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Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital Autores: Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 29 de Junho de 2020 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 1 BIZU ESTRATÉGICO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL (DEPEN) Olá, prezado aluno. Tudo certo? Neste material, traremos uma seleção de bizus da disciplina de Direito Processual Penal para o concurso do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) - Cargo: Agente Federal de Execução Penal. O objetivo é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos por meio de tópicos que possuem as maiores chances de incidência em prova. Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase bem final de revisão (que já estudaram bastante o conteúdo teórico da disciplina e, nos últimos dias, precisam revisar por algum material bem curto e objetivo). Késia Oliveira Leonardo Mathias @kesiaramosoliveira @profleomathias Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 2 ANÁLISE ESTATÍSTICA Pessoal, segue abaixo uma análise estatística dos assuntos mais exigidos pela Banca CEBRASPE (CESPE), no âmbito da disciplina de Direito Processual Penal. * Análise realizada em provas aplicadas entre os anos de 2013 e 2020. Com essa análise, podemos verificar quais são os temas mais exigidos pela banca CEBRASPE (CESPE) e, através disso, focaremos nos principais pontos em nossa revisão! Direito Processual Penal (Foram encontradas 628 questões) Assunto Quantidade de questões % de cobrança Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas. Disposições preliminares do CPP. Disposições constitucionais 125 19,90% Inquérito Policial 172 27,39% Ação Penal 116 18,47% Prisões, liberdade provisória e fiança 135 21,50% Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos 42 6,69% O habeas corpus e seu processo 38 6,05% Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 3 Direito Processual Penal – DEPEN Assunto Bizus Caderno de Questões Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas. Disposições preliminares do CPP. Disposições constitucionais 1 a 6 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/5d6b6ee6-3c6f-42e1-9f99-c1624f8f509e Inquérito Policial 7 a 11 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/41ce6acf-f207-470c-9c61-b0cd478ec22c Ação Penal 12 a 19 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/538bdbfc-cb63-42be-8c7b-d4300e595ead Prisões, liberdade provisória e fiança 20 a 27 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/9a0b1dd8-83ba-4ea3-acb2-d7a318e3cf5e Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos 28 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/f46b3f85-875f-4143-8f14-493aeccdf8ad O habeas corpus e seu processo 29 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/27788f58-a9cb-45ca-954e-0fadded44670 Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo ==accfd== 4 Apresentação Antes de começarmos, gostaria de me apresentar. Meu nome é Késia Oliveira e sou natural do Rio de Janeiro. Sou graduada em Direito e Pós-Graduada em Direito Administrativo e Contratos. Atualmente, exerço o cargo de Auditora de Controle Interno no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Também fui aprovada no 7 º Concurso para Analista do MPU - Especialidade: Direito - e no VII Concurso para Analista do TRF 1 - Especialidade: Oficial de Justiça Avaliador Federal (2° lugar – Subseção Judiciária de Poços de Caldas - MG). Serei a responsável pelo Bizu Estratégico de Direito Processual Penal e, com ele, pretendo abordar os tópicos mais cobrados nessa disciplina, de maneira concisa e objetiva, por meio de uma linguagem bem clara! Espero que gostem! Um grande abraço e bons estudos! Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 5 Direito Processual Penal 1. Princípios processuais penais Inércia - O Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria e violação da sua imparcialidade. Este princípio não impede que o Juiz determine a realização de diligências que entender necessárias para elucidar questão relevante para o deslinde do processo. Devido Processo Legal - Base principal do Direito Processual brasileiro. Trata-se da obediência ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinário ou outro), bem como às demais regras estabelecidas para o processo. Presunção de não culpabilidade ou Presunção de inocência - Maior pilar de um Estado Democrático de Direito. Nenhuma pessoa pode ser considerada culpada (e sofrer as consequências disto) antes do trânsito em julgado se sentença penal condenatória. A existência de prisões provisórias (prisões decretadas no curso do processo) não ofende a presunção de inocência. Obrigatoriedade da fundamentação das decisões judiciais - Quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a sentença, deve fundamentar seu ato, o que é determinado pela própria Constituição. Publicidade - Os atos processuais e as decisões judiciais serão públicos. Essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer restrição, quando a intimidade das partes ou interesse público exigir (publicidade restrita). Isonomia Processual (“par conditio” ou “paridade de armas”) - As pessoas são iguais perante a lei, sendo vedadas práticas discriminatórias. Duplo grau de jurisdição - As decisões judiciais devem estar sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. Tem previsão expressa no Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos), ratificado pelo Brasil. Juiz Natural - Toda pessoa tem direito de ser julgada por um órgão do Poder Judiciário brasileiro. Sendo assim, é vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 6 Vedação às provas ilícitas- A Doutrina dominante admite a utilização de provas ilícitas quando esta for a única forma de se obter a absolvição do réu. Veda-se, também, a utilização de provas ilícitas por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada). Vedação à autoincriminação - O ônus da prova incumbe à acusação, não ao réu. Conhecido como nemo tenetur se detegere. É extraído da conjugação de três dispositivos constitucionais: ✓ Direito ao silêncio; ✓ Direito à ampla defesa; ✓ Presunção de inocência. Non bis in idem - Uma pessoa não pode ser punida, nem processada duplamente pelo mesmo fato. ✓ vedação à dupla condenação pelo mesmo fato; ✓ vedação ao duplo processo pelo mesmo fato; ✓ vedação à dupla consideração do mesmo fato/condição/circunstância na dosimetria da pena. 2. Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas Aplicação da lei processual no espaço O CPP adotou, como regra, o princípio da territorialidade. Esse princípio determina que a lei produzirá seus efeitos dentro do território nacional. Exceções: ✓ Tratados, convenções e regras de Direito Internacional – a aplicação do CPP pode ser afastada em razão de alguma norma específica prevista em tratado ou convenção internacional. ✓ Jurisdição política – Prerrogativas constitucionais - Presidente da República, Ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República e Ministros do STF, nos crimes de responsabilidade. ✓ Processos de competência da Justiça Eleitoral – Regra: Código Eleitoral – Subsidiariamente: CPP. ✓ Processos de competência da Justiça Militar – Regra: Código de Processo Penal Militar – Subsidiariamente: CPP. ✓ Legislação especial – Regra: segue o rito específico previsto na legislação especial – Subsidiariamente: CPP. Aplicação da lei processual no tempo Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 7 Art. 2º do CPP. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. ✓ Princípio do tempus regit actum - Princípio do efeito imediato ou aplicação imediata da lei processual. A lei nova não pode retroagir para alcançar atos processuais já praticados, mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso. ATENÇÃO! No que se refere às normas relativas à execução, a Doutrina diverge quanto à sua natureza. O STF e o STJ entendem que se trata de norma de direito material. 3. Sistemas processuais penais Súmulas e jurisprudência do STF e STJ: ✓ Súmula 704 do STF - "Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados." (juiz natural) ✓ Súmula 64 do STJ – “Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa”. (devido processo legal) ✓ Súmula nº 444 do STJ – “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. (presunção de inocência) ✓ Súmula 522 do STJ – “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa”. ✓ Súmula 533 do STJ – “Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do SISTEMA INQUISITORIAL Nao ha separagao das fun^oes de acusar, defender e julgar - Juiz INQUISIDOR Acusado nao e sujeito de direitos, sendo tratado como mero objeto do processo Juiz inquisidor e dotado de ampla iniciativa acusatoria e probatoria, pode determinar de offcio a colheita e provas. SISTEMA ACUSATORIO (sistema adotado pelo CPP) Separa$ao das fungoes de acusar, defender e julgar- Juiz IMPARCIAL Acusado e sujeito de direitos, devendo a prova ser produzida com fiel observancia ao contraditorio e a ampla defesa. Produ^ao de provas a cargo das partes. Juiz so de forma residual na fase do processo. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 8 estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado”. ✓ STF - HC 93782– Possibilidade de regressão de regime em razão da prática de novo crime. Desnecessidade de trânsito em julgado. STF entendeu não haver ofensa ao princípio da presunção de inocência. 4. Disposições constitucionais relevantes Direitos constitucionais do preso Tribunal do júri ✓ Art. 5º, inciso XXXVIII da CF/88: é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Menoridade Penal ✓ Art. 228 da CF/88: São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Disposições referentes à execução penal GARANTIAS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO PRESO ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO DEPOIS DE EFETUADA A PRISÃO PARA EVITAR A PRISÃO - Flagrante delito (sem necessidade de ordem judicial). - Por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. - Comunicação da prisão e do local em que se encontra o preso IMEDIATAMENTE ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. - Informação ao preso sobre seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. - Identificação dos responsáveis pela prisão e/ou interrogatório policial. - Relaxamento da prisão que seja ilegal. - Direito de ser colocado em liberdade, se estiverem presentes os requisitos para concessão da liberdade provisória. - Liberdade provisória (quando presentes os requisitos) - Habeas corpus, no caso de ilegalidade ou abuso de poder. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 9 ✓ Art. 5º da CF/88 (...) XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; Outras disposições constitucionais referentes ao processo penal ✓ Art. 5º da CF/88 (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipótesesprevistas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 5. Interpretação e Integração da Lei Processual Penal A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. ✓ Interpretação extensiva – a lei disse menos do que deveria dizer. Por consequência, para que se possa conhecer a exata amplitude da lei, o interprete necessita ampliar o seu campo de incidência. ✓ Aplicação analógica – decorre da analogia e somente será utilizada quando não houver norma disciplinando determinando caso. CUIDADO! - O CPP admite aplicação analógica. O CÓDIGO PENAL não admite a aplicação analógica (salvo se for em benefício do réu). 6. Juiz das garantias A figura do Juiz das Garantias está prevista nos artigos 3º-A a 3º-F do CPP. Estes artigos foram incluídos pela Lei 13.964/19 e tiveram a eficácia suspensa pelo STF em decisão liminar na ADI 6298 (Decisão do Relator, Min. Luiz Fux). No entanto, ainda que estejam temporariamente com eficácia suspensa, sugerimos que leiam esses artigos, pois estarão preparados caso alguma questão cobre conhecimento sobre a existência do instituto e eventual decisão do STF. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 10 7. Inquérito Policial Conceito do IP: Procedimento administrativo, conduzido por uma autoridade policial, que visa apurar um delito e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL ADMINISTRATIVO INQUISITIVO OFICIOSIDADE OFICIALIDADE ESCRITO SIGILOSO DISCRICIONARIEDADE DISPENSABILIDADE INDISPONIBILIDADE É procedimento administrativo. Não há contraditório e ampla defesa. Não há acusação. Instaurado e conduzido pela AUTORIDADE POLICIAL (juiz não instaura e nem conduz IP). Dever de a autoridade policial instaurar o IP, de ofício, quando a ação for pública incondicionada. Os atos deverão ser escritos e reduzidos a termo os orais. Formalidade. A autoridade policial não pode arquivar o IP. O IP é dispensável, não obrigatório. Caráter meramente informativo. A autoridade policial pode conduzir da forma que entender mais frutífera. Porém sem arbitrariedades. Exceção: em relação aos envolvidos, salvo decretação de sigilo a determinadas peças. Vide S.V. 14 do STF. O IP é conduzido por um órgão oficial do Estado. < < ivAOdd VMVMUMU Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 11 8. Formas de Instauração Notitia criminis: É o conhecimento do crime. Formas de instauração do IP: ✓ Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada: o De ofício pela autoridade policial. o Requisição do Juiz ou MP. o Requerimento do ofendido ou do seu representante legal - se houver recusa, o ofendido pode recorrer para chefe de polícia - Recurso inominado. o Auto de prisão em flagrante. o Delatio criminis - comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo. ✓ Crimes de Ação Penal Pública Condicionada: o Depende de representação do ofendido ou do seu representante legal. o Requisição do MP, porém com representação da vítima. o Requisição do Ministro da Justiça. o Auto de prisão em flagrante. o Prazo de 06 meses! o A contar da ciência da autoria delitiva. o Sob pena de decadência. ✓ Crimes de Ação Penal Privada o Depende de requerimento do ofendido ou do seu representante legal. o Lavratura de APF (Auto de Prisão em Flagrante), desde que a vítima manifeste seu interesse na instauração. o Sucessores (C.A.D.I.) o Prazo de 06 meses! o A contar da ciência da autoria delitiva. o Sob pena de decadência 9. Diligências investigatórias Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: ✓ Se dirigir ao local do crime. ✓ Apreender objetos que tiverem relação com o fato. ✓ Colher todas as provas. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 12 ✓ Ouvir o ofendido. ✓ Ouvir o indiciado. ✓ Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações. ✓ Determinar exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. ✓ Ordenar a identificação e juntar aos autos sua folha de antecedentes. ✓ Averiguar a vida pregressa do indiciado. ✓ Colher informações sobre a existência de filhos. Reprodução simulada dos fatos: Para verificar a possibilidade de haver a infração ter sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Atenção! É uma faculdade! “poderá”. Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados ou informações cadastrais da vítima ou de suspeitos (art. 13-A) ✓ Sequestro ou cárcere privado; ✓ Redução à condição análoga à de escravo; ✓ Tráfico de pessoas; ✓ Extorsão mediante restrição da liberdade (“sequestro relâmpago”); ✓ Extorsão mediante sequestro; ✓ Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA). Em relação ao Tráfico de Pessoas (art. 13-B) - MP e Delegado de Polícia podem requisitar às empresas de telefonia, através de autorização judicial, sinais que permitam localização da vítima ou suspeito. ✓ Se o juiz não se manifestar em até 12h, MP ou Delegado poderão requisitar diretamente às empresas de telefonia. ✓ O IP deverá ser instaurado em até 72h após a ocorrência. O Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o inquérito. 10. Prazo para conclusão do IP Justiça Estadual: ✓ INDICIADO PRESO: 10 dias: Contados do dia da prisão em flagrante e, se preventiva, do dia em que foi executada. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 13 ✓ INDICIADO SOLTO: 30 dias. Justiça Federal: ✓ INDICIADO PRESO: 15 dias prorrogáveis por mais 15. ✓ INDICIADO SOLTO: 30 dias. Lei de Drogas: ✓ INDICIADO PRESO: 30 dias, pode ser duplicado. ✓ INDICIADO SOLTO: 90 dias, pode ser duplicado. 11. Arquivamento do IP Caso o MP entenda que não é o caso de oferecer denúncia, irá requerer arquivamento do IP ao juiz. Caso o Juiz discorde, remeteráos autos do IP ao PGJ que decidirá se mantém ou não aposição de arquivamento (art. 28, CPP). O Juiz está obrigado a acatar a decisão do PGJ (Chefe do MP). Arquivamento Implícito ✓ Objetivo: Quando o MP oferecer denúncia apenas em relação a alguns fatos investigados, silenciando quanto a outros. ✓ Subjetivo: Quando o MP oferecer denúncia apenas em relação a alguns investigados, silenciando quanto a outros. ✓ Não é aceito pelo STF! Eis que MP tem que se manifestar acerca do pedido de arquivamento. Coisa julgada do arquivamento ✓ Coisa Julgada Formal - O IP pode ser reaberto se surgirem provas novas. Súmula 524 do STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. ✓ Coisa Julgada Material - É verificada nas situações nas quais não será possível retomar as investigações. Impede a rediscussão do caso penal nas seguintes situações: o Atipicidade do fato: Conduta irrelevante para Direito Penal. (STJ e STF) o Excludente da ilicitude: O STJ entende dessa forma. Já o STF, não!!! A excludente de ilicitude não faz coisa julgada material para STF. o Extinção da punibilidade: Art. 107 do CP. Mas se houve Certidão de óbito falsa, é possível reabrir as investigações!!!