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1 Semiologia Geral | Stephany Galvão Exame físico geral – ectoscopia ou somatoscopia- que consiste na avaliação de dados gerais, compreendendo vários sistemas orgânicos ou segmentos corporais; O examinador deve saber o que procurar sistematicamente e objetivamente; Importante: são necessários: local adequado, iluminação correta e posição correta do paciente; ESTADO GERAL: É a análise subjetiva do doente, a impressão geral que se tem dele, sua “aparência”; Depende da visão de cada médico; Visa determinar até que ponto a doença atingiu o paciente como um todo; DESCRIÇÃO: Estado geral bom (BEG) ambulatorial Estado geral regular (REG) hospital Estado geral ruim/comprometido/ GRAVE (GEG) hospital NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: Avaliação neurológica e psiquiátrica do paciente CLASSIFICAÇÃO: OBNULAÇÃO Certa confusão mental ou alguma desorientação SONOLÊNCIA Permanece no leito, com os olhos fechados, mas se for estimulado, consegue responder (pode-se ter um paciente sonolento e obnubilado ao mesmo tempo) TORPOR Emite resposta apenas à dor e de forma monossilábica COMA Pode ser classificado do grau I ao grau IV (ou dépassé). São avaliados a deglutição, a resposta pupilar, resposta verbal COMA GRAU I: Não mantém contato verbal; Capaz de atender a ordens simples; Deglutição normal; COMA GRAU II: Só responde a estímulos dolorosos; Deglute com dificuldade; Reflexos tendinosos presentes; COMA GRAU III/ PROFUNDO: Não responde a voz ou estímulos dolorosos enérgicos; Não deglute; Arreflexia tendinosa; COMA GRAU IV OU DEPASSÉ Não responde à voz ou estímulos dolorosos enérgicos; Respiração artificial; EEG: silêncio elétrico (morte encefálica); ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG): Inicialmente, era usada apenas para o trauma, mas com o passar do tempo ganhou aplicabilidade em outras áreas dentro da medicina; Avalia respostas oculares, motoras e verbais; 2 Semiologia Geral | Stephany Galvão ATENÇÃO!! Atualizações na Escala de Glasgow 2018: Incremento da resposta pupilar aos parâmetros analisados. Essas alterações podem mudar bastante o prognóstico do paciente. Se nenhuma pupila reagir ao estimulo luminoso, subtrai 2 unidades do valor obtido do ECG; (resposta inexistente) Se apenas uma pupila reage ao estimulo luminoso, subtrai uma unidade; (resposta parcial) Se as duas pupilas reagem ao estimulo luminoso, não altera o valor do ECG; (resposta completa) - Por exemplo, faz-se a avaliação da pessoa com base na abertura ocular, na resposta verbal e motora e o paciente pontua 10. Logo após, o examinador checa o reflexo pupilar, vê que está ausente e, por isso, a pontuação caí de 10 para 8, que tem indicação de intubação. - Essa reatividade pupilar, a depender do nível de gravidade do paciente, muitas vezes está associada a um grau maior de mortalidade. ORIENTAÇÃO: Orientação alopsíquica: capacidade de se orientar em relação ao mundo. Compreende duas modalidades: Orientação cronopsíquica/temporal: em relação ao tempo; é mais rapidamente prejudicada pelos transtornos mentais e distúrbios neurológicos, de modo que pode ser um parâmetro bastante sensível. Orientação espacial: em relação ao espaço Orientação autopsíquica: orientação do paciente em relação a si mesmo: nome, idade, aniversário, profissão, estado civil, etc.. A orientação autopsíquica só é afetada nos casos de doenças mais graves. FALA E LINGUAGEM: As principais alterações da fala são: Disfonia: alterações relacionadas com o timbre da voz (rouquidão, voz fanha, etc); Afonia: incapacidade de falar; Dislalia: alterações relacionadas com letras, ex: troca do R pelo L (cebolinha); Disritmolalia: alteração no ritmo da fala, gagueira; Disartria: dificuldade de articular palavras (muito comum em AVE’s); Disfasia: dificuldade de compreender e expressar palavras; Afasia: paciente não consegue falar (também