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Felicidade, bem-estar, qualidade de vida e saúde

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Felicidade, bem-estar, qualidade de vida e saúde
Article · January 2012
CITATION
1
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1 author:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
COPAHS - COping with PAin through Hypnosis, mindfulness and Spirituality View project
The role of culture in pain-related factors View project
Jose Pais-Ribeiro
University of Porto
583 PUBLICATIONS   5,363 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Jose Pais-Ribeiro on 19 May 2014.
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https://www.researchgate.net/publication/259167981_Felicidade_bem-estar_qualidade_de_vida_e_saude?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/project/COPAHS-COping-with-PAin-through-Hypnosis-mindfulness-and-Spirituality?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/The-role-of-culture-in-pain-related-factors?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Jose_Pais-Ribeiro?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/University_of_Porto?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Jose_Pais-Ribeiro?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Jose_Pais-Ribeiro?enrichId=rgreq-06f2e10a2caaf7ef4ce58a2dff70d8d2-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI1OTE2Nzk4MTtBUzo5ODY1NTk5ODU3ODY5NUAxNDAwNTMyODMxODA1&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
 
Citação 
Pais-Ribeiro, J. (2012). Felicidade, bem-estar, qualidade de vida e saúde. Psicologia na 
Actualidade, 8, 22-31 
 
FELICIDADE, BEM-ESTAR, QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE 
 
José Luis Pais-Ribeiro 
Universidade do Porto 
 
O titulo do presente artigo - Felicidade, Bem-Estar, Qualidade de Vida, e Saúde 
– junta um conjunto de termos populares, que são encontrados nos jornais, nas revistas, 
principalmente as de tendência cor-de-rosa, e na linguagem das pessoas comuns. 
Quando passamos para uma utilização mais técnica, ou mais científica, onde os 
termos têm um significado mais específico que é utilizado em investigação científica, 
verificamos que por vezes a interpretação do seu significado é mais complexo. 
Comecemos por esclarecer que, apesar do que dissemos antes, estes termos são 
frequentemente utilizados como sinónimos na literatura científica: Veenhoven (1997; 
2000) refere que os termos felicidade, satisfação com a vida, qualidade de vida, bem-
estar, denotam o mesmo significado e são utilizados como sinónimos. 
Modernamente o conceito de felicidade é introduzido na Declaração da 
Independência dos Estados Unidos da América (EUA), em 4 de julho de 1776, onde, no 
segundo parágrafo afirma “…que todos os homens nascem iguais, que o Criador lhes dá 
direitos inalienáveis, e que entre eles estão a vida, a liberdade e a procura (pursuit) da 
felicidade”. 
Esta declaração tem marcado a civilização ocidental desde então. No entanto o 
termo “felicidade” não aparece na constituição da maioria dos países. Por exemplo, a 
Constituição da República Portuguesa não encontramos o termo felicidade mas sim 
“bem-estar” e “qualidade de vida”. Com efeito, na secção Princípios Fundamentais, 
Artigo 9.º (Tarefas fundamentais do Estado), afirma que “São tarefas fundamentais do 
Estado”, entre outras, na alínea d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo 
e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efetivação dos direitos económicos, 
sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas 
económicas e sociais. 
Os termos são diferentes mas a ideia é equivalente: a principal diferença que 
podemos encontrar é que, na versão dos EUA, as pessoas têm o direito a procurar a 
felicidade enquanto na versão Portuguesa se afirma que a promoção do bem-estar e da 
qualidade de vida é uma tarefa do estado. 
Provavelmente na versão Portuguesa, está subjacente a ideia que felicidade, 
bem-estar e qualidade de vida, dependem de condições materiais que as pessoas têm. 
Ora, é relativamente claro que isso é falso. Tal é conhecido por “paradoxo de Easterlin” 
que afirma que, a longo prazo, o aumento da riqueza nacional não se repercute no 
aumento da felicidade (Easterlin, 1974). Num texto recente Easterlin, McVey, Switek, 
Sawangfa, e Zweig, (2010), fazendo uma revisão de investigação dos últimos decénios 
confirmam que ao longo do tempo, dentro de um país, a felicidade não aumenta quando 
o rendimento aumenta. Já em 1964 o presidente dos EUA Lyndon Johnston declarava 
que os objetivos de uma sociedade não podiam ser medidos pelo saldo da conta 
bancária. Eles só podiam ser medidos pela qualidade da vida que as pessoas tinham. 
Mas se quisermos ir mais longe na ideia de felicidade podemos recuar 25 
séculos, a Epicuro que escreveu a Meneceu uma “Carta sobre a felicidade”, para 
mostrar que há uma preocupação ancestral com este tema. 
Mais recentemente tem-se desenvolvido o conceito de Felicidade Nacional Bruta 
(Gross National Happiness-GNH) que se propõe substituir o Produto Interno Bruto. É 
um conceito que começou por ser estudado no Butão, um pequeno reino de 700 000 
habitantes, do tamanho da Suíça, implantado nos Himalaias entre o Tibete e a Índia. O 
conceito assume que o GNH resulta do equilíbrio entre objetivos de desenvolvimento 
económicos e não económicos. 
Mas não se pense que se trata de uma bizarria de um estranho país. Por um lado 
não dizem mais do que dizia o presidente dos EUA na década de 60, ou por inúmeros 
outros países que têm estudado essa ideia. Por exemplo, na Europa existe um 
Eurobarómetro que avalia a felicidade da sua população. Na Europa a 25 em 2006 (sem 
a Roménia e a Bulgária), perante a questão “considerando todos os aspetos você diria 
que é”: entre “muito feliz”, “um pouco feliz”, “não muito feliz” ou “nada feliz de todo”, 
17% dos Portugueses consideravam-se muito felizes o que os colocava na 18ª posição 
entre os 25 países com a Dinamarca em primeiro lugar com 49%. Também no Human 
Development Report de 2010, Portugal, está colocado no quarto inferior da lista de 42 
países do seu grupo, o dos países mais desenvolvidos, no que se refere à satisfação com 
a vida em geral (United Nations Development Programme, 2010). Esta é normalmente a 
posição dos portugueses (no terço ou quarto inferiores) perante questões do mesmo tipo 
(bem-estar, qualidadede vida, satisfação com a vida, etc.). Parece haver uma impressão 
cultural no sentir e no expressar da felicidade, bem-estar, qualidade de vida, em 
diferentes povos e nações. O fado ou o destino, a tristeza parecem fazer parte do modo 
de ser dos Portugueses enquanto povo. 
 
