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São condições de apresentação comum na urgência e emergência. Tem uma apresentação mais comum no estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH) que em tese o perfil desses pacientes mais idosos tem potencial maior de apresentar comorbidades. A cetoacidose diabética (CAD) geralmente são pacientes jovens portanto tem uma evolução boa. Cetoacidose diabética: Introdução: - Distúrbio metabólico grave → caracterizado por hiperglicemia importante, cetonemia e acidose metabólica com ânion gap elevado ; - Caracterizada pela deficiência insulínica grave ou absoluta e aumento dos hormônios contra- reguladores (principalmente glucagon); - Componente fisiopatológico marcante → Aumento da atividade cetogênica; - Complicação aguda típica do DM tipo 1: • 30% dos adultos e 15-67% das crianças e adolescentes vão desenvolver cetoacidose diabética. Adolescentes geralmente estão expostos a diversos fatores, e a não aceitação de sua doença nessa faixa etária, o que pode predispor essa condição; • Principal causa de óbito em diabéticos menores de 24 anos; • E a mortalidade, a despeito de tudo isso, ainda é < 5%. Fatores precipitantes da CAD: - Omissão ou inadequação do uso da insulina - é uma causa importante nesse perfil de paciente; - Diagnóstico recente (1ª manifestação); - Mau funcionamento da Bomba de Infusão Continua de insulina - ela pode der vários problemas em relação ao seu funcionamento, como obstrução, falha na aplicação do que foi programado. As vezes a pessoa tem a falsa garantia de que está coberta, que está sendo tratada, só que a bomba de infusão não está funcionando direito e a pessoa acaba evoluindo com esse estado; Outras várias causas: • Doenças Agudas: ○ Infecções - cursa com um ciclo vicioso, em que há o aumento da glicemia, que aumenta a infecção, que aumenta a glicemia, que aumenta a infecção ○ IAM, AVC, HDA (hemorragia digestivas), pancreatite, queimaduras - outros fatores de estresse orgânico, várias doenças que quando presentes podem desencadear essa hiperglicemia, pelo fator de aumentar os hormônios contrarreguladores. • Drogas: por ter um contexto de bloqueio ou inutilização da insulina, também aumento dos hormônios contrarreguladores, que vão precipitar a hiperglicemia. ○ Corticoides, diuréticos tiazídicos, antagonistas dos canais de cálcio, beta-bloqueadores, fenitoína, antipsicóticos, álcool, cocaína - diuréticos tiazídicos tem uma contraindicação relativa em pacientes diabéticos. A única contraindicação absoluta de tiazídicos são pacientes hiperglicêmicos com crise de gota. • Desidratação: ○ Oferta inadequada de água, sauna, diarreia e vômitos - A desidratação precipita o processo e a hiperglicemia também vai gerar a desidratação, então ela é causa e - Raissa Novelli T.67 Aula 9 Cetoacidose diabética e Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar quarta-feira, 23 de junho de 2021 10:41 Página 1 de URGENCIA.EMERGENCIA processo e a hiperglicemia também vai gerar a desidratação, então ela é causa e consequência. • Distúrbios Endócrinos (Hipertireoidismo, Feocromocitoma e Acromegalia). Fisiopatologia básica da CAD: Essa via da lipólise (rosa) é o que diferencia o estado hiperosmolar da cetoacidose, nessa condição aqui nós temos o aumento da atividade lipolítica com quanto na segunda (EHH) ela praticamente inexiste e essa condição determina a cetose presente na cetoacidose diabética e principal precursor da acidose dos vômitos da cetonuria presente. Então nós temos pela diminuição da