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Família Sarcoptidae – Escavadores - Escavam galerias na pele (intradérmicas), nas quais penetram profundamente, provocando um espessamento da pele - Características morfológicas: Corpo globoso com cerdas, Face ventral com espinhos/estrias, Rostro curto e largo, Patas curtas e grossas, Patas posteriores encaixadas total ou parcialmente no idiossoma (corpo do ácaro), Machos sem ventosas copuladoras adanais - Gêneros: Sarcoptes e Notoedres. Gênero Sarcoptes Espécies: - Sarcoptes scabiei: var. hominis: ser humano - S. scabiei var. canis: cães - S. scabiei var. cuniculi: coelhos - S. scabiei var. caprae: caprinos - S. scabiei var. ovis: ovinos - S. scabiei var. suis: suínos - S. scabiei var. bovis: bovinos - S. scabiei var. equi: equinos. - Localização: Face, bordas auriculares, corpo e patas Importância em medicina veterinária e saúde pública - Presença de pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e engrossamento da pele - Prurido é muito marcante e intenso e aparece principalmente à noite. - Lesões cutâneas iniciais: áreas eritematosas, pápulas foliculares e vesículas. - A maioria dos sintomas cutâneos decorre de infecções secundárias. - Há indicações de que a primeira infestação pelo ácaro não determina coceira imediata -> Depois de cerca de 1 mês, aparece o prurido (sensibilidade ao ácaro) - Após ter sido infestado uma vez, ao se reinfestar, a inflamação ocorre em poucas horas - As lesões costumam aparecer inicialmente na cabeça, ao redor do focinho, dos olhos e da concha das orelhas, podendo atingir todo o corpo. - Com o avançar da parasitose -> espessamento da pele (já que os ácaros estão fazendo túneis na epiderme) e perda de pelo (Alopecia) Zoonose: Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais podem infestar o ser humano, porém os ácaros não escavam a pele e não se multiplicam. Ocorre apenas uma erupção papular avermelhada, com prurido que desaparece em poucas semanas Gênero Notoedres Espécies e hospedeiros - Notoedres cati: gato - N. muris: rato - N. cuniculi: coelho. Localização: Face, bordas auriculares e pescoço Notoedres cati - Sarna da cabeça do gato. -> Sarna notoédrica - Dermatose pruriginosa e formadora de crostas - Pode infestar cães e causar lesões transitórias nos seres humanos em contato com os animais infestados. (Também é uma zoonose) - Muito contagiosa e geralmente é transmitida por contato direto. - Pode sobreviver fora do hospedeiro por alguns dias. Importância - Gatos: localiza-se principalmente nas orelhas e na cabeça do animal, podendo estender-se para outras partes do corpo, sobretudo em torno dos órgãos genitais. - Sinais clínicos: prurido e formação de crostas, que se espessam, endurecem e se desenvolvem à custa de exsudações de soro e extravasamento de sangue - Coelhos: prurido nos lábios e na região nasal. - Sarna cefálica; inicia-se nas orelhas e depois desce pela parte ventral do pescoço, podendo estender-se às patas e à região dos órgãos genitais. - As lesões iniciais constituem-se de pequenas pápulas, que vão formando cadeias, principalmente na borda das orelhas, deformando o contorno destas; em seguida, aparecem crostas cinzento-amareladas, que provocam queda dos pelos. Família Cnemidocoptidae Gênero Cnemidocoptes ou Knemidocoptes Espécies e hospedeiros - Cnemidocoptes mutans: galináceos - C. gallinae: galináceos - C. jamaicensis: canários - C. pilae: periquitos. - Localização: Cera, penas e patas - Características Morfológicas: Rostro quadrangular, corpo globoso com cerdas, face ventral com estrias, patas muito curtas - As aves andam com dificuldade, têm prurido moderado, patas com aspecto engrossado e descamação da pele. - Em animais jovens, há deformação das patas Família Psoroptidae - Ácaros não escavadores - Ácaros superficiais - Produzem formação de crostas espessas - Características morfológicas: Corpo ovoide, com cerdas e protuberâncias terminais nos machos, Face dorsal sem espinhos, Rostro longo e cônico (pontiagudo), Machos com ventosas (copuladoras) adanais, Patas longas e espessas, O