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PROFILAXIA DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV, HBV E HCV (POR REBECA ZILLI)

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PROFILAXIA DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV, HBV E HCV 
 AUTORIA DE 
 
 
Rebeca Zilli 
A transmissão vertical do HIV ocorre através da passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação, 
o trabalho de parto, o parto propriamente dito (contato com as secreções cérvico-vaginais e sangue materno) 
ou a amamentação. Esse tipo de transmissão ganhou notoriedade nos anos 90, com o aumento da 
transmissão do vírus em mulheres em idade fértil. 
 
 
Ao lado, vemos outro estudo de 2006 a 2015, 
revelando aumento nos casos de maneira geral, 
mas mostrando também que o número de homens 
em relação às mulheres contaminadas voltou a 
crescer, com cerca de 2 homens com HIV para cada 
1 mulher infectada em 2015. 
O aumento tem ocorrido, principalmente, em 
homens jovens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos gráficos acima, vemos uma razão entre os sexos em 2006 e 2015. Se repararmos faixa etária de 20 
a 24 anos nos homens, vemos que de um gráfico para o outro o valor dobrou. O mesmo para mulheres se 
observarmos a faixa etária de 15 a 19 anos. 
 
Ao lado vemos um estudo da prevalência da infecção por HIV em 
gestantes no Brasil, feito no final dos anos 90 e com resultados 
publicados em 2004, mostranto a proporção de mulheres infectadas 
por HIV com base na região em que moram. O estudo revelou que a 
maioria se encontra nas regiões Sul e Sudeste. Apesar de deterem 
menores números, houve aumento de gestantes soropositivas nas 
outras regiões nos últimos anos. 
No início da pandemia de AIDS no Brasil (85), 
havia cerca de 26 homens para cada mulher 
infectada. Essa relação foi caindo, até que em 
2005 tinha-se 1,4 homens infectados para 
cada mulher com o vírus. 
Aumentando o número de mulheres 
infectadas, aumentou a transmissão 
vertical. 
Nos anos 90, surgem estudos que propõe 
protocolos de prevenção à essa transmissão 
vertical, e esses foram bem sucedidos e 
adotados pela maioria dos países. 
 
 
► Fatores epidemiológicos: 
 A faixa etária mais acometida é dos 20 aos 39 anos, que corresponde à idade fértil da mulher; 
 A taxa de transmissão vertical por gestantes HIV + sem qualquer intervenção na gestação é de 30%; 
 Cerca de 90% das infecções pelo HIV em crianças no Brasil ocorre via vertical; 
 Cerca de 1/3 das gestantes ainda tem dificuldade de acesso aos testes de HIV no pré-natal; 
 A demora para disponbilização do resultado do teste, quando esse é feito, atrapalha o diagnóstico e 
manejo da gestante HIV +; 
 
► Prevalência do HIV em gestantes no Brasil: 
 Entre 2000 e 2016, foram identificadas 99.804 gestantes infectadas; 
 A média é de detecção de 6 mil casos em gestantes por ano; 
 A cada 200 gestantes no Brasil, uma tem HIV+; 
 Há tendências de elevação no número de gestantes infectadas no Brasil nos últimos 10 anos, 
particularmente nas regiões Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste; 
 Há tendências de estabilização dos números de gestantes infectadas no Sudeste; 
 Em 2006, a taxa de detecção de gestantes com HIV era de 2,1 casos/1000 nascidos vivos, subindo 
para 2,7 em 2015. 
Rio Grande do Sul apresenta maior taxa no Brasil, com 10,1/1000 NV. 
Paraíba (João Pessoa) apresenta menor taxa do Brasil, com 0,8/1000 NV. 
 
► Risco de transmissão vertical do HIV: 
 75% dos casos ocorrem no trabalho de parto e no parto; 
 O parto é o momento de maior risco; 
 25% ocorrem no período intra-útero, sendo maior o risco nas últimas semanas de gestação; 
 O aleitamento materno aumenta o risco de transmissão em 7 a 22%; 
 A ruptura prematura da membrana amniótica e a carga viral elavada da gestante aumentam o risco 
de transmissão; 
 O uso de ARV na gestante, a cirurgia cesariana eletiva, o uso do AZT no parto, uso de AZT no RN e 
a não amamentação reduzem o risco de transmissão para menos de 1%; 
 Se houver “rompimento da bolda”, deve ser feita a cesariana o mais rápido possível; 
 O parto vaginal deve ser desestimulado (não é proibido, mas de alto risco). 
 
► Teste antiHIV na gestação: 
 Deve ser solicitado o testa a gestante na primeira consulta do pré-natal (o ideal seria fazer antes de 
engravidar); 
 Orientar a gestante sobre a importancia do teste para a saúde do bebê; 
 Identificar situações de risco para exposição ao HIV (profissionais do sexo, mulheres que se 
relacionam com usuário de drogas, usuárias de drogas, mulheres que se relacionam com 
caminhoneiros, multiplos parceiros); 
 O teste poderá ser repetido a cada trimestre em casos de mulheres expostas a situações de risco; 
 Caso teste positivo, a gestante receberá apoio psicosocial e acompanhamento por infectologista ou 
outro médico que preste o devido atendimento à paciente; 
 O uso de preservativos deve ser recomendado, assim como a testagem do(s) parceiro(s) sexuais; 
 Informar que a gestante não podera fazer o aleitamento materno; 
OBS.: a gestante deve ser informada que vai fazer o teste e concordar com a realização, mesmo que 
verbalmente. 
 