insulina de maneira grave absoluta, o aumento do hormônio contrarregulador, glucagon, os efeitos do aumento da proteólise, da lipólise, aumento da produção hepática da glicose com aumento da glicose pelos tecidos periféricos. Esses 4 principais eventos fisiopatológicos determinam a cascata e os principais sinais e sintomas da cetoacidose diabética como a presença da respiração de Kussmaul e como consequência a acidose, rebaixamento de consciência como consequência da desidratação intracelular, a desidratação como consequência a glicosúria e a diurese osmótica que advém. Então todos esses principais eventos explicam em algum momento os sinais e sintomas da CAD. O aumento da proteólise vai determinar a adinamia, astenia e a fadiga que o paciente está apresentando. Manifestações Clínicas da CAD: - Geralmente em pacientes Jovens. Precedido por 1 dia ou mais de poliúria e polidipsia, associadas a: • Fraqueza, náuseas, vômitos; • Torpor (rebaixamento do nível de consciência) e evolução para coma acontece em apenas 10% dos casos - porque aqui a osmolaridade não é tão alta quanto no EHH. A gente sabe que esse coma e o rebaixamento do nível de consciência, tem uma relação inversamente proporcional ao nível de osmolaridade -> Quanto maior a osmolaridade, menor o nível de consciência. Já no EHH, os níveis glicêmicos são muito elevados e isso determina uma osmolaridade muito alta, e isso vai determinar uma desidratação muito maior e importante; • No início vamos ter ainda uma PA normal e o paciente taquicárdico, mas na evolução do processo essa taquicardia pode se manter ou aumentar com tendencia a hipotensão; • Respiração de Kussmaul - reflexo da acidose; Desidratação; Página 2 de URGENCIA.EMERGENCIA • Desidratação; • Hiperestesia abdominal - aumento da sensibilidade no abdome. Não é um mecanismo muito bem explicado, mas pode estar presente nesses pacientes; • Hipertermia ou hipotermia; • Hipotensão com choque; • Hálito cetônico (odor de maçã podre) - nem sempre detecta a presença dele Critérios diagnósticos da CAD: - Hiperglicemia (250 a 800mg/dl); - Acidose metabólica com pH sanguíneo < 7,3: se o paciente não estiver com uma PIA (punção interarterial) para controle gasométrico, a gente pode fazer controle venoso porque o ph venoso é +0,03, a variação é muito pequena. Então se você quer apenas controlar o ph pode fazer o controle venoso (o ph arterial é o ph venoso + 0,03); - Bicarbonato baixo (< 15mEq/L) - então além da hiperglicemia com o contexto clínico apresentado e acidose metabólica, vamos ter bicarbonato baixo na gasometria arterial; - Ânion gap aumentado: falamos então que temos um paciente hiperglicêmico, com estado de cetose e ânion gap aumentado. Ânion gap é a essa diferença (primeira fórmula): Sódio - (cloro + bicarbonato); ou para algumas referências bibliográficas (2 fórmula): que se soma ainda o potássio ao sódio. Então em situações de CAD esse ânion gap vai estar tão alto quanto a gravidade da situação; - Cetonemia → que vai ser avaliada com a pesquisa de cetoácidos no sangue (+), ou se não tivermos como fazer essa pesquisa a cetonúria moderada a intensa nos mostra a presença desse estágio de cetose que esse paciente vai estar apresentando; Osmolalidade plasmática < 330mOsm/Kg, a presença de coma está associada com a presença de osmolaridade plasmática acima de 340; - - Sódio normall/baixo/elevado: cuidado com a pseudohiponatremia (falsa baixa no sódio), toda vez que se tem um sódio baixo é necessário fazer a correção da glicemia que está elevada, e depois ver K