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Relatório de Visita ao Inhotim

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Instituto de Ciências Sociais
Curso: Arquitetura e Urbanismo.
Período: 1º. 
Disciplina: História da Arte, Arquitetura e Cidades Brasileiras.
Professora: Mônica Eustáquio Fonseca.
Aluno: Kleber Prodígios. 
	
		
Relatório de Visita Técnica ao Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho
Fontes de Pesquisa Complementares:
DUARTE, Paulo Sergio. Arte Brasileira Contemporânea – um prelúdio. Rio de Janeiro: Silvia Roesler Edições de Arte, 2008.
<http://www.inhotim.org.br>
<http://www.itaucultural.org.br>
1. Breve Biografia dos Artistas em Exposição 
Cildo Meireles (1948)
Cildo Campos Meirelles (Rio de Janeiro, 1948). Artista multimídia. Inicia seus estudos em arte em 1963, na Fundação Cultural do Distrito Federal, em Brasília, orientado pelo ceramista e pintor peruano Barrenechea (1921). Começa a realizar desenhos inspirados em máscaras e esculturas africanas. Em 1967, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde estuda por dois meses na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Nesse período, cria a série Espaços Virtuais: Cantos, com 44 projetos, em que explora questões de espaço, desenvolvidas ainda nos trabalhos Volumes Virtuais e Ocupações (ambos de 1968-69). É um dos fundadores da Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1969, na qual leciona até 1970. O caráter político de suas obras revela-se em trabalhos como Tiradentes - Totem-monumento ao Preso Político (1970), Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-cola (1970) e Quem Matou Herzog? (1970). No ano seguinte, viaja para Nova York, onde trabalha no projeto Eureka/Blindhotland, no LP Sal sem Carne (gravado em 1975) e na série Inserções em Circuitos Antropológicos. Após seu retorno ao Brasil, em 1973, passa a criar cenários e figurinos para teatro e cinema e, em 1975, torna-se um dos diretores da revista de arte Malasartes. Desenvolve séries de trabalhos inspirados em papel moeda, como Zero Cruzeiro e Zero Centavo (ambos de 1974-1978) ou Zero Dollar (1978-1994). Em algumas obras, explora questões acerca de unidades de medida do espaço ou do tempo, como em Pão de Metros (1983) ou Fontes (1992).
Hélio Oiticica (1937-1980)
Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937 – idem, 1980). Artista performático, pintor e escultor. Inicia, com o irmão César Oiticica, estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1954. Nesse ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, em 1959, passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais. Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas. Participa das mostras Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, apresentando, nesta última, a manifestação ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletiva Apocalipopótese, da qual fazem parte seus Parangolés e os Ovos, de Lygia Pape. Em 1969, realiza na Whitechapel Gallery, em Londres, o que chama de Whitechapel Experience, apresentando o projeto Éden. Vive em Nova York na maior parte da década de 1970, período no qual é bolsista da Fundação Guggenheim e participa da mostra Information, no Museum of Modern Art - MoMA. Retorna ao Brasil em 1978. Após seu falecimento, é criado, em 1981, no Rio de Janeiro o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra, dirigido por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Waly Salomão. Entre 1992 e 1997, o Projeto HO realiza grande mostra retrospectiva, que é apresentada nas cidades de Roterdã, Paris, Barcelona, Lisboa, Mineápolis e Rio de Janeiro. Em 1996, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro funda o Centro de Artes Hélio Oiticica, para abrigar todo o acervo do artista e colocá-lo à disposição do público. Em 2009, um incêndio na residência de César Oiticica, destrói parte do acervo do artista.
Edgard de Souza (1962)
Edgard de Souza (São Paulo, 1962). Pintor, escultor, desenhista e gravador. Inicia estudos artísticos na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo; licencia-se em 1984. Na faculdade, entra em contato com artistas ligados à arte conceitual, em especial Nelson Leirner. Além de objetos tridimensionais, executa desenhos, gravuras e pinturas. Entre 1998 e 1999, elabora uma série de cibachromes, técnica fotográfica na qual o artista se retrata em luta e interação consigo mesmo. Desde a década de 90, participa de importantes mostras no Brasil e no exterior. Em 2000, a editora Cosac & Naify publica o livro Edgard de Souza, de autoria do crítico Carlos Basualdo.
Marcius Galan (1972)
Marcius Galan (Indianápolis - EUA, 1972). Trabalha e reside em São Paulo. Em sua produção minimalismo e pop arte se confundem, por trás da aparente rigidez formal, há uma ironia sutil, que se coloca como um dado a mais no sistema de representação, fazendo com que ele se abra para novas relações.
