Buscar

Transtornos por uso de substâncias - DSM-5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
A característica essencial de um transtorno por uso de substâncias consiste na presença de um 
agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo 
pelo indivíduo apesar de problemas significativos relacionados à substância. Uma característica é uma 
alteração básica nos circuitos cerebrais que pode persistir após a desintoxicação, especialmente em 
indivíduos com transtornos graves. 
transtornos induzidos por substâncias inclui intoxicação, abstinência e outros transtornos mentais 
induzidos por substância/medicamento. 
 
Critérios: 
-baixo controle sobre o uso da substância. 
-prejuizo social 
- uso assiscado 
- farmacológicos : A tolerância e abstinência. 
Tolerância: é sinalizada quando uma dose acentuadamente maior da substância é necessária para obter 
o efeito desejado ou quando um efeito acentuadamente reduzido é obtido após o consumo da dose 
habitual. 
Abstinência: é uma síndrome que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue ou nos 
tecidos diminuem em um indivíduo que manteve uso intenso prolongado. 
 
Gravidade e especificadores: um transtorno por uso de substância leve é sugerido pela presença de dois 
ou três sintomas; moderado, por quatro ou cinco sintomas; e grave, por seis ou mais sintomas. 
 
Intoxicação: 
As alterações mais comuns decorrentes da intoxicação envolvem perturbações de percepção, 
vigília, atenção, pensamento, julgamento, comportamento psicomotor e comportamento interpessoal. 
As intoxicações breves, ou “agudas”, podem ter sinais e sintomas diferentes dos presentesnas 
intoxicações prolongadas, ou “crônicas”. Por exemplo, doses moderadas de cocaína podem, inicialmente, 
produzir sociabilidade, mas isolamento social pode se desenvolver caso essas doses sejam repetidas com 
frequência por dias ou semanas. 
 
Abstinência: 
A síndrome específica da substância causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. A abstinência 
geralmente, mas nem sempre, está associada a um transtorno por uso de substância. A maioria dos 
indivíduos com abstinência sente necessidade de readministrar a substância para reduzir os sintomas. 
Obs: substâncias de ação mais prolongada tendem a apresentar abstinência de maior duração. 
 
Desenvolvimento e curso: Indivíduos entre 18 e 24 anos apresentam taxas de prevalência relativamente 
altas para o uso de praticamente todas as substâncias. A intoxicação costuma ser o primeiro transtorno 
relacionado a substâncias e frequentemente se inicia na adolescência. A abstinência pode ocorrer em 
qualquer idade, contanto que a droga relevante tenha sido consumida em doses suficientes ao longo de 
um período de tempo prolongado. 
 
TRANSTORNOS MENTAIS INDUZIDOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
 
De modo geral, as drogas mais sedativas (sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos e álcool) podem produzir 
transtornos depressivos proeminentes e clinicamente significativos durante a intoxicação, enquanto há 
mais chances de se observar condições de ansiedade durante as síndromes de abstinência dessas 
substâncias. Também, durante a intoxicação, as substâncias mais estimulantes (p. ex., anfetamina e 
cocaína) provavelmente estarão associadas a transtornos psicóticos induzidos por substância e a 
transtornos de ansiedade induzidos por substância, sendo que episódios depressivos maiores induzidos 
por substância são observados durante a abstinência. Tanto as drogas mais sedativas quanto as mais 
estimulantes têm chances de produzir perturbações sexuais e de sono significativas, porém temporárias. 
Os perfis sintomáticos para os transtornos mentais induzidos por substância/medicamento assemelham-
se aos transtornos mentais independentes. Enquanto os sintomas dos transtornos mentais induzidos por 
substância/medicamento podem ser idênticos aos sintomas dos transtornos mentais independentes (p. 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
ex., delírios, alucinações, psicoses, episódios depressivos maiores, síndromes de ansiedade), e embora 
eles possam ter as mesmas consequências graves (p. ex.,suicídio), a maioria dos transtornos mentais 
induzidos tem chances de melhorar em questão de dias ou semanas de abstinência. 
Lembre-se: Transtornos mentais induzidos por substância desenvolvem-se no caso de intoxicação ou 
abstinência a partir de substâncias de abuso. Há indícios de que o consumo de substâncias de abuso ou 
de determinados medicamentos com efeitos colaterais psiquiátricos no caso de um transtorno mental 
preexistente provavelmente resulte em intensificação da síndrome independente preexistente. 
 
TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DO ÁLCOOL 
 
Características diagnósticas: O transtorno por uso de álcool é definido por um agrupamento de sintomas 
comportamentais e físicos, os quais podem incluir abstinência, tolerância e fissura. A abstinência de álcool 
caracteriza- se por sintomas de abstinência que se desenvolvem aproximadamente 4 a 12 horas após a 
redução do consumo que se segue a uma ingestão prolongada e excessiva de álcool. Como a abstinência 
de álcool pode ser desagradável e intensa, os indivíduos podem continuar o consumo apesar de 
consequências adversas, frequentemente para evitar ou aliviar os sintomas de abstinência. 
Efeitos mais persistentes sobre o sistema nervoso central incluem déficits cognitivos, grave 
comprometimento da memória e alterações degenerativas do cerebelo. Esses efeitos estão relacionados 
aos efeitos diretos do álcool ou a traumatismos e a deficiências vitamínicas (particularmente vitamina B, 
inclusive tiamina). Um efeito devastador sobre o sistema 
nervoso central é o transtorno amnéstico persistente induzido por álcool, relativamente 
raro, ou síndrome de Wernicke-Korsakoff, na qual a capacidade de codificar novas memórias fica 
gravemente prejudicada. O transtorno por uso de álcool é um fator que colabora para o risco de suicídio 
durante intoxicação grave e no caso de transtornos depressivo ou bipolar temporários induzidos por 
álcool. Há aumento na taxa de comportamento suicida e também de suicídio consumado entre indivíduos 
com o transtorno. 
Desenvolvimento e curso: O transtorno por uso de álcool apresenta um curso variável, caracterizado por 
períodos de remissão e recaídas. Indivíduos do sexo masculino apresentam taxas mais elevadas de 
consumo de álcool e de transtornos relacionados do que os do sexo feminino. 
Consequências funcionais: O transtorno por uso de álcool está associado a aumento significativo no risco 
de acidentes, violência e suicídio. O transtorno grave por uso de álcool, especialmente em indivíduos com 
transtorno da personalidade antissocial, está associado a atos criminosos, incluindo homicídio. O uso 
problemático e grave da substância também contribui para desinibição e sentimentos de tristeza e 
irritabilidade, os quais colaboram para tentativas de suicídio e suicídios consumados. 
 
 
 
 
 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
Intoxicação por álcool 
 
Características diagnósticas: comportamento sexual ou agressivo inadequado, humor instável, 
julgamento prejudicado e comprometimento no funcionamento social ou profissional. Os níveis de 
incoordenação podem interferir na capacidade de conduzir veículos e de realizar atividades habituais a 
ponto de causar acidentes. 
A intoxicação por álcool às vezes está associada a amnésia dos eventos que ocorreram durante o curso 
da intoxicação (“apagões”). 
Desenvolvimento e curso: A intoxicação costuma ocorrer como um episódio que normalmente se 
desenvolve ao longo de minutos a horas e tem duração típica de várias horas, sendo que a prevalência 
mais alta ocorre entre os 18 e os 25 anos. 
 