quarto par de patas nos machos é menor que o terceiro. - Localização: Meato externo, corpo e patas Gênero Psoroptes (pronúncia: Pisorópites) Espécies Psoroptes ovis - Hospedeiros. Equinos, bovinos, ovinos, caprinos e coelhos - Bovinos: os primeiros sintomas são: coceira intensa na cernelha, na base da cauda e no pescoço. Pode se alastrar pelo dorso e pelos flancos do animal, atingindo todo o corpo. À medida que os ácaros se multiplicam, produzem uma série de pequenos ferimentos na pele, seguidos de coceira, formação de pápulas, inflamação e exsudação de soro. Com o avançar da parasitose, há uma extensa área com perda de pelo e recoberta de crostas. A pele espessa-se, a coceira é intensa e o animal fica constantemente irritado - Caprinos: desenvolvimento idêntico ao observado na espécie bovina. Tem preferência pelas orelhas -> produz sarna auricular -> pode causar surdez, perda de apetite e, em casos extremos, a morte do animal - Ovinos: ocorre a perda de qualidade do couro e da lã. Nesses animais, a parasitose é tão grave que chega a matá-los. - Equinos: semelhante à descrita para bovinos, sendo as primeiras lesões observadas na cabeça - Coelhos: inicia-se no pavilhão auricular (sarna auricular não penetrante) e pode infestar outras partes da cabeça, o pescoço e até mesmo as patas. Ocorrem hiperemia e formação de crostas avermelhadas no pavilhão auricular. A infecção bacteriana do ouvido médio é frequente e a presença de ácaros nesse local pode ocasionar distúrbios nervosos. Os animais parasitados costumam sacudir a cabeça e raspar as orelhas com as patas, produzindo ferimentos. Gênero Otodectes - Sarna auricular de cães e gatos Espécie Otodectes cynotis - Hospedeiros: Cães, gatos, raposas, furões e outros carnívoros silvestres. - Característica morfológica: Rostro cônico/pontiagudo, corpo ovalado com cerda, patas longas - Localização: meato externo (orelhas) Importância - Causa irritação no conduto auditivo, principalmente de cães e gatos. - Não faz galerias no tegumento, mas se alimenta de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo, próximo do tímpano. - Da porção média do conduto auditivo para o tímpano, aparecem crostas; o tímpano pode mostrar-se hemorrágico. - Intensa irritação -> inflamação do conduto -> produção de cerume escuro. - Frequentemente, ambos os ouvidos são afetados - Parasitoses intensas -> os animais mostram sinais de distúrbios nervosos, frequentemente se movendo em círculos ou sacudindo a cabeça. - O ato de coçar, muitas vezes, produz hematomas na orelha. - Infecções bacterianas secundárias podem resultar em inflamações do ouvido médio e mesmo das meninges Diagnóstico das Sarnas Confirmação do diagnóstico -> Raspado do material cutâneo -> Obtenção de exemplares de ácaros ->: Observação microscópica - Sarcoptes e Notoedres: deve-se fazer uma dobra na pele, colocar um pouco de óleo mineral no local ou mergulhar a lâmina de bisturi no óleo mineral e raspar sobre a prega de pele, mantendo um ângulo reto da lâmina com a pele até produzir um leve sangramento (escarificação). Colocar o material entre lâmina e lamínula e olhar no microscópio óptico em aumento de 100 vezes - Cnemidocoptes: amolecer as crostas das patas ou do bico com água morna e óleo mineral. Remover as crostas soltas, macerar e olhar no microscópio entre lâmina e lamínula em 100 aumentos. Não puxar as crostas que não estiverem frouxas ou soltas, pois causam lesões - Psoroptes, Chorioptes, Otodectes, Myocoptes, Leporacarus e Chirodiscoides: deve-se coletar alguns pelos e raspar as crostas soltas. Guardar em pote bem fechado. Macerar algumas crostas com óleo mineral e colocar em uma lâmina. Pode-se clarificar com uma gota de lactofenol. Observar no microscópio entre lâmina e lamínula em aumento de 100 vezes. Controledas sarnas - Separação dos animais infestados, alimentação adequada, condições de higiene do recinto satisfatórias, esterilização do material de uso nos animais (arreios e coleiras) com acaricida, sendo melhor não utilizá-los antes de 14 a 17 dias.
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