal 100mg/g,5 dias 2° opção: Clindamicina 300mg, VO, 2x/dia por 7 dias Na gravidez: 1o trimestre: Clindamicina 300mg, VO, 2x/dia por 7 dias; 2o e 3o trimestres: Metronidazol 250 mg,1 comp, VO 3x/ dia, por 7 dias Casos recorrentes: Metronidazol 250mg, 2 comp, V0, 2x/d por 10 a 14 dias APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� Tricomonias� •A tricomoníase é um fator de risco de transmissão do HIV e é contagiosa nos homens e nas mulheres. - Nas mulheres, essa infecção aumenta os riscos de infertilidade tubária e DIP atípica e, nas gestantes, está associada a complicações como nascimento prematuro •Causada pelo T. vaginalis - protozoário flagelado •Reservatório: Colo uterino, vagina e uretra •Sintomas -Corrimento abundante, amarelado, amarelo-esverdeado, bolhoso -Prurido, irritação vulvar -Sintomas urinários (disúria e polaciúria) -Dor pélvica -Hiperemia da mucosa (colpite difusa ou focal-colo em framboesa) •Diagnóstico 1)Sem microscópio -pH> 4,5 2)Com microscópio (bacterioscopia por coloração de Gram) -Visualização dos protozoários flagelados móveis em material ectocervical -Exame bacterioscópico a fresco ou pela coloração de Gram, Giemsa, papanicolau entre outras •Tratamento 1° Opção: Metronidazol 400mg, 5 comp, VO, dose única (total 2g) ou Metronidazol 250mg, 2 comp, VO 2x/d por 7 dias Na gravidez: Metronidazol 400mg, 5 comp, VO, dose única (total 2g) ou Metronidazol 400mg, 1 comp, VO 2x/d por 7 dias ou Metronidazol 250mg, 1 comp, VO 3x/d por 7 dias APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� Cervicite� •Inflamação da cérvice uterina (secreção que é expelida de dentro do canal cervical) •As cervicites são infecções sexualmente transmissíveis ISTS cujo desfecho impacta de maneira importante na ocorrência de complicações ginecológicas e materno fetais •As cervicites ou endocervicites é a inflamação da mucosa endocervical, geralmente de origem infecciosa, podendo ser dividida em gonocócica (causada pela neisseria gonorrhoeae) e não gonocócica •FATORES DE RISCO: - mulheres sexualmente ativas: com < 25 anos; novas ou múltiplas parcerias sexuais; parcerias com IST; -uso irregulares de contraceptivos; história prévia de IST •RISCOS: -endometrite, DIP prematuridade, oftalmia neonatal, CIUR, gravidez ectópica, esterilidade e dor pёlvica •QUADRO CLÍNICO -Os sintomas mais comuns são: Secreção vaginal mucopurulenta, Sangramento pós-relação sexual ou entre as menstruações, Disúria, Dispareunia, Irritação vulvovaginal, Edema de colo uterino e Descarga mucupurulenta APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� Clamídi� •Chlamydia trachomatis é um patógeno bacteriano exclusivamente intracelular, que tende a ser muito menor que a maioria das bactérias. Esse microrganismo é semelhante aos vírus porque exige cultura de tecidos para seu isolamento, mas, como as bactérias, tem ácido ribonucleico (RNA) e DNA e é suscetível a alguns antibióticos. •A C. trachomatis causa diversos tipos de infecção geniturinária, inclusive uretrite não gonocócica nos homens e DIP nas mulheres. • A C. trachomatis pode causar doença ocular significativa nos recém-nascidos e é uma das principais causas de cegueira nos países subdesenvolvidos. •Os sinais e sintomas -são semelhantes aos da gonorreia. -A diferença mais significativa entre as salpingites causadas por gonorreia e clamídia é que esta última pode ser assintomática ou clinicamente inespecífica. -mulheres são assintomáticas, a queixa mais comum é secreção cervical mucopurulenta. O colo do útero frequentemente está hipertrofiado e torna-se eritematoso, edemaciado e extremamente friável. Isso pode agravar a lesão das tubas uterinas e aumentar o reservatório para infecções subsequentes por esse microrganismo. -Nos homens sintomáticos, as infecções por clamídia causam uretrite (inclusive com eritema e hipersensibilidade no meato