Abstinência do álccol 
 
Características diagnósticas: A característica essencial da abstinência de álcool é a presença de uma 
síndrome de abstinência característica que se desenvolve no período de várias horas a alguns dias após acessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de álcool. A síndrome de abstinência inclui dois ou 
mais sintomas que refletem a hiperatividade autonômica e a ansiedade listadas no Critério B, em conjunto 
com sintomas gastrintestinais. 
Os sintomas podem ser aliviados por meio da administração de álcool ou benzodiazepínicos 
(p. ex., diazepam). Os sintomas de abstinência geralmente começam quando as concentrações 
sanguíneas de álcool declinam abruptamente (i.e., em 4 a 12 horas) depois que o uso de álcool foi 
interrompido ou reduzido. Após abstinência aguda, entretanto, os sintomas de ansiedade, insônia e 
disfunção autonômica podem persistir durante um período de até 3 a 6 meses em níveis menores de 
intensidade. 
Delirium: qualquer estado de confusão e agitação independentemente da causa, além de perturbação da 
consciência e da cognição, o delirium por abstinência pode envolver alucinações visuais, táteis ou 
(raramente) auditivas (delirium tremens). 
 
TRANSTORNOS POR USO DE CANNABIS 
Os canabinoides, especialmente a Cannabis, são as substâncias psicoativas ilícitas mais amplamente 
usadas no mundo. 
 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
Características diagnósticas: 
Os canabinoides têm diversos efeitos sobre o cérebro, sendo que entre os mais proeminentes 
estão as ações sobre os receptores de canabinoides CB1 e CB2, que são encontrados em todo o sistema 
nervoso central. Os ligantes endógenos para esses receptores atuam essencialmente 
comoneurotransmissores. A potência da Cannabis (concentração de delta-9-THC) que está geralmente 
disponível apresenta grande variação, desde 1% até aproximadamente 15% no material vegetal típico de 
Cannabis. 
Fórmulas orais sintéticas (pílulas/cápsulas) de delta-9-tetraidrocanabinol (delta-9-THC) estão 
disponíveis via receita para uma série de indicações médicas aprovadas (p. ex., para náusea 
e vômitos causados por quimioterapia; para anorexia e perda de peso em indivíduos com aids). 
O transtorno por uso de Cannabis é observado normalmente como o único transtorno por uso de 
substância desenvolvido pelo indivíduo. 
O reconhecimento de que a interrupção abrupta do uso diário ou quase diário de Cannabis 
frequentemente resulta no início de uma síndrome de abstinência da substância. Sintomas comuns de 
abstinência incluem irritabilidade, raiva ou agressividade, ansiedade, humor deprimido, inquietação, 
dificuldade em dormir e redução do apetite ou perda de peso. a síndrome de abstinência de Cannabis 
pode causar sofrimento significativo e contribuir para dificuldade em abandonar o hábito ou para a 
recaída entre as pessoas que tentam abster-se do uso. 
Características associadas: 
Indivíduos que usam Cannabis regularmente costumam relatar que a consomem para lidar com 
o humor, sono, dor ou outros problemas fisiológicos e psicológicos, e as pessoas diagnostica 
das com transtorno por uso de Cannabis frequentemente apresentam outros transtornos men tais 
concomitantes. 
Como ocorre com outras substâncias, usuários mais experientes de Cannabis desenvolvem tolerância 
comportamental e farmacológica a ponto de tornar difícil a identificação de quando estão sob sua 
influência. Sinais de uso agudo e crônico incluem olhos vermelhos (conjuntivas hiperêmicas), odor de 
Cannabis nas roupas, pontas dos dedos amareladas (de fumar baseados), tosse crônica, uso de incenso 
(para mascarar o odor), fissura exagerada e desejo de determinados alimentos, às vezes em momentos 
incomuns do dia ou da noite. 
Desenvolvimento e curso: 
Geralmente, o transtorno por uso de Cannabis desenvolve-se no decorrer de um longo período, 
embora a progressão possa ser mais rápida em adolescentes, sobretudo entre os que apresentam 
problemas globais da conduta. A maioria das pessoas que desenvolvem um transtorno por uso de 
Cannabis em geral estabelece um padrão de consumo que aumenta gradualmente tanto em frequência 
quanto em quantidade. 
OBS: intoxicação por Cannabis não resulta em disfunções comportamentais e cognitivas tão graves como 
na intoxicação significativa por álcool. 
Consequências funcionais: Muitas áreas relacionadas ao funcionamento psicossocial, cognitivo e à saúde 
podem ficar comprometidas como resultado do transtorno por uso da substância. A função cognitiva, 
especialmente a função executiva superior, parece ficar comprometida nos usuários de Cannabis, e, 
aparentemente, essa relação depende da dosagem (tanto na forma aguda como na crônica), o que pode 
contribuir para uma dificuldade cada vez maior na escola ou no trabalho. O uso foi relacionado à redução 
de atividades pró-sociais dirigidas a objetivos, o que chegou a ser denominado como síndrome 
amotivacional, que se manifesta por meio do baixo desempenho escolar e de problemas no trabalho. 
A fumaça da Cannabis contém altos níveis de compostos carcinogênicos que colocam usuários crônicos 
sob risco de doenças respiratórias semelhantes às que ocorrem em fumantes de tabaco. manifestou-se 
preocupação sobre o uso de Cannabis como fator causal para esquizofrenia e outros transtornos 
psicóticos. O uso da substância pode contribuir para o início de um episódio psicótico agudo, pode 
exacerbar determinados sintomas e pode afetar de forma negativa o tratamento de uma doença psicótica 
maior. 
Transtornos: transtorno induzido por Cannabis pode ser caracterizado por sintomas (p. ex., ansiedade) 
que se assemelham a transtornos mentais primários (p. ex., transtorno de ansiedade generalizada versus 
transtorno de ansiedade induzido por Cannabis, com ansiedade generalizada, com início durante a 
intoxicação). O consumo crônico de Cannabis pode produzir 
uma falta de motivação que se assemelha ao transtorno depressivo persistente (distimia). 
Intoxicação por Cannabis 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
 