comum em AVE’s); PADRÃO RESPIRATÓRIO: Eupneico: 16-20irpm Dispneico: taquipneia ou bradpneia: Taquipneia: > 20irpm Bradipneia: < 16irpm FÁCIES: Conjunto de dados obtidos na face do paciente (Traços anatômicos e fisionomia) FÁCIES ATÍPICA: São “expressões” incaracterísticas, ou seja, não tem uma característica padrão, e dependem do momento em que o paciente se apresenta para o examinador, por exemplo: um paciente que está com cólica nefrética fica com uma feição de muita dor, anda encurvado com a mão na lombar, etc. Nesses casos, é muito importante avaliar sinais de tristeza, ansiedade, medo, indiferença, dor, depressao... FÁCIES TÍPICA: É um aspecto da face modificada pela doença, fácie típica de alguma doença. Ex: MONGOLOIDE: Típica da Síndrome de Down; Os portadores geralmente apresentam: o Fenda palpebral; o Prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos bem distantes um do outro; o Rosto Redondo; o Boca quase sempre entreaberta; o Língua maior e mais proeminente; 3 Semiologia Geral | Stephany Galvão LEONINA: Típica da Hanseaníase (Mal de Hansen); Pele espessa; Sem sobrancelhas (madarose); Nariz largo; PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: Assimetria da face; Impossibilidade de fechar as pálpebras; Desvio da rima labial para o lado sadio; Apagamento do sulco nasolabial; OBS: paciente pode ter apenas uma paralisia facial periférica, ou ela pode ser consequência de um AVE: quem vai distinguir a causa? A anamnese! BASEDOWIANA: Típica de Hipertireoidismo; Olhos salientes (exolftalmia) e brilhantes; Rosto magro; Fisionomia de vivacidade; Aspecto de espanto e ansiedade; Presença de bócio; Geralmente paciente magro; MIXEDEMATOSA: Típico de Hipotireoidismo; Rosto arredondado, lábio e nariz grossos; Pele e cabelos secos; Fisionomia apática; Pálpebras infiltradas e alargadas; Supercílios escassos e sem brilho; Paciente com tendência à obesidade e sobrepeso; ADENOIDEANA: Criança que respira com a boca (respirador bucal) por conta de adenoide; HIPOCRÁTICA: Olhos fundos, parados e inexpressivos; Nariz afilado; Lábios adelgaçados; Presença de batimentos das asas do nariz; Pele sudorenta, palidez, cianose labial; Indica doença grave ou terminal; “Noiva cadáver”; RENAL: Caracterizada pelo edema periocular; Palidez cutânea; Comum nas doenças renais, especialmente síndrome nefrótica e glomerulonefrite difusa aguda; 4 Semiologia Geral | Stephany Galvão PARKINSONIANA: Cabeça levemente inclinada para frente; Olhar fixo; Supercílios elevados e fronte enrugada, conferindo uma expressão de espanto, como uma máscara; Observada na síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo; ACROMEGÁLICA: Saliência das arcadas supra-orbitárias; Proeminência das maçãs do rosto e grande desenvolvimento do maxilar inferior, nariz, lábios e orelhas; Ocorre na acromegalia; CUSHINGOIDE (FACE DE LUA CHEIA): Face arredondada; Ocorre na doença de Cushing e também é observado em pacientes que fazem uso de corticoides. PSEUDOBULBAR: Súbitas crises de choro ou riso involuntárias, mas conscientes, que levam o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico; Aparece na paralisia pseudobulbar; MIASTÊNICA: Ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça; Ocorre na miastenia gravis e em outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior; ESCLERODÉRMICA: Quase completa imobilidade facial; Pele pergaminácea, endurecida e aderente a planos profundos; Lábios repuxados, nariz afilado e imobilização das pálpebras; Ocorre na esclerodermia; FÁCIE ETÍLICA: Olhos avermelhados, ruborização da face, hálito etílico, voz pastosa etc. Pacientes alcoólatras; 5 Semiologia Geral | Stephany Galvão FÁCIE DEPRESSIVA: Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante; Olhar voltado para o chão; Expressão de indiferença, tristeza etc. O sulco nasolabial se acentua, e o canto da boca se rebaixa; Ocorre nos distúrbios de humor; ATITUDE E