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aula-Kant moral3

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A moral do dever de Kant (1724-1804) 
A moral racional: procura fundamento da moral não em um fato da experiência, mas num princípio racional. 
O pensamento de Kant pode-se reduzir a dois aspectos:
A determinação do carácter próprio da moralidade
Fundamento da moralidade 
Critica da razão prática e a ética de Kant 
Trata-se, portanto, de mostrar que a razão é suficiente por si só (sem o auxilio de impulsos sensíveis) para mover a vontade, porque apenas neste caso podem existir princípios morais validos sem exceção para todos os homens, ou seja, leis morais de valor universal. Ora, entre todos os princípios práticos, isto é, entre as regras gerais (subjetivas e objetivas) que determinam a vontade, apenas os imperativos categóricos constituem as leis praticas que valem sem condições para o ser racional, porque eles determinam a vontade simplesmente como vontade, prescindindo da obtenção de determinado efeito desejado. 
A lei moral não depende do conteúdo; segundo Kant, se subordinamos a lei moral ao conteúdo, caimos no empirismo e no utilitarismo. A essência do imperativo consiste, portanto, no fato de valer em virtude de sua forma de lei, isto e, pela sua racionalidade, e a essência da moral é assim a adequação da vontade a norma da lei.
Imperativo categórico 
1) "Age de modo que a máxima (o principio pratico subjetivo) de tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princípio de uma legislação universal”
Na Fundação da metafisica dos costumes Iêem-se também outras duas formulas: 2) "Age de modo a considerar a humanidade, tanto em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre também como finalidade, e jamais como simples meio". 3) "Age de modo que a vontade, com a sua máxima, possa se considerar como universalmente legisladora em relação a si própria". 
0 imperativo categórico é portanto, uma proposição da qual a vontade é determinada a priori objetivamente, e isso significa que a razão pura é em si própria "prática", porque justamente determina a vontade sem que entrem em jogo outros fatores.
A existência da lei moral se impõe a consciência como um fato da razão, e este "fato" (Faktum) se pode explicar apenas se se admitir a liberdade: com efeito, nos adquirimos consciência da liberdade justamente porque antes de tudo temos consciência do dever. 
0 fato de existir dever me diz por si mesmo que eu sou livre (de outro modo o dever não teria sentido) e, portanto, a liberdade me diz a dimensão não fenomênica da liberdade, embora sem fazer com que eu a colha cognoscitivamente em sua essência. A liberdade é a independência da vontade em relação a lei natural dos fenômenos, ou seja, ao mecanismo causal; essa liberdade, que não explica nada no mundo dos fenômenos e que na dialética da razão pura dá lugar a uma antinomia insuperável, ao contrario, explica tudo na esfera moral: e é justamente por isso que tomamos consciência dela por via moral.
A liberdade, entendida
 a) como independência da vontade em relação a lei natural dos fenômenos e 
b) como independencia dos conteudos da lei moral, e a liberdade em sentido negativo (no sentido daquilo que ela exclui). 
Além disso, entendida c) como capacidade da vontade de determinar-se por si, de se autodeterminar, ela é a liberdade em sentido positivo e especifico; este aspecto positivo e chamado por Kant de autonomia, cujo contrário é a heteronomia. 
todas as éticas que se fundam sobre conteúdos comprometem a autonomia da vontade, implicam uma dependência dela em relação as coisas e, portanto, comportam a heteronomia da vontade; em particular, segundo Kant e heterônoma toda ética que se fundamente sobre a "busca da felicidade" (eudemonismo), porque introduz fins "materiais". 0 homem deve, portanto, agir não para obter a felicidade, mas unicamente pelo puro dever. Todavia, agindo pelo puro dever, o homem se torna "digno de felicidade". 
Respeito 
Para ser moral, a vontade na base da ação deve ser em todo caso determinada imediatamente apenas pela lei, isto e, não por meio da mediação de um sentimento qualquer. 0 único sentimento ao qual a ética kantiana reconhece direito de cidadania e o respeito, o qual nasce sobre um fundamento racional diante do homem que encarna a lei moral, e é o único sentimento que o homem pode conhecer inteiramente a priori e em sua necessidade. 
0 mundo inteligível e numênico, que escapava a razão pura e Ihe estava presente apenas como exigência ideal, torna-se, portanto, acessível por via pratica. Na Crítica da razão prática, a liberdade, a imortalidade (da alma) e Deus, de simples ldeias (exigências estruturais da razão) tornam-se postulados. 0s postulados são pressupostos de um ponto de vista necessariamente prático; eles, portanto, não ampliam o conhecimento especulativo, mas dão as ldeias da razão especulativa em geral uma realidade objetiva, e autorizam conceitos dos quais de outro modo não se poderia sequer afirmar a possibilidade
Postulados da lei moral 
a liberdade, postulada pelo fato de que e possível conceber a vontade pura como causa livre;
 a existência de um Deus onisciente e onipotente, postulada para adequar a felicidade do homem a seus méritos e ao grau de sua virtude;
 a imortalidade da alma, postulada no sentido de um aproximar-se-sempre- mais-da-santidade, uma vez que a santidade requerida pelo sumo bem pode se encontrar apenas em um processo ao infinito.