uretral), secreção peniana purulenta e prurida uretral. Alguns pacientes podem ter prostatite e epididimite com infertilidade subsequente. -A complicação mais grave da infecção por Chlamydia não tratada é síndrome de Reiter. Essa tríade inclui uretrite, conjuntivite e artrite das articulações que sustentam peso, inclusive joelhos e articulações sacroilíacas e vertebrais. Gonorrei� •A gonorreia é IST de notificação compulsória causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. •O gonococo é um diplococo Gram-negativo piogênico. Os seres humanos são os únicos hospedeiros naturais da N. gonorrhoeae. • O microrganismo prolifera mais facilmente em epitélios quentes secretores de muco. • A porta de entrada pode ser o sistema geniturinário, os olhos, a orofaringe, a região anorretal ou a pele. APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� •A transmissão geralmente ocorre por relações sexuais, exceto nos casos de transmissão perinatal. •A autoinoculação do microrganismo nas conjuntivas pode ocorrer. • Nas gestantes é uma síndrome de infecção amniótica, que se caracteriza por ruptura prematura das membranas, nascimento prematuro e risco aumentado de morbimortalidade neonatal. •Nas crianças pequenas deve sugerir a possibilidade de abuso sexual. •Em muitos casos, a infecção evidencia-se 2 a 7 dias depois da exposição. •Nos casos típicos, a gonorreia começa na uretra anterior, nas glândulas uretrais acessórias, nas glândulas de Bartholin ou Skene e no colo do útero. Se não for tratada, a gonorreia espalha-se dos focos iniciais para os segmentos proximais do sistema geniturinário. • Nos homens, a doença espalha-se para a próstata e o epidídimo. Nas mulheres, a gonorreia frequentemente causa endometrite, salpingite e DIP. Faringite pode ocorrer depois do contato orogenital. Além disso, N. gonorrhoeae pode invadir a circulação sanguínea e causar sequelas graves, inclusive acometimento bacteriêmico dos espaços articulares, das valvas cardíacas, das meninges e de outros órgãos e tecidos do corpo. •Os pacientes com gonorreia podem ser assintomáticos e disseminar involuntariamente a doença para seus contatos sexuais. •SINTOMAS - Nos homens: são dor uretral e secreção amarelo-cremosa, algumas vezes sanguinolenta. -Nas mulheres: secreção urinária ou genital incomum, disúria, dispareunia, dor ou hipersensibilidade pélvica, sangramento vaginal diferente (inclusive sangramento depois de relações sexuais), febre e proctite. Os sintomas podem ocorrer ou piorar durante ou pouco depois das menstruações, porque a bactéria é um diplococo intracelular que prolifera no sangue menstrual, mas não consegue sobreviver muito tempo fora do corpo humano. Também podem ocorrer infecções do útero e formação de focos infecciosos agudos ou crônicos nas tubas uterinas (i. e., salpingite), que por fim causam retrações fibróticas e esterilidade. •Diagnóstico - história de exposição sexual e nos sintomas referidos e pode ser confirmado pela demonstração do microrganismo por coloração com Gram ou cultura. APG 29 |QUE CHEIRO É ESSE?|S14P1| SOI IV |Isabell� Afons� Referências EstratégiaMed.Vulvovaginites - Aula de Ginecologia do Curso Extensivo de Residência Médica 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/live/EyXM4gxsvN4?feature=share FEBRASGO. Febrasgo - Tratado de Ginecologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154841. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. Acesso em: 23 mai. 2023. Miranda, Angélica Espinosa et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecções que causam cervicite. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2021, v. 30, n. spe1 [Acessado 23 Maio 2023], e2020587. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100008.esp1>. Epub 15 Mar 2021. ISSN 2237-9622. https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100008.esp1.
Compartilhar