DECÚBITO NO LEITO: O paciente pode se colocar em algumas posições voluntárias, se ele for capaz de decidir e controlar, ou involuntárias, adotadas pelo indivíduo na tentativa de diminuir seu padecimento; Geralmente as involuntárias estão associadas a distúrbios neurológicos graves; ATITUDES VOLUNTÁRIAS: ORTOPNÉICA: Paciente se sente melhor quando está sentado ou caso esteja deitado, fica com o tórax elevado; Se ele deitar, piora a dispneia; Casos: insuficiência cardíaca descompensada; GENUPEITORAL (PRECE MAOMETANA): Encosta tórax no leito e levanta o glúteo, em decúbito ventral; diminui dor e congestão; Casos: pericardite, derrame pericárdico; CÓCORAS: Posição mais vista em crianças; Casos: pacientes com cardiopatias cianóticas (ex.: tetralogia de Fallot), pois há melhora do retorno venoso para o coração; PARKINSONIANA: Paciente joga o tronco para frente para tentar equilibrar-se melhor; Prostração da cabeça para frente, cotovelos em flexão, além da marcha diferenciada; DECÚBITOS: Decúbito ventral: paciente pode estar com alguma cólica pélvica ou intestinal; Decúbito lateral: derrame pleural (deita do lado doente, pois assim libera o lado sadio). O decúbito lateral esquerdo pode ser chamado de decúbito de Pachon; Decúbito dorsal; OBS: Posição antálgica é a que melhora mais o quadro de dor do paciente; 6 Semiologia Geral | Stephany Galvão ATITUDES INVOLUNTÁRIAS: PASSIVA: Posição em que é colocado no leito sem contratura (quando você coloca o paciente nessa posição, ele não se contrai); ORTÓTONO: Tronco e membro são rígidos, sem se curvarem; PLEURÓTONO: Corpo curva lateralmente; OPISTÓTONO: Decorrente de contratura da musculatura lombar, o corpo passa a apoiar na cabeça e nos calcâneos; Hiperextensão da coluna; Pode ser vista em casos de tétano; EMPROSTÓTONO: O corpo forma concavidade voltada para frente; POSIÇÃO EM GATILHO: Hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante; Pode ser vista em pessoas com meningite. MARCHAS: ATÍPICA: Não refere a nenhuma doença; PARKINSONIANA: O paciente tem flexão dos cotovelos e anda “contando dinheiro”, devido ao tremor de repouso; Além disso, dá pequenos passos (petit pass, do francês), caminha lentamente, cambaleando, oscilando e com rigidez dos membros; ATÁXICA, CEREBELAR OU EBRIOSA: Lesões cerebelares, etilista; O paciente alarga a base e faz um percurso cambaleante; 7 Semiologia Geral | Stephany Galvão CLAUDICANTE: Manca para um dos lados; Casos: pacientes com insuficiência vascular, diabetes acompanhado de dermatite; Claudicação intermitente: doença arterial obstrutiva periférica (há uma placa de gordura em algum vaso de membro inferior que, ao paciente andar, impede a devida passagem de sangue para o membro e ele não recebe os nutrientes e O2 necessários, tendo a dor, que vai e volta); pode ser bilateral. ESCARVANTE: Tem paralisia do movimento de flexão do pé; EX: Pacientes com Hansen podem ter lesão fibular, deixando o pé caído (não faz dorsiflexão), como se estivesse “cavando” onde vai pisar; MARCHA HEMIPARETICA: Típica de AVE’S; ATENÇÃO!! MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: TREMORES: O médico pode se utilizar de uma série de manobras para avaliar tais movimentos. Uma manobra bem simples consiste em pedir para o paciente estender os braços na frente do corpo e colocar um papel sobre as mãos dele. A movimentação do papel facilita a visualização de tremores: Os tremores podem ser: De repouso: como ocorre no Parkinson; De atitude ou postura: surge quando o membro é colocado em determinada posição; normalmente o paciente não treme, mas quando é colocado em alguns tipos de situação, como escrever, por exemplo, manifesta tremor. Tremor essencial/familiar: paciente sente o tremor independente de estar parado ou em movimento; sem uma causa específica; De ação: quando um movimento é executado; comum em doenças cerebelares; Vibratório: Fino e rápido; geralmente se manifesta