normal/baixo/elevado: Quando estamos lidando com controles gasométricos apenas para o controle do ph, -> Usa mais essa fórmula. se vai ter a necessidade de fazer a correção do sódio ou não. Isso também é feito no EHH; Página 3 de URGENCIA.EMERGENCIA - K normal/baixo/elevado: • Só lembrando que o potássio corporal total sempre vai estar reduzido. - Hemograma (leucocitose) - no intuito de procura de infecções; - RX tórax, ECG, urocultura, hemocultura - esses exames devem ser individualizados de acordo com a necessidade de cada paciente. Mas esses são os básicos, mas vamos supor se o paciente está hipotenso, vamos pedir um lactato para entender a realidade da hiperperfusão dele. Hemocultura e a urocultura para ver se realmente há a possibilidade de infecção. Ou se é um paciente com CAD e tem uma disfunção renal associada se faz os examesde função renal. Diagnóstico diferencial da CAD: - Cetose do jejum prolongado e da inanição - aumentam a atividade lipolítica, faz a lipólise para compensar o jejum prolongado; - Cetoacidose Alcóolica (Bicarbonato > 15mEq/l); - Acidose Lática; - Acidose Urêmica; - Intoxicações: • CO2, Cianeto, Tolueno, Metanol, Salicilatos, Paraldeído, estricnina, ferro e etilenoglicol. Tratamento da CAD: - Medidas gerais: o tratamento da CAD uma vez diagnosticada envolve medidas gerais como: • Avaliação do estado neurológico - Glasgow e depois o acompanhamento desse Glasgow; • As vias aéreas devem estar pérvias, em alguns casos mais graves, em um estágio mais avançado da condição, deve ser considerado o uso da ventilação mecânica, não invasiva (o paciente tem que estar totalmente consciente) ou invasiva (quando o paciente está com disfunção de O2 ou CO2 e seu contexto metabólico também é muito grave); • Ofertar O2 se PO2 <80mmHg em ar ambiente; • SNG (sonda nasogástrica): em casos de torpor ou coma - para evitar aspirações; • SVD (sonda vesical de demora): em caso de paciente inconsciente ou paciente que não urina após 6h. A condição metabólica pode precipitar uma bexiga neurogênica nesse paciente, então as vezes é melhor passar uma sonda de alívio ao invés da de demora. Por que a de alívio pode ser suficiente para estimular a musculatura do detrusor e a partir disso ele urinar de maneira espontânea, mas caso o paciente esteja inconsciente ou em coma é necessário uma sonda de demora; • ATB: quando evidenciar infecção; • PA sistólica < 80mmHg após 1h de hidratação: considerar DVAs (drogas vasoativas); Glicemia capilar 1/1h nas horas iniciais até normalizar o pH) – após a normalização do ph a cada 2h; • • Glicosúria e cetonúria de hora em hora até glicosúria atingir 1+ e cetonúria negativar, depois passa para de 2/2h; • Inicialmente repetir ionograma e gasometria a cada 2/2 ou 3/3 h; • PA e pulso 30/30 minutos, temperatura 2/2h e diurese horária. Obs.: isso é o que o protocolo diz, mas é óbvio que isso deve ser individualizado com o perfil de cada paciente. Por exemplo, se é um paciente chocado não vai se esperar 30 min para medir a PA e pulso de novo - Hidratação: Medida isolada de maior impacto na cetoacidose: a hidratação provoca a hemodiluição, Página 4 de URGENCIA.EMERGENCIA • Medida isolada de maior impacto na cetoacidose: a hidratação provoca a hemodiluição, glicosúria e aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina ○ 1L de SF 0.9% em 1h; ○ 1L de SF 0.9% em 1h; ○ 1L de SF 0.9% em 2h; ○ 1L de SF 0.9% em 4h; ○ 1L de SF 0.9% em 4h; ○ 1L de SF 0.9% em 8h. E como é que eu faço? Tem-se 1L em cada etapa de hora,, então são 6L nas primeiras 20 