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Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Educação

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FUNDAMENTOS TEÓRICOS 
E METODOLÓGICOS DA 
EDUCAÇÃO
PROF. RUTH CÁSSIA SCHREINER
PROF. MARIA DO CARMOS TELES 
FERREIRA STRINGHETTA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que estão inseridos.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
PROF. RUTH CÁSSIA SCHREINER
PROF. MARIA DO CARMOS TELES FERREIRA STRINGHETTA
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
O CONCEITO DE EDUCAÇÃO 
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E FORMAL
O PAPEL DO EDUCADOR
A RELAÇÃO EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
ESTUDO DA EDUCAÇÃO ENQUANTO CIÊNCIA
PANORAMA HISTÓRICO DO PENSAMENTO 
PEDAGÓGICO
A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XIX
EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX
A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO CRÍTICO-
REPRODUTIVISTA
TEORIAS PROGRESSISTAS
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI
UM NOVO ENSINO PARA UMA NOVA APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM COLABORATIVA
NOVOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
ESCOLA SEM PROFESSOR
06
12
20
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
PROF. RUTH CÁSSIA SCHREINER
PROF. MARIA DO CARMOS TELES FERREIRA STRINGHETTA
INTRODUÇÃO
Bem-vindo à disciplina Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Educação!
Para que seu estudo seja proveitoso e prazeroso essa disciplina foi organizada em 16 
aulas com temas que, por sua vez, são subdivididos em seções (tópicos). 
De forma geral, na disciplina Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Educação que trata 
do estudo das teorias dos principais pensadores e formuladores do conhecimento e do ensino, 
vamos compreender os princípios fundamentais que regem a produção do conhecimento e 
quais os fundamentos pedagógicos, políticos e epistemológicos que sustentam o processo 
ensino-aprendizagem. 
Ao longo da disciplina buscamos promover uma discussão partindo da contextualização 
dos atores educacionais, destacando que a qualidade do ensino brasileiro está relacionada 
a todos os agentes, ou seja, todos nós que fazemos parte da comunidade escolar, além 
disso, considerar os fatores históricos, políticos, sociais e econômicos que determinam as 
práticas educativas e seus fundamentos no contexto da sala de aula. 
O objetivo é que até o fim da disciplina você possa:
• ampliar a compreensão sobre os princípios fundamentais que regem a produção do 
conhecimento;
• conhecer os fundamentos pedagógicos, políticos e teóricos que sustentam o processo 
ensino-aprendizagem;
• identificar os aspectos que apontam as possibilidades para a construção de propostas 
fundamentadas na concomitância da relação entre teoria e prática;
• compreender a relevância dos diferentes paradigmas no processo de formação docente.
 
Porém, antes de iniciar a leitura gostaria que você parasse um instante para refletir sobre 
algumas questões: como atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma 
sociedade justa e igualitária? Como planejar, executar, coordenar, acompanhar e avaliar as 
atividades educacionais escolares e não escolares a fim de participar inclusive da gestão 
dessas instituições? Como mediar os conhecimentos significativos das diferentes áreas 
da educação? Como desenvolver atividades que envolvam pesquisas sobre a realidade 
sociocultural dos alunos?
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
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Não se preocupe! Você não precisa responder de imediato todas essas questões. No 
entanto, esperamos que, até o final do curso, você tenha respostas e formule outras perguntas 
a fim de contribuir com o processo de aquisição de conhecimentos.
Enfim, espero promover reflexões sobre o assunto e desejo sucesso e bons estudos!
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
PROF. RUTH CÁSSIA SCHREINER
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AULA 1
O CONCEITO DE EDUCAÇÃO
O que é educação para você? Certamente que muitas coisas vieram a sua mente ao 
responder este questionamento, pois bem, isso se deve especialmente pelo fato de que não 
há um termo, ou mesmo um conceito único que a defina. 
Para compreender melhor o conceito de educação é importante salientar sua multiplicidade, 
assim, definir educação não é um processo fácil, pois ele sofreu alterações ao longo do 
tempo. Nesse sentido, não há um conceito único, mediante contribuições de Libâneo (2009, 
p. 74) é possível verificar que “as definições de educação são tão variadas quantas são as 
correntes e autores que se dedicaram ao seu estudo”.
Nessa perspectiva existem estudiosos que defendem a educação como formação humana, 
considerando essa formação fundamental para a transformação da sociedade. A partir 
dessa vertente, Libâneo (2009, p. 74) nos esclarece que “o ser humano se desenvolve e se 
transforma continuamente, e a educação pode atuar na configuração da personalidade a 
partir de determinadas condições internas do indivíduo”. 
Anote isso
Educação é um processo contínuo de desenvolvimento humano.
Fonte: elaborado pela autora
 
Ainda sobre o conceito de Educação é válido salientar algumas das suas clássicas 
definições:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
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Concepções Naturalistas/inatistas A educação e o ensino devem adaptar-se à natureza 
biológica e psicológica da criança e às tendências de 
seu desenvolvimento que já estariam basicamente 
prontas desde o nascimento. Os estudos de 
Pestalozzi expressam bem essa concepção.
Concepções Pragmáticas Concebe a educação como processo inerente ao 
desenvolvimento humano. É pela experiência, nas 
interações entre organismos e meio, que o indivíduo 
desenvolve suas funções cognitivas.
Concepções espiritualistas Concebe a educação como um processo interior 
mediante o qual cada pessoa vai se aperfeiçoando, 
mas é necessária a adesão a verdades ensinadas 
de fora, que dizem como o homem deve ser.
Concepções Culturalistas Nessa concepção, a educação é uma atividade 
cultural dirigida à formação dos indivíduos. 
Apropriando-se dos valores culturais, o indivíduo 
forma sua vida interior, sua personalidade e com 
isso pode criar mais cultura.
Concepções ambientalistas Nessa concepção, o ambiente externo tem toda força 
de atuação sobre o indivíduo para configurar sua 
conduta às exigências da sociedade. Outra corrente 
ambientalista é a que vem do behaviorismo, pelo 
qual o homem é um ser moldável.
Concepções interacionistas Nessa concepção, o homem se desenvolve tanto 
biológica quanto psicologicamente na interação com 
o ambiente, implicando a interação entre o sujeito 
e o meio.
 
Quadro: definições de educação. Fonte: Libâneo (2009, p.74 a 77) (adaptado pela autora).
 
Mediante tais considerações ficam evidentes as diversas definições de educação. A 
tendência da educação contemporânea é adotar concepções interacionistas, porém, cabe 
ressaltar que, existem várias versões das concepções interacionistas, nas quais Piaget, Wallon, 
Vygotsky, entre outros estudiosos se diferenciam pela ênfase que dão à iniciativa do sujeito 
diante do meio.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
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De acordo com Paulo Freire (Freire, 1980, p.28), “a educação tem caráter permanente. Não 
há seres educados e não educados, estamos todos nos educando”. Podemos compreender 
que o processo educacional não está pronto, precisamos ser agentes ativos em uma constante 
busca pela melhoria da qualidade da formação docente e discente. Ao compreender a 
multiplicidade que abarca o conceito de educação assim como o seu fazer, fica evidente 
que enquanto profissionais desta área é imprescindível manter-se atualizados mediante essa 
dinamicidade que perfaz seu significado e sua ação.
 
 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/virtual-de-aprendizagem-on-line-5550480/
Essa imagem é representativa de uma das formas que a Educação chega até os estudantes, 
ou seja, virtualmente, modo de ensino e aprendizagem que está cada vez mais presente na 
vida dos estudantes. Nesse contexto, é essencial que se compreenda que a forma como a 
Educação é ofertada muda de acordo com cada realidade da sociedade.
Será possível perceber a partir desta leitura que a educação envolve conceitos que 
estão além do desenvolvimento individual, por isso, cabe considerar também as relações 
sociais, políticas, econômicas e culturais que caracterizam uma sociedade e que influenciam 
direta ou indiretamente nos processos educativos. Destarte Libâneo (2009)assevera que é 
possível refletir que as relações sociais são marcadas por interesses de classes sociais que 
manifestam relações de poder, nesse contexto, podemos compreender a que, as funções 
da educação devem ser explicadas a partir da análise das relações sociais, das formas 
econômicas vigentes e dos interesses sociais.
https://pixabay.com/pt/photos/virtual-de-aprendizagem-on-line-5550480/
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
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Isto acontece na prática
Podemos considerar que a educação envolve o desenvolvimento integral do indivíduo, 
em seus aspectos cognitivo-mente, motor-corpo, espírito-emoções, considerando as 
condições históricas e sociais nas quais a sociedade está inserida.
A sociedade atual enfatiza a importância do conceito de educação permanente ou 
contínua, defendendo que o processo educativo não se limita a acontecer na infância 
e na juventude, já que o ser humano adquire e constrói conhecimentos ao longo de 
toda a sua vida.
Fonte: elaborado pela autora
Estamos estudando os Fundamentos epistemológicos, ou seja, as teorias, você sabe 
o que teoria? Para Moreira (2014, p.12), “teoria é uma tentativa humana de sistematizar 
uma área do conhecimento, uma maneira particular de ver as coisas, de explicar e prever 
observações, de resolver problemas”.
Faz sentido para você os conceitos e as teorias da educação que acabamos de estudar? 
Você já tinha pensado na educação além do conceito de educar proposto pela legislação? 
Pense nisso!
 