(STJ e STF) Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 14 Súmulas e jurisprudência do STF e STJ: ✓ Súmula vinculante 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo de responsabilidade civil do Estado. ✓ Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. ✓ Súmula 524 do STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. ✓ Súmula nº 444 do STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. ✓ STJ - HC 304.274/RJ – O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado solto, é possível a prorrogação do prazo para conclusão do IP, por se tratar de prazo impróprio. ✓ STF - HC 104356/RJ – O STF firmou entendimento no sentido de que é incabível a figura do arquivamento implícito. ✓ STF - INQ 3114/PR – O STF firmou entendimento no sentido de que o arquivamento do IP em razão do reconhecimento da atipicidade da conduta faz coisa julgada material. ✓ STJ - RESP 998.249/RS – O STJ, seguindo o entendimento do STF, decidiu que o MP tem legitimidade para investigar. ✓ STJ - INQ 967/DF – O STJ, seguindo a linha do STF, entendeu que, nos casos de competência originária do STF ou do STJ, não se aplica o disposto no art. 28 do CPP, pois quem atua perante o STJ ou o STF é o próprio PGR ou um Subprocurador-Geral da República por delegação do PGR, de maneira que não seria cabível reapreciação do pedido de arquivamento pelo próprio PGR. 12. Ação Penal Ação Penal é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação das normas de direito penal ao caso concreto. Condições genéricas da ação penal: Possibilidade jurídica do pedido; Interesse de agir; Legitimidade da parte; Justa causa. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 15 Condições específicas da ação penal: Representação do Ofendido; Requisição do Ministro da Justiça; O sujeito ativo do crime (infrator) será, no processo penal, o sujeito passivo na relação processual. 13. Classificação das Ações Penais 14. Ação penal pública incondicionada É a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Não se admite mais a chamada “ação penal ex officio”. Sua titularidade pertence ao Ministério Público, de forma privativa. Prazo para o MP oferecer a denúncia: 05 dias no caso de réu preso e 15 dias no caso de réu solto. ✓ O oferecimento em momento posterior não implica nulidade da denúncia, que pode ser oferecida enquanto não estiver extinta a punibilidade do delito. Independentemente de qual seja o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. Princípios regem a ação penal pública incondicionada: ✓ Obrigatoriedade – Havendo indícios de autoria e prova da materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a denúncia, não podendo deixar de fazê-lo, pois não pode dispor da ação penal. AÇÃO PENAL PRIVADA PÚBLICA CONDICIONADA INCONDICIONADA Requisição do Ministro da Justiça Representação do ofendido PERSONALÍSSIMA EXCLUSIVA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 16 ✓ Indisponibilidade – Uma vez ajuizada a ação penal pública, não pode seu titular dela desistir ou transigir. ✓ Oficialidade – A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP. ✓ Divisibilidade – Havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a demanda somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento em momento posterior. É um princípio que, por si só, pulveriza a tese de arquivamento implícito. Inclusive essa é a orientação firmada pelo próprio STJ. 15. Ação penal pública condicionada (à representação do ofendido e à requisição do Ministro da Justiça) Em regra, a ação penal é pública e incondicionada. Somente será condicionada se a lei expressamente dispuser neste sentido. Aplica-se a esta espécie de ação penal tudo o que foi dito a respeito da ação penal pública, havendo, no entanto, alguns pontos especiais. Aqui, para que o MP (titular da ação penal) possa exercer legitimamente o seu direito de ajuizar a ação penal pública, deverá estar presente uma condição de procedibilidade, que é a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça, a depender do caso. A representação admite retratação, mas somente até O OFERECIMENTO da denúncia! (Cuidado! Costumam colocar em provas de concurso que a retratação pode ocorrer até o recebimento da denúncia. É uma pegadinha!) Admite-se, ainda, a retratação da retratação. Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso a vítima a apresente em Juízo. A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou não há representação. A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido.✓ Maior de 18 anos e capaz. Prazo para representação: SEIS MESES - contados da data em que a vítima veio a saber quem é o autor do delito. Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, só começa a fluir quando completar 18 anos. All Nt,AQ DECORE! Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 17 A representação pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante o Juiz. Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça ✓ Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juízo político acerca da conveniência em vê-los apurados ou não. ✓ Não há prazo decadencial para o oferecimento da requisição. ✓ A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição. ✓ O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal. 16. Ação penal privada exclusiva É a modalidade de ação penal privada clássica. Princípios regem a ação penal privada: ✓ Oportunidade - Na ação penal privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder à análise da conveniência do ajuizamento da ação. ✓ Disponibilidade – Aqui o titular da ação penal (ofendido) pode desistir da ação penal proposta. ✓ Indivisibilidade - O ofendido não é obrigado a ajuizar a queixa, mas se o fizer, deve ajuizar a queixa em face de todos os agentes que cometeram o crime, sob pena de se caracterizar a RENÚNCIA em relação àqueles que não foram incluídos no polo passivo da ação. O prazo para ajuizamento da ação penal privada (queixa) é decadencial de SEIS MESES. A queixa pode ser oferecida pessoalmente ou por procurador, desde que se trate de procuração com poderes especiais. Se o ofendido vier a falecer, poderão ajuizar a ação penal: ✓ Cônjuge ✓ Ascendente ✓ Descendente ✓ Irmão ✓ Deve ser respeitada esta ordem. No caso de já ter se iniciado o prazo decadencial de seis meses, com a morte do ofendido esse prazo recomeça do zero? Não. Os sucessores, neste caso, terão como prazo