em pessoas que fazem ingestão de álcool; 8 Semiologia Geral | Stephany Galvão MOVIMENTOS COREICOS: Amplos, arrítmicos e inesperados; Descoordenados; Facilmente visualizados No início da doença, são mais sutis, todavia, conforme a gravidade aumenta, se tornam mais amplos; Se manisfesta na Coréia de Sydenham ou febre reumática; ATETOSE: Nas extremidades, lentos e estereotipados; Movimentos menores, mais lentos e mais sutis; Está relacionada a impregnação de bilirrubina (Kernicterus) nos núcleos da base, sobretudo em crianças; MIOCLONIAS: Contrações breves de um músculo ou grupo muscular; Epilepsia tipo pequeno mal; MIOQUINIAS: Contrações de fibras musculares de músculos íntegros; Comum em pálpebras (BLEFAROESPASMO) E quadríceps; Sem nenhuma repercussão quando isolado (se manifesta mais em situações de estresse); ASTERIX (flapping): Movimentos rápidos, nas extremidades (semelhante a um tremor); Manobra: paciente estende o membro superior e superestende as mãos (fazendo ângulo de 90o com o antebraço); o examinador faz uma força contrária nas mãos do paciente e solta rapidamente; pacientes com lesão: cria um movimento de “vai e volta” nas mãos, ficam se movendo como se estivesse batendo em algo; Presente em pacientes com: Insuficiência hepática ou Uremia (muitos metabólitos de uréia que causam intoxicação do encéfalo); Típico em pacientes etilista com encefalopatia hepática; TIQUES: Movimentos repetidos de grupos musculares, involuntários; São domináveis pela vontade (você pode controlar); CONVULSÕES: Movimentos súbitos e incoordenados, que podem ser localizados e generalizados; Tipos: o Tônicas: mantidas permanentes e imobilizam articulações, fica enrijecido; o Clônicas: rítmicas, alternando contrações e relaxamentos, espasmos; 9 Semiologia Geral | Stephany Galvão o Tônico-clônicas: soma as características de ambas; TETANIA: Crises tônicas (de enrijecimento), quase sempre em mãos e pés; Diagnóstico: Sinal de Trousseau Manobra: insufla o manguito 20mm acima da pressão sistólica e deixa por 3min*; durante a manobra, o paciente com essas características vai apresentar uma contração da mão e dos dedos; Além disso, quadros de hipocalcemia também podem ser verificados quando se faz a percussão do nervo facial e o paciente contrai a musculatura da boca do lado percutido (sinal de Chvostek), também um sinal de hipocalemia; Ocorrem em:: Hipocalcemia, alcalose respiratória. DISCINESIAS OROFACIAIS: Movimentos bizarros; Comum em: psicoses, uso prolongado de fenotiazinas (clorpromazina, anti-histamínicos) Abuso de drogas; Reação alérgica a alguns medicamentos (efeito extrapiramidal); MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Outra etapa da ectoscopia é composta pelas medidas antropométricas: altura, peso, IMC, circunferência-abdominal e relação cintura- quadril; As medidas antropométricas são importantes sobretudo para saúde cardiovascular; Realizada geralmente em consultas ambulatoriais, em PSF...Na emergência é usado basicamente peso e altura; ALTURA: Medida planta-vértice: cabeça ate o pé Envergadura: usa em situações em que não da pra medir planta vértice, como: cadeirantes, cifoescoliose grave; é a distância entre os extremos dos braços, com abdução de 90° Normalmente a envergadura equivale à altura. Distância pubovértice (PV): distância entre a sínfise púbica e o ponto mais alto da cabeça; Distância puboplantar (PP): Distância entre a sínfise púbica e a planta dos pés; Importantes na caracterização de transtornos do desenvolvimento físico e síndromes genéticas. Normalmente PV / PP = 0,98 a 1,0 A partir da altura pode se caracterizar o desenvolvimento físico do paciente em hipo ou hiperdesenvolvimento; Deve-se analisar se esta fora do padrão familiar e se não esta ainda no período de crescimento não deve olhar o crescimento isolado (vê outros indicadores, como: pelos pubianos, desenvolvimento de mamas, etc); Hipodesenvolvimento: Altura < 1,5m 10 Semiologia Geral | Stephany Galvão Hiperdesenvolvimento Altura: ♂ > 1,9m ♀ > 1,8m PESO: Comparado com valores considerados normais para idade, sexo e altura; Peso ideal: Aproxima-se do nº de cm que excede 1m de altura: ♂ 1,70m = 70Kg ♀ 1,70m = 70 - 5% = 66,5kg Máximo normal: 5-10% a + Mínimo normal: 5-10% a - Alterações do peso Magreza: Abaixo do peso mínimo normal, pode ser constitucional ou patológica; Caquexia: Extrema magreza com comprometimento do estado geral. Sobrepeso Obesidade ÍNIDCE DE MASSA CORPÓREA (IMC): Indicador que avalia o estado nutricional IMC= P / A² peso em kg e altura em metro] OBESIDADE: Central: o Gordura em excesso armazenada na parte superior do corpo ou região abdominal o Risco para: HAS, DM, IAM o Comum em homens (corpo tipo maçã) Periférica: o Acúmulo de gordura nos quadris e coxas o Mais comum em mulheres (corpo tipo pera); CIRCUNFERENCIA ABDOMINAL: Local de medição: não há consenso, mas pode ser logo acima da crista ilíaca anterior na linha do umbigo: Importante na avaliação do risco de doença, principalmente cardiovascular, mesmo com peso normal. Excesso de gordura abdominal: risco para dislipidemia, resistência à insulina, DM tipo II, HAS, DAC. Os valores normais para homens são até 94cm e para mulheres até 80 cm. É preciso olhar crítico para interpretar esses valores. 11 Semiologia Geral | Stephany Galvão OBS: Se o paciente tem circunferência abdominal acima do normal, mesmo com os triglicerídeos na faixa normal, entra com medicação FIBRATO como maneira preventiva; RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ): Fala mais em relação à localização da gordura corporal; Local de medição: Circunferência da cintura (C) num ponto médio entre o final dos arcos costais; Circunferência do quadril (Q) ao nível das espinhas ilíacas anteriores (na maior protuberância glútea); Relação cintura-quadril: ♂: < 0,9 ♀: < 0,8 MUSCULATURA: Analisa como esta a massa muscular (trofismo) e a tonicidade (estado de contratilidade domusculo): MASSA MUSCULUAR (TROFISMO) TONICIDADE (ESTADO DE CONTRATILIDADE) Normal Normal Hipertrófica Hipertônico, espástico ou rígido Hipotrófico Hipotônico ou flácido A partir dessas medidas da pra avaliar se há alguma patologia, como por ex, lesões neurológicas; ESTADO DE HIDRATAÇÃO DO PACIENTE: AVALIAR PARÂMETROS: Umidade, turgor e elasticidade da pele Umidade das mucosas Alterações oculares Alteração abrupta do peso Oligúria Fontanelas nas crianças ALERTA P DESIDRATAÇÃO: Sede ↓ abrupta do peso Pele seca, elasticidade e turgor ↓ Mucosas secas Olhos afundados (enoftalmia) e hipotônicos Estado geral comprometido Excitação psíquica ou abatimento Oligúria Fontanelas deprimidas (crianças) Sinal da prega: pinça a pele do paciente e vê que demora par a mesma retornar (indicativo de desidratação); ATENÇÃO! E no idoso? Não pode fazer sinal da prega nele pq já perdeu elasticidade; vê: oliguria, verifica PA (hipotensão)! A desidratação pode ser classificada com cruzes (+ a ++++) de acordo com esses sinais. COLORAÇÃO DA PELE: Deve-se avaliar: conjuntiva, mucosas labial, lingual e gengival; Parâmetros: Normocorada : Róseo-avermelhada; Hipocorada ou descorada: Avaliação quantitativa (+ a ++++) -> 1 a 4 cruzes Hipercorada: acentuação da cor normal 12 Semiologia Geral | Stephany Galvão OBS: ANEMIA: palidez+palpitações+astenia ATENÇÃO! paciente de emergência que chega com satO2 80% não intube imediatamente; pode ser diversos problemas, o mais comum é cardiopulmonar, mas tb pode ser por anemia, choque hipovolêmico! CIANOSE: Cor azulada; Deve ser procurada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, ponta do nariz, lobos das orelhas e extremidades das mãos e pés. Nas cianoses muito intensas, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada; Parâmetros: Acianótica Cianótica-> Avaliação quantitativa (+ a++++) Pode ser causa ambiental (temporária); Quando tem dor