1.1 Outros sentidos de educação
Como pudemos verificar no início desse estudo, a definição de educação é ampla. Libâneo 
(2009) apresenta outros sentidos da educação, analisando-a enquanto instituição, processo 
e produto. Vamos verificar cada uma dessas definições.
 
Educação como instituição 
social
Corresponde à estrutura organizacional e administrativa, 
normas gerais de funcionamento e diretrizes pedagógicas.
Educação como processo Corresponde à ação educadora, às condições e modos 
pelos quais os sujeitos incorporam meios de se educar.
Educação como produto A educação tem o sentido de caracterizar os resultados 
obtidos de ações educativas, a configuração de sujeito 
educado como consequência de processos educativos.
Quadro: sentidos de educação. Fonte: Libâneo (2009, p. 83 e 84), adaptado pela autora.
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS E 
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Se você imaginou a educação escolar como exemplo dessas definições de educação, 
está correto, porém, não é a única existem também a educação familiar, além de outras 
instituições específicas que abarcam o fazer educativo de algum modo.
 
 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/menina-laptop-material-escolar-5662435/
Um exemplo de adaptação da educação é o modelo Homeschooling termo usado para 
descrever a educação domiciliar, adotada na quarentena e já discutida e empregada a muito 
tempo pelo mundo. A prática da educação domiciliar não é proibida no Brasil, porém, de 
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), os pais 
ou responsáveis devem efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 
(quatro) anos de idade.
Nesse modelo de educação, os pais ou responsáveis precisam ajudar os filhos nas tarefas 
escolares de acordo com o modelo que a escola adotar, seja por meio de aulas virtuais 
ou estudos por meio de materiais entregues com atividades a serem cumpridas, se você 
conhece uma família que tem criança, certamente você conhece também a nova rotina de 
estudos neste momento de pandemia.
https://pixabay.com/pt/photos/menina-laptop-material-escolar-5662435/
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Isto está na rede
A perita judicial Rita de Cassia Delgado Rosendo Mendonça, 36 anos, de São Bernardo 
do Campo (SP), se define como uma “mãe surtada”. A escola de sua filha Lívia, 5 anos, 
tem enviado um volume tão grande de atividades que um dia ela abriu sua caixa de 
e-mails e viu que havia mais mensagens para a criança do que para ela própria.
 Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/04/13/homeschooling-
como-esta-sendo-ensino-a-distancia-durante-a-quarentena.htm
É importante alertar que existem diversas modalidades educativas presentes na sociedade 
contemporânea. Segundo Libâneo (2009), não podemos restringir o sistema educacional 
ao sistema de ensino, nem reduzi-lo às suas formas estritamente institucionais ou oficiais.
Independente do sistema educacional, avaliar a educação como produto, ou seja, 
os indivíduos que estão formando é possível aprimorar a educação como processo e 
consequentemente, reformular a educação como instituição.
Parece simples? Não é. Toda essa transformação é complexa e repleta de desafios, contudo, 
é possível, depende de cada um nós, envolvidos na educação. 
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/04/13/homeschooling-como-esta-sendo-ensino-a-distancia-durante-a-quarentena.htm
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/04/13/homeschooling-como-esta-sendo-ensino-a-distancia-durante-a-quarentena.htm
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AULA 2
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E 
FORMAL
Ao estudar a respeito dos conceitos de educação é necessário distinguir bem como 
compreender o conceito de duas modalidades de educação: Não formal e formal. No entanto, 
é importante ressaltar que, as duas formas de educação são complementares.
De acordo com Libâneo (2009), a educação não formal compreende aquelas atividades 
com intencionalidade, porém, com baixo grau de estruturação e sistematização, como aquelas 
derivadas de aspetos culturais de lazer são exemplos os museus, cinemas, praças, áreas de 
recreação e outros. É possível encontrar a educação não formal nas feiras, visitas, encontros, 
conforme ilustra a imagem a seguir.
 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/mulher-arte-criativa-relaxamento-1283009/
 
Além destes espaços, organizações sociais, movimentos não governamentais (ONGs) 
e outras entidades filantrópicas atuantes na área social que ofertam projetos e ações 
pedagógicas possibilitando espaços deaprendizagens não formais.
https://pixabay.com/pt/photos/mulher-arte-criativa-relaxamento-1283009/
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Parques e praças sempre foram espaços ricos para educação não formal, uma vez que 
são ricos meios para brincadeiras que estimulam a socialização e a coordenação motora 
dentre inúmeros outros aspectos de aprendizagem que tais ambientes permitem explorar. 
 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-brincando-parque-crian%C3%A7as-334531/
Outro exemplo de espaço para educação não formal são as fazendinhas, ambientes 
enriquecedores no que tange a interação e conhecimentos de novas realidades.
 
Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/to-plant-a-tree-1384434
https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7as-brincando-parque-crian%C3%A7as-334531/
https://www.freeimages.com/pt/photo/to-plant-a-tree-1384434
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Esses exemplos que acabamos de verificar podem ser incentivados por propostas escolares 
ou não, contudo, independente da proposta o mais importante é que o espaço de aprendizagem 
não é formal, porém é complementar a este.
O termo educação não formal surgiu aproximadamente na década de sessenta, devido à 
mudança na sociedade, nas estruturas familiares e nas relações de trabalho. Neste mesmo 
período surgem discussões no campo pedagógico que evidenciam uma crise na educação 
tradicional nacional, surgem também vários estudos sobre a crise na educação, as críticas 
radicais à instituição escolar, a formulação de novos conceitos e seus paradigmas. Assim 
esta crise é sentida na escola e acaba por favorecer o surgimento do campo teórico da 
educação não formal (TRILLA,1996).
Entende-se que os espaços de educação não formal são diversos e estão para além dos 
muros da escola, por isso, um museu, ou uma exposição, por exemplo pode tornar-se um 
ambiente propício para tal, isso contudo, não significa que esse processo educativo não formal 
irá substituir o formal, mas sim, que o complementa, tornando inclusive a educação formal 
mais significativa ao estudante que experiência em ambientes não formais a aprendizagem.
Isto está na rede
A educação não formal vai além do assistencialismo. Visa ao desenvolvimento de 
valores, acreditando que a aprendizagem se dá por meio das práticas sociais, respeitando 
as diferenças existentes para a absorção e elaboração dos conteúdos implícitos ou 
explícitos no processo ensino e aprendizagem.
Fonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/%20educacao-nao-formal.
htm. Acesso em: 25 abr. 2021
Anote isso
Com o objetivo de compreender mais a respeito da educação não formal, sua importância 
e um exemplo real de como ela acontece indicamos a seguinte leitura:
Educação Não formal: Qual a sua importância? Disponível em: https://webcache.
googleusercontent.com/search?q=cache:EVrlAaYZ29kJ:https://periodicos.ufjf.br/index.
php/zoociencias/article/view/24644/13817+&cd=17&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso 
em: 25 abr. 2021.
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/%20educacao-nao-formal.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/%20educacao-nao-formal.htm
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:EVrlAaYZ29kJ:https://periodicos.ufjf.br/index.php/zoociencias/article/view/24644/13817+&cd=17&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:EVrlAaYZ29kJ:https://periodicos.ufjf.br/index.php/zoociencias/article/view/24644/13817+&cd=17&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:EVrlAaYZ29kJ:https://periodicos.ufjf.br/index.php/zoociencias/article/view/24644/13817+&cd=17&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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Para além dos espaços da educação formal e não formal uma figura especialmente 
importante é o Educador, que conduzirá enquanto mediador os saberes aos aprendizes. Na 
escola, os educadores são as professoras e os professores. Nos espaços não formais, quem 
educa é o “outro” com quem vamos interagir, aquele que tem a experiência e os saberes 
necessários e que assim o permitem compartilhar e ensinar os demais. 
 
Isto está na rede
Te convido, neste momento, a conhecer um pouco mais sobre a educação não formal 
com o exemplo dos Museus como Espaços de Educação Não Formal disponível no 
blog Espaço do Conhecimento.
 
