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Assistencia ao RN em sala de parto

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Primeira Prova de Neonatologia 
 Assistência ao RN em Sala de Parto e Reanimação Neonatal 
Introdução: A assistência ao RN inicia no período pré-natal, no BR o pré-natal tem uma cobertura 
elevada, porém tem pouca adesão. Isso ocorre porque há um início tardio > 12 semanas, com poucas 
consultas (<6 consultas), pouca disseminação de orientações em relação ao trabalho de parto e a 
maternidade de referência que a gestante deve se deslocar, muitas mulheres têm uma gravidez não 
planejada, uma idade < 19 anos e não apresenta o cartão do pré-natal na maternidade. 
No BR 52% dos partos são por via cesárea, sendo um uso abusivo levando a intercorrências para o RN 
como prematuridade e baixo peso ao nascer. 
As principais causas de morte neonatal é a prematuridade e a asfixia perinatal. 
Preparo para a Assistência ao RN 
 Anamnese Materna 
Intercorrências clínicas: como foi o pré-natal? DM? HAS? 
Intercorrências gestacionais: DMG? PE? Anemia? 
Intercorrências do TP: Contrações? Bolsa rota? Duração do TP? 
Intercorrências do parto: Vaginal? Cesárea? 
Intercorrências do RN: Padrão respiratório? Precisou reanimar? Tônus? 
Considerado RN de risco 
 Baixo nível socioeconômico 
 Historia de morte de criança menor que 5 anos na família 
 Crianç explicitamente indesejada 
 Mãe adolescente < 20 anos 
 RN pré-termo < 37 semanas 
 RN com baixo peso ao nascer < 2,5kg 
 Mãe com baixa instrução < 8 anos de estudo 
Outros critérios com RN de alto risco 
 RN com asfixia grave ao nascer APGAR < 7 no 5 min 
 RN PT com BPN < 2,0kg 
 RN <35s de IG 
 RN com outras doenças graves 
Condições associadas a Necessidade de Reanimação Neonatal 
 Fatores ante natais: 
o idade materna (<16 anos e >35 anos) 
o diabetes materna 
o hipertensão específica da gestação 
o hipertensão crônica 
o anemia fetal ou aloimunização 
o óbito fetal ou neonatal anterior 
o sangramento no 2 ou 3 trimestres 
o infecção materna 
o doença materna cardíaca, renal, tireoidiana ou neurológica 
o polidrâmnio ou oligoâmnio 
o ausência de cuidados pré-natais 
o rutura prematura das membranas 
o pós maturidade 
o gestação múltipla 
o discrepância entre IG e peso ao nascer 
o diminuição da atividade fetal 
o uso de drogas ilícitas 
o malformação ou anomalia fetal 
o uso de medicações (magnésio ou bloqueadores adrenérgicos) 
o hidropisia fetal 
 Fatores relacionados ao parto 
o Cesariana de emergência 
o Uso de fórcipe ou extração a vácuo 
o Apresentação não cefálica 
o TP prematuro 
o Parto taquitócico (parto em avalanche) 
o Corioamnionite 
o Rotura prolongada de membranas > 18hrs antes do parto 
o TP longo > 24hrs 
o Placenta prévia 
o Macrossomia fetal 
o Bradicardia fetal 
o Padrão anormal de BCF 
o Anestesia geral 
o Tetania uterina 
o Líquido amniótico meconial 
o Prolapso do cordão 
o Uso materno de opioides nas 4 antes do TP 
o Segundo estágio de TP prolongado 
o Deslocamento prematuro de placenta 
o Sangramento intraparto abundante 
Preparo do Material  Selecionar no mínimo 1 pessoa para assistir somente ao RN 
 Fonte de O2, Ar e Vácuo. 
 Fonte de calor radiante 
 Material para aspiração 
 Material para ventilação 
 Material para oxigenação 
 Material para intubação 
 Medicações 
Nascimento é definido como a extração completa do concepto da cavidade uterina 
3 Perguntas para definir a assistência ao RN 
1 ) Idade gestacional? 
2) Respiração regular e rítmica? 
3) Tônus? 
Quando clampear o cordão do RN> ou igual a 34 semanas? 
Após o nascimento avaliar se o RN começou a respirar ou chorar e se apresenta movimentação ativa 
independentemente do aspecto do líquido amniótico 
Os dois sinais presentes  colocar no tórax materno e prevenir a perda de calor com campos aquecidos  
clampear o cordão 1-3 minutos após o nascimento (clampeamento tardio do cordão) 
Qualquer sinal ausente ou DPP ou PP ou Nó de cordão  clampear o cordão imediatamente  levar a 
mesa de reanimação e prevenir perda de calor 
Clampeamento tardio do cordão umbilical 
 Vantagens: 
o Transfusão sanguínea placentária é de 40 
ml/kg (75 mg de Fe)  equivale a 3 meses 
de ferro suplementar para o lactente 
(diminuir incidência de anemia fetal) 
o Melhor oxigenação fetal 
o Melhor sistema imune (diminui a chance 
de sepse 
 Como colocar?  O ideal é 10 cm acima ou abaixo do nível da placenta 
 Vantagens imediatas  Hemorragia Peri intraventricular (HPIV) Hemotransfusões 
hipotensão do RN necessidade de O2 nível de bilirrubina (hemólise das hemácias) 
A temperatura da sala de Parto deve 
estar entre 23° - 26 ° C 
 Vantagens tardias  anemia do lactente reservas de ferro 
Após clampear o cordão do RN com: 
 Gestação de 37-41 semanas 
 Respirando ou chorando 
 Tônus em flexão 
Você irá realizar os seguintes procedimentos para RN com boa vitalidade 
 Garantir a temperatura ambiente de 23-26°C 
 Secar o corpo e a cabeça do RN 
 Manter em contato pele-pele no tórax ou abdome materno  imediatamente após o parto (lei) 
 Avaliação continuada da vitalidade do RN 
 Estimular a amamentação na 1 hora de vida (pode ser feito na própria sala de parto) 
o Menor mortalidade neonatal 
o Maior período de amamentação 
o Melhor interação mãe-bebê 
o Menor risco de hemorragia materna 
Realizar o boletim do APGAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação: Deve ser feito no Primeiro e no Quinto minuto de vida 
 0-3 indica asfixia grave 
 4-6 asfixia moderada 
 7-10 boa vitalidade 
Lembrar que: O apgar não determina o início da reanimação nem as manobras de ressuscitação. Ele 
avaliar a resposta à reanimação. 
Se ele for < 7 no 5 minuto deve ser feita uma avaliação a cada 5 minutos até os 20 minutos de vida 
 
