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Transtornos por uso de substâncias DSM 5

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Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
A característica essencial de um transtorno por uso de substâncias consiste na presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, 
comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo pelo indivíduo apesar de problemas significativos relacionados à substância. Uma 
característica é uma alteração básica nos circuitos cerebrais que pode persistir após a desintoxicação, especialmente em indivíduos com 
transtornos graves. Transtornos induzidos por substâncias inclui intoxicação, abstinência e outros transtornos mentais induzidos por 
substância/medicamento. 
 
Critérios: 
-baixo controle sobre o uso da substância. 
-prejuízo social 
- uso arriscado 
- farmacológicos: tolerância e abstinência. 
Tolerância: é sinalizada quando uma dose acentuadamente maior da substância é necessária para obter o efeito desejado ou quando um efeito 
acentuadamente reduzido é obtido após o consumo da dose habitual. 
Abstinência: é uma síndrome que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue ou nos tecidos diminuem em um indivíduo 
que manteve uso intenso prolongado. 
Gravidade e especificadores: um transtorno por uso de substância leve é sugerido pela presença de dois ou três sintomas; moderado, por quatro 
ou cinco sintomas; e grave, por seis ou mais sintomas. 
 
Intoxicação: As alterações mais comuns decorrentes da intoxicação envolvem perturbações de percepção, vigília, atenção, pensamento, 
julgamento, comportamento psicomotor e comportamento interpessoal. As intoxicações breves, ou “agudas”, podem ter sinais e sintomas 
diferentes dos presentes nas intoxicações prolongadas, ou “crônicas”. Por exemplo, doses moderadas de cocaína podem, inicialmente, produzir 
sociabilidade, mas isolamento social pode se desenvolver caso essas doses sejam repetidas com frequência por dias ou semanas. 
 
Abstinência: A síndrome específica da substância causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional 
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. A abstinência geralmente, mas nem sempre, está associada a um transtorno por uso de 
substância. A maioria dos indivíduos com abstinência sente necessidade de re- administrar a substância para reduzir os sintomas. Obs: 
substâncias de ação mais prolongada tendem a apresentar abstinência de maior duração. 
 
Desenvolvimento e curso: Indivíduos entre 18 e 24 anos apresentam taxas de prevalência relativamente altas para o uso de praticamente todas 
as substâncias. A intoxicação costuma ser o primeiro transtorno relacionado a substâncias e frequentemente se inicia na adolescência. A 
abstinência pode ocorrer em qualquer idade, contanto que a droga relevante tenha sido consumida em doses suficientes ao longo de um período 
prolongado. 
 