Formado em artes pela FAAP, São Paulo, 1997. Passou pelo Instituto de Arte de Chicago. Recebeu a Bolsa FAAP / Cite Internationale des Arts, Paris, 2003. Participou do Panorama da Arte Brasileira - Contraditório, MAM/SP, 2007.
Diango Hernández (1970) 
Diango Hernández (1970) is a Cuban contemporary artist. Hernandez was born in 1970 in Sancti Spíritus, Cuba. He earned a degree in industrial design at the Havana Superior Institute of Design (ISDI). After graduation in 1994 he began a collaboration experience together with Ernesto Oroza, Juan Bernal, Francis Acea and Manuel Piña under the name "Ordo Amoris Cabinet", after the Latin words for "order" and "love". From 1996 until 2003 Ordo Amoris Cabinet was only formed by Diango Hernández and Francis Acea. The duo's sculptural installations were exhibited throughout Cuba, Europe, and North America. Hernandez currently lives and works in Düsseldorf, Germany, and Trento, Italy.
2. e 3. Respectivas Obras Expostas e Ambientes de Exposição 
Cildo Meireles, Desvio para o vermelho I: Impregnação, II: Entorno, III: Desvio, materiais diversos. (1967-1984)
Localização no Inhotim: Galeria Cildo Meireles, juntamente com outras obras do artista.
Desvio para o Vermelho é um de seus trabalhos mais complexos e ambiciosos – concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984 e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si, no primeiro deles (Impregnação) nos deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e obras de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mas improvável” por alguma idiossincrasia doméstica. Nos ambientes seguintes, Entorno e Desvio, têm lugar o que o artista chama de explicações anedóticas para o mesmo fenômeno da primeira sala, em que a cor satura a matéria, se transformando em matéria. Aberta a uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida.
Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe, 1977.
Compõe-se de uma série de blocos verticais de concreto apoiados em um chão de cascalhos e que dá àquele que penetra a obra, a sensação de estar em um labirinto, como se fosse um miniatura em um ambiente maximizado. A combinação de cores e texturas dos blocos ajuda a criar essa sensação. Esta obra se encontra exposta em área externa, localizadaem frente ao restaurante que leva o nome do artista.
Edgard de Souza, Sem nome, esculturas em bronze. (2000, 2002, 2005). Tal qual o penetrável de Oiticica, a sequência escultórica do artista pode ser conferida em meio aos jardins do Inhotim, nas imediações da Galeria Marcenaria, apoiada sobre uma base elíptica de concreto. O artista criou uma instalação a partir de três de suas esculturas mais importantes, agrupando-as pela primeira vez, formando uma espécie de movimento corporal contínuo, quase que uma cambalhota. Executadas ao longo da última década, estas estátuas de bronze representam uma figura masculina baseada no corpo do próprio artista, em poses abstratas, impossíveis e fragmentadas, evocando a história da arte e dos jardins e um paraíso perdido.
Diango Hernández, Drawing (As a drop I am going out of my home), 2006.
Móveis, objetos e cano de metal, dimensões variadas.
Localização no Inhotim: Galeria Mata.
A instalação do cubano Diango Hernández na Galeria Mata compõe-se de uma série de objetos domésticos triviais, desde uma porta desarticulada a uma poltrona velha, interconectados por uma tubulação acinzentada que, em seu percurso aleatório, atravessa paredes, perfura a tela de uma televisão, entra em armários. Essa trajetória um tanto sugestiva nos conduz ao longo de três ambientes bem-iluminados e ventilados, nos quais é quase que impossível não ceder às evocações da memória. 
5. Obra que mais me surpreendeu durante a visita.
Marcius Galan, Seção Diagonal. 2008
Integrando o acervo temporário da Galeria Mata e instalada em uma modesta sala retangular, a obra Seção Diagonal, de autoria do artista norte-americano radicado em São Paulo Marcius Galan, cria no espectador a ilusão de estar em um ambiente dividido por uma barreira física. Essa barreira inexiste e tal efeito se dá pela conjugação de cores e texturas da parede e do jogo de luz no interior da galeria. O artista usa de muita criatividade para proporcionar aos visitantes um dos momentos mais surpreendentes e reveladores da exposição. Essa foi uma das instalações de que mais gostei, sobretudo pela possibilidade de interagir com o que estava sendo apresentado, condição essa que nos era vedada a maior parte do tempo. Outra exceção fica por conta também do penetrável de Oiticica, no qual podíamos sentir a textura dos blocos e do solo sobre o qual caminhávamos. Os cascalhos e pedras que compunham a base da instalação, ao serem pisoteados pelos espectadores, produziam um som bem característico. E, apesar de se situar em área aberta, a impressão resultante foi a de desconforto. 
 
 Penetrável Magic Square, de Oiticica.

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