Características diagnósticas: 
A característica essencial da intoxicação por Cannabis é a presença de alterações comportamentais ou 
psicológicas problemáticas e clinicamente significativas que se desenvolvem durante ou logo após o uso 
da substância. 
A intoxicação geralmente se inicia com um “barato”, seguido de sintomas que incluem euforia, com risos 
inadequados ou ideias de grandeza, sedação, letargia, comprometimento da memória de curto prazo, 
dificuldade na execução de processos mentais complexos, julgamento prejudicado, percepções sensoriais 
distorcidas, prejuízo no desempenho motor e sensação de lentidão do tempo. Às vezes, ocorrem 
ansiedade (que pode ser grave), disforia ou retraimento social. Esses efeitos psicoativos são 
acompanhados por dois ou mais dos seguintes sinais, desenvolvidos no prazo de 2 horas após o uso de 
Cannabis: conjuntivas hiperemiadas, apetite aumentado, boca seca e taquicardia. Os efeitos em geral 
duram de 3 a 4 horas, mas podem ser mais prolongados quando a substância é consumida por via oral. A 
magnitude das alterações comportamentais e fisiológicas depende da dose, do método de administração 
e das características do usuário, tais como taxa de absorção, tolerância e sensibilidade a seus efeitos. 
Abstinência por Cannabis 
 
 
Características diagnósticas: A característica essencial da abstinência de Cannabis é a presença de uma 
síndrome de abstinência típica que se desenvolve após a cessação ou redução substancial do uso pesado 
e prolongado da substância. Além dos sintomas do Critério B, podem-se também observar os seguintes 
noperíodo pós-abstinência: fadiga, bocejos, dificuldade de concentração, períodos de rebote de aumento 
no apetite e hipersonia que se seguem a períodos iniciais de perda de apetite e insônia. Para o diagnóstico, 
os sintomas de abstinência devem causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério C). 
Desenvolvimento e curso: A maioria dos sintomas se inicia nas primeiras 24 a 72 horas da interrupção. 
Outros transtornos induzidos:transtorno psicótico induzido por Cannabis (“Espectro da Esquizofrenia e 
Outros Transtornos Psicóticos”);transtorno de ansiedade induzido por Cannabis (“Transtornos de 
Ansiedade”); e transtorno do sono induzido por Cannabis;(“Transtornos do Sono-Vigília”). Para delirium 
por intoxicação por Cannabis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
TRANSTORNO POR USO DE ALUCINÓGENOS 
 