TRANSTORNOS MENTAIS INDUZIDOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
De modo geral, as drogas mais sedativas (sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos e álcool) podem produzir transtornos depressivos proeminentes 
e clinicamente significativos durante a intoxicação, enquanto há mais chances de se observar condições de ansiedade durante as síndromes de 
abstinência dessas substâncias. Também, durante a intoxicação, as substâncias mais estimulantes (p. ex., anfetamina e cocaína) provavelmente 
estarão associadas a transtornos psicóticos induzidos por substância e a transtornos de ansiedade induzidos por substância, sendo que episódios 
depressivos maiores induzidos por substância são observados durante a abstinência. Tanto as drogas mais sedativas quanto as mais estimulantes 
têm chances de produzir perturbações sexuais e de sono significativas, porém temporárias. 
Os perfis sintomáticos para os transtornos mentais induzidos por substância/medicamento assemelham-se aos transtornos mentais 
independentes. Enquanto os sintomas dos transtornos mentais induzidos por substância/medicamento podem ser idênticos aos sintomas dos 
transtornos mentais independentes (p. ex., delírios, alucinações, psicoses, episódios depressivos maiores, síndromes de ansiedade), e embora 
eles possam ter as mesmas consequências graves (p. ex., suicídio), a maioria dos transtornos mentais induzidos tem chances de melhorar em 
questão de dias ou semanas de abstinência. 
Lembre-se: Transtornos mentais induzidos por substância desenvolvem-se no caso de intoxicação ou abstinência a partir de substâncias de 
abuso. Há indícios de que o consumo de substâncias de abuso ou de determinados medicamentos com efeitos colaterais psiquiátricos no caso 
de um transtorno mental preexistente provavelmente resulte em intensificação da síndrome independente preexistente. 
TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DO ÁLCOOL 
 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Características diagnósticas: O transtorno por uso de álcool é definido por um agrupamento de sintomas comportamentais e físicos, os quais 
podem incluir abstinência, tolerância e fissura. A abstinência de álcool caracteriza- se por sintomas de abstinência que se desenvolvem 
aproximadamente 4 a 12 horas após a redução do consumo que se segue a uma ingestão prolongada e excessiva de álcool. Como a abstinência 
de álcool pode ser desagradável e intensa, os indivíduos podem continuar o consumo apesar de consequências adversas, frequentemente para 
evitar ou aliviar os sintomas de abstinência. 
Efeitos mais persistentes sobre o sistema nervoso central incluem déficits cognitivos, grave comprometimento da memória e alterações 
degenerativas do cerebelo. Esses efeitos estão relacionados aos efeitos diretos do álcool ou a traumatismos e a deficiências vitamínicas 
(particularmente vitamina B, inclusive tiamina). Um efeito devastador sobre o sistema nervoso central é o transtorno amnéstico persistente 
induzido por álcool, relativamente raro, ou síndrome de Wernicke-Korsakoff, na qual a capacidade de codificar novas memórias fica gravemente 
prejudicada. O transtorno por uso de álcool é um fator que colabora para o risco de suicídio durante intoxicação grave e no caso de transtornos 
depressivo ou bipolar temporários induzidos por álcool. Há aumento na taxa de comportamento suicida e de suicídio consumado entre 
indivíduos com o transtorno. 
Desenvolvimento e curso: O transtorno por uso de álcool apresenta um curso variável, caracterizado por períodos de remissão e recaídas. 
Indivíduos do sexo masculino apresentam taxas mais elevadas de consumo de álcool e de transtornos relacionados do que os do sexo feminino. 
Consequências funcionais: O transtorno por uso de álcool está associado a um aumento significativo no risco de acidentes, violência e suicídio. 
O transtorno grave por uso de álcool, especialmente em indivíduos com transtorno da personalidade antissocial, está associado a atos 
criminosos, incluindo homicídio. O uso problemático e grave da substância também contribui para desinibição e sentimentos de tristeza e 
irritabilidade, os quais colaboram para tentativas de suicídio e suicídios consumados. 
 
Intoxicação por álcool 
 
Características diagnósticas: comportamento sexual ou agressivo inadequado, humor instável, julgamento prejudicado e comprometimento no 
funcionamento social ou profissional. Os níveis de incoordenação podem interferir na capacidade de conduzir veículos e de rea lizar atividades 
habituais a ponto de causar acidentes. 
A intoxicação por álcool às vezes está associada a amnésia dos eventos que ocorreram durante o curso da intoxicação (“apagões”). 
Desenvolvimento e curso: A intoxicação costuma ocorrer como um episódio que normalmente se desenvolve ao longo de minutos a horas e 
tem duração típica de várias horas, sendo que a prevalência mais alta ocorre entre os 18 e os 25 anos. 
 