Alunos da EE Anísio Teixeira visitam a exposição Colecionar o Mundo
 
Podemos pensar ainda em termos de objetivos e metodologias. De um 
lado, a educação formal segue um currículo pré-estabelecido, com base 
nas diretrizes nacionais, e tem como objetivo o ensino e aprendizagem de 
conteúdos, habilidades e competências sistematizados. Já a educação não 
formal se baseia em processos interativos intencionais e voluntários que 
buscam ampliar a percepção de mundo dos envolvidos através da troca de 
experiências. É nessa troca que os objetivos se definem e redefinem o tempo 
todo, para uma formação sociocultural e política.
 
Cada um que chega ao museu traz consigo uma série de saberes e vivências 
que serão confrontados com os conhecimentos, fatos e objetos sobre os 
quais aquele espaço convida a refletir e também com saberes e vivências 
dos outros sujeitos com os quais vai interagir. Na troca de experiências, os 
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mediadores do Espaço do Conhecimento UFMG sempre aprendem coisas 
novas com os visitantes e incorporam isso à sua prática cotidiana. É muito 
comum que, durante as visitas escolares, alunos queiram colocar seus pontos 
de vista, contar histórias, comentar sobre um vídeo do Youtube que possui 
relação com o tema da exposição, etc. A escuta faz parte do processo de visita.
 
Processo de troca e escuta durante visita ao museu
 
Por fim, podemos refletir sobre como esses modelos se organizam. Se na 
escola estamos organizados por idade, séries, conteúdos, etc., nos processos 
não formais de educação os grupos se definem por interesses comuns e 
constroem uma identidade coletiva, que considera as diferenças como 
seu ponto de partida. A educação não formal não acontece apenas em um 
momento específico da vida. Está aberta a todos: crianças, jovens, adultos 
e idosos. Os museus são ambientes muito interessantes para a promoção 
desse encontro entre diferentes públicos e gerações, assumindo-se como 
um espaço de experimentação, movimento, improviso e construção de novos 
paradigmas educacionais. Esses encontros são potencializados nas visitas 
espontâneas, nas oficinas e debates e outros encontros que ocorrem nas 
programações de fim de semana aqui do Espaço. Nem sempre, porém, é 
possível vir ao museu espontaneamente. E é por isso que também criamos 
momentos específicos para receber os grupos escolares, entre eles, as turmas 
de Educação de Jovens e Adultos.
 
Os espaços não formais, como os museus, são, portanto, especialmente 
importantes para desenvolver dimensões como solidariedade, autoestima, 
empoderamento social e cidadania. Não significa, é claro, que a escola 
também não trabalhe com uma formação cidadã e humanista ampla, mas 
o faz de forma diferente. Ambos os processos evoluem juntos, à medida 
que o nosso entendimento sobre a educação de forma geral também evolui.
Fonte: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/museus-como-espacos-de-
educacao-nao-formal/
https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/museus-como-espacos-de-educacao-nao-formal/
https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/museus-como-espacos-de-educacao-nao-formal/
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2.1 Educação Formal
A educação formal não é estranha para você, que certamente já vivenciou muitos momentos 
desta modalidade de educação. Uma sala de aula como a imagem a seguir, faz você lembrar 
do seu tempo de escola?
 
Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/school-1465744
A educação formal é aquela que tem uma estrutura bem como organização a ser seguida, 
conta com planejamento e profissionais preparados, tem intencionalidade e é inclusive 
assegurada legalmente. Conforme Libâneo (2009), a educação escolar convencional é 
tipicamente formal. Nesse contexto, as modalidades de educação, a distância, profissional, 
educação de Jovens e Adultos, educação especial, são consideradas meios para que educação 
formal aconteça.
 
 
https://www.freeimages.com/pt/photo/school-1465744
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Nesse sentido, o curso que você realiza hoje faz parte da Educação Formal. No Brasil, 
a educação formal é regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDBEN, 9394/96). Observa-se que o sistema educacional brasileiro é dividido em dois níveis 
de educação: Educação básica e Educação superior e as modalidades de educação previstas 
pela legislação estão contidas nestes níveis de educação. 
 
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-
lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-
lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (BRASIL, 1996).
 É importante destacar que o texto da LDBEN/1996 foi alterado pela Lei n.º 12.796 de 4 
de abril de 2013, que dispõe sobre a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 
anos, sendo a Educação Infantil gratuita às crianças de até 5 anos de idade (PORTO, 2014). 
A Educação Infantil no Brasil compreende o atendimento às crianças de 0 a 5 anos, 
quanto ao ensino fundamental, o Art. 32 da LDBEN, Lei nº 9.394/96, estabelece, mediante 
a redação da Lei 11.274/2006, que o ensino fundamental é uma etapa da educação básica 
com matrícula obrigatória a partir dos seis anos de idade, e amplia a duração de oito para 
nove anos. A última etapa da educação básica é o Ensino médio, conforme o Art. 35 da 
LDBEN, com duração mínima de três anos.
A educação superior caracteriza-se pelo outro nível da educação nacional e compreende 
o nível de graduação e pós graduação. Este nível de ensino não é obrigatório, verifique a 
seguir o quadro que identifica esse nível de educação:
 
• Cursos sequenciais, os quais podem ser de formação específica, (que conferem 
diploma), ou de complementação de estudos, que oferecem certificado de 
conclusão;
• Graduação, que compreende:
• Bacharelado;
• Licenciatura;
• Tecnológico.
• Pós-graduação, composta pelos níveis de especialização (pós-graduação lato 
sensu), mestrado e doutorado (pós-graduação stricto sensu);
• Extensão, representada por cursos livres e abertos a candidatos que atendam 
aos requisitos determinados pelas instituições de ensino superior.
Quadro: Educação Superior. Fonte: elaborado pela autora
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Todos esses níveis de educação compreendem a educação formal.
No contexto brasileiro se destaca o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE. A 
principal meta do PDE é uma educação básica de qualidade, tornando- se necessário investir 
na educação profissional e na educação superior. 
Isto está na rede
A cada 10 anos é estruturado e implementado no país um Plano Nacional de Educação, 
que contém metas de melhoria em vários aspectos, desde a formação docente a 
qualidade e o acesso a educação no país. Para conhecer melhor o PNE vigente, te 
convido a acessar o Observatório do PNE, disponível em: https://www.observatoriodopne.
org.br/. Acesso em: 25 abr. 2021.
Historicamente é possível perceber que a educação se mantém associada à formação 
de certo tipo de homem, vinculada à determinada organização social. Com base no 
desenvolvimento histórico é essencial analisarmos que a concepção de homem e de sociedade 
fundamenta as propostas educacionais.
Enfim, a Educação formal ou não formal, caracteriza-se como um meio para se promover 
o desenvolvimento, vista como uma possibilidade de aumentar a produtividade da mão de 
obra, o capital humano ou ainda de conduzir a sociedade a uma condição de igualdade 
entre os seus.
https://www.observatoriodopne.org.br/
https://www.observatoriodopne.org.br/
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AULA 3
O PAPEL DO EDUCADOR
O professor é um educador, profissional capacitado para mediar os saberes e possibilitar aos 
estudantes que a aprendizagem significativa se efetive. Que papel importante tem o professor 
enquanto educador e que desafiador se faz desenvolver bem sua função. Nesse sentido, 
para se compreender o papel do educador é essencial que se entenda que a educação não 
é algo fixo, mas sim dinâmico que precisa adaptar-se constantemente as novas demandas 
sociais e educacionais, bem como tecnológicas, por isso, assim como a dinâmica educação, 
o educador/professor tem sua prática profissional permeada por mudanças e transformações.
A respeito do desenvolvimento prático da função docente e da formação do professor, 
GÓMEZ (2000, p. 353) cita três perspectivas ideológicas:
 
A perspectiva tradicional que concebe o ensino como uma atividade artesanal, 
e o professor/a, como um artesão.
A perspectiva técnica que concebe o ensino como uma ciência aplicada, e o 
docente, como um técnico.
A perspectiva radical que concebe o ensino como uma atividade crítica e o 
docente, como um profissional autônomo que investiga refletindo sobre sua 
prática.
Com base nos estudos aqui propostos a respeito das concepções de educação em sua 
amplitude, podemos identificar também as concepções de educador, especialmente no 
sentido de refletir no qual múltipla e desafiadora é sua função frente às tantas demandas e 
a complexa missão de efetivar nos estudantes uma aprendizagem para além da teoria, mas 
sim, sistematizada com a vivência de cada um para que essa análise é relevante considerar 
o educador desde o seu processo formativo. É nesse sentido que os processos de formação 
do educador devem ser considerados em relação às diferentes concepções de educação.
 