 
 
 
► Exames no pré-natal da gestante com HIV: 
Todos os demais exames de rotina do pré-natal deverão ser feitos regularmente. 
1. Solicitar a contagem de Linfócitos CD4/ CD8 
2. Solicitar a quantificação da Carga Viral 
3. Solicitar sorologia para HB, HC, Sífilis (VDRL), Toxoplasmose 
4. Solicitar PPD, colesterol, triglicerídeos, função renal e hepática (U, C, ALT, AST, FA, GGT) 
5. Realizar exame preventivo ginecológico (risco de CA de colo uterino é mais em HIV+) 
6. Bacterioscopia da secreção vaginal com pesquisa de Clamídia, Gnococco e Strepto do grupo B 
A gestante também deve fazer a imunização recomendada pro pré-natal de portadoras do HIV: 
 
 
 
 
 
► Tratamento ARV na gestante HIV: 
O tratamento deve ser iniciado assim que confirmada a presença da infecção por HIV, independente da 
contagem de linfócitos CD4 ou do período gestacional. Em coinfectadas por HBV, Síflis ou usuárias de 
drogas, o inicio da TARV deve ser antecipado pela situação de risco. 
Esquema utilizado: 
1ª opção: tenofovir-lamivudina + raltegravir (TDF-3TC + RAL) 
2ª opção: tenofovir-lamivudina + efavirenz* (TDF-3TC + EFV*) 
*se genotipagem não contraindicar (pois já existem cepas de vírus resistentes ao EFV) 
Alternativo: tenofovir-lamivudina + atazanavir/ritonavir (TNF-3TC +ATV/r) 
 
No parto: zidovudina (AZT) IV 2mg/kg na primeira hora do trabalho de parto; ou 3 horas antes da 
cesariana eletiva (dose ataque) e depois 1mg/kg/hora em infusão contínua até clampear cordão. 
OBS.: se a gestante apresenta carga virual indetectável na 34ª semana, não precisa utilizar o AZT durante 
o parto. O grande problema é que a maioria não verifica a carga viral antes do parto, então geralmente é 
feito o tratamento para todas HIV+. 
 
► Profilaxia ARV no RN: 
Utilizar quimioprofilaxias no RN mesmo que a mãe não tenha utilizado ARV na gestação: 
AZT VO 2mg/Kg a cada 6h, devendo ser iniciado até 4h após o parto e mantido por 4 semanas 
Caso o RN não possa ingerir, pode ser utilizado o AZT injetável por via venosa; 
Caso a mãe apresente carga viral desconhecida na hora do parto ou > 1000 copias no 3º 
trimestre, associar nevirapina (NVP) VO até 48h após o parto e repetir mais 2 doses a cada 48h 
Ou seja: toma 1 dose nas primeiras 48h após o parto, 48h após a 1ª dose e 48h após a 2ª dose; 
A mãe não poderá amamentar, devendo ser utilizadas fórmulas artificiais ou leite humano 
devidamente testado em banco de leite; não deve ser feito aleitamento cruzado sem teste; 
 
► Orientações na hora do parto e cuidados na sala de parto: 
 O parto deverá ser preferencialmente cesariana eletiva a partir da 38ª semana de gestação; 
 O parto vaginal poderá ser indicado se a CV for indetectável na 34ª semana de gestação; 
 Em caso de parto vaginal, deverão ser evitados todos os procedimentos invasivos e o rompimento de 
membranas amnióticas antes do parto; 
 Evitar que a parturiente permaneça mais de 4h com a bolsa rota; 
 Clampear imediatamenteo cordão umbilical; 
 Lavar o RN com água e sabão e aspirar delicadamente as vias aéreas para evitar lesão de mucosas; 
 O RN deverá ficar com a mão em alojamento conjunto; 
Opta-se pela cesariana pois esta controla mais sangramentos durante o parto, além de ser mais rápida e ter 
menos risco da criança ficar presa. 
 
► Prevenção da transmissão vertical de Hepatite B e C: 
HBV: O risco de transmissão vertical na Hepatite B pode chegar a 90%, mas com o uso de ig antiHBV e 
vacinação antiHBV no RN, esse risco cai para menos de 5% 
HCV: A Hepatite C raramente é transmitida via vertical (menos de 3% de risco), sendo o risco aumentado 
em mulheres coinfectadas por HIV. 
OBS.: Não há contraindicação no aleitamento ao seio em mães portadoras de hepatite B e/ou C. 
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-prevencao-da-transmissao-vertical-de-hiv 
(aula atualizada com o último Protocolo de Condutas Diagnósticas e Terapêuticas de transmissão vertical do HIV) 
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-prevencao-da-transmissao-vertical-de-hiv

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