Na intoxicação aguda, se houver agitação faz uso de haloperidol para não rebaixar a consciência, já que o benzodiazepínico rebaixa. Além disso 
administra primeiro a tiamina ao invés de glicose. Cuidado também na hidratação indiscriminada, principalmente os cardiopatas. 
Abstinência do álcool 
 
Características diagnósticas:A característica essencial da abstinência de álcool é a presença de uma síndrome de abstinência que se desenvolve 
no período de várias horas a alguns dias após a cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de álcool. A síndrome de abstinência inclui 
dois ou mais sintomas que refletem a hiperatividade autonômica e a ansiedade listadas no Critério B, em conjunto com sintomas gastrintestinais. 
Os sintomas podem ser aliviados por meio da administração de álcool ou benzodiazepínicos (p. ex., diazepam). Os sintomas de abstinência 
geralmente começam quando as concentrações sanguíneas de álcool declinam abruptamente (i.e., em 4 a 12 horas) depois que o uso de álcool 
foi interrompido ou reduzido. Após abstinência aguda, entretanto, os sintomas de ansiedade, insônia e disfunção autonômica po dem persistir 
durante um período de até 3 a 6 meses em níveis menores de intensidade. O benzodiazepínico ajuda a evitar as convulsões. 
Delirium: qualquer estado de confusão e agitação independentemente da causa, além de perturbação da consciência e da cognição, o delirium 
por abstinência pode envolver alucinações visuais, táteis ou (raramente) auditivas (delirium tremens). 
Medicações: 
- Naltrexona – antagonista opioide → 50 a 100mg/dia 
- Acamprosato – reduz a atividade do glutamato, reduzindo as compulsões. 
- Dissulfiram – paciente deve estar em abstinência por pelo menos 48 hrs. 
 
TRANSTORNOS POR USO DE CANNABIS 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Os canabinoides, especialmente a Cannabis, são as substâncias psicoativas ilícitas mais amplamente usadas no mundo. 
 
Características diagnósticas: 
Os canabinoides têm diversos efeitos sobre o cérebro, sendo que entre os mais proeminentes estão as ações sobre os receptores de canabinoides 
CB1 e CB2, que são encontrados em todo o sistema nervoso central. Os ligantes endógenos para esses receptores atuam essencialmente como 
neurotransmissores. A potência da Cannabis (concentração de delta-9-THC) que está geralmente disponível apresenta grande variação, desde 
1% até aproximadamente 15% no material vegetal típico de Cannabis. 
Fórmulas orais sintéticas (pílulas/cápsulas) de delta-9-tetraidrocanabinol (delta-9-THC) estão disponíveis via receita para uma série de indicações 
médicas aprovadas (p. ex., para náusea e vômitos causados por quimioterapia; para anorexia e perda de peso em indivíduos com aids). 
O transtorno por uso de Cannabis é observado normalmente como o único transtorno por uso de substância desenvolvido pelo indivíduo. O 
reconhecimento de que a interrupção abrupta do uso diário ou quase diário de Cannabis frequentemente resulta no início de uma síndrome de 
abstinência da substância. Sintomas comuns de abstinência incluem irritabilidade, raiva ou agressividade, ansiedade, humor deprimido, 
inquietação, dificuldade em dormir e redução do apetite ou perda de peso. a síndrome de abstinência de Cannabis pode causar sofrimento 
significativo e contribuir para dificuldade em abandonar o hábito ou para a recaída entre as pessoas que tentam abster-se do uso. 
Características associadas: Indivíduos que usam Cannabis regularmente costumam relatar que a consomem para lidar com o humor, sono, dor 
ou outros problemas fisiológicos e psicológicos, e as pessoas diagnosticadas com transtorno por uso de Cannabis frequentemente apresentam 
outros transtornos mentais concomitantes. 
Como ocorre com outras substâncias, usuários mais experientes de Cannabis desenvolvem tolerância comportamental e farmacológica a ponto 
de tornar-se difícil a identificação de quando estão sob sua influência. Sinais de uso agudo e crônico incluem olhos vermelhos (conjuntivas 
hiperêmicas), odor de Cannabis nas roupas, pontas dos dedos amareladas (de fumar baseados), tosse crônica, uso de incenso (para mascarar o 
odor), fissura exagerada e desejo de determinados alimentos, às vezes em momentos incomuns do dia ou da noite. 
Desenvolvimento e curso: 
Geralmente, o transtorno por uso de Cannabis desenvolve-se no decorrer de um longo período, embora a progressão possa ser mais rápida em 
adolescentes, sobretudo entre os que apresentam problemas globais da conduta. A maioria das pessoas que desenvolvem um transtorno por 
uso de Cannabis em geral estabelece um padrão de consumo que aumenta gradualmente tanto em frequência quanto em quantidade. 
OBS: intoxicação por Cannabis não resulta em disfunções comportamentais e cognitivas tão graves como na intoxicação significativa por álcool. 
Consequências funcionais: Muitas áreas relacionadas ao funcionamento psicossocial, cognitivo e à saúde podem ficar comprometidas como 
resultado do transtorno por uso da substância. A função cognitiva, especialmente a função executiva superior, parece ficar comprometida nos 
usuários de Cannabis, e, aparentemente, essa relação depende da dosagem (tanto na forma aguda como na crônica), o que pode contribuir para 
uma dificuldade cada vez maior na escola ou no trabalho. O uso foi relacionado à redução de atividades pró-sociais dirigidas a objetivos, o que 
chegou a ser denominado como síndrome amotivacional, que se manifesta por meio do baixo desempenho escolar e de problemas no trabalho. 
A fumaça da Cannabis contém altos níveis de compostos carcinogênicos que colocam usuários crônicos sob risco de doenças respiratórias 
semelhantes às que ocorrem em fumantes de tabaco. manifestou-se preocupação sobre o uso de Cannabis como fator causal para esquizofrenia 
e outros transtornos psicóticos. O uso da substância pode contribuir para o início de um episódio psicótico agudo, pode exacerbar determinados 
sintomas e pode afetar de forma negativa o tratamento de uma doença psicótica maior. 
Transtornos: transtorno induzido por Cannabis pode ser caracterizado por sintomas (p. ex., ansiedade) que se assemelham a transtornos mentais 
primários (p. ex., transtorno de ansiedade generalizada versus transtorno de ansiedade induzido por Cannabis, com ansiedade generalizada, 
com início durante a intoxicação). O consumo crônico de Cannabis pode produzir 
uma falta de motivação que se assemelha ao transtorno depressivo persistente (distimia). 
Intoxicação por Cannabis 
 