 A Crítica da razão pura adquire assim seu justo significado apenas a luz da Critica da razão prática. 
Kant e a ética do dever 
Kant em sua obra Lógica divide a filosofia em 4 perguntas 
entre elas:
1)Como posso pensar? 
2)O que devo fazer? Moral
 3) O que devo esperar? 
4)O que é o homem?
A moral faz parte dos estudo da razão prática 
Obras de Kant sobre ética
Fundamentação da metafísica dos costumes (1785)
Crítica da razão prática (1788)
Metafísica dos costumes (1797)
Moral e liberdade
No domínio da razão prática, da moral que somos livres. A razão teórica impõe limites ao homem.
A moralidade trata do uso prático e livre da razão
Ética do dever = ética prescritiva 
O dever consiste na obediência a uma lei que se impõe universalmente a todos os seres racionais 
Imperativo categórico 
“Age de tal forma que sua ação possa se tornar uma norma universal”
Formalismo ético
Fundamento de uma obrigação
Necessidade absoluta
Amor a lei moral
1ª seção
Boa vontade: corrige as influencias da alma, condição para felicidade
Boa vontade é boa em si mesma
Razão e vontade
Valor absoluto da simples vontade
Boa vontade não é utilidade (A boa vontade não é por aquilo que promove ou realiza p, 23)
Boa vontade permite alcançar a felicidade, mas não como fim. 
A auto conservação, a felicidade não é o fim da moral. Agir por dever moral não tem um fim na felicidade. 
Razão é a faculdade prática que exerce influência sobre a vontade. A razão produz uma vontade boa 
Dever p. 26-30
Conceito de dever contem o conceito de boa vontade
Diferença entre ações por dever ou intenção egoísta
Ações conforme ao dever (inclinação natural)
Conservar a vida é uma ação conforme ao dever ou por dever? 
Conservar a vida conforme ao dever não tem valor moral (é uma inclinação natural de todo ser vivo)
Conservar a vida por dever é moral: “...quando as contrariedades e os desgostos sem esperança roubam totalmente o gosto de viver; quando o infeliz, com fortaleza de alma, mais enfadado do que desalentado ou abatido, deseja a morte, e conserva contudo a vida sem a amar, não por inclinação ou medo, mas por dever, então sua máxima é moral”. p, 28
Dever 
Fazer o bem por dever e não por inclinação
A inclinação universal para a felicidade não determina sua vontade. Continua existir uma lei que prescreve a promoção da felicidade.
Segunda proposição: o valor moral não depende do objeto da açaõ, mas da máxima que a determina (principio do querer) 
Terceira proposição: Dever é a necessidade da ação por respeito à lei.
Ação conforme a lei
Imperativo categórico:
“Devo proceder de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universalPosso fazer uma falsa promessa? Posso mentir?
Não posso querer que minha máxima da esperteza se torne uma lei universal (todos pagariam na mesma moeda e a lei se aniquilaria)
2 seção – filosofia moral à metafísica dos costumes
Valor moral não trata de ações visíveis, mas dos princípios íntimos que não se vê. 
A maior parte de nossas ações são conforme ao dever
Qual a origem da moral?
“os conceitos morais tem sua sede e origem a priori (fora da experiência) na razão. A moral apesar de ser prática não é determinada por princípios empíricos.
Imperativo catégorico 
A vontade é a razão prática
Vontade é faculdade de escolher o que a razão considera bom
Imperativos categórico é uma ação necessária por si mesma, a razão é o principio dessa vontade. Imperativo da moralidade
Imperativo hipotético: ação boa como meio para outra coisa. 
Metafisica dos costumes
Filosofia prática: determinar as leis do que deve acontecer mesmo que não aconteça
Leis objetivas práticas
Fim da moral é objetivo: em si mesmo
Imperativo prático supremo:
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”
Suicídio: nega o suicídio, pois o homem é visto como coisa e com utilidade. Mesmo que seja penoso deve-se preservar a vida por dever. 
2 princípio prático da vontade: Dever meritório: humanidade como fim em si mesma (condição suprema que limita a liberdade das ações de cada homem)
Terceiro principio prático da vontade: vontade legisladora universal = principio da autonomia da vontade 
Autonomia é o fundamento da dignidade da natureza humana. 
Heteronomia da vontade: é a fonte dos princípios ilegítimos da moralidade 
Quando a vontade busca a lei na natureza e não na razão
Felicidade própria
sentimento

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