horas. Com relação as horas, é o seguinte 1+1:2; 4+4:8. Então eu faço na primeira hora 1L, reavalio o paciente, na segunda hora mais 1L. Nas próximas duas horas mais 1L, nas próximas 4 horas mais 1L, nas próximas 4 horas mais 1 L e nas próximas 8 horas mais 1L. • Paciente idoso e/ou portador de doença cardiovascular: PVC e outros elementos clínicos de acompanhamento, coloração das mucosas, POCUS (para ver a fluído responsividade do paciente, para avaliar a veia cava do paciente se está distendida ou colabando). São pacientes que se deve ter mais parcimônia em sua hidratação; Na plasmático >155 mEq/L ou osmolaridade >350 mOsm/L → SF 0,45% - se o sódio estiver elevado (>155) com a osmolaridade alta também deve ser utilizado uma solução isotônica; • • Glicemia < 250 mg/dl → SGI 5% ou glicofisiológica (se Na ↓) → ↓ hipoglicemia e edema cerebral - quando a glicemia estiver próxima de 250 deve ser utilizado o soro glicosado isotônico ou a glicofisiológica se o sódio estiver baixo. O objetivo disso é reduzir a possibilidade de hipoglicemia e o edema cerebral ; • Manter glicemia em torno de 250 mg/dl por 12 a 24h; • Hipertrigliceridemia grave ↓ falsamente o Na sérico. • Hidratação em crianças: ○ 1ª h → 20 a 25 ml/kg - Depois, por 3 a 6 horas 7,5 a 10 ml/kg/h. • Lactentes: ○ SF 0,9% e água destilada -AD- (1:1). • Crianças maiores: a partir de 12 anos ○ SF 0,9% e AD (2:1 - duas partes de soro fisiológico para uma parte de água). Obs.: EXCESSIVA REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS (> 5L EM 8 HS) em crianças: tem o RISCO DE EDEMA CEREBRAL OU SARA. Um sinal de acompanhamento de hidratação em crianças é o aumento da área cardíaca na avaliação radiológica. - Insulinoterapia: • Insulina REGULAR (insulina de ação rápida): 0,15 UI/kg EV em bolus - dose de ataque; Após: 0,1 UI/kg/h EV (faz-se um aumento na infusão se queda for menor que 75mg/h – e evitar queda > 100mg/h, pelo risco de edema cerebral). Então a gente entende que na nossa infusão de insulina regular o objetivo é manter uma queda de 75 a 100mg por hora; • • Suspender infusão venosa de insulina: na ausência de cetonúria, pH normalizar ou bicarbonato normal (passar a insulina para subcutânea -SC- de 4/4h) e ânion gap normalizado; • IM (intramuscular): Quero lembrar a vocês que apesar da literatura considerar a aplicação IM, temos que pensar que estamos na emergência e estamos considerando que esses pacientes vão ter um acesso venoso. Temos que lembrar que a aplicação IM a absorção é errátil, não temos segurança no pico de nível sérico e de queda, então sempre considerar a infusão venosa Página 5 de URGENCIA.EMERGENCIA segurança no pico de nível sérico e de queda, então sempre considerar a infusão venosa ○ Ataque de 10-20 UI, após 5 UI 1/1h até glicemia < 250 (glicosúria +) na CAD ou 300 no EHH, após 5 UI 2/2h, 4/4h – até o paciente alimentar. • Insulinoterapia em crianças: nesse modulo não vou cobrar essas dosagens não ○ 0,1 a 0,25UI/kg EV em bolus; ○ Manutenção: 0,1 UI/kg/h, EV - é a mesma de adultos; ○ IM: ataque 0,25 UI/Kg, manutenção 0,1 UI/Kg 1/1h; ○ Com glicemia <250mg/dl: reduz a insulina para 0,05 a 0,1 UI/Kg 2/2h, 4/4h; ○ Evitar IM: em casos de choque ou desidratação grave; ○ Reiniciar NPH quando quadro se estabilizar e o paciente começa a se alimentar. - Manejo do Potássio/Fosfato: • Déficit corporal total de K: 5 a 10 mEq/kg (mesmo se níveis séricos normais devido a desidratação + acidose); • K normal ou ↓ inicialmente: reposição imediata; • K extremamente ↑: não repor inicialmente - porque com