Características diagnósticas: 
A característica essencial da intoxicação por Cannabis é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas problemáticas e clinicamente 
significativas que se desenvolvem durante ou logo após o uso da substância. 
A intoxicação geralmente se inicia com um “barato”, seguido de sintomas que incluem euforia, com risos inadequados ou ideias de grandeza, 
sedação, letargia, comprometimento da memória de curto prazo, dificuldade na execução de processos mentais complexos, julgamento 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
prejudicado, percepções sensoriais distorcidas, prejuízo no desempenho motor e sensação de lentidão do tempo. Às vezes, ocorrem ansiedade 
(que pode ser grave), disforia ou retraimento social. Esses efeitos psicoativos são acompanhados por dois ou mais dos seguintes sinais, 
desenvolvidos no prazo de 2 horas após o uso de Cannabis: conjuntivas hiperemiadas, apetite aumentado, boca seca e taquicardia. Os efeitos 
em geral duram de 3 a 4 horas, mas podem ser mais prolongados quando a substância é consumida por via oral. A magnitude das a lterações 
comportamentais e fisiológicas depende da dose, do método de administração e das características do usuário, tais como taxa de absorção, 
tolerância e sensibilidade a seus efeitos. 
Abstinência por Cannabis 
 
 
Características diagnósticas: A característica essencial da abstinência de Cannabis é a presença de uma síndrome de abstinência típica que se 
desenvolve após a cessação ou redução substancial do uso pesado e prolongado da substância. Além dos sintomas do Critério B, podem-se 
também observar os seguintes no período pós-abstinência: fadiga, bocejos, dificuldade de concentração, períodos de rebote de aumento no 
apetite e hipersonia que se seguem a períodos iniciais de perda de apetite e insônia.Para o diagnóstico, os sintomas de abstinência devem 
causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo (Critério C). 
Desenvolvimento e curso: A maioria dos sintomas se inicia nas primeiras 24 a 72 horas da interrupção. 
Outros transtornos induzidos: transtorno psicótico induzido por Cannabis (“Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos”); 
transtorno de ansiedade induzido por Cannabis (“Transtornos de Ansiedade”); e transtorno do sono induzido por Cannabis;(“Transtornos do 
Sono-Vigília”). Para delirium por intoxicação por Cannabis. 
 