 
Independente do aspecto do líquido 
amniótico 
Mas se RN não chorar ou respirar bem ou não nascer com um tônus adequado ou a mãe tiver tido DPP, 
DP ou Nó cordão 
Devemos clampear o cordão umbilical imediatamente  levar a mesa de reanimação prevenir a perda de 
calor 
Atenção: Quanto maior a demora no inicio da reanimação mais grave a lesão cerebral para o RN 
Após clampear o cordão RN com: 
 RN com 34-36 semanas 
 RN > ou igual a 42 semanas 
 Respiração irregular ou apneia 
 Hipotonia 
Iniciar passos iniciais da Reanimação (30 segundos) 
> Fazer em sequência: 
 Prover calor 
 Posicionar a cabeça em leve extensão 
 Aspirar boca e narinas se necessário 
 Secar e desprezar campos úmidos (sentido Crânio-Caudal) 
 Reposicionar a cabeça (levar novamente em extensão) 
1) Manter a normotermia  temperatura axilar do RN em 36,5-375° C 
 Manter temperatura ambiente em 23-26° C 
 Garantir fonte de calor radiante funcionando 
 Recepcionair RN em campos aquecidos 
 Secar a cabeça e o corpo do RN no sentido crânio caudal 
 Desprezar campos úmidos 
Atenção para RN < 1500g 
- Manter temperatura da sala em 26° C 
-Garantir funcionamento da fonte de calor radiante 
-Recepcionar o RN com campos aquecidos 
-Envolver o RN com saco plástico poroso sem secar o corpo 
-Secar a cabeça e colocar a touca 
-Transporte em incubadora pré-aquecida 
 
 
 