Características diagnósticas: A classe dos alucinógenos compreende um grupo de substâncias variadas 
que, apesar de apresentarem estruturas químicas diferentes, e de possivelmente envolverem diferentes 
mecanismos moleculares, produzem alterações semelhantes da percepção, do humor e da cognição em 
seus usuários.Os alucinógenos inclusos nesta categoria são as fenilalquilaminas (p. ex., mescalina, DOM 
[2,5-dimetóxi-4-metilanfetamina] e MDMA [3,4-metilenodioximetanfetamina; também chamada de 
ecstasy]); as indolaminas, incluindo psilocibina (i.e., psilocina) e dimetiltriptamina (DMT); e as ergolinas, 
como LSD (dietilamida do ácido lisérgico) . 
Alucinógenos geralmente são consumidos por via oral, ou intravenosa (p. ex., ecstasy). A duração dos 
efeitos varia de um tipo de alucinógeno para outro. Algumas dessas substâncias LSD, MDMA) têm meia-
vida longa e duração prolongada, de forma que os usuários podem gastar entre horas a dias usando-as 
ou se recuperando de seus efeitos. 
O MDMA/ecstasy como alucinógeno pode apresentar efeitos distintos atribuíveis às suas propriedades 
tanto alucinógenas quanto estimulantes. Entre usuários crônicos de ecstasy, o uso contínuo apesar de 
problemas físicos ou psicológicos, tolerância, uso prejudicial e excesso de tempo gasto na obtenção da 
substância são os critérios relatados com mais frequência. 
As características típicas de sintomas de alguns alucinógenos podem auxiliar no diagnóstico, ex: indivíduos 
que usam LSD tendem a ter alucinações visuais que podem ser assustadoras. Indivíduos intoxicados por 
alucinógenos podem exibir aumento temporário na suicidalidade. 
Obs: Ayahuasca é um chá alucenógeno utilizado nas seitas Santo Daime e União Vegetal. 
Consequências funcionais: Há evidências dos efeitos neurotóxicos de longo prazo do uso de 
MDMA/ecstasy, incluindo comprometimento da memória, da função psicológica e da função 
neuroendócrina, disfunção do sistema serotonérgico e perturbação do sono, bem como dos efeitos 
adversos sobre a microvasculatura encefálica, maturação da matéria branca e dano a axônios. O uso de 
MDMA/ecstasy pode reduzir a conectividade funcional entre regiões do cérebro. 
Comorbidade: Indivíduos que usam alucinógenos exibem mais transtornos mentais não relacionados a 
substâncias (sobretudo transtornos de ansiedade, depressivos e bipolares), especialmente com o uso de 
ecstasy. Os índices de transtorno da personalidade antissocial (mas não de transtorno da conduta) são 
significativamente elevados entre indivíduos com transtorno por uso de outros alucinógenos, assim como 
as taxas de comportamento antissocial adulto. 
Intoxicação por alucinógenos 
 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
Características diagnósticas: A intoxicação por outros alucinógenos reflete as alterações 
comportamentais ou psicológicas clinicamente relevantes que ocorrem logo após a ingestão de um 
alucinógeno. Dependendo do alucinógeno em questão, a intoxicação pode durar apenas minutos (p. ex., 
com sálvia) ou várias horas ou ainda mais tempo (p. ex., com LSD [dietilamida do ácido lisérgico] ou MDMA 
[3,4-metilenodioximetanfetamina]). 
Consequências funcionais: As perturbações da percepção e o julgamento prejudicado associados à 
intoxicação por outros alucinógenos podem resultar em lesões ou mortes decorrentes de acidentes 
automobilísticos, brigas de natureza física ou lesão autoinfligida involuntariamente (p. ex., tentativas de 
“voar” de lugares altos). Fatores ambientais e a personalidade e expectativas do indivíduo ao usar o 
alucinógeno podem contribuir para a natureza e a gravidade da intoxicação por alucinógenos. O uso 
contínuo de tais substâncias, especialmente de MDMA, também já foi ligado a efeitos neurológicos. 
 