TRANSTORNO POR USO DE ALUCINÓGENOS 
 
Características diagnósticas: A classe dos alucinógenos compreende um grupo de substâncias variadas que, apesar de apresentarem estruturas 
químicas diferentes, e de possivelmente envolverem diferentes mecanismos moleculares, produzem alterações semelhantes da percepção, do 
humor e da cognição em seus usuários. Os alucinógenos inclusos nesta categoria são as fenilalquilaminas (p. ex., mescalina, DOM [2,5-dimetóxi-
4-metilanfetamina] e MDMA [3,4-metilenodioximetanfetamina; também chamada de ecstasy]); as indolaminas, incluindo psilocibina (i.e., 
psilocina) e dimetiltriptamina (DMT); e as ergolinas, como LSD (dietilamida do ácido lisérgico). Alucinógenos geralmente são consumidos por 
via oral, ou intravenosa (p. ex., ecstasy). A duração dos efeitos varia de um tipo de alucinógeno para outro. Algumas dessas substâncias (LSD, 
MDMA) têm meia-vida longa e duração prolongada, de forma que os usuários podem gastar entre horas a dias usando-as ou se recuperando de 
seus efeitos. 
O MDMA/ecstasy como alucinógeno pode apresentar efeitos distintos atribuíveis às suas propriedades tanto alucinógenas quanto estimulantes. 
Entre usuários crônicos de ecstasy, o uso contínuo apesar de problemas físicos ou psicológicos, tolerância, uso prejudicial e excesso de tempo 
gasto na obtenção da substância são os critérios relatados com mais frequência. 
As características típicas de sintomas de alguns alucinógenos podem auxiliar no diagnóstico, ex: indivíduos que usam LSD tendem a ter 
alucinações visuais que podem ser assustadoras. Indivíduos intoxicados por alucinógenos podem exibir aumento temporário na suicidalidade. 
Obs: Ayahuasca é um chá alucenógeno utilizado nas seitas Santo Daime e União Vegetal. 
Consequências funcionais: Há evidências dos efeitos neurotóxicos de longo prazo do uso de MDMA/ecstasy, incluindo comprometimento da 
memória, da função psicológica e da função neuroendócrina, disfunção do sistema serotonérgico e perturbação do sono, bem como dos efeitos 
adversos sobre a microvasculatura encefálica, maturação da matéria branca e dano a axônios. O uso de MDMA/ecstasy pode reduzir a 
conectividade funcional entre regiões do cérebro. 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Comorbidade: Indivíduos que usam alucinógenos exibem mais transtornos mentais não relacionados a substâncias (sobretudo transtornos de 
ansiedade, depressivos e bipolares), especialmente com o uso de ecstasy. Os índices de transtorno da personalidade antissocial (mas não de 
transtorno da conduta) são significativamente elevados entre indivíduos com transtorno por uso de outros alucinógenos, assim como as taxas 
de comportamento antissocial adulto. 
Intoxicação por alucinógenos 
 
Características diagnósticas: A intoxicação por outros alucinógenos reflete as alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente 
relevantes que ocorrem logo após a ingestão de um alucinógeno. Dependendo do alucinógeno em questão, a intoxicação pode durar apenas 
minutos (p. ex., com sálvia) ou várias horas ou ainda mais tempo (p. ex., com LSD [dietilamida do ácido lisérgico] ou MDMA [3,4-
metilenodioximetanfetamina]). 
Consequências funcionais: As perturbações da percepção e o julgamento prejudicado associados à intoxicação por outros alucinógenos podem 
resultar em lesões ou mortes decorrentes de acidentes automobilísticos, brigas de natureza física ou lesão autoinfligida involuntariamente (p. 
ex., tentativas de “voar” de lugares altos). Fatores ambientais e a personalidade e expectativas do indivíduo ao usar o alucinógeno podem 
contribuir para a natureza e a gravidade da intoxicação por alucinógenos. O uso contínuo de tais substâncias, especialmente de MDMA, também 
já foi ligado a efeitos neurológicos. 
 