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Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/professor-negro-respondendo-a-perguntas-do-aluno-5905923/
Vamos entender o que isso significa, diferentes concepções de educação, no exemplo 
da imagem anterior, uma professora que interage de forma espontânea e próxima aos 
alunos, como um mediador do conhecimento, essa é uma característica da concepção 
atual de Educação, na concepção tradicional isso não era permitido, visto que havia certo 
distanciamento entre professor e aluno, pois o professor, na concepção tradicional era visto 
como o detentor do saber como podemos notar na imagem a seguir.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/professor-negro-respondendo-a-perguntas-do-aluno-5905923/
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Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-escrevendo-a-bordo-3184664/
Podemos identificar que para a concepção de educação tradicional, o foco estava na 
transmissão de conteúdos, demandando uma estratégia didática de repetição e acumulação, 
nesse contexto, o perfildo professor está propenso a exposição ordenada dos conteúdos a 
fim de que os alunos memorizem tais saberes apresentados pelo docente. E o educador na 
perspectiva técnica desenvolve competências e atitudes adequadas à intervenção prática, 
técnica, não chega ao conhecimento científico.
Na perspectiva radical, o educador/professor reflete sobre sua prática no sentido de buscar 
compreender os processos de ensino e aprendizagem. A partir dessa concepção, observa-se 
que o educador é considerado um agente transformador que contribui para a consolidação 
de uma sociedade mais justa e que visa uma formação mais crítica. Nas palavras de Gómez 
(2000, p. 374):
 
 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-escrevendo-a-bordo-3184664/
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O professor/a é ao mesmo tempo um educador e um ativista político, no sentido 
de intervir abertamente na análise e no debate dos assuntos públicos, assim 
como por sua pretensão de provocar nos alunos/as o interesse e compromisso 
crítico com os problemas coletivos.
 
Fonte: https://visualhunt.com/f5/photo/38079872306/ed7e3e4ff2/
Nesse modelo, o debate, a escuta e o compartilhamento estão presentes no dia a dia 
das aulas, quebrando também o protocolo das aulas tradicionais, entendendo a importância 
da participação ativa do estudante sob sua própria formação, bem como o fato de que 
as experiências a serem compartilhadas por cada estudante também contribuirão para a 
aprendizagem de maneira coletiva.
O professor enquanto educador, precisa conhecer e atuar no processo da construção da 
cidadania e contribuir para o sucesso na formação dos futuros cidadãos, formando indivíduos 
críticos e reflexivos.
Você pode estar pensando que, traçar um perfil do educador com a competência necessária 
para a transformação social é um desafio, afinal o professor deixa de ser o dono do saber 
e passa a construir conhecimento e mediá-lo junto aos estudantes. Se pensou assim, seu 
pensamento está correto!
https://visualhunt.com/f5/photo/38079872306/ed7e3e4ff2/
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Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-analisando-apartamento-beleza-7593767/
A imagem anterior nos mostra esse desafio para construir conhecimento professores 
educadores precisam manter-se atualizados, por isso inovam e se adaptam às necessidades 
da realidade da sociedade, por exemplo, na pandemia vivenciada em 2020, os educadores 
precisam inovar e muito o fazer educativo para que o aprendizado se efetive. As aulas 
presenciais foram substituídas pelo ensino remoto e apenas a transmissão de conteúdo 
não seria suficiente para atrair a atenção dos alunos.
Porém, deixo aqui uma observação importante! Apenas o uso de tecnologias nas aulas 
não garante o rompimento da transmissão de conhecimento é necessário que a prática e 
as concepções metodológicas, ou seja, o fazer docente seja interativo e inovador.
Isto está na rede
Para ajudar você a se inspirar, acompanhe o site https://porvir.org/. Esse site traz 
constantes postagens sobre inovação na educação.
Alguns estudiosos defendem que, o desafio da atuação do educador está na formação. 
Sim! Exatamente nesta etapa que você está inserido/a. Behrens (1996, p. 63) nos diz que, “o 
novo docente exigido pela sociedade na modernidade, seria desafiado a criar grandes projetos 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-analisando-apartamento-beleza-7593767/
https://porvir.org/
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do conhecimento aliados à pesquisa. A busca de conhecimento demandaria a criação e a 
participação efetiva dos alunos no processo educativo”. Tais considerações nos permitem 
considerar que o papel do educador somente se completa com a interação com os estudantes 
de maneira dinâmica e eficaz para que eles possam de fato compreender os conhecimentos 
teóricos e científicos estudados a partir de suas experiências e saberes iniciais, mediador 
pelo professor para tornar-se saber efetivo e sistematizado.
Esse novo docente exigido pela contemporaneidade somos nós, eu e você! E para 
modificarmos nossa prática, necessitamos rever nossas crenças e nossos modos de agir 
bem como mantermo-nos atualizados quanto às teorias e às práticas da educação.
Há docentes que ainda resistem a qualquer mudança em sua prática pedagógica, 
principalmente devido ao autoritarismo. No entanto, Seabra (1994) afirma que, “o profissional 
do futuro (e o futuro já começou) terá como principal tarefa aprender, pois, para executar 
tarefas repetitivas existem os computadores e robôs.” Você já tinha pensado sobre isso?
3.1 Expectativa sobre o professor
Vejamos o que Behrens (1996) nos propõe sobre a atuação do professor/educador:
Exemplo do que os alunos desejam de um 
bom professor
Características que comprometem a 
qualidade do trabalho docente
- Domínio do conteúdo da disciplina;
- Domínio da metodologia do ensino; Bom 
relacionamento com os alunos;
- Clareza nas explicações;
- Experiência profissional;
- Paciência;
- Compreensão;
- Dedicação;
- Capacidade de realizar aproximações da 
realidade do mundo atual com o conhecimento 
proposto;
- Pontualidade;
- Assiduidade.
- Aula expositiva em que o professor dita a 
matéria;
- Falta de conhecimento dos conteúdos;
- Falta de diálogo entre professor e aluno;
- Falta de assiduidade e pontualidade;
- Atitude autoritária;
- Ofensiva para com os alunos;
- Falta de compromisso com o cumprimento 
do conteúdo programático proposto;
- Falta de didática.
Quadro: Qualificação profissional. Fonte: Behrens (1996, p. 68 e 69) adaptado pela autora.
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Parecem atitudes simples? Para muitos educadores são desafios diários a serem 
aprendidos, diante da complexidade das salas de aula. Essas considerações conduzem a 
reflexões importantes acerca do fazer docente, da sua importância na formação dos sujeitos 
e o que esses mesmos sujeitos esperam do profissional da educação.
Embora pareçam atitudes simples, para muitos profissionais ainda não são plenamente 
implementadas, por isso, a preparação e a adaptação às mudanças e demandas é imprescindível 
ao bom educador.
Anote isso
Para inovar, o professor deve ir além da tecnologia, a personalização do ensino e o 
desenvolvimento de competências socioemocionais são chaves importantes para o 
professor trabalhar de fato a construção do conhecimento.
Fonte: elaborado pela autora
Falar de construção de conhecimento e praticar a transmissão ainda faz parte integrante 
de nossa docência. Essa prática impõe ao aluno a repetição como única forma aceitável de 
aprendizagem. Isto é, o aluno recebe tudo pronto, não problematiza, não é solicitado a fazer 
relação com aquilo que já conhece ou a questionar a lógica interna do que está recebendo 
e acaba se acomodando. Essa prática tradicional não condiz com a realidade da sala de 
aula hoje, por isso precisa ser revista e mudada para as perspectivas da educação atual e 
dinâmica o quanto antes a fim de evitar prejuízos na formação dos estudantes.
Um exemplo de rompimento da prática tradicional é o conceito mão na massa, no qual 
alunos são desafiados a criarem, veja que exemplo inspirador!
o Porvir conheceu a história do professor de física José Ednaldo de Araújo Filho, que 
comanda um grupo de lançadores de foguete feitos com garrafa PET na Escola Estadual 
de Ensino Profissional Joaquim Antônio Albano, em Fortaleza (CE).
Fonte: https://maonamassa.porvir.org/
 