Comorbidade: Transtornos mentais comórbidos que acompanham o transtorno persistente da percepção 
induzido por alucinógenos com mais frequência são transtorno de pânico, transtorno por uso de álcool e 
transtorno depressivo maior. 
 
Transtorno por uso de opióides 
(heroína, morfina, codeína, oxicodona, propoxifeno) 
 
Características diagnósticas: O transtorno por uso de opioides inclui sinais e sintomas que refletem a 
autoadministração compulsiva e prolongada de substâncias opioides usadas sem finalidade médica 
legítima, ou, na presença de outra condição médica cujo tratamento exige opioide, este é usado em doses 
muito acima da quantidade necessária. Indivíduos com transtorno por uso de opioides são propensos a 
desenvolver padrões regulares de uso compulsivo de drogas ou fármacos a ponto de planejar as atividades 
diárias em torno da obtenção e administração de opioides. A maioria das pessoas com o transtorno 
apresenta níveis significativos de tolerância e passa por abstinência quando da descontinuação abrupta 
do uso dessas substâncias. Indivíduos com transtorno por uso de opioides costumam desenvolver 
respostas condicionadas a estímulos relacionados a drogas (p. ex., fissura ao ver qualquer tipo de 
substância semelhante à heroína em pó) – um fenômeno que ocorre com a maioria das drogas que 
causam mudanças psicológicas intensas. Essas respostas provavelmente contribuem para a recaída, são 
difíceis de eliminar e normalmente persistem durante muito tempo depois que a desintoxicação foi 
completada. 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
Risco de suicício: o transtorno por uso de opioides está associado a aumento do risco de tentativas de 
suicídio e suicídios consumados. Destacam-se as overdoses tanto acidentais quanto deliberadas 
intoxicações ou abstinências de opioides repetidas podem estar associadas a depressões graves, que, 
embora sejam temporárias, podem ser suficientemente intensas para levar a tentativas de suicídio e 
suicídios consumados. 
Consequências funcionais: O uso de opioides está associado à inibição de secreções das membranas 
mucosas, causando secura da boca e do nariz. A lentificação da atividade gastrintestinal e a redução da 
motilidade visceral podem produzir constipação grave. A administração aguda pode comprometer a 
acuidade visual como resultado da miose. Em indivíduos que usam opioides por via intravenosa, veias 
com esclerose e marcas de picadas nos antebraços são comuns. Por vezes, a esclerose das veias torna-se 
grave a ponto de ocasionar edema periférico, e os indivíduos passam a injetar nas veias das pernas, do 
pescoço ou da virilha. Quando essas veias não podem mais ser aproveitadas, passam a injetar diretamente 
no tecido subcutâneo (skin-popping), resultando em celulite, abscessos e cicatrizes de aparência circular 
decorrentes de lesões cutâneas curadas. 
Infecções também podem ocorrer em outros órgãos e incluem endocardite bacteriana, hepatite e 
infecção por HIV. Infecções por hepatite C, por exemplo, podem ocorrer em até 90% das pessoas que 
injetam opioides. Indivíduos que inalam (“cheiram”) heroína ou outros opioides frequentemente 
desenvolvem irritação da mucosa nasal, às vezes acompanhada de perfuração do septo nasal. Dificuldades 
no funcionamento sexual são comuns. Os homens costumam sofrer disfunção erétil durante a intoxicação 
ou com uso crônico. As mulheres geralmente apresentam perturbações da função reprodutora e 
irregularidade menstrual. A morte decorre, com frequência, de overdose, acidentes, ferimentos, aids ou 
outras complicações médicas. 
Transtornos mentais induzidos por opióides: ocorrem frequentemente em indivíduos com transtorno por 
uso de opioides. Transtornos induzidos por opioides podem ser caracterizados por sintomas (p. ex., humor 
deprimido) que se assemelham a transtornos mentais primários (p. ex., transtorno depressivo persistente 
[distimia] versus transtorno depressivo induzido por opioides com características depressivas, com iníciodurante a intoxicação). 
Intoxicação por opióides: 
 