Comorbidade: Transtornos mentais comórbidos que acompanham o transtorno persistente da percepção induzido por alucinógenos com mais 
frequência são transtorno de pânico, transtorno por uso de álcool e transtorno depressivo maior. 
 
Transtorno por uso de opioides (heroína, morfina, codeína, oxicodona, propoxifeno) 
 
Características diagnósticas: O transtorno por uso de opioides inclui sinais e sintomas que refletem a autoadministração compulsiva e 
prolongada de substâncias opioides usadas sem finalidade médica legítima, ou, na presença de outra condição médica cujo tratamento exige 
opioide, este é usado em doses muito acima da quantidade necessária. Indivíduos com transtorno por uso de opioides são propensos a 
desenvolver padrões regulares de uso compulsivo de drogas ou fármacos a ponto de planejar as atividades diárias em torno da obtenção e 
administração de opioides. A maioria das pessoas com o transtorno apresenta níveis significativos de tolerância e passa por abstinência quando 
da descontinuação abrupta do uso dessas substâncias. Indivíduos com transtorno por uso de opioides costumam desenvolver respostas 
condicionadas a estímulos relacionados a drogas (p. ex., fissura ao ver qualquer tipo de substância semelhante à heroína em pó) – um fenômeno 
que ocorre com a maioria das drogas que causam mudanças psicológicas intensas. Essas respostas provavelmente contribuem para a recaída, 
são difíceis de eliminar e normalmente persistem durante muito tempo depois que a desintoxicação foi completada. 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
Risco de suicídio: o transtorno por uso de opioides está associado a aumento do risco de tentativas de suicídio e suicídios consumados. 
Destacam-se as overdoses tanto acidentais quanto deliberadas intoxicações ou abstinências de opioides repetidas podem estar associadas a 
depressões graves, que, embora sejam temporárias, podem ser suficientemente intensas para levar a tentativas de suicídio e suicídios 
consumados. 
Consequências funcionais: O uso de opioides está associado à inibição de secreções das membranas mucosas, causando secura da boca e do 
nariz. A lentificação da atividade gastrintestinal e a redução da motilidade visceral podem produzir constipação grave. A administração aguda 
pode comprometer a acuidade visual como resultado da miose. Em indivíduos que usam opioides por via intravenosa, veias com esclerose e 
marcas de picadas nos antebraços são comuns. Por vezes, a esclerose das veias torna-se grave a ponto de ocasionar edema periférico, e os 
indivíduos passam a injetar nas veias das pernas, do pescoço ou da virilha. Quando essas veias não podem mais ser aproveitadas, passam a 
injetar diretamente no tecido subcutâneo (skin-popping), resultando em celulite, abscessos e cicatrizes de aparência circular decorrentes de 
lesões cutâneas curadas. 
Infecções também podem ocorrer em outros órgãos e incluem endocardite bacteriana, hepatite e infecção por HIV. Infecções por hepatite C, 
por exemplo, podem ocorrer em até 90% das pessoas que injetam opioides. Indivíduos que inalam (“cheiram”) heroína ou outros opioides 
frequentemente desenvolvem irritação da mucosa nasal, às vezes acompanhada de perfuração do septo nasal. Dificuldades no funcionamento 
sexual são comuns. Os homens costumam sofrer disfunção erétil durante a intoxicação ou com uso crônico. As mulheres geralmente apresentam 
perturbações da função reprodutora e irregularidade menstrual. A morte decorre, com frequência, de overdose, acidentes, ferimentos, aids ou 
outras complicações médicas. 
Transtornosinduzidos por opioides podem ser caracterizados por sintomas (p. ex., humor deprimido) que se assemelham a transtornos mentais 
primários (p. ex., transtorno depressivo persistente [distimia] versus transtorno depressivo induzido por opioides com características 
depressivas, com início durante a intoxicação). 
Intoxicação por opióides: 
 