https://maonamassa.porvir.org/
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Crédito: Jarbas Oliveira. Fonte: https://maonamassa.porvir.org/
Para refletirmos sobre a prática educativa é necessário, primeiramente, o entendimento 
de que o processo de ensino e aprendizagem não se limita apenas ao momento de planejar, 
executar e avaliar. Este processo está intimamente ligado à compreensão que se tem da 
realidade social.
O conhecimento atual aponta para atitudes criativas, para a busca de soluções inéditas, 
para a liderança ética, para o resgate dos valores. 
Anote isso
Para conhecer e refletir um pouco mais a respeito do papel do educador, sobretudo o 
profissional que desempenha sua função na atualidade, indico a leitura do seguinte texto:
O papel do educador na sociedade pós-moderna. Disponível em: https://periodicos.fclar.
unesp.br/rpge/article/view/10162/7027. Acesso em: 25 abr. 2021.
https://maonamassa.porvir.org/
https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/10162/7027
https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/10162/7027
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AULA 4
A RELAÇÃO EDUCAÇÃO E 
SOCIEDADE
Há alguma relação entre a educação e a sociedade? Se você respondeu que sim, está 
correto, pois a educação se faz a partir da interação e da adaptação as demandas e tendências 
da sociedade, pois o que acontece na sociedade reflete diretamente no contexto e no fazer 
educativo. Imagine, por exemplo, se a educação não se adaptasse às novas tecnologias, a 
quão defasada e ultrapassada estaria, e como seria frustrante para os estudantes.
Nesse sentido, é muito importante refletir acerca do contexto da sociedade que vivemos 
para compreender a proposta dos novos paradigmas da educação. A sociedade atual, também 
chamada de sociedade do conhecimento, tem dentre as suas principais características, o 
compartilhamento bem como a construção do conhecimento, uma sociedade dinâmica e 
altamente tecnológica.
Você conhece o conceito de mundo VUCA? 
VUCA significa:
- Volátil (Volatility); 
- Incerto (Uncertainly);
- Complexo (Complexity); 
- Ambíguo (Ambiguity). 
Esse conceito surgiu no contexto militar, mas ele se aplica perfeitamente no dia a dia das 
empresas e da escola, todos nós somos impactados pela imprevisibilidade nos planejamentos. 
Um exemplo básico, os conteúdos que o professor planeja para a aula do dia seguinte pode 
estar desatualizado em frações de segundos após uma notícia compartilhada na internet 
ou mesmo uma nova demanda para o dia que não podia ser prevista e organizada no 
planejamento.
Com base em tais considerações, as metodologias tradicionais que usam cronogramas 
longos é inviável, e não cabem mais nos processos de ensino e aprendizagens atuais, e 
para além disso, repentinamente as prioridades podem mudar e o que parecia importante 
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em determinado contexto pode se tornar irrelevante em outro. A imagem a seguir ilustra 
essa incerteza.
 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/dist%C3%A2ncia-p%C3%A9s-sapatos-4610699/ 
Mas isso não é tudo, as mudanças e incertezas podem aumentar, agora a sociedade já 
vivencia a transição para o mundo BANI.
Outro termo interessante para se compreender nessa perspectiva é o “BANI” que foi criado 
em 2018, mas a pandemia que acelerou a transformação digital também fez com que esse 
novo acrônimo fizesse ainda mais sentido. BANI significa:
- Frágil (Brittle);
- Ansioso (Anxious);
- Não linear (Nonlinear);
- Incompreensível (Incomprehensible).
Com a pandemia foi possível perceber o quanto faz sentido tais termos no contexto da 
educação que precisou de maneira repentina adaptar-se a uma nova realidade, não imaginada 
para a educação, dificultando o processo de ensino e aprendizagem bem como desafiando 
o professor muito mais do que em qualquer outro momento, a inovar-se e a repensar suas 
ações enquanto docente.
https://pixabay.com/pt/photos/dist%C3%A2ncia-p%C3%A9s-sapatos-4610699/
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Isto está na rede
Do mundo VUCA para o mundo BANI
As evidências que passamos de mundo VUCA para o BANI estão entre nós, então 
vamos desmembrar os pilares deste novo conceito e entender como ele chegou de 
uma forma tão rápida.
Frágil
Um vírus coloca o mundo inteiro em quarentena, uma falha em um sistema fecha uma 
loja, um passo em falso de um executivo derruba a empresa na bolsa, uma praga destrói 
uma plantação, uma falha em uma estação elétrica deixa um estado sem energia, uma 
tecnologia nova provoca a demissão de milhões de pessoas.
Ansioso
Se uma escolha pode destruir algo, como não ficar ansioso? 
Com tantas tragédias acontecendo, ler as notícias pode ser angustiante. Muitos de 
nós decidimos então nos isolar, ou não lendo notícias ou ficando em uma bolha onde 
criamos a falsa ilusão de que temos controle sobre as coisas.
Crise de ansiedade, depressão, burnout...
Não Linear
Várias ações estão em curso simultaneamente, é um mundo não linear, nós não temos 
controle. É difícil ver as conexões entre diferentes coisas ou sacar que outros projetos 
e processos acontecem paralelamente ao nosso redor.
Além disso, a causa e o efeito às vezes são tão distantes que demoramos meses ou 
anos para ver o resultado. Não adianta ficar ansioso.
O sistema implantado hoje só traz resultados daqui a alguns meses, a economia de 
dinheiro só te deixará milionário anos no futuro, o vírus que você foi exposto agora só 
te deixará doente daqui a alguns dias, o tratamento do esgoto só vai deixar o rio limpo 
em algumas décadas, assim como foram décadas de poluição para matar os peixes.
A ideia de uma linha do tempo contínua que podemos planejar, definir metas e esperar 
resultados claros, nunca foi tão utópica.
Incompreensível
Com tantas mudanças, com tantos acontecimentos, é fácil perder a conexão com a 
realidade, mas não são apenas as notícias que dificultam nossa compreensão do mundo.
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O avanço tecnológico foi tão profundo em diversas áreas que já não é mais possível 
entender como as coisas funcionam.
Como o micro-ondas aquece sua comida? Como o celular captura a luz do seu prato 
de comida e transforma em foto? Como sua foto fica armazenada na nuvem? Como 
funciona o sistema de resfriamento dos data centers modernos? Como é gerada a 
energia que o alimenta?
Que programador nunca encontrou um sistema que deixa de funcionar quando você 
tira um pedaço de código, mesmo que ele pareça inútil. Você deixa ele lá para continuar 
funcionando, mas está lidando com o incompreensível até naquilo onde você deveria 
ser o especialista. 
Isso sem falar dos algoritmos de inteligência artificial, ou dos feixes de fótons na 
computação quântica ou ainda das edições de DNA através do CRISPR-CAS.
Fonte: https://www.digitalhouse.com/br/blog/mundo-vuca
Isto está na rede
Já identificou o motivo da sua ansiedade? Realmente o mundo está mudando em 
uma velocidade muito acelerada e nós educadores precisamos estar preparados para 
essa relação entre educação e sociedade:
O site digitalhouse.com/br no traz algumas dicas de como devemos lidar com tudo isso:
Anote isso
Para lidar com a fragilidade, precisamos de capacitação e resiliência.
• Para lidar com a ansiedade, precisamos de empatia e cuidar da saúde mental.
• Num mundo não linear, precisamos prestar atenção ao contexto e sermos adaptáveis;.
• Num mundo incompreensível, precisamos de transparência e intuição.
Fonte: https://www.digitalhouse.com/br/blog/mundo-vucahttps://www.digitalhouse.com/br/blog/mundo-vuca
http://digitalhouse.com/br
https://www.digitalhouse.com/br/blog/mundo-vuca
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De forma prática, a minha sugestão para você ter sucesso profissional nesse contexto 
da sociedade é se adaptar. Como na imagem abaixo, o animal se adapta ao meio para 
sobreviver, da mesma forma, precisamos nos adaptar às mudanças e conduzir da melhor 
forma a relação entre educação e sociedade.
 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/animais-reptile-schuppenkriechtier-1098679/
Para atender essa característica da sociedade, são necessárias teorias inovadoras da 
educação que enfatizam o envolvimento do aluno no processo educativo. Isso implica em 
práticas pedagógicas que estimulam a análise, a capacidade de reflexão, de pesquisa e a 
necessidade de reconhecer a realidade. Behrens (1996), nos diz que, o desafio atual dos 
estudiosos é a superação da fragmentação e reprodução do conhecimento.
 
4.1 Contexto político
O fazer educativo, embora esteja estritamente aliado ao contexto social, mantém relação 
direta também com o contexto político. Em algumas situações a educação acaba não sendo 
um elemento para a mudança social, e sim, um elemento fundamental para a conservação e 
funcionamento do sistema social vigente Para Ney (2008, p. 16), “a educação não é neutra, pois 
é o Estado ou Educador que traça valores, princípios e objetivos esperados pela educação”.
Muitos estudiosos concordam que a educação se constitui em processo de transmissão 
cultural, cuja função principal é a reprodução do sistema social. Nesse contexto, a análise 
https://pixabay.com/pt/photos/animais-reptile-schuppenkriechtier-1098679/
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primordial precisa ser realizada no papel da escola, enquanto instituição de reprodução 
ideológica do Estado.
Em contrapartida, Dewey (1971) considera que a educação se constitui em mecanismo 
dinamizador das sociedades, pois é por meio dos indivíduos que as mudanças são promovidas. 
Para o autor, a educação dá ao indivíduo a possibilidade de atuar em sociedade, com 
consciência e sem reproduzir as experiências anteriores, mudando seu comportamento 
quando necessário e com isso, produzindo mudanças no âmbito social.
Mediante contribuições de Hargreaves (2004 p, 220) “uma das grandes tarefas dos 
educadores é ajudar a construir o movimento social por um sistema dinâmico e includente 
de educação pública na sociedade do conhecimento” para isso, o autor traz as seguintes 
sugestões:
• Reacender seus próprios propósitos e missões morais em um sistema que 
começou a perdê-los de vista.
• Abrir suas ações e mentes a pais e comunidades e também se envolver com 
suas missões.
• Trabalhar com seus sindicatos para que se tornem agentes de sua própria 
mudança.
• Levantar-se corajosamente contra a injustiça e a exclusão, onde quer que a 
vejam.
• Reconhecer que têm uma responsabilidade profissional com todos, 
demonstrando isto por meio de redes de cuidado de solidariedade.
O autor faz uma afirmação importante ao considerar que “a sociedade do conhecimento 
pertence a todos nós” (HARGREAVES, 2004 p, 220). Essa afirmação nos faz pensar sobre 
a importância que cada uma de nós (eu e você) temos na construção de melhores escolas, 
melhores professores, melhores práticas educativas.
 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/teclado-apple-mouse-apple-vista-traseira-computador-4144222/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/teclado-apple-mouse-apple-vista-traseira-computador-4144222/
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Em outra situação, o autor afirma que “a sociedade do conhecimento está chamando” 
(HARGREAVES, 2004, p. 221). Analisar e compreender como e porque a sociedade se satisfaz 
em reproduzir, bem como, identificar quais são os mecanismos eficazes sobre os quais se 
assentam o seu funcionamento, é uma das formas possíveis de compreender suas reais 
possibilidades de mudança. Essas análises precisam ser estabelecidas além da análise do 
conflito econômico, assim como a análise da reprodução social.
A educação na sociedade do conhecimento acontece a partir da:
 