 
2) Manter vias aéreas pérvias  leve extensão do pescoço 
Nesses dois primeiros podem ser feito 
o clampeamento tardio, mas após isso é 
necessário levar a mesa de reanimação 
para realizar os passos iniciais 
Nos dois últimos é feito o 
clampeamento imediato e é 
direcionado imediatamente para a mesa 
de reanimação 
Nesses dois primeiros podem ser feito 
o clampeamento tardio, mas após isso é 
necessário levar a mesa de reanimação 
para realizar os passos iniciais 
Nos dois últimos é feito o 
clampeamento imediato e é 
direcionado imediatamente para a mesa 
de reanimação 
Nesses dois primeiros podem ser feito 
o clampeamento tardio, mas após isso é 
necessário levar a mesa de reanimação 
para realizar os passos iniciais 
Nos dois últimos éfeito o 
clampeamento imediato e é 
direcionado imediatamente para a mesa 
de reanimação 
Fazer todas as manobras de 
Reanimação com RN envolvido em 
plástico 
Lembre-se: 
 Leve hipotermia: 36-36,5 
 Moderada hipotermia 32-36 
 Severa Hipotermia <32 
3) Aspirar bocas e narinas se for necessário. 
 Aspirar primeiro a boca e depois as narinas 
 Sonda traqueal nº 8/10 
 Movimentos suaves lateralizados (evitar estimular o vago e sofrer apneia) 
 Usar pressão negativa máxima de 100mmHg 
Atenção: Se o liquido amniótico for meconial : 
RN termo e com respiração regular e tônus em flexão  posicionar junto a mãe (mesmo se iver tido LA 
meconial) 
RN pré-termo, pós termo ou com respiração irregular ou hipotônico  levar a mesa e realizar a aspiração 
do líquido meconial da boca e das narinas 
Após os passos iniciais é feita a Avaliação do RN: 
Avaliação simultânea: 
 Frequência cardíaca  ausculta do précordio: 6 segundos x 10 = bpm/minuto 
o FC> 100 bpm é adequada 
 Respiração  inspeção do tórax 
o Respiração rítmica e regular adequada 
o RN até 2 meses FR até 60 irpm normal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ventilação Pulmonar 
É o procedimento mais importante e efetivo na reanimação do 
RN em sala de parto 
Instrumento: 
 Balão autoinflável 
 Ventilador mecânico manual em T 
o Barotrauma volutrauma e atelectrauma 
principalmente em RN < 34s 
Nascimento com RN 
prematura ou pós 
termo ou em apneia ou 
em hipotônico 
Clampear o cordão 
imediatamente nos 
dois últimos casos e 
levar a mesa de 
reanimação 
Na mesa de reanimação: 
 Prover calor 
 Posicionar a cabeça 
 Aspirar boca e nariz 
 Secar e reposicionar a 
cabeça 
Avaliação 
 Frequência Cardíaca 
 Frequência 
Respiratória 
FC > 100 BPM ou 
Apneia ou gasping 
Respiração irregular 
Ventilação 
pulmonar com 
pressão positiva 
(VPP) 
o Dispositivo permite regular a pressão 
o Diminuição da atelectasia 
 Máscaras 
o Deve recobrir ponta do queixo, boca e 
nariz 
o Redonda ou anatômica 
o Transparente e maleável 
o Borda acolchoada 
o Espaço morto < 5 ml 
 Oximetria de pulso  auxiliar pode colocar no bracinho do RN no pulso radial direito 
o Até os 5 minutos de vida  70-80% 
o Entre 5-10 minutos  80-90% 
o Acima de 10 minutos  85-95 % 
 Monitor cardíaco 
o 3 eletrodos colocados: um em cada braço próximo ao ombro e outro na face anterior da 
coxa. 
Isso ocorre por adaptação lenta do ambiente intrauterino para o ambiente extra uterino 
Atenção: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas por que o Blender é importante? 
 RNS ventilados com ar ambiente 
o Requerem < tempo para iniciar a respiração 
o Apresenta aumento da FC mais rápido 
o Apresentam menor mortalidade neonatal 
o RN a termo a chance de necessitar de O2 suplementar é rara apenas 25% 
Frequência da VPP 
 40/60 movimentos/ minuto 
 
RN termo com 
respiração 
irregular 
Iniciar VPP com 
ar ambiente 
Reavaliar 
parâmetros a 
cada 30 segundos 
Sem 
aumento da 
FC 
Oferecer oxigênio 
suplementar guiado pela 
oximetria de pulso (dosar 
pelo Blender) 
Reavaliar 
 
RN PT < 34 s 
com respiração 
irregular 
Iniciar VPP com 
O2 a 40% 
Sem 
aumento da 
FC 
Sem melhora ou blender 
não disponível 
Ventilação a 100% 
Sinais de melhora da VPP efetiva: 
 Aumento da FC 
 Aumento do tônus muscular 
 Início da respiração regular 
Indicações de Intubação traqueal – Somente o médico 
 Ventilação com máscara facial não efetiva ou prolongada 
 Necessidade de massagem cardíaca ou drogas 
 Suspeita de hérnia diafragmática 
 Aspiração traqueal 
o Dispositivo de aspiração de mecônio 
 