Conceito de felicidade, bem-estar, qualidade de vida 
Então o que é a felicidade, o bem-estar, a qualidade de vida? Genericamente 
podemos dizer que é o grau no qual a pessoa avalia globalmente a sua vida de uma 
forma positiva, ou seja, quanto a pessoa gosta da vida que leva. Esta avaliação pessoal 
toma em consideração critérios pessoais que são únicos. Se perguntarmos a duas 
pessoas diferentes quanto avaliam a felicidade (ou bem-estar, ou qualidade de vida) que 
sentem entre zero e 10, sendo 10 a felicidade máxima possível, e ambos responderem, 
“sete”, este valor é comparável, mas as razões porque as duas pessoas referem este valor 
é único, pessoal e incompreensível para as outras pessoas. Se fizermos esta pergunta a 
mil pessoas as razões de cada uma são diferentes de todas as outras. Esta é uma das 
razões porque se diz que é uma avaliação subjetiva. Mas este valor que as pessoas 
atribuem à sua felicidade, é consistente ao longo do tempo, e deve ser considerada 
válida como expressão desse sentir. 
 
A saúde, e a felicidade, bem-estar, qualidade de vida 
Quando falamos em ser saudável temos que nos ater à definição de saúde. Após 
a Segunda Grande Guerra Mundial a Organização Mundial de Saúde define a saúde, 
declarando que é um estado de bem-estar físico mental e social completo e não somente 
a ausência de doença ou incapacidade (WHO, 1948). Logo aqui se vê que há uma 
relação importante entre os conceitos que temos vindo a discutir. Uma pessoa que se 
sente feliz, ou que sente bem-estar, tem maior probabilidade de se sentir com saúde. 
Repare-se que isto abrange igualmente pessoas que vivem com uma doença. Hoje, é 
vulgar ter uma doença crónica. Quando as pessoas não estão em fase aguda da doença, 
elas fazem uma vida igual às outras: trabalham, cuidam dos filhos, vão ao cinema, 
pagam impostos etc. Logo, sentir-se bem para as atividades da vida diária é um aspeto 
importante, principalmente para as pessoas que vivem com uma doença. Também 
parece claro na investigação, que as pessoas que estão numa situação aguda recuperam 
mais facilmente se se sentirem bem. 
Diener e Chan (2011), numa revisão recente de investigação, confirmam que o 
bem-estar influencia tanto a saúde como a longevidade. 
Numa investigação que o nosso grupo tem vindo a realizar nos últimos anos em 
que seguimos pessoas que vivem com uma doença crónica há mais de três anos, quando 
comparamos a sua qualidade de vida com a das pessoas da sociedade em geral, do 
mesmo grupo etário e género, e sem doença, verificamos que cerca de um terço reporta 
ter uma qualidade de vida superior à das pessoas da comunidade em geral. 
Este dado pode parecer estranho mas é consistente através de vários estudos em 
diversos países. 
 
REFERÊNCIAS 
Diener, E., & Chan, M. (2011). Happy People Live Longer: Subjective Well-
Being Contributes to Health and Longevity. Applied Psychology: Health And Well-
Being, 3, 1–43. doi:10.1111/j.1758-0854.2010.01045.x 
Easterlin, R. A. (1974). Does Economic Growth Improve the Human Lot? Some 
Empirical Evidence. In P. A. David & M. W. Reder (Eds.), Nations and Households in 
Economic Growth: Essays in Honor of Moses Abramovitz (pp. 89–125). New York, 
Academic Press. 
Easterlin, R., McVey, L., Switek, M., Sawangfa, O., & Zweig, S. (2010).The 
happiness–income paradox revisited. Proceedings of the National Academy of 
Sciences,107, 22463–22468 
United Nations Development Programme (2010). Human development report 
2010: the real wealth of nations. New York: Palgrave Macmillan 
Veenhoven, R. (1997). Advances in understanding happiness. Revue Québécoise 
de Psychologie,18, 29-74. 
Veenhoven, R. (2000).The four qualities of life: ordering concepts and measures 
of the good life. Journal of Happiness Studies, 1, 1–39. 
WHO. (1948).Officials Records of the World Health Organization, no.2, p. 100. 
United Nations, World Health Organization. Geneve, Interim Comission. 
 
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https://www.researchgate.net/publication/259167981

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