• Criatividade
• Flexibilidade
• solução de problemas
• inventividade
• Inteligência coletiva
• confiança profissional
• disposição para o risco
• aperfeiçoamento permanente
(HARGREAVES, 2004, p. 46).
 
Constata-se assim que a sociedade se organiza não apenas se baseando em bens 
econômicos, mas também a partir da produção de conhecimento, que por sua vez, 
desenvolvidos pela educação, direcionam os indivíduos na organização de um modo de 
vida e uma concepção de mundo mais coesa e democrática.
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AULA 5
ESTUDO DA EDUCAÇÃO ENQUANTO 
CIÊNCIA
Nesse momento será dada ênfase aos vários olhares constituídos sobre a Educação 
como ciência e como ela se apresenta na Legislação em vigor. Olhar a Educação como 
ciência nos ajuda a compreender bem como a refletir sobre o papel do professor, sabemos 
que ao longo da história a ciência passa por transformações, surgem novas descobertas, 
logo, o professor precisa relacionar as transformações da ciência, o seu conteúdo com as 
experiências de vida dos seus alunos com o objetivo de proporcionar aos estudantes um 
processo educativo cada vez mais significativo e participativo.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/lampada-transparente-355948/
Para começar nosso estudo, se faz necessário esclarecer que ciência é uma palavra que 
significa conhecimento, ou seja, um saber que é adquirido a partir da pesquisa por meio da 
prática, trata-se de um conhecimento aprofundado. Nesse contexto, a educação pode ser 
entendida como ciência, que engloba os atos de pesquisar, ensinar e aprender.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/lampada-transparente-355948/
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PROF. RUTH CÁSSIA SCHREINER
PROF. MARIA DO CARMOS TELES FERREIRA STRINGHETTA
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Até agora falamos sobre: Ciência, Conhecimento, Educação e Aprender.
Esses termos são conhecidos para você?
A autora
Analisar a diversidade histórica do pensamento pedagógico desde a Antiguidade até a 
atualidade, refletindo a respeito das finalidades da educação em consonância com sua 
evolução, correlata a evolução da sociedade, tendo ciência de que o processo educativo é 
amplo e se desenvolve nas relações humanas.
 
Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/graduates-1177183
É nesse contexto que Educação e conhecimento estão além dos livros, pois estão também 
nas pessoas e nos saberes que se constroem ao longo dos anos.
Entre as finalidades da educação estão à socialização de costumes, hábitos e valores, ou 
seja, das culturas da qual o processo educativo se faz. Para Brandão (1985), não há uma 
forma única, nem um modelo único de educação. O autor nos mostra que a educação está 
presente onde não há a escola e por toda parte pode haver transferências de saber de uma 
geração a outra, onde ainda não foi sequer criado um modelo de ensino formal e centralizado.
Essa abordagem sobre Educação proposta por Brandão está presente em muitas reflexões 
no contexto educacional, é preciso refletir a respeito dessa visão.
 Vamos fazer uma pausa para refletir, você concorda com o autor?
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Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/carta-carta-carta-carta-carta-carta-5428824/A partir de tais considerações é possível compreender que o desenvolvimento da educação 
está ligado ao também desenvolvimento da sociedade. Conforme Libâneo (2009, p. 32),
 