 
 
 
 Obs: o tubo do RN não tem Cuff. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Massagem Cardíaca 
 Preferir 2 polegares sobrepostos 
o Maior pico de pressão sistólica 
o Maior pressão de pulso 
o Menor lesão do fígado e pulmões 
(Em comparação com a técnica dos polegares justapostos) 
 Três compressões para 1 ventilação 
o 120 eventos/ minuto: 90 compressões e 30 ventilações 
 Atenção a exceção: 15 MC para 2 ventilações somente em RN em UTIN com bradicardia por cardiopatia 
congênita 
 
 
Em hérnia diafragmática deve-se 
intubar porque o ar vai para o sistema 
respiratório e digestório e o ar que vai 
para alças são insufladas e diminuem a 
dinâmica da respiração pulmonar 
(ocupando mais espaço) 
Sem melhora ou 
blender não 
disponível 
Ventilação a 100% 
Reavaliação a cada 
30 segundos 
 VPP + O2 
FC < 60 bpm 
Intubado 
Iniciar MASSAGEM 
CARDÍACA (sempre 
com ventilação efetiva 
com cânula traqueal) 
Atenção: A massagem 
cardíaca só pode ser iniciada 
quando a ventilação 
pulmonar estiver bem 
estabelecida (a intubação 
tiver sido realizada) 
Iniciar MASSAGEM 
CARDÍACA (sempre 
com ventilação efetiva 
com cânula traqueal) 
Reavaliar com 60 segundos 
após MC (diferente dos 
outros tempos que eram 30 
segundos) 
FC < 60 
Iniciar cateterismo venoso umbilical 
+ adrenalina 
Reavaliar em 60 segundo 
SE FC < 60 
Continuar com VPP com 
cânula e O2 a 100% 
Continuar MC 
Administrar Adrenalina EV 
Adrenalina 
 Concentração 1/10.000 
 Preparo 1 ml adrenalina 1/1000 + 9 ml de Solução salina 
 Administrar EV em bolus 
 Pode ser aplicado por via traqueal uma única vez enquanto a veia umbilical é cateterizada (eficácia questionável) 
 
Expansores de Volume 
 Indicações 
o RN com evidências de perda sanguínea (DPP ou placenta prévia) e ou sinais de choque (palidez, 
pulsos finos, má perfusão sanguínea, taquicardia ou bradicardia persistente) 
o RN sem aumento de FC apesar da VPP, massagem e adrenalina 
 Soro fisiológico 
o 2 seringas de 20 ml 
o Dose: 10 ml/kg 
o Repetir se necessário 
o Via de infusão é a veia umbilical 
 Tempo de infusão de 5-10 min 
Atenção: Não se deve reanimar RN em sala de parto 
 Menor que 22-23 semanas 
 Trissomia 13 ou 18 
 Anencefalia 
 Malformação letal 
 Descontinuar a reanimação com 10 min assistolia 
Cuidados de Rotina 
 Laqueadura do cordão 
 Profilaxia Gonocóccica (prática que varia) 
 Prevenção de sangramento  vitamina K 
 Detecção de Incompatibilidade Materno Fetal (IMF)  Classificação sanguínea 
 Identificação do RN  pulseira no RN e na mãe 
 Exame sumário do RN 
 Transporte seja para o alojamento conjunto ou para a UTI deve ser feito na incubadora 
Alojamento conjunto 
 Indicações: 
- Boa vitalidade 
-Capacidade de sucção 
-Controle térmico 
-RN > 1,8KG e >34 s de IG 
-APGAR> 6 no 5 min 
-Acometimento sem gravidade: icterícia, fototerapia, malformações menores, investigação de infeção 
congênita sem acometimento clínico ou sem microcefalia 
-Em complementação de antibioticoterapia para tto de sífilis ou sepse neonatal após estabilização na UTI 
-Mães: mulheres clinicamente estáveis e sem contraindicações para a permanência junto ao seu bebê 
 Promoção do aleitamento materno 
 Orientações e cuidados com RN 
 Interação e vínculo 
 Observação clínica do RN por 48hrs 
 Envolvimento familiar 
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