aquele que faltava para o ofendido. Renúncia, perdão e perempção Renúncia ✓ Só pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda; ✓ Pode ser expressa ou tácita; Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 18 - Expressa: O querelante expressamente informa que não pretende ajuizar queixa-crime contra o infrator. - Tácita: Prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa. Perdão ✓ Pode ser expresso ou tácito; - Expresso: decorre de manifestação expressa do querelante no sentido de que perdoa o infrator. - Tácito: Decorre da prática de algum ato incompatível com a intenção de processar o infrator. ✓ O perdão pode ser: - Judicial (processual) - Extrajudicial (extraprocessual) ✓ É bilateral; ✓ O perdão oferecido a um dos infratores se estende aos demais; ✓ O perdão pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu representante legal) ou por procurador com poderes especiais. Perempção ✓ É a perda do direito de prosseguir na ação como punição ao querelante que foi inerte ou negligente no processo. Ocorre quando: • Quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; • Quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; • Quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; • Quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 17. Ação penal privada subsidiária da pública Trata-se de hipótese na qual a ação penal é, na verdade, pública, ou seja, o seu titular é o MP. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 19 Diante da inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal (em regra, 15 dias se indiciado solto, ou 05 dias se indiciado preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ação penal privada (queixa-crime) no lugar da ação penal pública. O ofendido tem um prazo de seis meses para oferecer a ação penal privada, que começa a correr no dia em que se esgota o prazo do MP para oferecer a denúncia. CUIDADO! Ao final do prazo de seis meses, a vítima perde o direito de ajuizar a queixa-crime subsidiária, ocorrendo a decadência do direito. Todavia, o MP continua podendo ajuizar a ação penal pública. O MP pode, especificamente no caso da ação penal privada subsidiária da pública: ✓ Aditar a queixa; ✓ Repudiar a queixa; ✓ Retomar a ação como parte principal; 18. Ação penal personalíssima Trata-se de modalidade de ação penal privada exclusiva, cuja única diferença é que, nesta hipótese, somente o ofendido poderá ajuizar a ação. Se o ofendido falecer a legitimidade não se estende aos sucessores. 19. Acordo de não persecução penal A lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) incluiu o art. 28-A e seus §§ ao CPP, criando a figura do “acordo de não persecução penal”, uma espécie de transação entre MP e suposto infrator, a fim de evitar o ajuizamento da denúncia. Os pressupostos para a proposição pelo MP do acordo de não-persecução penal são: ✓ Tratar-se de infração penal (crimes ou contravenções penais, portanto), sem violência ou grave ameaça à pessoa, e com pena MÍNIMA inferior a quatro anos (se for igual a 04 anos, não será cabível); ✓ O acordo deve se mostrar necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime; Realizado o acordo, podendo ser fixadas as seguintes condições (cumulativamente ou alternativamente): ✓ Reparação do dano à vítima (salvo impossibilidade de fazê-lo); ✓ Renúncia voluntária a bens e direitos que sejam instrumentos, produtos ou proveitos do crime; Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 20 ✓ Prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços; ✓ Pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do CP, a entidade pública ou de interesse social; ✓ Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. Em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, e sendo cabível a transação penal, não será cabível o acordo de não-persecução penal. O acordo deverá ser homologado pelo Juiz. o Juiz pode NÃO homologar nos seguintes casos. ✓ O acordo não atende os requisitoslegais; ou ✓ Sejam inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições acordadas. A celebração do acordo não constará de certidão de antecedentes criminais, exceto para impedir nova concessão do benefício pelos próximos 05 anos; Caso o MP não ofereça proposta de acordo, o investigado poderá requerer a remessa dos autos ao órgão superior do MP, para que seja revisada a decisão. Súmulas e jurisprudência do STF e STJ: ✓ Súmula 524 do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. ✓ Súmula 594 do STF: “Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. ✓ Súmula 609 do STF: É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal. ✓ Súmula 714 do STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. ✓ Súmula 542 do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. ✓ STJ - AgRg no REsp 1218726/RJ: Consolida o entendimento do STJ no sentido de que, em se tratando de ação penal privada, aquele que restar vencido deverá arcar com os ônus de sucumbência. ✓ STJ - HC 85.039/SP: Consolida o entendimento do STJ no sentido de que o MP pode acrescentar ao processo elementos que influenciem na fixação da pena, quando no exercício da função de custos Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 21 legis na ação penal privada. Não pode o MP, contudo, incluir novos sujeitos (supostos coautores ou partícipes) nem inovar quanto aos fatos descritos na queixa-crime. ✓ STJ - RHC 55.142/MG: Consolida o entendimento do STJ no sentido de que a renúncia só ocorre quando há omissão voluntária, ou seja, o querelante, propositalmente, deixa de incluir algum dos infratores na ação penal. Se o querelante apenas se esqueceu de incluir algum dos infratores, não há renúncia. ✓ STJ - RHC 55.142/MG: O STJ consolidou entendimento no sentido de que o ajuizamento da queixa dentro do prazo legal interrompe o curso do prazo decadencial de seis meses, ainda quando ajuizada perante juízo incompetente, pois não teria havido inércia do ofendido. ✓ STJ - HC 103.774/PB: O STJ consolidou entendimento no sentido de que o prazo para o oferecimento da denúncia é impróprio, ou seja, pode sofrer dilação, quando houver justificativa para tal, não havendo que se falar em nulidade. Isso não impede, contudo, o ajuizamento da ação penal privada subsidiária. ✓ STJ - HC 103.774/PB: O STJ decidiu que o fato de a vítima procurar a Defensoria Pública e solicita assistência jurídica em favor do infrator (seu filho) não implica retratação da representação anteriormente formulada. O STJ entendeu que nada impede que alguém pretenda que o infrator responda pelo crime praticado, mas, ao mesmo tempo, deseje que seja satisfatoriamente defendido. 