em membro+ frieza e cianose nas extremidades: oclusão arterial em algum membro; como diagnosticar? Palpar pulso ulnar e radial (que esta diminuído ou ausente) emergência cirúrgica A cianose pode ser: localizada (pode ser devido a mecanismos centrais, periféricos ou mistos) ou generalizada (sugerindo a obstrução de uma veia que drena uma região); o CENTRAL: ocorre quando há instauração arterial excessiva; o PERIFÉRICA: ocorre por perda exagerada de oxigênio a nível capilar (p.ex. estase venosa); o MISTA: quando há uma mistura dos dois mecanismos, tem-se uma cianose mista; ATENÇÃO! Um mecanismo que também pode causar cianose é a alteração na hemoglobina (ex. metemoglobinemias e sulfemoglobinemias); ICTERÍCIA: Os locais mais adequados para detectar icterícia são a mucosa conjuntival, a esclerótica e o frênulo da língua, que costumam concentrar grandes quantidades de bilirrubina. Parâmetros: Anictérica Ictérica-> Avaliação quantitativa (+ a ++++) PERFUSÃO PERIFERICA: Vê como esta o tempo de enchimento capilar; Observar extremidades; Um teste rápido que pode ser feito para verificar a perfusão periférica, usado principalmente no PHTLS, consiste em apertar a ponta do dedo do paciente e observar se há retorno da coloração em até 2 segundos. Perfusão ≠ oximetria: se o paciente tem oximetria baixa, nem sempre é problema de perfusão (anemia, problema cardiopulmonar) FANEROS E TECIDO CELULAR SUBCUTANEO: FÂNEROS Pelos e unhas 13 Semiologia Geral | Stephany Galvão Unha em vidro de relógio ou dedo em baqueta de tambor (pacientes com problemas cardiopulmonares); TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO Alterações: Inflamação (celulite) Tumorações: Fibroma, lipomas (tumor de gordura), cistos; OBS: ENFISEMA SUBCUTANEO: Bolhas de ar abaixo da pele Melhor palpado que visualizado Comum em Pneumotórax LINFONODOS: Grupos: cabeça e pescoço; axilares e inguinais; É importante analisar porque podem estar aumentados, indicando uma reação normal do sist. imune ou algo patológico; Características analisadas: Localização Tamanho ou volume Consistência Mobilidade Sensibilidade Alteração da pele subjacente Dor (geralmente devido a alguma inflação) OBS: Quando você palpa o linfonodo, ele tem uma tendência a se mexer; ele tem consistência fibroelastica; (duro e imóvel= patologia) . Exemplo: Linfonodo endurecido, aderido aos planos profundos (imovel), mais de 2cm, endurecido, insensivel ao toque, sem alterações da pele subjacente visíveis, tem maiores chances de ser maligno, associado ao câncer. CIRCULAÇÃO COLATERAL: Circuito venoso anormal, visível na pele. Indica a dificuldade do fluxo venoso através de troncos principais; Deve-se descrever: localização (tórax, abdome, membros...), direção do fluxo sanguíneo (ascendente ou descendente) e a presença de frêmitos ou sopros; DIFERENTE DE REDE VENOSA! Algumas pessoas possuem vasos mais visíveis, verdes/azulados ao longo do corpo. CIRC COLATERAL DE CAVA SUPERIOR Localização: metade superior, face anterior do tórax, braços e pescoço. Direção: tóraco-abdominal (de cima para baixo) Obstáculo em veia cava superior Tumor de mediastino CIRC COLATERAL DE CAVA INFERIOR Localização: região inferior do abdôme, região umbilical, flancos e face anterior do tórax; Direção: abdômen para tórax Obstáculo na cava inferior Tumor abdominal 14 Semiologia Geral | Stephany Galvão TIPO PORTA Localização: região periumbilical, região Epigástrica e região Torácica anterior; Direção: de baixo p/cima ou de cima para baixo, “cabeça de medusa”. Obstáculo em vv. supra-hepáticas, fígado ou v. porta. Cirrose hepática (etilistas) OBS: Para saber o sentido da circulação, deve obstruir o caso, pressionando-o com os dois dedos (um dedo em cada ponto) e seca-lo (passar o dedo pela superfície). Quando o examinador retira um dos dedos, é possível perceber se o vaso encheu ou não, logo pode-se observar se o sentido é de cima para baixo ou o