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RESENHA CRÍTICA SOBRE: ÉTICA NA DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR José Genilson Romão Neto ROCHA, C. B.; CORREIA, G. C. S. Ética na docência do Ensino Superior. Revista Educare, v. 2, n. 3, p. 1-8, 2006. “[...] A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade” (VASQUES, 1995). O conceito acima é a definição de ética em termos diretivos, no entanto, a ética vai para além disso. Quando pensamos em ética, levamos em consideração que está será visualizada concisamente através de relações – interpessoais e intrapessoal – considerando, em termos relativos, especificamente, o fazer ético quanto profissional apto a repassar conhecimentos dentro de salas de aulas. Em se tratando do fazer docente, temos em pauta exemplos múltiplos do que de fato são atitudes éticas perante sua ação profissional. Os professores são, contudo, expostos a uma série de construções sociais de suas ações dentro e fora do seu ambiente de trabalho, principalmente, os docentes universitários, que encontram-se no papel de profissionais que possuem como principal função ensinar e/ou repassar seus conhecimentos para outras pessoas que ainda estão no processo de construção de uma identidade profissional. O docente é sempre visto como modelo a ser seguido, principalmente em se tratando de comportamentos éticos antes, durante e depois do exercício de sua profissão, viabilizando os seus valores sociais, que de todo modo, é transmitido – direta ou indiretamente – aos seus alunos, durando as suas aulas. O texto “Ética na docência do Ensino Superior” funciona como baliza para melhor compreensão desse processo ético dentro do contexto das ações educacionais do professor universitário. As autoras fundamentam que nesse âmbito não existe mais espaço para indiferença ou atos de exclusão dos docentes para com seus alunos, uma vez que o processo de aprendizagem se estrutura como uma via de mão dupla – efeito do rapport estabelecido entre professor-aluno. Com isso, as autoras estabelecem que a relação entre o docente e o aluno, embora necessária, deve ser imparcial, ou seja, ao passo que seja cordial, respeitosa e virtuosa, deve ser ao mesmo tempo justa, posto que, estes denotam senso de moral e responsabilidade frente ao seus alunos. É nesse momento que o conceito de ética se mostra evidente quando os comportamentos do docente se enquadram dentro de seus valores morais. Partindo por essa perspectiva, é notável a grande influência que o professor possui na vida de seus acadêmicos, ou em demasiados termos, seus discípulos, entendendo que estes, de certa forma, necessitam de um norteamento e de referências para se moldarem profissionalmente. O que deixa a cargo do docente estimular esses moldes, em razão do mesmo ser peça chave para a construção de condutas éticas positivas no acadêmico. Para isso, busca- se diversos meios para chegar a tal resultado, na qual uma delas é a reflexão, pois esta é uma das principais maneiras de levar o discente a instaurar suas próprias concepções de mundo e de homem, levando-o a sua evolução pessoal. Outrossim, o próprio docente vê-se em constante construção pessoal e profissional, não é que este esteja totalmente estruturado e convicto de suas virtudes, e/ou inteiramente certo de seus preceitos éticos e morais, pelo contrário, o docente vai crescendo pessoalmente e profissionalmente através de suas práticas e relações com seus alunos, entendendo que este é passível de influências externas, sem que haja a desestruturação de suas concepções morais perante sua atuação como educador. É fato que as hastes empíricas auxiliam no crescimento desses professores, antes de mais nada, devemos entender que embora sejam formados e capacitados para assumir suas responsabilidades em seus ambientes de trabalho, não se deve anular que apesar do título que possuem, ainda se tratam de acadêmicos ensinando outros acadêmicos, e de certa forma, aprendendo com eles. Sem embargo, concluo com uma ideia formulada pelas próprias autoras quando as mesmas introduzem que reflexões como essas são de extrema importância, e que embora sejam insuficientes, ainda assim, se fazem como efetivas, pois não passam despercebidas: “todo longo caminhar inicia-se com o primeiro passo [...]”. REFERÊNCIAS ROCHA, C. B.; CORREIA, G. C. S. Ética na docência do Ensino Superior. Revista Educare, v. 2, n. 3, p. 1-8, 2006.
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