 
Características diagnósticas: presença de alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e problemáticas (p. ex., euforia 
inicial seguida por apatia, disforia, agitação ou retardo psicomotor, julgamento prejudicado) que se desenvolvem durante ou logo após o uso de 
opioides. A intoxicação é acompanhada por miose (a menos que tenha ocorrido uma overdose grave com consequente anoxia e midríase) e um 
ou mais dos seguintes sinais: torpor, fala arrastada e prejuízo na atenção ou na memória. o torpor pode progredir para coma. Indivíduos com 
intoxicação por opioides podem demonstrar desatenção quanto ao ambiente a ponto de ignorarem eventos potencialmente perigosos. 
Tríade da intoxicação: coma, pupila em ponta de alfinete e depressão respiratória → trata com naloxona. 
 
Abstinência de opióides 
 
 
Indivíduos do sexo masculino com abstinência de opioides podem sofrer piloereção, sudorese e ejaculação espontânea durante a vigília. 
ansiedade e a inquietação associadas à abstinência de opioides assemelham-se a sintomas observados na abstinência de sedativo-hipnóticos. 
Contudo, a abstinência de opioides também é acompanhada por rinorreia, lacrimejamento e midríase, sinais 
não observados na abstinência de sedativos. 
TRANSTORNOS POR USO DE ESTIMULANTES - COCAÍNA/ CRACK 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
 
Características diagnósticas: bloqueia a recaptação de serotonina, noradrenalina. A cocaína pode ser consumida por meio de diversas 
preparações (p. ex., folhas de coca, pasta de coca, cloridrato de cocaína e alcaloides de cocaína, tais como cocaína freebase e crack) que diferem 
em potência devido a variados níveis de pureza e de rapidez de início dos efeitos. Contudo, em todas as formas da substância, a cocaína é o 
ingrediente ativo. O pó de cloridrato de cocaína geralmente é “cheirado” através das narinas ou dissolvido em água e injetado via intravenosa. 
Indivíduos expostos a estimulantes tipo anfetamina ou cocaína podem desenvolver transtorno por uso de estimulantes em apenas uma semana, 
embora o início nem sempre seja tão rápido. Independentemente da via de administração, ocorre tolerância com o uso repetido. Sintomas de 
abstinência, em particular hipersonia, aumento do apetite e disforia, podem ocorrer e intensificar a fissura pela droga. A maioria dos indivíduos 
com transtorno por uso de estimulantes experimentou tolerância ou abstinência. Os padrões de uso e o curso são semelhantes entre transtornos 
envolvendo estimulantes tipo anfetamina e cocaína, já que ambas as substâncias são potentes estimulantes do sistema nervoso central com 
efeitos psicoativos e simpatomiméticos semelhantes. Ansiedade temporária intensa que lembra transtorno de pânico ou transtorno de 
ansiedade generalizada, bem como ideação paranoide e episódios psicóticos que lembram esquizofrenia, são observados com o uso de dosagens 
elevadas. Os estados de abstinência estão associados a sintomas depressivos temporários, porém intensos, que podem se assemelhar a episódio 
depressivo maior; os sintomas depressivos geralmente se resolvem em uma semana. 
Características associadas: Quando injetados ou fumados, os estimulantes geralmente produzem uma sensação imediata de bem-estar, 
autoconfiança, hiperatividade e euforia. Alterações comportamentais drásticas podem se desenvolver rapidamente com o transtorno por uso 
de estimulantes. Comportamento caótico, isolamento social, comportamento agressivo e disfunção sexual podem resultar do transtorno por 
uso de estimulantes de longo prazo. Indivíduos com intoxicação aguda podem apresentar fuga de ideias, cefaleia, ideias de referência transitórias 
e zumbido. Pode haver ideação paranoide, alucinações auditivas com sensório claro e alucinações táteis, as quais o indivíduo normalmente 
reconhece como os efeitos da droga. 
Ameaças e manifestação de comportamento agressivo podem ocorrer. Depressão, ideação suicida, irritabilidade, anedonia, instabilidade 
emocional ou perturbações na atenção e na concentração ocorrem com frequência durante a abstinência. Perturbações mentais associadas ao 
uso da cocaína geralmente se resolvem em um prazo de horas a dias após a interrupção do uso, mas podem persistir durante 1 mês. Alterações 
fisiológicas durante a abstinência de estimulantes são opostas às da fase de intoxicação e às vezes incluem bradicardia. Indivíduos com transtorno 
por uso de estimulantes costumam desenvolver respostas condicionadas a estímulos relacionados a drogas (p. ex., fissura pela droga ao ver uma 
substância em forma de pó branco). Essas respostas contribuem para a recaída, são difíceis de eliminar e persistem após a desintoxicação. 
Desenvolvimento e curso: Alguns indivíduos começam a usar estimulantes para controlar o peso ou para melhorar o desempenho na escola, no 
trabalho ou nos esportes, o que inclui obter medicamentos como metilfenidato ou sais de anfetamina prescritos. 
Consequências funcionais: Dor torácica pode ser um sintoma comum durante a intoxicação por estimulantes. Infarto do miocárdio, palpitações 
e arritmias, morte súbita decorrente de parada respiratória ou cardíaca e acidentes vasculares cerebrais foram associados ao uso de estimulantes 
entre jovens e indivíduos que, a não ser pelo uso de drogas, eram saudáveis. Convulsões podem ocorrer com o uso de estimulantes. 
Intoxicação por estimulantes 
Rayane Aguiar – P5/P9 
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
 