inverso. Ex: ao tirar o dedo superior, o vaso encheu, significa que o sangue veio do tórax para o abdome (de cima para baixo - cava superior). EDEMA: Aumento de líquido no espaço intersticial Parâmetros: Localização e distribuição: localizado ou generalizado (anasarca) Intensidade (+ a ++++) Consistência: mole ou duro O edema mole costuma ser de duração não muito longa. Já o edema duro traduz uma proliferação fibroblástica do tecido celular subcutâneo, o que indica um edema de longa duração ou acompanhado de surtos inflamatórios; o exemplo típico é a elefantíase. Alterações na pele circunjacente: temperatura, sensibilidade, coloração (palidez, cianose ou vermelhidão), pele lisa e brilhante (edema recente e intenso), pele espessa (longa duração; pode ocorrer, inclusive, a chamada “pele em casca de laranja”); Temperatura Sensibilidade Outras Peso diário e medida da área: Dependendo da mudança do peso, pode inferir se está retendo líquido ou perdendo; Sinalde Godet ou de Cacifo: faz-se uma compressão, firme e sustentada. Caso haja edema, ao ser retirado o dedo vê-se uma depressão chamada fóvea. A intensidade é graduada conforme a profundidade da fóvea; 15 Semiologia Geral | Stephany Galvão EDEMA RENAL: Descendente, facial; Generalizado; Especialmente localizado nas regiões subpalpebrais; É mole, inelástico e indolor; a pele circunjacente mantém a temperatura normal ou discretamente reduzida; É mais intenso na síndrome nefrótica; EDEMA CARDIACO Bilateral Vespertino Insuficiência cardíaca Ascendente Generalizado Predominante em MMII Possui intensidade variável, é mole, inelástico, indolor e a pele circunjacente pode se apresentar lisa e brilhante; Em alguns casos, pode atingir o pulmão, provocando derrame pleural; EDEMA HEPÁTICO: Generalizado, mas quase sempre discreto (+ a ++); Predomina nos membros inferiores, é mole, inelástico e indolor. EDEMA POSTURAL: Ocorre nos membros inferiores de pessoas que permanecem por muito tempo em pé ou com as pernas pendentes (p.ex. em viagens muito longas); É localizado, discreto e indolor; ATENÇÃO!! Quando o edema eh unilateral: infecção, trombose venosa profunda (TVP), etc; Edema + sinais flogisticos: infecção TEMPERATURA CORPORAL: Avaliado nos sinais vitais Parâmetros: afebril febril BIOTIPO: Importante na localização dos órgãos Conjunto de características morfológicas: LONGILINEO Pescoço longo e delgado Tórax afilado e chato Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco Angulo de Charpy < 90◦ Musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido Tendência à estatura elevada Maior probabilidade de formar pneumotórax espontâneo (dor torácica súbita + dispneia) MEDIOLINEO: Tipo intermediário Equilíbrio entre os membros e o tronco Desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo 16 Semiologia Geral | Stephany Galvão Angulo de Charpy ≈ 90◦ BREVILINEO Pescoço curto e grosso Tórax alargado e volumoso Membros curtos em relação ao tronco Angulo de Charpy > 90◦ Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso Tendência à estatura baixa COMO DESCREVER A ECTOSCOPIA: Descrever em texto corrido: Medidas antropométricas: Peso = 55kg, Estatura = 1,65m; Mediolíneo; IMC = 20,2 (estado nutricional normal), CA = 88cm, RCQ = 0,8 Bom estado geral (BEG), consciente e orientado, eupneico, acianótico, anictérico, normocorado, afebril, hidratado, fácies atípica, bem nutrido, normolíneo. Postura indiferente. Marcha normal. Fala normal. Desenvolvimento Físico normal. Ausência de edema e enfisema subcutâneo. Linfonodos superficiais não palpáveis. Trofismo e tônus muscular preservados, ausência de movimentos involuntários ou de circulação colateral. Panículo adiposo de espessura normal e distribuição conforme sexo. Extremidades com temperatura e perfusão preservadas. Ausência de lesões de pele. Unhas de forma, brilho, cor e superfície normais.
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