a hidratação e a insulina nos vamos ter queda nos nível de potássio. Então não precisa fazer a reposição, porque o tratamento com insulina e reposição volêmica induz queda rápida do potássio; • Tratamento da CAD induz queda rápida de K (insulina + reposição volêmica + ↑ pH); • 1/3 da dose de reposição: KPO4 10%, restante KCl. Potássio sérico (mEq/l) Infusão < 3 40 mEq/h 3 a 4 30 mEq/h 4 a 5 20 mEq/h > 5 Não fazer Obs.: Lembrando que 10 ml de KCl 10% contém 13mEq. - Reposição de Bicarbonato: • Eleva discretamente o pH; • Indicação controversa. É reservada para pacientes que apresentam um ph muito ácido (<7,0); • Na presença de arritmias, hipotensão ou coma; ○ Cada ml de NaHCO3 a 8,4 % tem 1 mEq/l de bicarbonato • 6,9 < pH < 7,0: 44mmol, dá geralmente 100ml de HCO3 a 8,4% em 30 minutos; • pH < 6,9: 88 mmol -> 200ml de HCO3 8,4% em 1h. • Crianças: 1/3 ou 50% do déficit calculado EV em 4 a 6h. O base excess é dado na gasometria Complicações da CAD: - Consequentes à patologia: • IAM; • Hipertrigliceridemia grave - é o mesmo paciente que falseia o sódio, ele tem o risco de pancreatite; • Trombose Vascular - pela desidratação, pela osmolaridade aumentada; • Mucormicose - é a micose de mucosa. Consequentes ao tratamento: Página 6 de URGENCIA.EMERGENCIA - Consequentes ao tratamento: • Hipoglicemia - quando se é mais agressivo na hidratação e na insulina/Hiperglicemia - quando o paciente é inadequadamente hidratado e com insulina abaixo do que é necessário; • Hipocalemia - é pro arritmogênica, deve ser evitada a qualquer custo; • SARA, Edema cerebral - pode advir do excesso de hidratação/ tratamento, principalmente emcrianças; • Acidose metabólica hiperclorêmica - pelo excesso de hidratação. Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar: Introdução: - Complicação aguda típica do DM tipo 2; - Deficiência insulínica relativa com taxa hídrica inadequada; - Caracterizado por hiperglicemia severa, hiperosmolaridade importante e desidratação, na ausência de cetose significante; - Os efeitos da hiperosmolaridade e da desidratação envolvem principalmente o SNC - quanto mais alta a osmolaridade menor o nível de sensório; - Mortalidade de 15% -enquanto na CAD o nível de letalidade é próximo a 5%, aqui é próximo a 20%. Porque aqui estamos de pacientes idosos, com outras comorbidades, e não bastando a evolução natural da doença que pode gerar consequências nós temos ainda o efeito iatrogênico, devido inadequação de tratamento. Excesso de hidratação em idoso e/ou portador de doença cardiovascular não é bom, a falta de hidratação não vai ser boa, ajuste inadequado do potássio e da insulina não vai. Fisiopatologia básica da EHH: Temos aumento dos hormônios contrarreguladores, uma deficiência de insulina relativa (aqui não é absoluta como na CAD) e não tem atividade cetogênica e não tem o aumento da atividade lipolítica. Fatores precipitantes do EHH: - Infecção (+ importante) - lá na CAD o principal fator é a inadequação ou omissão do uso da insulina; - Fatores de grande estresse: continuam se apresentando aqui também IAM silencioso, AVC, isquemia mesentérica, pancreatite, hemorragias digestivas, queimaduras, Página 7 de URGENCIA.EMERGENCIA • IAM silencioso, AVC, isquemia mesentérica, pancreatite, hemorragias digestivas, queimaduras, trauma; - Diagnóstico recente (1ª manifestação); - Omissão ou Inadequação de Insulina - aqui na EHH aparece em quarto lugar; - Drogas: permanecem aqui como fatores precipitantes, e aqui com contexto maior, porque são idosos com mais comorbidades do que