A educação associa-se, pois, a processos de comunicação e interação pelos 
quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, 
atitudes, valores existentes no meio culturalmente organizado e, com isso, 
ganham o patamar necessário para produzir outros saberes, técnicas, valores, etc.
Teorias educacionais, reformas, inovações, concepções e doutrinas são criadas e difundidas 
ao longo do tempo, buscando fazer a relação entre a teoria e a prática, questões primordiais 
na educação, que por sua vez busca tornar o homem sujeito de sua própria história e não 
objeto dela. E para que tal objetivo seja alcançado, muitos estudiosos contribuíram com 
teorias, estudos, pesquisas e experiências para torná-la eficiente, estruturada e abrangente.
Ao considerar os processos formativos na sociedade se faz necessário pensar a 
pedagogia como uma ciência da educação ou seja, uma área de conhecimento da educação. 
Mediante contribuições de Libâneo (2009), observa-se que a Pedagogia tem como objetivo 
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o entendimento, global e intencionalmente dirigido, dos problemas educativos e, para isso, 
recorre ao conhecimento provido pelas demais ciências da educação.
Conforme Libâneo (2009), se há muitas práticas educativas em muitos lugares, por 
consequência, há também várias pedagogias: a pedagogia familiar, a pedagogia sindical, a 
pedagogia dos meios de comunicação, a pedagogia escolar, entre outras. Porém, é preciso 
destacar que, a Pedagogia é uma educação intencional, ou seja, busca a formação humana.
Preciso destacar que, não estamos falando de Pedagogia enquanto curso, estamos nos 
referindo à Pedagogia enquanto uma ciência.
De acordo com Libâneo (2009, p. 33), é possível considerar que “a Pedagogia investiga 
fatores que contribuem para a construção do ser humano como membro de uma determinada 
sociedade, e os processos e os meios dessa formação”. A partir deste contexto de 
conhecimento, fica mais fácil entender a Pedagogia como ciência, não é mesmo?
Certamente não se deve pensar que a Pedagogia é a única área científica da educação, 
outras áreas como: a Psicologia, a Economia, a Sociologia entre outras, tem como objetos de 
estudo os problemas educativos e são consideradas importantes para o processo educativo. 
É válido ressaltar que cada área possui métodos de investigação, por exemplo, a psicologia 
pode explicar a educação por conhecimentos comportamentais, já a economia, investigará 
a educação a partir do contexto econômico de um país ou região.
Voltemos ao estudo da Pedagogia. Em seu percurso histórico essa área da educação 
sofreu oscilações, em alguns momentos é analisada como arte, outros como metodologia, 
outros como ciência da arte educativa e recentemente a grande ênfase está na atuação 
docente e no estudo do fenômeno educativo na sua complexidade e amplitude. 
Ao conceber a Pedagogia como ciência da educação, Libâneo (2001, p. 6) a define como 
“um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade 
e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa.” Nesse sentido, é necessário 
repensar a educação e a ciência que a fundamenta para buscar a ressignificação do espaço 
científico da Pedagogia.
Anote isso
[...] a educação deveria mostrar e ilustrar o Destino multifacetado do humano: o destino 
da espécie humana, o destino individual, o destino social, o destino histórico, todos 
entrelaçados e inseparáveis (MORIN, 2004, p. 61).
Fonte: MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários para a educação do futuro. 9. ed. 
São Paulo: Cortez, 2004.
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Isto acontece na prática
Vamos entender esse conceito na prática, acompanhe a experiência que a professora 
Lucimara Bauab Bochixio Bello compartilhou no site Porvir.
Com metodologias que colocam o aluno como protagonista, professora consegue 
tornar prática e avaliação mais constantes na aula de inglês
por Lucimara Bauab Bochixio Bello 7 de abril de 2021
Com a chegada da pandemia no início de 2020, todos os professores tiveram um grande 
desafio à frente: o de se reinventar. E comigo não foi diferente. De repente, em uma 
sexta-feira, fui “sequestrada” da escola em que atuo desde 2017 como professora de 
inglês e, na segunda-feira seguinte, já estava online, exercendo uma atividade que não 
encaro como uma profissão, mas sim, como uma missão de vida, pois tenho um amor 
e dedicação verdadeiros à educação. Tendo a educação como missão, como inovar 
em minhas aulas para garantir a atenção e a participação efetiva dos meus alunos de 
ensino médio perante um cenário e uma forma de escola tão diferentes? Como prender 
a atenção dos alunos numa aula remota? Como fazê-los produzir? Como avaliá-los?
Essas questões devem estar permeando ainda não só a minha mente, mas a de 
muitos profissionais preocupados com uma educação significativa e de qualidade. 
Eu, como professora de inglês, flagrei-me, em muitos momentos, tentando achar as 
soluções para muitas dessas dificuldades apresentadas e, sinto-me muito feliz em 
poder compartilhá-las.
Costumo trabalhar muito com a antecipação de conteúdos, ou seja, os tópicos da aula 
seguinte já são pesquisados pelos alunos previamente. Isso otimiza o tempo de aula 
e faz com que os alunos busquem a informação por conta própria, desenvolvendo, 
assim, a sua autonomia; algo essencial para a vida de qualquer ser humano. Além 
disso, a devolutiva do tópico pesquisado é dada pelos próprios alunos que apresentam 
o que foi estudado previamente, durante a aula. Nesse momento, o professor deixa de 
cumprir aquele antigo papel de mero expositor de conteúdos e passa a atuar como 
alguém que aponta caminhos, esclarece possíveis dúvidas, quando necessário, e faz 
seus alunos refletirem.
É nesse processo de pesquisa e exposição dos conteúdos por conta dos alunos que o 
professor poderá iniciar seu processo de avaliação. A avaliação, aqui, não será aquela 
clássica e formal, mas será uma cujo empenho e dedicação na busca de informações 
serão os itens mais valorizados.
Uma outra estratégia que funciona muito no ensino remoto é a gamificação de conteúdos 
que garante a participação dos alunos em aula. Qual criança ou jovem não gosta de 
jogar? E hoje há disponível uma gama enorme de aplicativos para isso: Kahoot, Quizlet, 
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Quizizz, entre outros. A gamificação de conteúdos auxilia em sua sistematização, além 
de ser uma forma garantida de diversão!
No Microsoft Teams, por exemplo, existe o recurso de “breakout room”, ou seja, uma 
sala de aula virtual onde os alunos são divididos em pequenos grupos, para a prática 
de conversação com os assuntos da aula, onde o foco é totalmente na oralidade. Em 
grupos menores, os alunos se sentem mais confiantes para falar e perdem o medo 
de se expor. O professor “visita” cada grupo, fazendo as devidas correções quanto à 
pronúncia, possibilitando uma maior atenção a cada aluno. Por estarem em grupos, 
os alunos não se sentem envergonhados ao serem corrigidos e, inclusive, sentem-se 
à vontade para abrirem as suas câmeras.
Quanto à produção de textos, sigo as propostas do livro didático com o qual trabalho, 
pois os temas estão sempre atrelados aos assuntos estudados nas aulas remotas. 
Com relação a correção das redações, o que aprendi a fazer foram as rubricas que 
estabelecemparâmetros aos alunos do porquê de determinada nota, facilitando o 
trabalho do professor quanto a um feedback (retorno) com referência ao texto produzido.
Fonte: https://porvir.org/professora-usa-rotinas-de-pensamento-para-engajar-alunos-
do-ensino-medio/
Esse exemplo nos mostra com clareza a relação entre Educação, ciência e tecnologia, 
usados da melhor forma para impulsionar a aprendizagem.
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É importante compreendermos o conceito de educação e sua prática bem como os 
aspectos que a influenciam, para então refletir a respeito da educação enquanto uma 
ciência. Nesse sentido, indico uma leitura para complementar seus estudos.
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E SOCIEDADE SOB O OLHAR DA COMPLEXIDADE 
HUMANA. Disponível em: http://uece.br/eventos/spcp/anais/trabalhos_
completos/247-38751-30032016-174526.pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.
https://porvir.org/professora-usa-rotinas-de-pensamento-para-engajar-alunos-do-ensino-medio/
https://porvir.org/professora-usa-rotinas-de-pensamento-para-engajar-alunos-do-ensino-medio/
http://uece.br/eventos/spcp/anais/trabalhos_completos/247-38751-30032016-174526.pdf
http://uece.br/eventos/spcp/anais/trabalhos_completos/247-38751-30032016-174526.pdf
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AULA 6
PANORAMA HISTÓRICO DO 
PENSAMENTO PEDAGÓGICO
A prática da educação está inserida na sociedade desde o início da civilização, quando as 
comunidades primitivas entendiam que a educação deveria acontecer em função da vida e 
para a vida, e a escola era a aldeia. Estamos muito acostumados com as nossas instituições 
escolares, mas o fato é que a escola como instituição não existiu em todas as sociedades.
É válido considerar que mesmo sem haver escolas por muito tempo, com a educação 
é diferente, pois a educação é muito anterior à instituição escolar bem como a pedagogia. 
Anteriormente ligada aos valores e princípios, bem como a própria religião, a educação e 
o pensamento pedagógico na atualidade estão mais voltados para o desenvolvimento da 
sociedade.
 
Fonte: https://visualhunt.com/f5/photo/24079897235/ca3b768eeb/
A Educação se manifestava por meio das transmissões dos valores essenciais para a 
manutenção do agrupamento social. De acordo com Aranha (2006, p. 35), “nas comunidades 
tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nos 
rituais”.
https://visualhunt.com/f5/photo/24079897235/ca3b768eeb/
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Não havia um processo pedagógico propriamente, ou seja, um processo de ensino definido. 
O que se tinham eram processos sociais de aprendizagem onde não existia nenhuma situação 
escolar institucionalizada de transferência do saber. Com o passar do tempo a educação 
primitiva, marcada pelas tradições, apropriou -se de tendências religiosas e orientou os povos 
hindus, egípcios, hebreus e chineses.
Para Aranha (2006, p. 36), “a escrita surge como uma necessidade de administração dos 
negócios, à medida que as atividades se tornam mais complexas”, a partir dessas novas 
demandas e com o atendimento dessas novas necessidades a sociedade vai se desenvolvendo 
e junto a ela, desenvolve-se também a educação.
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/texto-preto-em-fundo-cinza-261763/
O desenvolvimento da sociedade, por meio da criação das cidades, da produção e do 
comércio, promoveu uma transformação na educação concebida pelos povos primitivos. 
Para entender esse contexto, precisamos voltar um pouco na história. A organização social 
que antes era homogênea passa a ser dividida em classes pelo trabalho, como escravos, as 
terras de uso comum passaram a ser dominadas pelo Estado, o papel da mulher também 
passa a ter outro significado, e assim os desenvolvimentos vão ocorrendo em todo o contexto 
social, influenciando seus diversos setores. 
Consoante contribuições de Aranha (2006, p. 36), “o saber antes aberto a todos, tornou-se 
patrimônio e privilégio da classe dominante. Nesse momento surgiu a escola. [...] a escola 
ao elitizar o saber, tem desempenhado um papel de exclusão da maioria”. Observa-se assim, 
que o desenvolvimento trouxe consigo a desigualdade, sobretudo no que se refere ao acesso 
à educação que por tempos ficou restrito a parcela mais elitizada da população.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/texto-preto-em-fundo-cinza-261763/
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Ao analisar ainda que brevemente o processo histórico, observa-se que na Grécia, berço da 
cultura e da civilização ocidental, a educação era entendida como o estímulo à competição e 
à guerra para assegurar a superioridade sobre as demais regiões. A partir dessa necessidade, 
a educação visava a formação de um indivíduo eficiente, com disposição para conviver em 
sociedade e dialogar sobre política. Assim, recebia uma formação de corpo e mente. Nesse 
contexto, a retórica e a filosofia eram enfatizadas. 
Em Roma a educação era organizada pela disciplina e justiça, entendida como um processo 
de preparação de guerreiros que submeteriam as regiões conquistadas aos mesmos hábitos 
e costumes de Roma. A educação romana era direcionada para mostrar a biografia de 
grandes homens.
No decorrer da Idade Média o pensamento pedagógico foi estabelecido por meio de uma 
tendência religiosa, preservada no princípio da autoridade da Igreja que impunha normas 
e impostos para a sociedade. Nesse contexto, a ideologia educacional é regida pelo poder 
de Cristo, nesse período, o modo de produção era o feudalismo e o corpo por sua vez era 
considerado pecaminoso, surge assim a escolástica como uma corrente filosófica cristã 
que tenta conciliar fé e razão. A educação passa a ocupar um lugar de destaque visto que 
pretendia dar uma orientação e um sentido ao ser humano considerando todas as dimensões 
de sua formação.
Já o período conhecido como Renascimento tem o intuito formar o homem burguês, 
considerando apenas o clero, a nobreza e a burguesia. Segundo Aranha (2006, p. 125), “é 
impressionante o interesse pela educação no Renascimento, principalmente pela proliferação 
de colégios e manuais para alunos e professores”. Ainda de acordo com a autora, a formação 
intelectual voltava-se para a cultura humanística, com atenção ao ensino de grego e Latim. 
Outro destaque dessa época foi aparecimento dos colégios, ao mesmo tempo que se 
observava uma nova imagem da criança e da família.
 