Características diagnósticas: Alucinações auditivas podem ser proeminentes, assim como ideação paranoide, e esses sintomas devem ser 
distinguidos de um transtorno psicótico independente, como esquizofrenia. A intoxicação por estimulantes geralmente começa com uma 
sensação de “barato” e inclui um ou mais dos seguintes sintomas: euforia com aumento do vigor, sociabilidade, hiperatividade, 
inquietação, hipervigilância, sensibilidade interpessoal, loquacidade, ansiedade, tensão, alerta, grandiosidade, comportamento estereotipado e 
repetitivo, raiva, julgamento prejudicado e, no 
caso de intoxicação crônica, embotamento afetivo com fadiga ou tristeza e retraimento social. Essas 
alterações comportamentais e psicológicas são acompanhadas por dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas, que se desenvolvem durante 
ou logo após o uso da cocaína: taquicardia ou bradicardia; 
dilatação pupilar; pressão arterial elevada ou diminuída; transpiração ou calafrios; náusea ou vômito; evidências de perda de peso; agitação ou 
retardo psicomotor; fraqueza muscular; depressão respiratória; dor torácica ou arritmias cardíacas; confusão, convulsões, discinesias, distonias 
ou coma. 
Abstinência de estimulantes 
 
Características diagnósticas: presença de uma síndrome de abstinência típica que se desenvolve no prazo de algumas horas a vários dias após 
a interrupção (ou redução acentuada) do uso de estimulantes (geralmente de altas doses) prolongado. A síndrome de abstinência caracteriza-
se pelo desenvolvimento de humor disfórico acompanhado por duas ou mais das seguintes alterações fisiológicas: fadiga, sonhos vívidos e 
desagradáveis, insônia ou hipersonia, aumento do apetite e retardo ou agitação psicomotora. 
Sintomas agudos de abstinência (“repé”) costumam ser observados após períodos de uso repetitivo 
de altas doses e caracterizam-se por sensações intensas e desagradáveis de lassidão e depressão e de aumento do apetite.

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