jovens Corticoides, diuréticos tiazídicos, antagonistas dos canais de Ca, ß-bloqueadores, fenitoína, antipsicóticos, álcool, cocaína - quando inadequadas ao paciente. • - Desidratação. Manifestações Clínicas do EHH: - É o Idoso, intensamente desidratado; - Evolução de dias ou semanas → Progressão lenta do processo; - Alterações do nível de consciência em 50% dos pacientes: • Variando de letargia a coma profundo (30% – hiperosmolaridade), podendo ocorrer convulsões focais ou generalizadas. - Hiperosmolaridade → hiperglicemia e hipernatremia; - Cetonas geralmente ausentes; - Taquicardia e hipotensão/choque; - Hipertermia e hipotermia podendo refletir o estado de infecção. Critérios Diagnósticos do EHH: - Hiperglicemia (> 600mg/dl) - níveis glicêmicos muito elevados; - pH sanguíneo (>7,3), exceto em caso de acidose lática associada (paciente em estado metabólico importante, como em paciente com choque ou desidratação importante, em uma fase avançada do processo); - Bicarbonato normal (> 15mEq/l); - Osmolaridade plasmática > 330mOsm/Kg (coma > 340); - Todos os critérios a baixo se assemelham a CAD: • Sódio normal/baixo/elevado (pseudohiponatremia); • K normal/elevado; • Ureia e creatinina elevadas refletindo a desidratação desse paciente, com relação ureia/creatinina de > 60 para 1, refletindo um estado pré-renal; • Hemograma (leucocitose); • RX tórax, ECG (o EHH pode ter sido precipitado pelo IAM ou EHH pode evoluir com IAM), urocultura, hemocultura... Dados laboratoriais CAD EHH Glicemia (mg/dl) >250 >600 pH sanguíneo <7,3 >7,3 Bicarbonato (mEq/L) <15 >15 Osmolaridade (mOsm/Kg) <330 >330 Cetonúria ≥ 3 ≤ 1 Cetonemia (diluição 2:1) Positiva Negativa Sódio sérico (mEq/L) 130 a 140 145 a 155 Comparativo laboratorial das duas condições. Página 8 de URGENCIA.EMERGENCIA Sódio sérico (mEq/L) 130 a 140 145 a 155 Potássio sérico (mEq/L) 5 a 6 4 a 5 Ureia (mg/dl) 38 a 53 43 a 86 Ácidos graxos (nM) 1,6 1,5 Tratamento da EHH: Hidratação: • Reposição de déficit de líquidos: 50% em 12 h e metade em 24 h - lá na CAD era 6L nas primeiras 20h. Aqui se oferta 50% do total de déficit de líquidos nas primeiras 12h e a outra metade nas próximas 24h, então se repõem o total de líquido em 36h. O déficit de água é calculado com essa fórmula: • Inicialmente: 1 a 2 L de SF 0,9% - de salina isotônica, mas no contexto de gravidade de hiperosmolaridade desse paciente, ela é hipotônica em relação ao sangue; • Após 1 a 2 L: SF 0,45%; • Em caso de Hipotensão ou choque: SF 0,9%; • 2 L de SF 0,45% em 2 h + 1 L a cada 2 h. E quando a glicemia atinge 250: introduzir SGI (salina glicosada isotônica) à 5% para evitar hipoglicemia iatrogênica. - - Insulinoterapia: • Idem à CAD. - Manejo do potássio: • Idem à CAD. Complicações da EHH: - Consequentes à patologia: • Fenômenos tromboembólicos - a osmolaridade é muito intensa então a tendencia a trombose é muito maior nessa condição, além de estarmos lidando com um paciente com o contexto de insuficiência vascular; • IAM - possibilidade maior de IAM, são pacientes com coração mais debilitado, com obstruções parciais da coronárias. - Consequentes ao tratamento: os mesmos da CAD • Hipoglicemia/Hiperglicemia; • Hipocalemia; • Edema cerebral; • SARA. Precipitantes da CAD e EHH: O sódio desejado é o normal (135 a 145). Página 9 de URGENCIA.EMERGENCIA Resumo da fisiopatologia das duas condições. A maior parte é idiopático. Falha terapêutica por omissão ou inadequação do uso da insulina. Página 10 de URGENCIA.EMERGENCIA
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