 
Características diagnósticas: presença de alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente 
significativas e problemáticas (p. ex., euforia inicial seguida por apatia, disforia, agitação ou retardo 
psicomotor, julgamento prejudicado) que se desenvolvem durante ou logo após o uso de opioides. A 
intoxicação é acompanhada por miose (a menos que tenha ocorrido uma overdose grave com 
consequente anoxia e midríase) e um ou mais dos seguintes sinais: torpor, fala arrastada e prejuízo na 
atenção ou na memória. o torpor pode progredir para coma. Indivíduos com intoxicação por opioides 
podem demonstrar desatenção quanto ao ambiente a ponto de ignorarem eventos potencialmente 
perigosos. 
Abstinência de opióides 
 
 
Indivíduos do sexo masculino com abstinência de opioides podem sofrer piloereção, sudorese e 
 ejaculação espontânea durante a vigília. ansiedade e a inquietação associadas à abstinência de 
opioides assemelham-se a sintomas observados na abstinência de sedativo-hipnóticos. Contudo, 
a abstinência de opioides também é acompanhada por rinorreia, lacrimejamento e midríase, sinais 
não observados na abstinência de sedativos. 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
TRANSTORNOS POR USO DE ESTIMULANTES 
COCAÍNA/ CRACK 
 
Características diagnósticas: A cocaína pode ser consumida por meio de diversas preparações (p. ex., 
folhas de coca, pasta de coca, cloridrato de cocaína e alcaloides de cocaína, tais como cocaína freebase e 
crack) que diferem em potência devido a variados níveis de pureza e de rapidez de início dos efeitos. 
Contudo, em todas as formas da substância, a cocaína é o ingrediente ativo. O pó de cloridrato de cocaína 
geralmente é “cheirado” através das narinas ou dissolvido em água e injetado via intravenosa. Indivíduos 
expostos a estimulantes tipo anfetamina ou cocaína podem desenvolver transtorno por uso de 
estimulantes em apenas uma semana, embora o início nem sempre seja tão rápido.Independentemente 
da via de administração, ocorre tolerância com o uso repetido. Sintomas de abstinência, em particular 
hipersonia, aumento do apetite e disforia, podem ocorrer e intensificar a fissura pela droga. A maioria dos 
indivíduos com transtorno por uso de estimulantes experimentou tolerância ou abstinência. Os padrões 
de uso e o curso são semelhantes entre transtornos envolvendo estimulantes tipo anfetamina e cocaína, 
já que ambas as substâncias são potentes estimulantes do sistema nervoso central com efeitos psicoativos 
e simpatomiméticos semelhantes. Ansiedade temporária intensa que lembra transtorno de pânico ou 
transtorno de ansiedade generalizada, bem como ideação paranoide e episódios psicóticos que lembram 
esquizofrenia, são observados com o uso de dosagens elevadas. Os estados de abstinência estão 
associados a sintomas depressivos temporários, porém intensos, que podem se assemelhar a episódio 
depressivo maior; os sintomas depressivos geralmente se resolvem em uma semana. 
Características associadas: Quando injetados ou fumados, os estimulantes geralmente produzem uma 
sensação imediata de bem-estar, autoconfiança e euforia. Alterações comportamentais drásticas podem 
se desenvolver rapidamente com o transtorno por uso de estimulantes. Comportamento caótico, 
isolamento social, comportamento agressivo e disfunção sexual podem resultar do transtorno por uso de 
estimulantes de longo prazo. Indivíduos com intoxicação aguda podem apresentar fuga de ideias, cefaleia, 
ideias de referência transitórias e zumbido. Pode haver ideação paranoide, alucinações auditivas com 
sensório claro e alucinações táteis, as quais o indivíduo normalmente reconhece como os efeitos da droga. 
Ameaças e manifestação de comportamento agressivo podem ocorrer. Depressão, ideação suicida, 
irritabilidade, anedonia, instabilidade emocional ou perturbações na atenção e na concentração ocorrem 
com frequência durante a abstinência. Perturbações mentais associadas ao uso da cocaína geralmente se 
resolvem em um prazo de horas a dias após a interrupção do uso, mas podem persistir durante 1 mês. 
Alterações fisiológicas durante a abstinência de estimulantes são opostas às da fase de intoxicação e às 
vezes incluem bradicardia. Indivíduos com transtorno por uso de estimulantes costumam desenvolver 
respostas condicionadas a estímulos relacionados a drogas (p. ex., fissura pela droga ao ver uma 
substância em forma de pó branco). Essas respostas contribuem para a recaída, são difíceis de eliminar e 
persistem após a desintoxicação. 
Rayane Aguiar – P5 
SAÚDE MENTAL II 
Desenvolvimento e curso: Alguns indivíduos começam a usar estimulantes para controlar o peso ou para 
melhorar o desempenho na escola, no trabalho ou nos esportes, o que inclui obter medicamentos como 
metilfenidato ou sais de anfetamina prescritos. 
Consequências funcionais: Dor torácica pode ser um sintoma comum durante a intoxicação por 
estimulantes. Infarto do miocárdio, palpitações e arritmias, morte súbita decorrente de parada 
respiratória ou cardíaca e acidentes vasculares cerebrais foram associados ao uso de estimulantes entre 
jovens e indivíduos que, a não ser pelo uso de drogas, eram saudáveis. Convulsões podem ocorrer com o 
uso de estimulantes. 
Intoxicação por estimulantes 
 