20. Prisão em flagrante Tem como fundamento a prática de um fato com aparência de fato típico. Possui natureza administrativa. Sujeito ativo ✓ Qualquer do povo (facultativamente). ✓ A autoridade policial e seus agentes (obrigatoriamente). Modalidades ✓ Flagrante próprio - Será considerado flagrante próprio, ou propriamente dito, a situação do indivíduo que está cometendo o fato criminoso ou que acaba de cometer este fato. Também chamado de flagrante real, verdadeiro ou propriamente dito. ✓ Flagrante impróprio - É perseguido e capturado logo após a prática da infração. Também chamado de imperfeito, irreal ou “quase flagrante”. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 22 ✓ Flagrante presumido - É encontrado, logo, depois, com armas, objetos ou papéis que façam presumir ser o infrator. Também chamado de flagrante ficto ou assimilado. ✓ Flagrante Esperado - Espera-se a situação flagrancial. ✓ Flagrante Postergado - Retarda a operação para identificar maior número de criminosos. ✓ Flagrante Forjado - É aquele armado para incriminar um inocente. É ilegal. PRISÃO EM FLAGRANTE X SITUAÇÕES ESPECIAIS HIPÓTESE SITUAÇÃO MENORES DE 18 ANOS Menores de 12 anos (crianças) não podem sofrer privação da liberdade, devendo ser encaminhadas ao Conselho Tutelar. Maiores de 12 e menores de 18 anos (adolescentes) podem ser apreendidos, mas não presos (arts. 101, 105 e 171 do ECA). PRESIDENTE DA REPÚBLICA Não está sujeito à prisão em flagrante, pois só pode ser preso pela prática de crime comum após sentença condenatória, nos termos do art. 86, § 3° da Constituição. JUÍZES E MEMBROS DO MP Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime INAFIANÇÁVEL. PARLAMENTARES DO CONGRESSO NACIONAL Só podem ser presos em flagrante de crime INAFIANÇÁVEL (art. 53, § 2° da CF/88). Aplica-se o mesmo aos Deputados Estaduais e Distritais (art. 27, § 1° da CF). DIPLOMATAS ESTRANGEIROS E CHEFES DE ESTADOS ESTRANGEIROS Não podem ser presos em flagrante (art. 1°, I do CPP). INFRATOR QUE ESPONTANEAMENTE SE APRESENTA Não pode ser preso em flagrante, pois a sua apresentação espontânea à autoridade impede a caracterização do flagrante (nos termos do art. 304 do CPP). AUTOR DE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (JECRIM) Em regra, não está sujeito à determinação de prisão em flagrante. No entanto, o art. 69, § único da Lei 9.099/95 estabelece que se aquele que pratica infração de menor potencial ofensivo (IMPO) se recusar a comparecer ao Juizado ou se negar a assumir compromisso de comparecer ao Juizado após a lavratura do Termo Circunstanciado (TC), poderá ser decretada sua prisão em flagrante. PESSOA FLAGRADA NA POSSE DE ENTORPECENTE PARA USO PRÓPRIO (ART. 28 DA LEI DE DROGAS) Não cabe a decretação de sua prisão em flagrante (art. 48, § 2° da Lei 11.343/06), comprometendo-se o infrator, OU NÃO, a comparecer ao Juizado. CUIDADO COM ISSO! Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 23 PRISÃO EM FLAGRANTE X DETERMINADOS DELITOS NATUREZA DO DELITO SITUAÇÃO CRIMES HABITUAIS Não cabe prisão em flagrante, pois o crime não se consuma em apenas um ato, exigindo-se uma sequência de atos isolados para que o fato seja típico (maioria da Doutrina e da Jurisprudência). Parte minoritária, no entanto, entende possível, se quando a autoridade policial surpreender o infrator praticando um dos atos, já se tenha prova inequívoca da realização dos outros atos necessários à caracterização do fato típico (Minoritário). Há decisões jurisprudenciais nesse último sentido (possível, desde que haja prova da habitualidade). CRIME PERMANENTE O flagrante pode ser realizado em qualquer momento durante a execução do crime, logo após ou logo depois. CRIME CONTINUADO Por se tratar de um conjunto de crimes quesão tratados como um só para efeito de aplicação da pena, pode haver flagrante quando da ocorrência de qualquer dos delitos. 21. Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante- APF Apresentado o preso, a autoridade policial deverá: ✓ Ouvir o condutor, colher sua assinatura e entregar recibo. ✓ Ouvir testemunha. ✓ Interrogar o acusado. A falta de testemunha do delito não impedirá o APF. ✓ Nesse caso, deverão assinar duas testemunhas que tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade. Pertinência temática do art. 305 CPP: Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. Comunicação da lavratura do IP imediata ✓ Juiz; ✓ Ministério Público; ✓ Família do preso ou pessoa indicada por ele. Remessa do APF em 24h ✓ Juiz; ✓ Defensoria Pública (caso o preso não indique advogado). O Juiz, ao receber o APF, poderá: Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 24 ✓ Relaxar prisão ilegal. ✓ Converter prisão em flagrante em preventiva. ✓ Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 22. Prisão preventiva Pode chamar de prisão cautelar por excelência, pois é aquela que é determinada pelo Juiz no bojo do processo criminal ou da investigação policial. Cabimento ✓ Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos. ✓ Reincidente em crime doloso! Se o infrator tiver o sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado (desde que tenha ultrapassado menos de cinco anos desde a extinção da punibilidade). ✓ Violência doméstica e familiar contra vulnerável! Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. ✓ Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecer a dúvida, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da prisão. Pressupostos ✓ Prova da materialidade do delito (existência do crime) ✓ Indícios suficientes de autoria O simples fato de “ser investigado” ou de ser “réu” não é fundamento para, por si só, decretar-se a prisão preventiva de alguém. Momento para a decretação ✓ Investigação = não cabe “de oficio” ✓ Processo = Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei 13.964/19) Não cabe mais decretação da prisão preventiva EX OFFICIO pelo Juiz! Princípio da precariedade ou da provisionalidade ✓ Pode ser revogada quando desaparecer as circunstâncias que a motivaram. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 25 Fundamentos ✓ Garantia da ordem pública ✓ Garantia da Ordem Econômica ✓ Conveniência da Instrução Criminal ✓ Segurança na aplicação da Lei penal ✓ Descumprimento de medida cautelar Vedação - A prisão preventiva em nenhum caso poderá decretada se o juiz verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o crime amparado por excludente de ilicitude. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei 13.694/19) O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei 13.694/19) A cada 90 dias deverá o órgão prolator da decisão revisar a necessidade de manutenção da prisão, de forma fundamentada. 23. Prisão temporária Crimes específicos (rol taxativo) ✓ Crimes do Art. 1º, III, da Lei nº 7.960/89. ✓ Crimes hediondos ou equiparados. Deve ser imprescindível para as investigações do inquérito policial. O indiciado não tem residência fixa ou não fornece elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. Prazo certo ✓ Regra: 05 dias + 05 dias. ✓ Crimes hediondos ou equiparados: 30 dias + 30 dias. Só cabe durante a investigação. Se for representação do Delegado, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o MP. Juiz não pode decretar “de ofício”. Presos temporários devem ficar separados dos demais detentos. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 26 25. Prisão especial Algumas pessoas, por sua condição, possuem direito a serem recolhidas a estabelecimento prisional especial: ✓ os ministros de Estado; ✓ os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; ✓ os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; ✓ os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; ✓ os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; ✓ os magistrados; ✓ os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; ✓ os ministros de confissão religiosa; ✓ os ministros do Tribunal de Contas; ✓ os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; ✓ os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. Caso não haja estabelecimento distinto, a prisão se fará em CELA DISTINTA. O militar, caso preso EM FLAGRANTE DELITO, será recolhido ao quartel da Instituição à qual pertencer. 26. Prisão domiciliar Medida cautelar substitutiva da prisao preventiva. Consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residencia, so podendo dela ausentar-se com autorizaqao judicial NATUREZA Agente maior de 80 (oitenta) anos PRISAO DOMICILIAR Agente estiver extremamente debilitado por motivo de doenga grave Agente for imprescindivel aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiencia CABIMENTO Agente for gestante Agente for mulher com filho de ate 12 (doze) anos de idade incompletos Agente for homem,caso seja o unico responsavel pelos cuidados do filho de ate 12 (doze) anos de idade incompletos Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo27 27. Fiança e liberdade provisória Fiança - medida cautelar diversa da prisão. ✓ Não é cabível nos crimes inafiançáveis. ✓ Pode ser em dinheiro, pedras ou metais preciosos e títulos de dívida pública. ✓ A depender da situação financeira do preso: • Pode ser dispensada. • Pode ser aumentada em até 1.000 vezes. • Pode ser reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços). ✓ A perda da totalidade do valor da fiança ocorrerá caso o réu, condenado DEFINITIVAMENTE, não se apresentar para cumprimento da pena. ✓ Tanto no caso de perda total quanto no caso de perda parcial do valor da fiança, o saldo (após recolhidas as custas processuais e demais encargos aos quais esteja obrigado o acusado) será recolhido ao FUNDO PENITENCIÁRIO. A liberdade provisória pode ser concedida SEM FIANÇA (a regra), ou COM FIANÇA. Em todos os crimes é admissível a liberdade provisória, ainda que ele seja inafiançável. Sempre que for afiancavelJuiz Concessao Crimes cuja pena maxima nao seja superior a 04 anos Autoridade polia'al Nos crimes de racismo FIAN£A Nos crimes de tortura, trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos Nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democratico L Impossibilidade - Aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fianga anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obriga<;6es a que se referem os arts. 327 e 328 do CPP Em caso de prisao civil ou militar Quando presentes os motivos que autorizam a decreta<;ao da prisao preventiva Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 28 Súmulas e jurisprudência do STF e STJ: ✓ Súmula 345 do STJ: O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão. ✓ Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a consumação. ✓ STJ - RHC 44.207-DF: O STJ entendeu que a prática anterior de ATOS INFRACIONAIS é apta a justificar a prisão preventiva para a garantia da ordem pública. ✓ STJ - RHC 42.615/PI: O STJ entende que eventual ilegalidade da prisão cautelar por excesso de prazo na conclusão da instrução processual deve ser analisada à luz do princípio da razoabilidade, sendo permitida ao juízo, excepcionalmente, a extrapolação dos prazos previstos na lei processual penal. ✓ STJ - HC 134.340-SP: Conforme entendimento pacífico do STF e do STJ, a mera gravidade abstrata do delito não é capaz de fundamentar a segregação cautelar. ✓ STJ - RHC 51.510/BA: O STJ entende que a superveniência de sentença condenatória torna superada a alegação de excesso de prazo na prisão preventiva (na mesma linha do que estabelece a súmula 21 do STJ) ✓ STJ - RHC 46.269/SP: O STJ entende que a gravidade EM CONCRETO do crime, como decorrência de seu modus operandi, é fundamento idôneo para a decretação da prisão cautelar, como garantia da ordem pública. ✓ STJ - HC 75.459/SP: O STJ entende que a possibilidade, de acordo com a análise do caso concreto, de reiteração criminosa e a participação em organização criminosa são motivos idôneos para a manutenção da custódia cautelar. 28. Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos Procedimento é o previsto pelo CPP para a apuração dos crimes praticados por funcionário público contra a administração pública. Tratam-se dos crimes funcionais. Crime funcional TÍPICO: O tipo penal EXIGE a condição de funcionário público. Crime funcional ATÍPICO: É o crime praticado por funcionário público em razão de suas funções, mas que poderia ter sido praticado por um particular. ✓ O STF possui entendimento no sentido de que somente os crimes funcionais TÍPICOS devem seguir este rito especial. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 29 Procedimento para os crimes inafiançáveis: o rito previsto é praticamente idêntico ao rito comum ordinário, com a única diferença de que a queixa ou a denúncia com documento ou justificação que faça presumir a existência do crime ou “declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação destas provas”. Jurisprudência do STF e STJ: ✓ STJ - AgRg no REsp 1459388/DF: O STJ entendeu que a inobservância do procedimento específico dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (basicamente, intimação para resposta preliminar) gera nulidade apenas relativa. ✓ STF - RHC 117209: O STF consolidou entendimento no sentido de que somente os crimes funcionais TÍPICOS (sejam eles próprios ou impróprios) devem seguir este rito especial previsto no art. 514 e seguintes do CPP. 29. O habeas corpus e seu processo É uma ação autônoma de impugnação. PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONARIOS PUBLICOS (AFIANgAVEIS) Oferecida a denuncia Juiz rejeita liminarmente (hipoteses do art. 395 do CPP) Juiz nao rejeita liminarmente Manda autuar e notificar o acusado para oferecer defesa escrita, no prazo de 15 dias Juiz se convence da inexistencia de crime ou improcedencia da agao Juiz nao se convence da inexistencia de crime ou improcedencia da a$ao Rejeita a denuncia Manda citar o reu Processo segue de acordo com o rito ordinario Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 30 Pode ser: ✓ Repressivo (ou liberatório) – Quando visa a devolver a liberdade a alguma pessoa que se encontra presa. ✓ Preventivo – Aqui o HC é utilizado quando a pessoa se encontra ameaçada em sua liberdade de locomoção. O STF só admite o manejo de HC para impugnar decisões judiciais no bojo do processo relativo a crime punido com PRIVAÇÃO DA LIBERDADE. O HC possui três sujeitos: ✓ Impetrante – É aquele que ajuíza o HC. ✓ Paciente – É aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC. Atenção! A pessoa jurídica, por não possuir liberdade de locomoção, não pode ser paciente do HC. ✓ Coator – É a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de locomoção da pessoa ou que está ameaçando privar a liberdade da pessoa. A Doutrina e a Jurisprudência NÃO admitem mais a utilização do HC como substituto Recursal. A Jurisprudência não tem admitido a impetração de HC contra ato de indeferimento de liminar em HC, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão que indefere a liminar. O Assistente de acusação não pode intervir no HC. O HC não comporta dilação probatória, ou seja, o impetrante deve provar, DE PLANO, a ilegalidade da coação. É possível a impetração de HC para evitar que o paciente seja algemado, ou para que cesse o ato, quando esta medida seja ilegal. É incabível a utilização do HC para atacar ato de punição disciplinar militar (prisão do militar), salvo se a prisão foi determinada de maneira ilegal. O STJ entende ser cabível a impetração de HC para discutir aplicação de prisão domiciliar. Não é cabível o manejo de HC para discutira aplicação de pena acessória de perda de cargo público. O HC é cabível tanto para reexame do regime inicial de cumprimento de pena quanto para reexame de dosimetria da pena, pois em ambos os casos há interferência na liberdade de locomoção do indivíduo. O HC é cabível tanto para revogar a prisão preventiva quanto para revogação de fiança arbitrada, pois neste último caso também há interferência direta na liberdade de locomoção do agente. Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo 31 Súmulas e Jurisprudência do STF e STJ: ✓ Súmula 695 do STF: Não é cabível Habeas Corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. ✓ Súmula 693 do STF "Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória à pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada." ✓ Súmula 691 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar. ✓ Súmula 606 do STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso. ✓ STJ - RHC 31.062/DF: O STJ firmou entendimento no sentido de que, embora cabível, o trancamento de inquérito policial (que pode ser requerido mediante HC) é medida excepcional, só sendo admitido quando restar comprovada, de plano (sem necessidade de dilação probatória), a ausência de justa causa, a atipicidade do fato ou a extinção da punibilidade Vamos ficando por aqui. Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu! Bons estudos! "Existem coisas melhores adiante do que qualquer outra que deixamos para trás." - C.S. Lewis Késia Oliveira Leonardo Mathias @kesiaramosoliveira @profleomathias Willian Henrique Daronch, Coordenação, Diogo Times Alves, Késia Vieira Ramos de Oliveira, Leonardo Mathias, Marcela Neves Suonski, Rafael Rocha (Caverna) , Vinícius Peron Fineto Aula 06 Bizu Estratégico p/ DEPEN (Agente Federal de Execução Penal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 707837 04155405342 - Francisca Larissa Sobreira Dantas Nóbrega de Figueirêdo
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