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/professora-rigida-com-livro-apontando-para-uma-lousa-rabiscada-3771074/
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Um fato marcante desse período foi a Reforma Protestante que consequentemente teve 
suas ideias espalhadas pela Europa. Conforme Aranha (2006), ao dar condições iguais de 
leitura e interpretação da bíblia a todos, a educação passou a ser importante instrumento 
para divulgação da reforma. Para combater a expansão protestante, surgem os jesuítas, com 
a missão de catequizar os hereges, enfatizando dogmas e tradições por meio da educação.
Caro(a) aluno(a), a partir desses fatos históricos podemos perceber o valor que a educação 
tem em uma sociedade assim como as mudanças sofridas pela educação ao longo dos anos 
até apresentar as características que possui hoje, isso significa que os processo educativos 
foram sofrendo alterações adaptando-se a necessidade de cada período.
6.1 Século XVII: a pedagogia realista
Com o desenvolvimento da concepção de pensamento pedagógico moderno se estabeleceua relação entre o pensamento e o ser. Nesse contexto, o homem moderno passou a buscar 
por conhecimentos que anteriormente eram considerados proibidos. Assim desenvolve-se 
a paixão pela razão e o estudo da natureza, desenvolvendo técnicas e artes, de modo que 
a educação passa a ser norteada por princípios que a tornam mais realista.
Nesse período René Descartes (1596-1650), sob influência da burguesia apresentou o 
conhecimento a partir da dúvida metódica, de forma científica e metódica. Aranha (2006, 
p. 154) expõe sobre essa abordagem de Descartes, considerando o fato de que “começou 
duvidando de tudo: do senso comum, dos argumentos de autoridade, do testemunho dos 
sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade 
do mundo exterior e do próprio corpo”.
Outro educador, João Amos Comênio (1592-1670), conhecido como o pai da didática 
moderna e considerado o maior educador e pedagogo do século XVII, dizia que a escola deveria 
ensinar o conhecimento das coisas, evidenciando o realismo pedagógico característico da 
época. Comênio também salientou que o ensino deveria ser unificado, isto é, todas as escolas 
deveriam ser articuladas e a educação precisava acontecer durante toda a vida humana.
 
A pedagogia realista contrariava a educação antiga, excessivamente formal 
e retórica. Ao contrário, preferia o rigor das ciências da natureza, buscando 
superar a tendência literária e estética própria do humanismo renascentista 
(ARANHA, 2006, p. 155)
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 A pedagogia humanista visava assim o conhecimento a partir das experiências, vivenciadas, 
dos fatos e da realidade que cercava o indivíduo, oportunizando o surgimento de uma nova 
didática para os processos pedagógicos. 
Anote isso
Você conhece a frase abaixo?
“Penso, logo existo.”
Essa frase surge a partir do contexto de dúvidas, colocado por Descartes.
Fonte: elaborada pela autora
Em meio a tantas mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais ter acesso à escola 
tornou-se essencial para o indivíduo se adequar ao período, atendendo suas demandas. O 
acesso à formação foi motivo de luta popular e várias ordens religiosas impulsionaram essa 
busca pelo conhecimento, dada sua importância para o sujeito melhor inserir-se na sociedade.
Século das Luzes
 
O Iluminismo do século XVII veio para difundir a formação do cidadão por meio da escola. 
Na educação, a tendência liberal e laica foi fortalecida com a busca por novos caminhos para 
a aprendizagem e a autonomia do educando. Nessa perspectiva o pensamento pedagógico 
passa a ser marcado pela criação dos sistemas nacionais de educação, onde o Estado 
passou a ter uma participação maior na educação.
Os principais representantes do iluminismo foram:
França Inglaterra Alemanha
Voltaire
D’Alembert
Diderot
Helvetius
Rousseau
Montesquieu
Newton
Reid
Locke
Hume
Wolff
Lessing
Baumgarten
Kant
Quadro: iluminismo. Fonte: Aranha (2006, p. 173) adaptado pela autora.
 
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O pensamento pedagógico dessa época se fundamentava na necessidade de oferecer 
instrução para os trabalhadores e Emanuel Kant (1724-1804), defendeu a ideia de que o 
homem é o que a educação faz dele, ou seja, o homem é capaz de elevar-se mediante o 
seu esforço intelectual contínuo.
Apesar da expressão do ideal liberal, os interesses estavam voltados para a alta burguesia. 
Havia um temor de que o acesso à educação provocasse o desequilíbrio na ordem da 
sociedade.
 
Isto acontece na prática
É possível que você conheça a Enciclopédia. Muito bem, a Enciclopédia surgiu nesse 
período.
Fonte: elaborado pela autora
Segundo Aranha (2006, p. 174), “no contexto do Iluminismo, não fazia mais sentido atrelar 
a educação à religião, como nas escolas confessionais, nem aos interesses de uma classe 
como queria a aristocracia”. A partir de tais considerações evidencia-se que este é um novo 
paradigma da educação, com a proposta liberal e laica. Nesse contexto, surge também a 
ideia de obrigatoriedade e gratuidade do ensino.
Mas não se engane! A ideia de obrigatoriedade no ensino, não conteve o dualismo escolar, 
ou seja, havia a escola para a burguesia e escola para o povo. E como foi a educação no 
século XVIII no Brasil? No século XVIII, permanecia grande o contraste entre a Europa e 
o Brasil, pois o Brasil continuava com a sua aristocracia agrária escravista, a economia 
agroexportadora dependente e submetido à política colonial de pressão.
Anote isso
Com o intuito de aprofundar um pouco mais os saberes referentes à educação no 
iluminismo, indico a leitura do texto:
Educação e autonomia no Iluminismo. Disponível em: https://www.ucs.br/ucs/
tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/arquivos/eixo_tematico9/Educacao%20e%20
Autonomia%20no%20Iluminismo.pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.
https://www.ucs.br/ucs/tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/arquivos/eixo_tematico9/Educacao%20e%20Autonomia%20no%20Iluminismo.pdf
https://www.ucs.br/ucs/tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/arquivos/eixo_tematico9/Educacao%20e%20Autonomia%20no%20Iluminismo.pdf
https://www.ucs.br/ucs/tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/arquivos/eixo_tematico9/Educacao%20e%20Autonomia%20no%20Iluminismo.pdf
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AULA 7
A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XIX
Com a era moderna, o século XIX está caracterizado por grandes mudanças sociais, 
econômicas e também educacionais, todos os acontecimentos permearam as significativas 
transformações desse período. No que tange à educação, observa-se que permanecia restrita 
às classes dominantes, embora no decorrer do século discussões acerca de uma educação 
gratuita para todos tenha sido grande e consequentemente acarretou em uma mudança na 
oferta do ensino em alguns países. Observa-se uma realidade educacional de rigidez, em que 
o professor era a autoridade máxima na sala de aula e se priorizava a ordem nos processos 
de aprendizagem, ainda que se buscasse uma formação mais crítica que outrora.
Se no século anterior as ideias de Kant contribuíram para a definição do projeto educacional 
voltado para a construção de um agir e pensar autônomo, no século XIX, os filósofos 
interpretaram de diferentes formas o pensamento kantiano. Verifique o quadro a seguir:
Positivistas (Comte) Defendiam que não cabe ao filósofo teorizar sobre “ideias 
sem conteúdo”.
Idealistas (Fichte, 
Schelling e Hegel)
Destacaram a capacidade que Kant atribuía à razão de 
impor formas a priori ao conteúdo dado pela experiência.
Materialistas (Feuerbach) Influenciaram a vertente socialista.
Quadro: Filósofos séc. XIX. Fonte: Aranha (2006, p. 204) adaptado pela autora.
Anote isso
Compreender as informações sobre Filosofia da Educação é fundamental para quem 
deseja atuar como educador.
Fonte: elaborado pela autora
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O positivismo surge como uma linha teórica, criada pelo francês Auguste Comte (1798-
1857), que começou a atribuir fatores humanos nas explicações dos diversos assuntos, 
contrariando os princípios da razão, da teologia e da metafísica. Consolidando assim a 
concepção que conhecemos por pensamento pedagógico positivista. 
Para atender ao pensamento positivista foi pensado um sistema educacional voltado 
para os acontecimentos decorrentes da Revolução Industrial, ou seja, precisava ser prático 
e útil a formação humana. A educação de um modo geral primava pela ordem, em que o 
professor era visto como um detentor de conhecimentos a serem transmitidos para os

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