Características diagnósticas: Alucinações auditivas podem ser proeminentes, assim como ideação 
paranoide, e esses sintomas devem ser distinguidos de um transtorno psicótico independente, como 
esquizofrenia. A intoxicação por estimulantes geralmente começa com uma sensação de “barato” e inclui 
um ou mais dos seguintes sintomas: euforia com aumento do vigor, sociabilidade, hiperatividade, 
inquietação, hipervigilância, sensibilidade interpessoal, loquacidade, ansiedade, tensão, alerta, 
grandiosidade, comportamento estereotipado e repetitivo, raiva, julgamento prejudicado e, no 
caso de intoxicação crônica, embotamento afetivo com fadiga ou tristeza e retraimento social. Essas 
alterações comportamentais e psicológicas são acompanhadas por dois ou mais dos seguintes sinais e 
sintomas, que se desenvolvem durante ou logo após o uso da cocaína: taquicardia ou bradicardia; 
dilatação pupilar; pressão arterial elevada ou diminuída; transpiração ou calafrios; náusea ou vômito; 
evidências de perda de peso; agitação ou retardo psicomotor; fraqueza muscular; depressão respiratória; 
dor torácica ou arritmias cardíacas; confusão, convulsões, discinesias, distonias ou coma. 
Abstinência de estimulantes 
 
Características diagnósticas: presença de uma síndrome de abstinência típica que se desenvolve no prazo 
de algumas horas a vários dias após a interrupção (ou redução acentuada) do uso de estimulantes 
(geralmente de altas doses) prolongado. A síndrome de abstinência caracteriza-se pelo desenvolvimento 
de humor disfórico acompanhado por duas ou mais das seguintes alterações fisiológicas: fadiga, sonhos 
vívidos e desagradáveis, insônia ou hipersonia, aumento do apetite e retardo ou agitação psicomotora. 
Sintomas agudos de abstinência (“repé”) costumam ser observados após períodos de uso repetitivo 
de altas doses e caracterizam-se por sensações intensas e desagradáveis de lassidão e depressão e de 
aumento do apetite.

Continue navegando